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20 de maio de 2008 às 15:38 em resposta a: 2ª. Chamada – não desanimem somos Brasileiros e vencedores #29258exu666Participante
Marisa,
acompanhei sua situação pq começou quando obtive meu CSQ, então lhe parabenizo pela conquista, só um detalhe: (sei que vou ser malhado, mas lá vai:) Isso não tem nada a ver com DEUS ou qq outra entidade ou religião! Receio que se vcs levarem consigo esse fervor religioso para Québec poderão entrar em atrito com a estrutura sócio-cultural de lá… só um conselho…
exu666ParticipanteO relato é da minha esposa só quero acrescentar a dica de que a diária de fim-de-semana do blue tree towers da Berrini cai de 546,00 pra 116,00 e o hotel é muuuuito bom. Obrigado a todos cujos relatos e dicas nos pautaram :D
Pessoas,
Como os relatos antigos de entrevista foram mto úteis para nós, resolvi
retribuir e postar o nosso.
É longo.Abç,
Cláudia
Estávamos especialmente ansiosos para a entrevista. Nosso timeline é bem
atípico e contribuiu pra aumentar o nervosismo.16/07/07 – envio do dossier
20/07/07 – chega dossier em BA (rastreamento sedex)
26/07/07 – recebemos e-mail c/ nº do processo
24/08/07 – recebemos e-mail marcando entrevista para 30 de novembro27/11/07 – Recebemos e-mail cancelando nossa entrevista devido a problemas
de saúde da entrevistadora21/02/08 – recebimento de e-mail marcando entrevista para 14/04/08
15/04/08 – entrevista e obtenção do CSQ
Meu marido de terno e gravata, eu de terninho de linho, chegamos os dois uma
hora mais cedo. Eu sou a aplicante principal. Fomos recebidos com um *
bonjour* e encaminhados a uma salinha de espera.Eu, à beira de um surto psicótico, e o marido falando sozinho pra treinar o
francês, ouvimos a moça da recepção atendendo a um telefonema hilário: um
sujeito queria saber se podia mudar a data da entrevista. Ele queria
antecipar e ouvimos a moça respondendo bem indignada: “*não senhor, no
Canadá são direitos iguais pra todos e não tem nenhuma taxa q o senhor possa
pagar para acelerar o processo*”. Serviu pra gente descontrair.Às 14h30 em ponto aparece o M. Leblanc, trocamos *bonjours *e *enchantéS *e
o seguimos ao escritório.Mesa enorme, na hora ficou claro q esparramar os papéis não ia ser um
problema. Tiramos o mapa do tubão de arquiteto colocamos na mesa e fizemos
aquela cara de paisagem. Silêncio. *Alors…* Começamos já falando q havia
alterações a fazer na Demande de Certificat. Ele: *pas de problème*. E não
teve mesmo.Começou o ritual de conferência de papelada: passaporte, estudos, trabalho.
No meu caso, na experiência mais antiga, havia um lance na carteira q eu nem
lembrava mais, q foi uma mudança de CLT para estatutária (funcionária
pública). Sorte que eu lembrava onde estavam as anotações e, como fica td na
mesma pasta há anos, estavam lá as publicações no Diário Oficial. Deu
trabalho pra explicar, mas ok. Tb acrescentei minha experiência como
voluntária em assessoria de imprensa de uma ONG de proteção animal aqui da
cidade. Ele olhou o certificado mas não digitou nada não. Perguntou se eu
sabia da Federação de Jornalistas, expliquei que sim, falei q era meio
parecido com o Brasil, só q ainda mais flexível. Mostrei minha carterinha de
jornalista sindicalizada daqui e falei q vou pedir a da federação
internacional.Na vez do marido, o erro tinha sido na hora de preencher, e tínhamos
colocado tempo a mais de experiência. Sem problema, ele aceitou a redução no
documento.Fomos para as comprovações de idiomas. Dei pra ele meu DELF B2 e minha
matrícula no Avançado III da Aliança. Pediu os meus de inglês, entreguei
minha coleção (Cambridge, City & Guilds, Ielts, Toefls, GRE) e ele exclamou
*u-la-la. *Começamos a nos sentir em casa.Daí meu marido entregou as matrícula de francês dele e explicou q evolui do
*niveau zéro* pro *niveau un*. Foi a vez do M. Leblanc desopilar o fígado:
se acabou de rir do *niveau zéro*. Depois de tirar uma onda, o Zé (marido)
perguntou se ele não queria ver o de inglês. M. Leblanc perguntou se era o
mesmo nível de Madame (eu) e o Zé (*pequeninho…)* disse q não mesmo. E
entregou o certificado de avançado da escola de inglês. M. Leblanc disse q
não era importante.Enquanto ele digitava e digitava, fazia umas perguntas. Pq o Québec?
Expliquei sobre a minha origem francesa e que me sentiria bem em um lugar
com essa herança cultural e ao mesmo tempo com o dinamismo da América do
Norte. Disse q não era bem o Canadá q eu queria e mais o Québec mesmo. O Zé
disse q ia até pra China atrás de mim.Expliquei q outra mudança era a *ville* de destino. Tinha colocado Laval mas
teríamos de optar por Montreal, por conta do mercado de trabalho pra minha
profissão (jornalista). Ele concordou.Ele pediu pra ver as minhas ofertas de emprego. Mostrei algumas (tem
bastante em sites específicos de comunicação, não nos estilo *catho*). Disse
q eu sabia das limitações de idioma e mostrei – a pedido dele – várias
outras opções, de atendente de vídeo-locadora a recepcionista. Expliquei q
minha estratégia vai ser tentar entrar no métier, de qualquer jeito, fazendo
café, arrumando cabelo, fazendo maquiagem (comecei como assistente de
produção) e lá dou um jeito de mostrar como sou boa.Ele perguntou se eu não tinha medo, já que teria de voltar pra base da
pirâmide. Disse q não e contei a história do meu pai, que ao 50 anos perdeu
tudo e teve de começar do zero. Mesmo sendo um profissional ultra bem
qualificado, competente e tals, foi uma humilhação, já era *velho* pra
conseguir emprego, tinha de ganhar saco de batata de parente. Eu tinha 15
anos e comecei a trabalhar. Falei que não tenho problema pra recomeçar pq
estou ciente de q isso pode acontecer aqui no Brasil: daqui a 10 anos serei
‘velha’ tb, já com 40 anos. Melhor recomeçar agora, no Canada. Aliás, quero
fazer meu doutorado e aqui no Brasil não é bom negócio, diminui a
empregabilidade.O Zé mostrou as vagas dele (nada megalomaníaco, aliás) e o M. Leblanc
começou a pedir as certificações de que ele tinha as competências exigidas,
como o SQL, etc, etc. Meu amor se embananou mostrando as telinhas dos
programas q ele desenvolve, e lá fui eu explicar, q mtas das exigências eram
pré-requisitos da graduação em si, e se ele não soubesse, nem trabalhar tava
trabalhando.Qdo fui falar dos apartamentos pesquisados, mostrei q só tínhamos olhado
apês que aceitavam cães. Mostrei tb os hotéis q aceitavam pets. Ele ficou
impressionado. Foi a deixa pro papo descambar. Mostrei foto do Leopoldo (um
vira-lhasa), conversamos sobre nós morarmos *chez lui*, e não ele *chez nous
*. Ele falou gostou de 2 gatos q viu numa feirinha de adoção, batemos maior
papo, falamos sobre o respeito q os canadenses têm para com os animais,
sobre a ignorância dos brasileiros q não castram seus bichos.Pediu pra ver o mapa e daí então ele foi à loucura. Perguntou onde
conseguimos, explicamos q na internet e daí imprimimos. Perguntou se a
impressão fora feita no Brasil mesmo. Modéstia à parte, tava bonito à beça
nosso mapa gigante, cheio de adesivinhos coloridos pros apês, hotéis,
federação de jornalismo, universidade, veículos de comunicação, locais de
reunião do vigilantes do peso (q freqüento, e expliquei q vai me ajudar na
adaptação alimentar)…Voltamos a falar do Leopoldo (q aliás, por tabela, tb foi aceito pelo
Québec) e falei de todo o processo necessário e custos. Mostramos inclusive
q no nosso orçamento pra duas pessoas, passava um pouco da média pq
incluímos o au-au. Entre risadas, ele fez uma cara de quem tinha esquecido
de algo, e disse q havíamos sido aceitos pelo Québec. O Zé, tadinho, com
maior cara de paisagem, perdido q tava no papo, quase começou a chorar.Muitas *félicitations*, muitos elogios pelo nosso projeto *três fort*,
elogios à apresentação, recomendou a equivalência dos nossos diplomas, q era
melhor não mandar pelo correio não, mas deixar pra fazer lá. Deu a papelada,
explicou umas coisas e *au revoir*.Fomos embora alucinados, despencamos pra Guarulhos e caímos no chopp.
Gente muuuuuito fina esse M. Leblanc.
exu666ParticipantePois é galera, nossa entrevista é dia 18/04 e esse negócio do IR tá me dando azia desde já.
Minha esposa que é a requerente principal e a firma é minha, durou 3 anos e já está devidamente encerrada desde o ano passado, mas a papelada do IR tá meio “nebulosa”, não sei se devo levar meu IR de pessoa física E/OU o IR de pessoa Jurídica… Tomara que ele não peça hi hi hi.
Será que não dá pra pedir pra ele desconsiderar essa parte da experiência profissional? :(
exu666ParticipanteEspektro, uma pergunta boba:
Amigo, por favor, as declarações de IR que você apresentou ao M. Leblanc são suas de pessa física né? E não as IRPJ’s, certo?
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