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ibere81Participante
Eu trouxe pra cá um cartão que tinha no Brasil e usei pra pagar algumas coisas no começo (na verdade uso de vez em quando até hoje, pra comprar algumas coisas no Brasil), mas eu deixei uma conta com um pouco de dinheiro no Brasil justamente pra poder pagá-lo. Minha sogra – que mora no Brasil – ajuda a administrar, porque acho que se não tivesse ninguém pra dar uma força aí ia ter sido meio complicado… enfim, se você tiver alguém com procuração que possa ir até o banco caso aconteça algum problema, acho que vale a pena manter a conta, se não, acho um pouco mais complicado…
ibere81ParticipanteObrigado Victor! Se alguém conhecer alguma outra empresa que não as que estão listadas ali (MJ Consultoria e David Cohen), agradeço muito se compartilharem por aqui.
ibere81ParticipanteEsse mapa do Leo e da Nayara é ótimo. Eu adoro mapas e quando estive em Montreal eu fui em tudo quanto é lugar pra achar algum mapa bom… fomos até em uma loja que só vende mapas, mas não achamos nenhum que fosse tão bom quanto esse. Eu e minha esposa procuramos feito loucos uma versão já impressa deles e não achávamos, até que uma tiazinha muito boazinha em uma estação de metrô nos deu sem nem pedirmos. É o melhor mapa que eu conheço que dá uma idéia do que é exatamente a ilha de Montreal e adjacências (a maioria dos outros ou são muito bagunçados ou possuem só a parte mais central da cidade).
ibere81ParticipanteRespodendo duas questões postadas aqui de uma vez só: nós não atualizamos nosso blog porque desde que voltamos do Québec, resolvemos que vale muito mais a pena nos concentrarmos em escrever sobre a provincia do que se concentrar em nosso processo de imigração, já que tem tanta gente que documentou isso de forma muito melhor do que a nossa, enquanto que eu não vejo tanta gente escrevendo sobre as cidades do Quebec e (no nosso caso) os bairros de Montreal em maior detalhe. Então vamos dar uma reformulada no blog (que também vai mudar de nome, já que queremos motrar o quanto Québec é legal, mais do que o quanto nós não gostamos do Brasil, hehehe) e acrescentar um monte de informações. Assim que estiver pronto (e espero que seja logo!), eu compartilho com todos daqui!
ibere81ParticipanteOlá amigos da CBQ! Gostaria de compartilhar com vocês como foi a nossa entrevista, que ocorreu hoje às 14h30 com M. Leblanc. Já adianto que conseguimos o CSQ! :D
Desculpem o tamanho do relato, mas estou tentado ser o mais detalhado possível, nunca se sabe que detalhe poderá ajudar um futuro entrevistado!Chegamos no prédio onde fica o escritório mais ou menos às 14h00. Na portaria do prédio estava um segurança, não uma recepcionista. Dissemos onde íamos, ele pegou uma lista e perguntou qual o meu nome, eu respondi, ele procurou o da minha esposa e não achou, eu expliquei que estávamos indo juntos para a entrevista, que não eram duas entrevistas separadas. Ele ligou para o escritório, chamou e ninguém atendeu. Ele nos disse que deviam estar almoçando e para que esperássemos ali na recepção do prédio – que não tinha cadeiras… pra alguém com o estômago embrulhado e as pernas bambas, isso foi muito ruim!
Começamos a ficar preocupados quando chegou 14h10 e nada, principalmente porque lembramos de um relato em que a recepcionista esqueceu de anunciar o casal, eles acabaram entrando atrasados e levaram o maior sermão do M. Teixeira. Combinamos entre a gente que esperaríamos até as 14h15 e depois encheríamos o saco do segurança pra ele deixar a gente subir. Quando era um pouco menos que isso, chegou a recepcionista e disse que para o escritório do Québec podia subir direto, não precisava ser anunciado e que caso não tivesse ninguém esperando, pra bater na porta. Que alívio!
Fica portanto aí a dica: se te deixarem esperando na recepção do prédio, encha o saco de quem estiver por lá até te deixarem subir!!!!
Subimos e encontramos uma porta de vidro e dentro do escritório podíamos ver um balcão, mas não tinha recepcionista dentro. Eu olhei pra dentro e vi um homem trabalhando dentro de uma sala, imaginei que fosse o M. Leblanc. Bati na porta e ele veio nos atender.
Depois do “bonjour” e tudo o mais habitual, ele nos perguntou se estávamos lá para a entrevista… eu não entendi a palavra “entrevista” (oh français québecois que mata!), mas minha mulher respondeu que sim. Ele pediu para esperarmos, que estava terminando um dossiê, voltou pra sala dele e fechou a porta. Não havia mais ninguém no escritório.
Um pouquinho antes das 14h30, ele nos chamou. Disse especificamente onde eu deveria sentar e onde minha esposa deveria sentar e começou a entrevista.
A gente já foi logo colocando uma pasta com todos os nossos documentos, que estavam separados entre os meus e os da minha mulher, e o nosso projeto em cima de mesa, pra não arriscar deixar passar algo em branco! Ele começou perguntando se eramos casados, pediu a certidão de casamento, pediu nossas certidões de nascimento e começou a digitar no computador (pelos outros relatos eu achava que ele digitava em algum sisteminha de contagem de pontos, mas que nada! ele digita no Word mesmo!). Durante o tempo que ele digitava a gente não se arriscava a puxar conversa! :lol: Ele ia conferindo a documentação e nos devolvendo e nós já íamos separando pra não nos confundirmos.
Ele perguntou para que cidade íamos, eu disse “Montréal” e ele repetiu “Ville de Montréal”, só que eu entendi ele dizer “Ville de Mont-Royal”, que é uma outra cidade dentro da ilha de Montreal, então eu enfatisei “Mon-tré-al, não Mont-Royal…. que é uma outra cidade na ilha, né?”, ele disse, “não não… Montreal mesmo! Apesar de que Mont-Royal é um lugar muito bom, muito bonito” e eu disse “mas pra gente é muito caro”, “é verdade… lá é caro mesmo”, ele nos falou. Ele perguntou se minha esposa era descendente de italianos por causa do sobrenome dela, ela disse que sim e ele comentou que em Ville de Mont-Royal tem muitos italianos. Depois disso ele não perguntou nada sobre o porquê de termos escolhido Montreal, por que não outras cidades, etc etc (e essa foi a parte que mais deu trabalho no nosso projeto!).
Depois ele pediu a papelada de educação, perguntou quantos anos eu havia estudado, eu disse que 15, ele perguntou se eram 11 de formação primária e secundária e 4 de universidade, eu expliquei que eram 12 de formação primária e secundária (fiz o técnico) e 3 de universidade (sou tecnólogo). Depois foi conferir os da minha esposa. Para a universidade ela estava somente com o certificado, ele disse que para a área dela (arquitetura) era muito importante ela tirar o diploma, que é o que vale para recertificação no Québec, ele disse que o certificado “não vale nada lá”.
Após a verificação da educação, ele começou a perguntar do francês: perguntou que nível eu tinha, eu disse que no dossiê havia colocado nível 6, mas que desde então eu tinha feito no total 250 horas: 150 de um teste de nível na AF, mais 50 de um módulo (o primeiro intermediário) da AF também e mais 50 com um professor particular. Aí ele perguntou se eu falava melhor do que minha esposa… eu disse que achava que sim, mas não muito, aí minha mulher vira e fala “ah! mas ele fez dez anos de francês!” e eu já falei logo em seguida: “eu TINHA ESTUDADO francês HÁ dez anos… ops! eu ESTUDEI francês HÁ dez anos!”, aí ele falou “entendi… ainda bem que você se corrigiu, porque o sentido das duas frases, apesar de não estarem erradas, são diferentes”. Ele pegou os papéis da minha esposa e viu que ela fez 200 horas. Depois disso ele me disse: “você parece ter mais do que 250 horas de francês… e você não tem sotaque de brasileiro, você tem sotaque de anglófono!” Eu fiquei feliz, porque eu estava confundindo alguns tempos verbais (errava o auxiliar do passé composé, usava imparfait no lugar do pc… uma mistura total) e achava que estava indo muito mal, quando ele disse isso eu dei uma relaxada.
Ele explicou que eu não precisaria de francisação, mas como minha esposa vai precisar prestar exame da ordem dos arquitetos, ela vai precisa de um francês melhor, então ele recomendou o curso e disse que ia colocá-la como não-francófona e eu como francófono.
Depois ele perguntou (em inglês) onde eu aprendi inglês, eu disse (em inglês também) que tinha aprendido no trabalho, onde eu tinha muito contato com americanos. Ele disse, já falando de novo em francês, que o meu inglês era igual de um americano… “pelo menos daqueles que falam corretamente!” e começou a dar risada! Aí ele comentou que os brasileiros tem bastante facilidade para aprender línguas e sem muito sotaque, eu disse que era provavelmente porque o português é tão difícil que as outras línguas ficam fáceis, ele cometou que falar português “dói a bochecha”.
Depois disso ele entrou na parte de trabalho: confirmou se eu ainda estava trabalhando na mesma empresa que eu havia enviado no dossiê, eu disse que sim, ele pediu então os holleriths… eu não entendi o jeito que ele perguntou, mas entendi que ele falou “pagamento” em francês… então depois de exitar eu mostrei pra ele. Ele pegou os papéis (dos últimos 4 meses) e ele leu, em português, o título “comprovante… de… pagamentô”, virou pra mim e disse “como você chamaria isso em francês?” eu respondi alguma coisa do tipo “demonstratif de paye” e ele disse que ia passar a usar esse nome com outras pessoas, pra facilitar, eu respondi que a nossa tendência é sempre achar um nome parecido com o português, aí ele disse que ia usar “demonstratif de salaire”, eu disse: melhor ainda!
Ele perguntou o que a companhia onde eu trabalhava fazia, eu expliquei que era uma indústria farmacêutica, ele então perguntou se era uma empresa que fabricava genéricos. Eu disse que não e tentei explicar que eram medicamentos “de marca”, e já perguntei “… é assim que chama em francês?” ele pensou um pouco e disse “é uma empresa de pesquisa?”, eu disse que sim e já aproveitei pra dizer que era a maior do Canadá. 8) Então eu expliquei que era uma empresa farmacêutica mas que eu não trabalhava diretamente com os medicamentos, mas com a área de internet. Ele não perguntou nada a respeito do que exatamente eu fazia. Ele olhou ainda a carteira de trabalho e um contrato de estágio de logo que eu comecei na empresa a oito anos. Eu mostrei pra ele as datas e ele contabilizou meu tempo de experiência. Ele disse ainda que muitas empresas farmacêuticas ficavam no Québec, eu expliquei que esse era um dos motivos de termos escolhido Montreal. Depois disso ele começou a explicar que eu já devia começar a pesquisar o mercado de trabalho desde já, pediu um papel pra gente e anotou um e-mail no nosso caderninho que já tínhamos levado pra anotar coisas e escreveu um nome de uma empresa e o nome de uma pessoa (ele deu bastante ênfase no “Madame”, tipo… vê se não vai ser mal educado quando mandar o e-mail! :P ). Ele então explicou que era o e-mail da irmã dele e que ela trabalhava em uma indústria farmacêutica, pra eu mandar um e-mail pra ela me ajudar com dicas do mercado farmacêutico de lá.
Depois ele passou pra minha esposa. Como ela nunca trabalhou com carteira assinada e nem como pessoa jurídica, não colocamos nada no campo experiência profissional do dossiê, apesar de ela já trabalhar com isso desde muito tempo. Ele perguntou então se ela nunca tinha trabalhado. Ela explicou que sempre trabalhou, mas só informalmente e que no site da imigração diz que só conta trabalho legal. Ele então perguntou se ela tinha algum comprovante. Ela mostrou os relatórios de estágio e os comprovantes de todos os pagamentos que ela já recebeu. Ele fez os cálculos e contabilizou todo esse tempo de experiência!!! Isso foi muito bom.
Enquanto ele digitava as informações de trabalho, ele fez a primeira pergunta bem daquelas estilo “130 perguntas”: porque nós havíamos escolhido o Québec? Eu comecei explicando que nós havíamos estudado os processos de imigração das outras províncias e o federal e de longe o Québec tinha o melhor processo e a melhor estrutura de acolhimento para novos imigrantes. Percebi que ele não ficou muito convencido, então resolvi usar nossa “carta na manga”, que era a viagem que fizemos pra lá em Março/Abril deste ano. Então já fui emendando “fora isso, nós viajamos para o Québec é amamos a província: o lugar é lindo e as pessoas são muito simpáticas” (o que é a mais pura verdade, aliás). Aí ele se interessou e já comçou outro assunto: “quando vocês viajaram para o Québec?”, eu entendi que ele perguntou “POR QUE vocês viajaram para o Québec?” e comecei a falar “para conhecer os lugares que poderíamos vir a morar e blá blá blá” e a minha esposa me salvou: “foi em abril!”, hahaha! Aí ele arregalou os olhos e disse “uh la la!”, eu já aproveitei a deixa e disse “é então! a gente até teve que cancelar nossa primeira entrevista porque… porque… estava lá!” (nem a pau que eu lembrava como falava “nós estávamos lá”).
Ele pediu então pra olhar o visto no nosso passaporte, mostramos e ele disse “aqui diz só Toronto (porque nós fomo de Air Canada, via Toronto), vocês têm algum comprovante de que estiveram no Québec”. Eu pensei um pouco e falei: “bom… a gente tem fotos, serve?”, ele disse que sim e nós FINALMENTE abrimos nosso projetos e fomos mostrando as “fichas técnicas” que fizemos de todos os bairros que andamos e as fotos que tiramos, principalmente fotos em que nós aparecíamos. Quando ele chegou no quartier Shaughnessy Village ele perguntou pra gente onde ficava (porque esse é tipo um “sub-bairro” bem pequeno de um outro bairro), explicamos que ficava perto do Centre Canadien d’Architecture. Ele então nos contou toda a história do CCA, sobre a fundadora do local, sobre a luta dela para conservar prédios históricos da região – nós aproveitamos para mostrar fotos de prédios tombados pelo patrimônio naquela região, hehehe.
Depois de mostrar todos os bairros e todas as fotos, ele nos perguntou qual bairro nós pretendíamos morar. Dissemos que depende muito do custo benefício… que onde nós realmente gostaríamos de morar era em Maisonneuve, mas que era caro (pelo menos a parte onde nós queremos morar, hehehe), então dissemos que o Plateau também era um lugar de nós gostamos (pra falar a verdade eu gostei de todos os lugares que visitamos com exceção de Parc Extention, que nem incluímos no projeto, e uma parte feiozinha de Mile-End).
Depois ele perguntou como estávamos pensando em nos inserir no mercado de trabalho. O projeto ajudou muito nessa hora também: eu expliquei que apesar de estar formado em um domínio mais técnico (web design) eu trabalhava muito com a área de internet marketing, e expliquei que havia achado muitas vagas nas duas áreas e que fiquei surpreso, pois achava que principalmente na área de web marketing ia ter bem menos coisa. Eu disse pra ele também que apesar disso, sei que marketing demanda mais habilidade de comunicação, que eu não tinha neste momento, então ele disse que realmente o melhor seria começar como designer.
Então ele pegou uma folha e desenhou um quadrado e disse “aqui é o Quebec”, e embaixo desenhou outro quadrado menor e disse “estas são as habilidades necessárias na sua área necessárias no Quebec”. Ao lado do quadrado escrito Quebec ele fez outro do mesmo tamanho e escreveu “este é você” e abaixo, outro quadrado “e estas são suas habilidades”. Aí ele perguntou “entre um e outro, o que você acha que falta pra você conseguir uma boa vaga no Québec?”, eu disse que as duas principais dificuldades seriam o conhecimento da lingua e a experiência canadense. Ele então explicou que a melhor forma de resolver esses problemas seria começar a pesquisar o mercado desde já e asis que chegasse no Québec bater na porta de várias empresas e perguntar se teria uma vaga pra mim, mesmo que num primeiro momento sejam vagas para empregos que pagam menos do que eu recebo aqui isso ia ajudar no francês e também na experiência e com o tempo eu ia consegui melhores posições. Mas ele disse pra não ter medo de procurar empregos “classe A”, porque eles entendem que eu sou estrangeiro e obviamente o meu francês não é tão bom quanto o dos québécois, mas que eu possuía outras qualidade que me diferenciariam (o fato de eu falar quatro línguas, por exemplo).
Depois ele disse para a minha mulher que o mesmo valia para ela, mas que pelo nível de francês dela ela deveria começar buscando empregos classes B ou C (como ajudante de arquiteto, por exemplo). Ele disse que era muito importante que ela desse ênfase na recertificação, porque apesar de neste momento o mercado ter mais arquitetos do que vagas, uma formação é para toda a vida, e o mercado de trabalho do Québec é muito dinâmico e não se sabe como as coisas vão estar no futuro.
Depois de toda essa conversa e de ele ter me dado o e-mail da irmã dele eu já estava bastante confiante… então perguntei “você acha então que só com o CSQ já vale a pensa começar a procurar emprego?” (hehehe, o convencidão que já achou que estava com o CSQ na mão!) e ele respondeu que sim, pelo menos pra começar a entender o que o mercado busca (e como a gente poderia se adaptar) e caso alguém resolvesse nos contratar, poderíamos mandar uma carta para o consulado e eles adiantariam nosso processo, que ele mencionou que provavelmente demoraria mais uns 5 meses.
Então ele escreveu mais um pouco e disse a famosa frase: “Félicitácions, vous êtes acceptés!”. Nós nos cumprimentamos, ele entregou o caderninho Aprendre le Québec, indicou onde minha esposa deveria começar a fazer a recertificação e disse para ela não ir direto na ordem dos arquitetos, porque eles não são muito receptivos, já que têm muitos arquitetos lá e eles só aceitam os novos imigrantes porque o governo obrigado. Ele disse que é assim com todas as ordens, menos a das enfermeiras, que eles estão precisando de gente e só faltam “puxá-las pelo braço” pra ela irem para o Québec. :lol:
Aí ele me deu os parabéns, disse que minha mulher é “très belle” (hehe…) e desejou boa sorte.
Fomos embora felizes da vida!
Bom… deve ter um monte de detalhes que eu estou esquecendo de incluir, além de um monte de erros de português, mas acho que já escrevi demais por hoje. Qualquer dúvida por favor perguntem.
Abraços!
ibere81ParticipanteConcordo com quem diz que a viagem não é essencial mas muito importante. Quando fomos para o Québec em março agora, pudemos comprovar uma série de coisas e também tirarmos uma série de preconceitos e mitos das nossas cabeças, fora que nosso projeto de imigração ficou muito melhor. Não precisávamos dos pontos de adaptabilidade da viagem, mas quando mostramos que havíamos viajado e tudo o que tínhamos pesquisado por lá, M. Leblanc arregalou os olhos e soltou um “oh la la!”. :P
Nós ficamos duas semanas em Montreal e uma rodando de carro pelo resto da província (Magog, Sherbrooke, Ville de Québec, Trois-Rivières e Mont Tremblant). Nossa idéia era morar em Montreal mesmo, então deu pra pesquisar bem os bairros e isso foi muito importante. Por exemplo, o Plateau, que todo mundo adora, não nos deixou tão empolgados quanto outros lugares menos “hypados”, como Maisonneuve.
Quanto ao “tour” pelas outras cidades, também foi importante… vimos que realmente não queremos morar em Sherbrooke nem Trois-Rivières, que Magog é muito pequena, que Mont Tremblant é para turistas e que Ville de Québec não é tão grande quanto Montreal mas também não oferece tantas oportunidades.
Se você tem o dinheiro pra isso, acho que vale a pena. Eu tinha uma visão beeem diferente de Montreal do que quando fui lá conhecer (achava que era tipo uma “mini Nova York” e não tem nada a ver – achei bem melhor!).
Fora que é sempre bom viajar. 8)
ibere81ParticipanteGente, um outro site que oferece esse tipo de serviço, mas é um pouco mais aberto (oferecendo também serviços para webwritters, designer e outras áreas relacionadas com novas mídias) é o oDesk. É bem interessante…
ibere81ParticipanteÉ isso aí… não comentei o A Era da Inocência porque eu não vi (nem sei… já foi lançado no Brasil?).
Quanto à questão do filme ter sido patrocinado pela indústria de seguro saúde dos EUA, acho difícil. Primeiro porque é um filme québécois… deve ter tido um subsídio grande por parte do governo (pelo menos a Société Radio-Canada, da SODEC e a Téléfilm Canada eu tenho certeza que deram dinheiro para o filme). Depois que o Denys Arcand é um diretor muito respeitado e sério. Eu duvido que ele teria aceito propina para encaixar essa sub-trama sobre a precariedade do sistema de saúde no Quebec, até porque ele é bastante esquerdista e anti-corporativo (e alguns até o acusam de ser anti-americano).
E a questão de canadenses (os que tem dinheiro) atravessando a fronteira para receberem melhor tratamento nos Estados Unidos é bastante conhecida (assim como americanos que vão para o Canada comprar remédio… go figure).
ibere81ParticipanteGente, só pra apresentar o “outro lado da moeda”, recomendo “As Invasões Bárbaras” (Les Invasions Barbares), é ficção, mas mostra um lado interessante do sistema de saúde público do Québec: superpopulação, corrupção, canadenses indo procurar tratamento nos Estados Unidos. O filme é continuação de “O Declínio do Império Americano” (Le Déclin de L’Empire Américain) e independente da questão da saúde, recomendo muito os dois filmes… são lindos.
ibere81ParticipanteGente, só estava participando do flame wars antes, mas resolvi entrar na discussão do separatismo agora.
A questão de separar ou não, além de todos os pontos já levantados aqui (língua, diferenças políticas, etc), envolve a discussão de um tema muito importante em várias áreas do planeta atualmente: o nacionalismo étnico e a autodeterminação.
Por que o Québec, ao contrário de outras províncias canadenses, tem maior sentimento separatista? Basicamente porque a grande maioria da população é etinicamente diferente do resto do Canadá (maioria de descendetes de franceses). Com isso, muitos defendem que o Québec deveria ser um país soberano porque 1) tem sua própria etnia e 2) essa etnia tem o direito de escolher se vai se separar ou não.
É o mesmo problema que a Sérvia tem enfrentado com o Kosovo (maioria de albaneses), a China enfrenta no Tibete (maioria de tibetanos), a Espanha e a França enfrentam no País Basco (maioria basca), a divisão do Chipre (greco-cipriotas de um lado e cipriotas turcos do outro), a situação de Gibraltar e as Ilhas Malvinas/Falkland Islands (população inglesa vivendo em um território que seria, teoricamente, de outro país), a briga entre Israel e a Palestina, etc etc.
Felizmente o Canadá é um país pacífico e o conflito é bem menos violento que na maiora desses outros lugares (com exceção dos malucões da FLQ e atualmente do MLNQ), mas a divergência continua sendo a mesma, que é a diferente respota que as pessoas dão para a pergunta: deveriam as nações serem definidas pelo povo ou pelo Estado?
Me parece que (pelo menos por enquanto) o Canadá achou uma solução “elegante” para o problema:
Em 2006 o parlamento canadense reconheceu a “nação québécois dentro de um Canadá unido” e antes mesmo disso a região de Ville de Québec já era chamada de Capitale Nationale, a assembléia da provincia é chamada de Assemblé Nationale, os parques da província são “parc nationales”, etc. Isso significa que o Canadá reconhece que o Québec e os québécois são diferentes, pelo menos do ponto de vista cultural, o que justificaria as ações afirmativas québécoisa como a Loi 101 e outras ações para proteger a língua e a cultura québécoise, sem precisar separa o território do Québec do resto do Canadá. É quase que um meio termo entre a separação total e a proposta de Estado Livre Associado que muitos soberanistas já defendiam (onde o Quebec tomaria suas próprias decisões mas continuaria tendo laços fortes com o Canadá, mais ou menos como Porto Rico e os Estados Unidos… um pouco mais independente talvez). Se na cabeça dos separatistas isso vai ser o suficiente ou não, só o tempo dirá.Isso pode vir a ser um problema para os imigrantes… ao declarar os québécois como uma nação cultural diferente e não o Québec, em caso de separatismo étnico, aqueles que não se adequarem à “nação québécois” (allófonos e anglófonos) poderiam correr o risco de ser discriminados e considerados cidadãos de segunda categoria. Não acho que isso vá acontecer, mas é uma possibilidade. Pode não haver discriminação por parte do estado, mas quem garante que não haverá por parte dos indivíduos?
Lembrem-se que o nacionalismo étnico já causou alguns grandes desastres, como na Alemanha nazista que só admitia “arianos” ou a matança de bósnios por parte dos sérvios na década de 90. Acho que algo assim nunca aconteceria no Québec, mas não quer dizer que a separação étnica não possa trazer consequencias ruins para as minorias da provincia.
ibere81ParticipanteEita… dessa vez eu postei três vezes… desculpas mais uma vez.
ibere81ParticipanteThiago, deixa de ser chato, a conversa foi pra outro rumo, qual o problema? Se a minha “revolta alheia” não interessa a mais ninguém é só não responder mais que a conversa acaba. E sim, é uma merda amar o que é dos outros, mas estou me esforçando para que seja meu também.
Luciano, quem disse que é fácil (e conveniente) imigrar foi você, não eu. Só estava te respondendo que não é, e parece que você concorda. Agora, longe de mim reclamar que imigrar é difícil… isso eu não faço mesmo! Ao contrário de muitos imigrantes que passam a destestar o novo país adotado exatamente pelos motivos que você listou (e acabam escrevendo aquele monte de bobagem no not canada), tenho plena consciência do que me espera, medi os prós e os contras versus os problema que enfrento no Brasil e decidi mudar. E o melhor do Brasil não é o brasileiro… o melhor do Brasil é essa terra maravilhosa que a gente tem mas desperdiça: os recursos naturais (água, terra fértil, flora e fauna), a posição geográfica privilegiada (o velho clichê de que aqui não temos vulcôes nem terremostos), uma extensão territorial enorme… e o que a gente faz com isso? Relega o Brasil à posição número 70 no índice de desenvolvimento humano e um dos dez países mais violentos do mundo (somos o nono, o décimo é a Russia). Se o melhor do Brasil é o brasileiro, não quero nem imaginar o que é o pior.
Sérgio, voltei para o Brasil porque fui obrigado: a empresa em que trabalho me transferiu de volta para o escritório do Brasil, fiz de tudo para ficar por lá mas não teve como… é a vida. Quando cheguei de volta ao Brasil, fui muito bem recebido por meus amigos e minha família, mas o país foi cruel comigo como sempre: já fui assaltado por ladrões e pelo governo inúmeras vezes, sou obrigado a morar nesta cidade horrível que é São Paulo porque não encontraria um emprego ingual em outro lugar menos insano (11 milhões de pessoas… é simplesmente ridículo viver em um lugar com tanta gente), os serviços públicos são uma piada… o Brasil tem a obrigação de me acolher de volta, não é nenhum favor que o país faz com seus cidadãos que pagam impostos e ajudam esse país a não ir para o buraco de uma vez. Assim como quando qualquer um aqui pegar a cidadania candense, será obrigação do Canadá acolher-nos. Tanto que é daí que surgiu o termo “canadense por conveniencia”: gente que vai para o Canadá, pega a cidadania e volta pra sua “terra maravilhosa”… até que problemas acontecem e o “porto seguro” inverte e passa a ser o Canadá. É o que aconteceu com muitos dos 50 mil cidadãos canadenses que viviam no Libano e foram evacuados quando os bombardeios começaram no ano passado. Assim que as coisas melhoraram, eles voltaram para o Libano. E se tiverem problemas lá de novo, pode ter certeza que vão correr para o Canada novamente.
Não tive “sorte” de ter sido recebido de volta no Brasil. Se eu tivesse nascido em qualquer outro lugar, o país também teria tido a obrigação de me receber de volta.
Eu etendo que este é um assunto muito emocional: é difícil separar as razões lógicas e racionais para não se gostar de um país de toda a carga emocional e cultural que recebemos desde de criança (incluindo aí a lavagem cerebral da Globo, que sempre tenta passar a imagem de que o Brasil é alguma coisa importante no cenário mundial). Mas se você fizer uma lista de tudo o que existe de ruim no Brasil e comparar com a de qualquer país de primeiro mundo, vai ver que perdemos feio.
Ah! E eu sou ateu e nunca recorri ao papai do céu não… mas isso sim é uma outra história que não tem absolutamente nada a ver com este fórum…
ibere81Participante@fflush”;p=”19815 wrote:
reclamar do brasil e sair fora e’ muito facil e conveniente.
O melhor então é elogiar o brasil mas sair fora do mesmo jeito? É tão fácil e conveniente quanto, mas soa mais simpático.
E sair fora do Brasil, como você que é imigrante bem sabe, não é nem um pouco fácil nem conveniente: você está em uma cultura estranha, falando uma língua que você não domina tão bem quanto a sua, longe da família e dos amigos, sem um histórico profissional, sem uma educação valorizada, sem uma rede de contatos pra te ajudar, sem pão de queijo (isso sim eu vou sentir MUITA saudades).
Eu até entenderia seu comentário sarcástico tivesse vindo ele de alguém morando aqui e com a intenção de não ir embora, mas é fácil elogiar o Brasil estando aí fora… se você acha que “o melhor do brasil é o brasileiro”, volta pra cá e viva cercado por 186 milhões deles…
Sim, eu não gosto dessa terra e tomei a decisão mais egoista: ir embora. Mas eu não vejo ninguém nesse fórum, gostando do Brasil ou não, com intenções diferentes.
ibere81ParticipanteComo eu já comentei, eu já morei fora. Durante o tempo em que estive longe dessa terra maldita fui muito feliz. Voltei pra cá e os problemas voltaram também. No caso da minha esposa, por exemplo, problemas físicos mesmo, como insônia, arritmia, falta de ar… sumiram quando ela estava lá e voltaram quando ela voltou para o Brasil. Por mais que “pegue mal” falar isso hoje em dia, amo os Estados Unidos muito mais do que o Brasil, mesmo tendo vivido muitíssimo pouco tempo lá se comparado com o tempo que vivi aqui.
Continuo sem entender porque sou obrigado a gostar de um lugar só porque nasci nele.
É claro que eu nunca serei um canadense, assim como o “português da padaria” mesmo vivendo ha 30 anos no Brasil continua sendo sempre o portuga, mas isso faz parte de ser um imigrante e todos tem de estar preparados para isso.
É difícil explicar a sensação de inadequação que sinto ao viver no Brasil… trabalhei com muitos brasileiros durante o tempo que morei fora e simplemente não conseguia entender porque eles queriam voltatr para o Brasil, assim como muitas pessoas não entendem porque eu quero sair daqui.
O Brasil é um problema insolúvel, assim como o resto da América Lat(r)ina. Pensa bem: se não conseguimos “chegar lá” até agora, enquanto países mais novos e com menos recursos como Canadá, Austrália e Nova Zelândia estão muito melhor do que nós, você realmente acha que isso aqui tem solução? Provavelmente não, tanto que você optou por ir embora.
O Brasil “me alimentou e me formou”? É questionável… mas mesmo que seja verdade, pode ter certeza que eu teria sido muito melhor alimentado e formado tivesse eu nascido em um lugar mais desenvolvido, como onde meus filhos nascerão. Dizer que não posso amar mais uma terra que me acolheu do que a que eu nasci é como dizer que uma mãe amaria mais um filho biológico do que um adotado.
Quanto a destestar cada brasileiro, isso não é verdade: não é porque coletivamente tivemos a capacidade de gerarmos e mantermos uma nação tão desafortunada e hoje estarmos afundados em problemas que vem sendo criados há mais de 500 anos que individualmente não somos pessoas boas. Meus amigos e minha família, por exemplo, são os únicos motivos que me fariam querer ficar por aqui.
O nacionalismo é só um conceito criado pelo poder para manter as pessoas cooperando não importa quão ruim esteja a situação. Eu só quero morar num lugar que eu ame e não ser obrigado a amar o lugar em que eu moro.
ibere81ParticipanteConseguir emprego daqui sem já ter o visto é muito difícil… você precisa ter algum tipo de habilidade muito específica pra alguém querer assinar uma carta te oferecendo um emprego que você só vai poder de fato trabaçhar daqui a, sei lá, 15 meses, quando o seu visto finalmente sair.
De qualquer forma, dá uma olhada em sites de emprego como o http://www.monster.ca e http://www.jobboom.com e veja se tem algma vaga na qual você se encaixa… não custa arriscar, mas saiba desde já que vai ser muito difícil.
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