Vou responder por mim: o problema não é o Brasil em si, mas a impossibilidade de continuar nele.
Quando demos entrada no processo federal, era uma questão de 6 a 8 meses. Eu fui sincero com o meu empregador sobre a minha saída, ajustei planos com ele para ficar no país trabalhando por esse período de tempo, comecei a lidar com a situação do apartamento, do carro, das minhas coisas…
A família passa a “participar” do processo; eles querem saber quando você vai, querem organizar despedidas; para os que tem filhos, tem a questão do ano letivo, da adaptação. Para quem tem animais de estimação, providências de transporte, embargo ou não de inverno.
Enfim, você “ajusta” a sua vida de acordo com expectativas, e elas são frustradas com a extensão do prazo – justificada ou não. Aí você compara: o que é melhor? Continuar esperando indefinidamente no país, ou antecipar a sua preparação, “ganhar uma vantagem” com o idioma a tempo de se preparar para a busca de empregos quando o RP sair, enfim, você já está vivendo “meia vida” no Brasil, e só quer colocar a sua vida em marcha novamente.
Tem um limite do quanto você aguenta ver a sua vida parada – sem investir no seu imóvel, ou trocar de carro, ou começar uma nova pós graduação, um mestrado, sem decidir por ter filhos – indefinidamente. Então você reúne as condições, que no meu caso inclui economias e um trabalho sólido de consultoria no Brasil, e decide que pode aguentar esperar os próximo meses “in loco”, ajustando-se até que o consulado resolva se ajustar também.
É uma boa decisão? Talvez não. No meu caso está funcionando, mas não sei dizer por quanto tempo eu aguentaria esperar mais. O fato é que pelo menos eu fiz alguma coisa, e estou tendo uma experiência válida. E tudo dentro dos rigores da lei, sem falcatruas, dependendo única e exclusivamente do meu suor e das minhas possibilidades.