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7 de janeiro de 2007 às 20:02 #4471GiulianoParticipante
Canadenses criticam sistema público de saúde | 23.07.2004 EXAME
Por Denise Dweck
As eleições no Canadá estão servindo para os eleitores demonstrarem seu descontentamento com o sistema público de saúde. Veja mais alguns dados sobre a opinião dos canadenses em relação ao serviço no país. As fontes dos dados são: Pollara, Statistics Canada, Ipsos-Reid e Léger Marketing.
• 53% dizem enfrentar dificuldades no acesso a serviços de saúde
• 89% dizem que o governo deve gastar mais com saúde
• 60% aceitam pagar um valor extra para ampliar o número de serviços oferecidos no serviço público e reduzir o tempo de espera por atendimento
• 61% aceitam pagar por um plano de saúde público adicional para cobrir o que não é oferecido pelo governo
• 64% dos moradores de Québec julgam insuficientes as medidas para o campo de sáude anunciadas pelo primeiro-ministro do Canadá, Paul Martin na campanha
• 70% dos moradores de Québec dizem que o governo deveria abandonar a gestão da saúde
• 25% da população canadense considera o serviço de saúde o principal tema a ser enfrentado pelo país. Em segundo lugar vem economia, apontada por 13% dos canadenses.Entre o público e o privado | 16.07.2004
Eleições mostram o descontentamento dos canadenses com o sistema de saúde do paísAndrew Stawicki/zuma Press
Marcha a favor do sistema público: cada vez mais raras
Por Denise DweckEXAME O argumento mais forte para a privatização de diversos setores da economia é que os governos não conseguem custear e manter um serviço público de qualidade. Nesse contexto, o atendimento de saúde do Canadá — estatal e gratuito — sempre funcionou como uma bandeira dos partidos de esquerda, um exemplo de que o serviço público pode ter, sim, condições de gerir certos setores. Basta vontade política. Pois o sistema admirado até pouco tempo já não desfruta do mesmo prestígio. Numa pesquisa recente, um em cada quatro canadenses considerou a prestação de serviço de saúde o pior problema do país. Outro levantamento mostrou que mais da metade da população local é favorável à criação de um sistema privado, algo inimaginável há dez anos. O assunto tomou conta das últimas eleições. Os conservadores, que perderam por pouco, defenderam a participação de empresas privadas no setor. O partido liberal do primeiro-ministro Paul Martin ganhou o pleito, mas foi obrigado a formar um governo de minoria (o que não acontecia havia 25 anos). Além disso, prometeu a revisão do sistema. Nas províncias do país, a reação é ainda maior. O conservador Ralph Klein, governador da província mais rica, Alberta, anunciou a realização de um plebiscito para privatizar um pedaço do sistema.
A principal razão para o desgaste do serviço público é, por incrível que pareça, a precariedade do atendimento. Algumas características apontadas lembram a situação vivida em diversos hospitais públicos brasileiros. Vários pacientes no mesmo quarto, filas (a média é um mês de espera), casos de corrupção e erros médi cos. No mês passado, houve o julgamento de uma médica, considerada culpada pela morte de um paciente. O homem sofreu um ataque cardíaco e ela não o atendeu, alegando falta de médicos no setor de emergência. Outro grande problema é a escassez de equipamentos. Um estudo do Instituto Fraser sobre o desempenho de países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na área da saúde mostra que o Canadá é o número 1 em gastos, em torno de 10% do PIB, mas um dos piores na qualidade de equipamentos. Mas o grande problema é que o cidadão canadense, uma das maiores rendas per capita do mundo, não tem o direito de escolher entre o atendimento público e o privado num dos momentos mais importantes de sua vida.
Essa situação foi magistralmente retratada no filme Invasões Bárbaras, um dos ganhadores do Oscar, em que o personagem principal chega a cruzar a fronteira com os Estados Unidos para se submeter a um tipo de exame. Esse recurso é muito utilizado por lá. “Algumas vezes, é a única opção”, diz Daryl Urquhart, diretor do Shouldice Hospital, único hospital privado do país. Hoje, a presença da iniciativa privada restringe-se a clínicas de ortopedia, de exames de ressonância magnética e ao hospital de Urquhart, especializado apenas em cirurgias de hérnia. Há também alguns planos de saúde restritos a tratamentos dentários e medicamentos. No mais, está tudo nas mãos do Estado. Esse modelo, inaugurado em 1971, deu ao Canadá o título de única democracia do mundo com um monopólio público no setor de serviços médicos e transformou o país num exemplo permanente para partidos socialistas do mundo inteiro. Depois de três décadas, a revisão do sistema público canadense é uma derrota para os que acreditam na capacidade do Estado, de qualquer Estado, de administrar um serviço de qualidade para a população.
O tamanho da insatisfação
O serviço público de saúde do Canadá foi um dos assuntos mais debatidos na última eleição. Veja a opinião da população sobre o tema
25% da população considera esse assunto o pior problema do país
51% são favoráveis à criação de um serviço de saúde particular
53% dizem enfrentar dificuldades para ser atendidos no sistema público
62% dizem que o sistema não está preparado para o tratamento de doenças complexas
Fontes: Pollara, Statistics Canada, Ipsos-Reid e Léger Marketing
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