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gugamarinhoParticipante
Pois é, bom seria se nào abordássemos questòes ideológicas na comunidade. Podemos falar sobre imigraçào, sobre o Québec e o Canadá sem necessariamente confrontarmos opiniòes tào divergentes. Mas quando leio comentários do tipo «Pauline separatista» (pourquoi pas souveraniste?), «Parti québecois xenófobo», «esquerda, esse mal enraizado», sinto-me interpelado ao debate.
Abraços e paz a todos,
GustavogugamarinhoParticipanteMarcosAlvim,
se você está com tanto medo da vitória da esquerda no Québec, esse «mal enraizado», como você mesmo diz, você pode escolher, por exemplo, a província de Alberta para ir morar. Lá cheira petróleo e poluiçào, lá tem crime ambiental e homicídios em bem maior número, o aluguel é o triplo do preço, mas é um lugar que, quem sabe, pode te fazer feliz, uma vez que a direita governa. Você pode, ainda, escolher uma outra província anglófona, ou o estado de Utah, nos EUA, ou até a Itália do Berlusconi (que vai voltar), ou ainda a Alemanha dos anos 30/40 (essa nào dá mais tempo). Infelizmente para você, o Bush nào é mais o presidente dos EUA e o Obama deve vencer as próximas eleiçòes contra o multi-milionário-mormon-que-nào-paga-imposto Mit Romney. Nào precisa «passar raiva» aqui no Québec pagando conta de luz, escola, aluguel e transporte subvencionados. Isso é coisa de «esquerda». Melhor seria, pois, nào precisar da língua francesa e de benefícios sociais e ir viver em outro lugar, feliz. Direita é o que nào falta no mundo. Regan e Bush nào estào mais entre nós, mas Harper ainda resta. Fique tranquilo, ele vai te fazer feliz. Você poderá, quem sabe, comprar a sua própria arma para se defender, como nos EUA (em nome da liberdade individual) e nào precisará de ninguém na sociedade para alcançar os seus objetivos.
E olha que Pauline Marois nem é tào de esquerda assim, hein. Mas que ela é uma mulher formidável, inteligente e corajosa, ah, isso eu te garanto.
Abraços,
GustavogugamarinhoParticipanteVoilà le discours complet de la première ministre élue du Québec Pauline Marois, le 4 septembre dernier à Montréal.
http://www.youtube.com/watch?v=4_ggGwH2AG0
Ela foi retirada pelos seguranças por causa de um atentado que ocorria no mesmo momento. Provavelmente, ela era o alvo. Infelizmente, duas pessoas foram atingidas, sendo uma delas, um técnico de som, que acabou falecendo no local. Quando ela retornou ao palco para finalizar o discurso, ela nào estava consciente da gravidade da situaçào, pois havia sido informada que se tratava apenas de um incidente (o criminoso já havia sido detido e a situaçào estava sob controle).
Um homem de 62 anos, vestido com um roupào, tentou invadir o teatro com um fusil, provavelmente para atingir a primeira ministra. Ateou fogo na parte externa do edifício, provavelmente foi interceptado e acabou atirando e atingindo duas pessoas. Em seguida, ele foi levado para a viatura, quando pronunciou em alta voz a seguinte frase: «Les anglais se réveillent».Segundo boa parte da imprensa, trata-se de um ato isolado.
Sem dúvida, Pauline Marois, souveraniste de coeur, vai adotar uma política de defesa da língua francesa, sobretudo em Montréal (apesar do governo minoritário). Além disso, tem em seu programa de governo, ao contrário de Stephen Harper, medidas sociais para a classe média e para os mais desfavorecidos.
Em várias províncias anglófonas, durante o último século, o francês foi banido das escolas por força da lei, e o inglês adotado como língua única. O Manitoba chegou mesmo a proibir e a fechar as escólas francófonas no início do século, deixando milhares de francófonos dessa mesma província sem outra opçào a nào ser frequentar escolas anglófonas. Uma longa, longa história. Sobrou o Québec, que, a partir dos anos 60, decidiu proteger a sua própria língua e sua própria identidade, sob pena de extinçào. Daí o movimento souveraniste, bla bla bla, mais do que justo, nào é mesmo? Muitos dizem que se o Québec nào virar um pais, o francês desaparecerá também do Québec dentro de 100 anos. É provável que isso aconteça, pois, nos dias atuais, as pessoas se preocupam muito mais com a estabilidade econômica, com a casa própria e com o carro na garagem do que com qualquer outro tipo de coisa. Sào valores individuais. Toda atitude que apresente um obstáculo a isso é logo denunciada. Em nome da tal «liberdade individual», qualquer tipo de projeto coletivo é imediatamente taxado como ameaça. E aqui no Québec nào é diferente (longe da atmosfera de ousadia dos anos 70 e 80). Vivemos num universo ultra-pragmático.
Bom, essa é minha curta opiniào, em desacordo com a maioria de vocês. Eu disse o que tinha que dizer no post anterior sobre o governo de Stephen Harper, eleito pelo «Canadá inglês» (dito aqui «civilizado»).
Salutations, mes amis.
GustavogugamarinhoParticipanteAh, tinha esquecido de dizer que o Canadá de Stephen Harper, no plano diplomático internacional, nào passa de uma marionete dos americanos, como tantos outros países.
E antes nào era assim. Trudeau (anos 80) et Jean Chrétien (anos 90) jamais se curvaram tanto aos EUA.Abraços,
gugamarinhoParticipanteOlá pessoal.
Quanto medo do Québec separar! Vivemos num mundo de medrosos? Nos anos 70 e 80, os jovens tinham muito mais coragem. Mesmo os «québecois» de Montréal, que sonharam com um país. Mas podem ficar tranquilos, que o apoio à soberania do Québec gira em torno de 40 por cento e o Québec nào será país tào cedo, talvez nunca, e daqui a 50 ou 60 anos, a língua oficial da província será o inglês. O francês desapareceu das outras províncias também, de boa parte dos EUA e agora só resta mesmo o Québec para que o «trabalho» seja feito. Tudo em nome da paz econômica e dos valores universais do mercado, que sào superiores a todos os outros, «bien sûr».
Alguém disse aí que o Canadá inglês é uma naçào civilizada. Que piada é essa? Só para constar, a taxa de homicídios do «Canadá inglês» é bem superior à do Québec. Isso sem contar os outros tipos de crimes, também em maior número nas outras províncias. Só Ontário tem uma taxa menor que o Québec e a «super civilizada» Alberta nào é nenhum exemplo de civilizaçào, pois explora o território de forma vergonhosa (poluiçào astronômica). Isso sem contar Edmonton e Calgary, cidades bem mais violentas e «ignorantes» que Montréal e Québec.
Só para constar também, o Canadá inglês «civilizado» é o mesmo que elegeu Stephen Harper no governo federal, um homem de ultra-direita, que apoia a venda livre de armas, a compra de aviòes de guerra de última geraçào, que retirou o Canadá do protocolo de Kyoto, que começou a «fechar» a imigraçào (quem está no Brasil sentiu isso na pele) e que, além de tudo, é um admirador incondicional de George W. Bush. Voilà o perfil do governo eleito pelo Canadá inglês «civilizado». Isso sem falar que o seu governo está, através das medidas que estào entrando em vigor agora, destruindo o modelo social canadense.
Votei em Pauline Marois, bien sûr, uma mulher fantástica, batalhadora, que tem em seu programa de governo medidas claras que favorecem a classe média, que está em vias de dispariçào também aqui no Canadá. Sua política social é o oposto da política decidida pelo ultra-capitalista-«civilizado» Harper. Todas as propostas de Pauline Marois sào socialmente responsáveis e contribuem para a defesa de um modelo social que o Canadá inglês «civilizado» está em vias de destruir. Vale a pena pesquisar um pouco mais sobre a trajetória da nossa «primeira ministra».
Quanto ao preconceito que o Québecois por ventura sinta em relaçào aos estrangeiros, vale a pena lembrar que, no referendum de 95, que terminou praticamente «empatado», o voto em massa dos «imigrantes» em favor do Canadá inglês foi decisivo para a «derrota» do «país Québec».
E finalizo com a seguinte pergunta, meus caros conterrâneos brasileiros: Por que o Québec nào teria o direito de defender por leis em seu próprio território a língua falada pelo seu próprio povo? Vale lembrar que o inglês, além de ser a língua dos mercados, do dinheiro e de todo o resto, é também a língua de 330 milhòes de americanos e canadenses. Qual o problema, entào, em proteger, de uma maneira coerente e oficial, o francês em Montréal, única grande cidade americana francófona? É mais do que justo, nào é mesmo, sobretudo do ponto de vista histórico?
Mas… mas… nào se preocupem tanto, porque mesmo os «québecois» já estào «jogando a toalha» e em 50 ou 100 anos, os vossos filhos canado- americano-brasileiros viverào tranquilhamente em inglês no Québec, terào duas casas próprias, dois carros na garagem e navegarào «sem gelo» nas águas do Ártico». E é claro, nào precisarào mudar para outra província em busca de «estabilidade», casa própria e carro.
Abraços,
GustavogugamarinhoParticipanteOlá pessoal,
penso que essa história de voltar para o Brasil seja algo, de fato, recorrente. Há pessoas que amam o Québec e outros que detestam. Mas existe sim uma dificuldade de adaptação por parte de muitos imigrantes, sobretudo em questões ligadas à sociedade. Muitos brasileiros, por exemplo, acostumados a uma vida «confortável» no plano privado (empregada, babá, passadeira, etc…) encontram certa dificuldade aqui, ou sentem um grande desconforto em não serem «servidos», uma vez que possuem diplomas, pós-diplomas, «posição», e se julgam em pleno direito de usufruir de certos «privilégios». Possuir subalternos diretos é uma conquista social para muitos brasileiros. O fato do Brasil possuir a pior distribuição de renda do planeta é visto mesmo como algo «interessante» por muita gente. No Québec, sem dúvida, a renda é melhor distribuída, o acesso aos serviços de saúde é igual para todos, de modo que a figura social do «agregado» não tem o seu lugar por aqui.
Uma outra dificuldade é a questão dos papéis sociais na família. Homem que não faz todos os serviços domésticos (incluindo cuidar diretamente dos filhos) é mal visto no Québec. Da mesma forma, e como já foi citado acima, a mulher não é protegida aqui. Ou seja, não há essa visão do «sexo frágil». Muitas são motoristas de ônibus, de caminhão, carregam caixas, etc…
Existem, ainda, questòes de ordem afetiva, como, por exemplo, a distância da família, dos amigos, do sol e do calor. Apesar do Québec ser bem mais «humano» do ponto de vista prático (violência urbana e corrupção em muito menor grau), é fato que o tal «calor humano» e a cordialidade a que estamos acostumados não têm muito espaço por aqui.
Isso porque ainda não falei do clima, hahahaha… O segredo é amar toda essa neve, fazer esporte de inverno e não tentar «fugir» do frio.
Mas, no fundo, acredito que a imigração seja algo muito pessoal. Cada um tem um tipo de sonho e história diferentes, de modo que seria arriscado estabelecer normas gerais de satisfação.
Abraço a todos…
gugamarinhoParticipanteOlá pessoal… muito legal o retorno de vcs…
Jean e Camila… parabéns pelo início do processo… em breve, vcs estarão aqui…
Com relação ao québecois, comprei um dicionário aqui “dictionnaire québecois d’aujourd’hui” – le robert, dirigido por Jean-Claude Boulanger… muito interessante… sempre q ouço uma palavra ou expressão diferente, consulto e acho o termo, o q não ocorria com o “le robert” francês. Bom, mas pra falar não tem muito disso não… é ir se misturando mesmo e em pouco tempo tudo se resolve…
Uma outra coisa: pelo menos comigo, sempre fui bem recebido nos lugares, e muito bem tratado… conversei com algumas pessoas daqui. Em geral, são pessoas muito gentis, educadas… o mais legal é q o espaço de cada um é respeitado… a noção de indivíduo parece q é bem considerada, assim como a distinção entre público e privado, ou seja… parece q as pessoas não consideram o espaço público como uma extensão de suas casas e sim como um lugar, de fato, compartilhado.
Com relação à matrícula na université de montréal, eles exigem só o francês, com raras exceções… a questão é mais no mercado de trabalho… se não quiser restringir o campo, tem q pensar no inglês… se no brasil já é um diferencial, imaginem aqui… a 600 quilômetros de nova york… pensem nisso… a gente ouve muito o inglês por aqui, principalmente no centre-ville… mas isso não quer dizer q não se possa trabalhar em francês… a língua oficial e principal é o francês…
um grande abraço a todos, à la prochaine…
gustavogugamarinhoParticipanteAcabei, por engano, enviando minha mensagem para o tópico Francês, inglês e trabalho em Montréal…
Excusez-moi,
Gustavo4 de julho de 2007 às 07:36 em resposta a: Canadá Direto do dia 29/06/07 – vale a pena ouvir! #18192gugamarinhoParticipanteÀs vezes aparece esse tipo coisa… se procurar em meio a tantos imigrantes, acaba achando alguém pra ficar reclamando…
Depende da história de cada um… e tem gosto pra tudo nesse mundo… Não conheço a cidade, mas já li uma vez que Vancouver é show pra morar, viver, etc…
Acho que no Brasil já perdemos a noção de muita coisa… ou nunca tivemos, sei lá… o espaço público, por exemplo, já foi pro espaço mesmo… não temos aqui essa consideração pelo bem comum… e não temos também civilidade… e isso é muito sério, já nos acostumamos com o desrespeito e ficamos sem referência…
quero poder caminhar à noite pela cidade, ter um mínimo de paz… e ser respeitado como cidadão… será que é pedir muito?????abraço a todos,
gustavogugamarinhoParticipanteOi Otto… é lamentável tudo isso!!! Como eles vão fazer??? Dá pra adiar a entrevista???
Providenciar tudo correndo??? Acho que agora ficaram com mais vontade ainda de imigrar, né??? o que não deixa de ser sinônimo de “fugir” pra nós brasileiros. É quase um asilo político mesmo. São tantos, os casos. Perdemos a conta… e a esperança também!!! E só quem vive na pele esse tipo de situação sabe a dimensão disso… e o pior é que fazem uma ocorrência e lançam na estatística…
Brasília está blindada, não é mesmo???… e as terríveis Assembléias, Câmaras de vereadores, partidos políticos, bláblá… etc, idem… continuam rindo de tudo… e o senado??? o judiciário??? jogo de compadres… cartas marcadas… e o povo não liga naum…
Agora no Brasil é caos “aéreo”, “terrestre”, de todos os tipos.
Um abraço solidário e vamos ver se as coisas melhoram por aqui…gustavo
gugamarinhoParticipanteParabéns Amanda,
Tudo de bom, hein?
Boa viagem e mande notícias do Québec. :happy2:
Abraços,
CarolgugamarinhoParticipanteSeleção canadense de futebol??? Fala sério… Será que é composta por imigrantes brasileiros???
Valeu Alessandro e Erasmo pelas informações… vamos torcer para que em 2016 as Olimpíadas sejam no Canadá.
Em 2014 a Copa do Mundo deve ser no Brasil, mas se a Fifa não confirmar nosso país como sede, ouvi dizer que Austrália, EUA ou Canadá podem ser escolhidos.
A final da Copa do mundo sub 20 será em que cidade canadense???Ah, e lembrando o pessoal que no próximo final de semana tem o GP – F1 de Montréal, direto da Ile de Notre-Dame.
Um abraço a todos,
GustavogugamarinhoParticipanteOlá pessoal,
está chegando o nosso próximo encontro…
e será “super” compartilhar as nossas ansiedades, sonhos e expectativas…um grande abraço a todos e até o próximo sábado
gustavo
gugamarinhoParticipanteOlá pessoal,
segura a onda aí q já está quase!!!
os nossos formulários chegaram cinco meses e seis dias após a abertura do processo… tomara q o de vcs já esteja a caminho!!!
abraços,
gustavogugamarinhoParticipanteOlá Johnnie…
parece q o processo está mais exigente. Acho q a previsão é q vai continuar assim, porque a procura está maior também…
Parece q não precisa mais comprovar quantia inicial não… agora vc assina um documento se comprometendo a levar a quantia X para o québec.
abraços, gustavo -
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