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  • em resposta a: O lado B do Québec – Quebrando o sonho do paraíso…. #33901
    FCelso
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    Corroborando a colocação do Fabio75,

    A condição ruim das estradas se deve às diferenças brutais de temperatura durante o ano. Mas isso acontece porque o poder público aqui decide por utilizar um asfalto/concreto de menor qualidade e preço, necessitando reparos com maior freqüência. Uma amiga de Sherbrooke me informou que poderia ser utilizada tecnologia que é utilizada nos EUA e em outros lugares do Canadá, mas não o fazem pelo quesito preço.

    A impressão que tenho é de excessivo conservadorismo. Mesmo os quebequenses se mostrando abertos às descobertas (comidas diferentes, lugares diferentes para viajar, etc), são muito conservadores no que diz respeito ao modo de se trabalhar. Geralmente se tem um procedimento pré-determinado para fazer uma tarefa, o qual se aprende formalmente. Utilizam um lista de checagem que deve ser formalmente seguida.

    Percebi recentemente uma propaganda do Mc Donald’s onde a moça come uma comida de origem hispanofônica e fala espanhol. Seria esse uma primeira aproximação para melhorar a aceitabilidade dos hispanofônicos? Talvez. Mas esse exemplo, aliado à grande quantidade de alimentos de origem diferente presente nos supermercados, me faz acreditar que Québec está se preparando bem para integrar os imigrantes que aqui chegam. Se o imigrante decidir restringir suas relações pessoais ao seu idioma, bom… isso não depende do governo. Mas é certo que para melhorar a empregabilidade, francês e inglês são os idiomas necessários.

    Acredito, ainda, que com o aumento do número de imigrantes, a tendência seja transformar a sociedade, deixando ela um pouco mais dinâmica.

    Sobre o tráfego, todo quebequense pára em placa de PARE. Na maioria das vezes param na linha de parada, pois se não parar pode bloquear a linha de ônibus. Sempre param para pedestre. Dobram à direita quando o sinal está vermelho, e tem uma placa que indica essa permissão (com o horário, inclusive). Quando se chega num cruzamento sem semáforo, quem parou primeiro é o primeiro a sair (mas todos param).

    Minhas opiniões são restritas à Cidade do Québec, sendo majoritariamente Ste-Foy/Sillery, Vieux Québec, Baisse-Ville, Haute-Ville, Charlesbourg.

    Abraço,
    Fabrício

    em resposta a: Quando a temperatura chega aos -30… #33786
    FCelso
    Participante

    Olá Carlos e demais colegas do fórum,

    Finalmente estou podendo escrever um pouco, agora com um pouco mais de experiência a respeito da Cidade de Québec.

    Em relação aos carros, além dos cuidados que o Carlos mencionou, vou citar mais alguns:

    – Ter um aquecedor de motor (block heater / chauffe moteur) instalado no veículo, que se liga na tomada para os dias mais frios. Deve-se evitar de deixar muito tempo ligado. Por exemplo, se ligar à noite o sistema ficará aquecido muitas horas e a neve acaba derretendo sobre o capô e nas partes internas, facilitando a corrosão. O ideal é ligar em torno de 1 hora antes de sair com a viatura. Isso se utiliza quando estiver abaixo de -25oC.

    – Quando estacionar o carro, cuidar para deixar a frente do mesmo em direção a um anteparo, o que ajuda a reduzir o efeito de refrigeração do VENTO.

    – O tratamento anti-corrosivo é primordial caso se pretenda ficar com o veículo durante um bom tempo.

    – É importante lavar o veículo mais freqüentemente no inverno por causa da corrosão. O ideal é uma lavagem por semana, especialmente na parte de baixo do veículo.

    – Antes e depois do inverno, tratar bem a carroceria (encerar) do carro para evitar a degradação da pintura. Isso ajuda a sujidade e a água a não aderirem na pintura. Ainda nesse contexto de antes e depois, fazer uma revisão geral. Também se recomenda trocar o óleo antes e depois do inverno.

    – Ter sempre dentro do carro uma pá, um frasco grande de líquido para limpador de pára-brisa (até -40 ou menos) e um raspador de vidros/escova para tirar gelo e neve. Além disso recomendam também outros itens de segurança como triângulo, lanterna, caixa de ferramentas em geral, luvas de trabalho para inverno, aquecedores químicos para mãos e pés, botas e demais vestimentas para o inverno (especialmente no caso de viajem).

    – Em relação aos pneus, geralmente quem mora fora da cidade usa pneus com pinos metálicos, pois as estradas não são sempre limpas. Na cidade pode-se usar tranqüilamente os pneus de inverno. Atolar ou não, no caso de haver neve, é uma questão de conhecer o seu veículo. Tração dianteira e veículo leve não funciona bem nessas condições, ainda mais se o veículo tiver uma altura do solo muito baixa. Por exemplo, 10 cm de neve pode ser muito para um Toyota Yaris, enquanto um Ford Escape passa por isso sem problemas. A marca e o desgaste dos pneus influenciam muito o desempenho. Embora todos os pneus de inverno trabalhem razoavelmente bem (e muito melhor que os pneus 4 estações), algumas marcas perdem o desempenho com o desgaste, enquanto outras mantém a performance razoavelmente estável ao longo de toda vida útil do pneu. Como boas marcas de pneus, recomendo os Toyo, Yokohama e Michelin. Encontra-se nas livrarias diversos guias de compras, tanto de pneus, como de veículos, entre outros produtos. Acredito ser interessante para quem for viver por aqui ter acesso a esse tipo de conhecimento.

    – Experiência prática na parte antiga da cidade: Subida da Rua Santa Ângela, veículos com pneus de inverno, tração dianteira, apanham bastante para subir, mesmo com uma pequena quantidade de neve caindo, e com manutenção constante das ruas. Os veículos com pneus de inverno e tração integral passam bem por essa situação.

    Abraço,
    Fabrício

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