karlamatias

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  • em resposta a: Québec separatista #26231
    karlamatias
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    1. Paz e amor, gente! Defendamos nossas opiniões, mas sem ataques pessoais! Eu admito que eu uso termos muito fortes para explicar meus argumentos, mas procuro não direcionar a crítica para ninguém pessoalmente pois não conheço ninguém pra julgar. Quando algo me irrita, gosto de lembrar de uma frase de Gandhi “odeie o pecado, não o pecador”. Sei que é difícil, realmente alguns comportamentos me irritam, mas eu prefiro criticar o comportamento não as pessoas que o têm.

    2. Lúcio, obrigada pelo comentário. Mas fiquei curíosíssima para saber por que você acha que estou preparada para viver em qualquer lugar. Não estou perguntando isso por vaidade, não estou pedindo elogios! Fiquei apenas tentando descobrir o que você observou no meu discurso que você considera importante em um imigrante para conseguir se adaptar, segundo sua experiência no Québec. Acho que é a isso que você se refere, não? Depois você disse que “quem é insatisfeito no Brasil, costuma ser insatisfeito no Québec”, por isso que sei que seu comentário a meu respeito se refere às qualidades do IMIGRANTE e não às minhas pessoalmente. Se isso for fugir demais do tópico, para respeitar a organização do fórum, talvez seja melhor comentar em algum outro sobre integração ou algo do tipo. Mas se você, como imigrante, observou que certos comportamentos dos brasileiros são mais positivos ou negativos, vale a pena deixar sua percepção para outras pessoas refletirem a respeito.

    3. Mauro, você é bastante bem informado e vou sim ler a respeito do que você colocou sobre a luta separatista. Mais uma vez, afirmo que não estou gabaritada a ser a favor ou contra a separação porque sou ignorante sobre o assunto e porque, como muitos disseram, não temos nenhum envolvimento emocional com essa luta histórica. Como imigrante, terei o dever de me informar, mas vai levar muito tempo até eu poder me sentir parte do processo.

    4. Carlos, peço desculpas pelo transtorno. Entendo o esforço dos moderadores para manterem a ordem, mas realmente é muito difícil não escapar do assunto no decorrer de um debate complexo e aberto. Pra conseguir que se mantenha exclusivamente o tema do tópico, infelizmente, a única maneira é acabar o fórum e todo mundo passar a elaborar questões de múltipla-escolha sem direito a comentários! Mas enfim, para colaborar com a organização e talvez puxar o assunto de volta para o foco, minha resposta à pergunta inicial é a seguinte:

    Assim como o Pessoa, sairia do Québec SIM se a vida se tornasse insuportável independentemente de separação! A única diferença entre minha resposta e a dele, é que felizmente, no lugar onde vivo, a vida não é insuportável. João Pessoa tem inúmeros problemas, mas não apenas é suportável como agradável pra muitos moradores, em muitos aspectos. Infelizmente, sei que essa não é a realidade de muitas outras cidades brasileiras.

    Na verdade, digo aqui o que falei para minha família e amigos: se nos 3 primeiros meses eu não conseguir no mínimo um “job” dentro ou fora da minha área que ao menos pague as contas mais básicas (não me refiro a produtos da Lancôme e roupas de marca, mas ao trio moradia+alimentação+transporte sem luxo, mas com dignidade), já estou decidida a não ficar lá, simplesmente porque não acho justo sair do meu país e do convívio da minha família para “sobrar mês no fim do salário” como diz a piada, pois essa situação eu já tenho aqui, sem solidão e sem frio de -45°!

    O bureau aprovou meu dossier sem a entrevista, reconheceu minhas qualificações, incluindo minha experiência profissional, me considerou fluente nas duas línguas oficiais do país, aceitou meu contrato de manutenção para 3 meses com o valor mínimo exato de 2593 dólares, muito provavelmente seria recusada na francisação se tentasse (não pretendo tentar, mas fazer aqui no Brasil online para não acabar tirando a vaga de quem realmente precisa), enfim, assumiu que meu “profil est excellent” apesar de eu ser “lisa”! (o perfil de quem se encaixa nessa categoria, segundo eles do bureau, está escrito aqui, não estou delirando não: http://www.immigration-quebec.gouv.qc.ca/fr/immigrer-installer/travailleurs-temporaires/resident-permanent/processus-selection.html).

    Meu CSQ é lindo! Por isso sou muito radical neste ponto, estou me baseando no que está ESCRITO: se me deram a “acceptation sur dossier”, então imagino que esteja no nível de cair no mercado de trabalho de cara, sem grandes dificuldades. Se acontecer o contrário, pra mim vai ficar provado que a conversa das palestras é falácia, é realmente “o canto da sereia”. Vou fazer minha parte, se o Québec não fizer a sua, saio de lá sem olhar pra trás!

    Boa semana, pessoal! :)

    em resposta a: Québec separatista #26185
    karlamatias
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    Oi, gente… quero vir com calma comentar tudo porque vi colocações importantíssimas, mas este fim de semana está corrido já que estou recebendo alguns amigos aqui em João Pessoa. São futuros imigrantes do Québec que decidiram não partir do Brasil sem dar um pulinho do “extremo oriental das Américas”. Sábia decisão! hehehe ;)

    Só queria responder à pergunta: por que vou imigrar? Vou responder enumerando porque é mania minha mesmo, mas não significa ordem de importância.

    1. Motivos pessoais, bem pessoais mesmo que não vou expor aqui pois se referem à vida familiar.

    2. Sou formada em TURISMO, uma área relacionada a viagens, línguas estrangeiras, culturas etc. Como já falava inglês e francês, já tinha experiência profissional em ambas as línguas, tenho formação em uma área não regulamentada, o que facilita minha inserção no mercado de trabalho em qualquer lugar do mundo etc., amigos que vivem no Québec me estimularam a dar entrada no processo e agarrar a oportunidade de trabalhar de maneira legal em outro país, pois achavam que teria grandes chances de ser aprovada. Eles estavam certos: pouco mais de 1 mês após eu ter enviado meu dossier a Buenos Aires, consegui a “acceptation sur dossier”, isto é, me enviaram um e-mail me liberando da entrevista e me mandaram o CSQ por correio. Até então, pensava em trabalhar um tempo na Inglaterra, em um museu de Londres onde uma amiga trabalha que estava precisando desesperadamente de profissionais, mas eu não estava disposta a ir ilegal. Como profissional de turismo, posso trabalhar no Québec, na China, na África e onde mais achar interessante! Tenho colegas de curso espalhados pelo mundo porque nossa profissão permite isso.

    3. Moro em João Pessoa, uma cidade LINDA, que ainda não é das mais violentas, tem um custo de vida razoável, praias maravilhosas, ar limpo… Felizmente, ainda não foi degradada pelo turismo de massa, como outras cidades do Nordeste, mas do ponto de vista profissional, infelizmente boa parte dos empreendimentos turísticos é amadora e não contrata profissionais qualificados para não pagar bons salários. Esse é um problema específico da minha área, mas não significa que minha cidade NÃO PRESTA. Tenho amigos estrangeiros que deixaram tudo nos seus países pra ficar aqui porque acham a cidade um paraíso. Mas na minha área, devo admitir que não tenho encontrado boas perspectivas profissionais. Quem sabe no futuro?

    4. Logo que comecei a pesquisar sobre empregos no Québec, encontrei uma oportunidade de trabalhar fora da minha área em Montréal, para realizar um projeto antigo. Vou tentar um trabalho em tempo pacial em uma organização para autistas que é exatamente o modelo de instituição que minha família sempre sonhou em criar aqui em João Pessoa, de apoio às famílias de crianças com autismo e outros distúrbios. Entrei em contato com eles e me pediram para procurá-los assim que chegar a Montréal para fazer uma entrevista, pois para a função que eles oferecem, eles privilegiam bastante pessoas que têm experiência prática na convivência com o problema. Convivo há 26 anos diariamente com um autista, então acredito que se interessaram por essa minha bagagem. Tenho a intenção de adquirir experiência na organização e trazer o modelo para meu estado posteriormente. Não sei se vou conseguir, mas fiquei bastante animada depois que vi que posso ter essa oportunidade, pois o que me motiva a fazer isso é uma questão pessoal e social.

    Bem, os motivos mais fortes são esses. Mas acho importante lembrar: optei pelo visto de imigrante porque achei que era o mais seguro, porque achei que seria a oportunidade de ter uma porta aberta em definitivo. Entretanto, a imigração não é um caminho sem volta! Usando a mesma expressão que usei em outro tópico: não vendi minha alma ao diabo! Na hora em que não quiser ficar no Québec, volto pra cá, vou pra outro país, enfim, vou aonde quiser porque apesar do respeito que tenho pela província que está me acolhendo, a minha liberdade de ir e vir é muito mais valiosa que os dólares que eles possam ter gastado no programa de imigração.

    Depois comento as questões que estamos discutindo. E me perdoem quaisquer erros gritantes no português, mas tô caindo de sono!  :yawn:

    Um ótimo fim de semana para todos!  8)

    em resposta a: Québec separatista #26110
    karlamatias
    Participante

    É, Ricardo, vou matutar um pouco sobre isso… Não assisti a nenhuma palestra, dei entrada no processo estimulada por amigos que moram lá, brasileiros e nativos. O entusiasmo eu entendo perfeitamente, é normal, porque toda mudança na vida da gente, principalmente uma mudança que traz esperança de dias melhores, causa animação. Eu também estou no processo, também falo muito a respeito com a família, amigos… Dez anos atrás quando fui à Inglaterra, lembro que fiz a contagem regressiva no calendário de tão feliz que estava com a viagem.

    Mas a questão específica do nacionalismo é que ainda preciso entender e acho que não é algo tão individual e pessoal não, é algo que percebo que está atingindo as pessoas coletivamente. E até o ponto em que os imigrantes que saírem daqui começarem a pintar uma imagem cada vez mais negativa do Brasil lá fora, deixa de ser algo de interesse apenas pessoal. Já respondi inúmeras vezes à pergunta “por que você quer vir pra cá?” Enquanto a gente responde com algo pessoal, beleza! Mas se todos resolverem malhar o país, tá ruim! Considerando o discurso de algumas pessoas que estão enfeitiçadas pelo Québec, a imagem do Brasil que será transmitida com essa leva de imigrantes não é muito bonita, pois já vi gente esculhambando o país num tom de subserviência pra exaltar o Québec e agradar os nativos.

    Vi alguém dizendo no tópico sobre a matéria do Jornal Nacional algo do tipo “o problema é que muitos brasileiros vão imigrar ilegalmente e prejudicar a gente que tá indo legalmente”. Lembro que muita gente reclamava que na Disney, brasileiro era visto como mal-educado e barulhento. Algumas brasileiras reclamam que não são respeitadas pelos homens no exterior porque brasileira tem má fama! E ai? E se é decisão pessoal ir ilegalmente? E se educação de casa é algo individual? E se a vida sexual de alguém também é pessoal? Por que tem tanta gente preocupada? Pra mim, a resposta é que nós temos uma responsabilidade com a imagem do grupo ao qual pertencemos. Lembro que na escola onde estudava quando era pequena, alunos pegos fazendo algo errado com a farda da escola sofriam punições severas para resguardar a imagem da escola.

    Você disse bem: “desde que não prejudique ninguém”. Mas o “nacionalismo québecois” dos brasileiros que estão nesse estado de exaltação se dá às custas da imagem do nosso país. Não acho legal não! Pra mim, o Brasil é como alguém da família com quem se briga de vez em quando, e a gente até aponta os defeitos, mas não permite que ninguém desrespeite e no fundo o que a gente quer é conviver melhor. Acho que falta essa atitude nos brasileiros, de debater os problemas do país sem denegrir a nossa imagem. Tenho lido coisas que machucam. Por isso que me permito criticar tal atitude, não como julgamento pessoal, mas como brasileira.

    Abraço!

    em resposta a: Québec separatista #26104
    karlamatias
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    Márcio, isso é verdade, como estamos indo na seleção do Québec certamente vamos ser afetados por toda e qualquer decisão política da província. A imigração é como um casamento, um pacote completo, com bônus e ônus!  hahaha :lol: E, por enquanto, vamos ter de ficar apenas assistindo os acontecimentos, já que a participação política só é permitida com a conquista da cidadania.

    Não averiguei ainda se com “participação política”, eles se referem apenas ao direito ao voto ou também a debater política. Aqui no Brasil, lembro de um professor cubano com quem fiz um curso de planejamento turístico que se calava quando começávamos a falar dos aspectos políticos do planejamento, e ele explicou que fora “proibido” de debater política aqui. Alguém que entende de diplomacia, favor explicar se essa proibição procede! Achei pesado falar em “proibição”, mas não sei! Fiquei pensando: será que essa probição é só para cubanos? Até onde eu sei os norte-americanos opinam bastante na política brasileira… e na do resto do mundo! hahaha :P

    Sou formada em turismo e na minha área não há uma ordem profissional. A minha profissão não é regulamentada porque o mercado de trabalho não é homogêneo como o de vocês da área de saúde. Posso trabalhar em qualquer província canadense. Se bem quem agora vc me despertou uma dúvida: não vou precisar de entrar numa ordem para atuar no operacional (hotéis, agências etc.), mas como pretendo lecionar no ensino técnico, vou fazer a avaliação de estudos pra tentar validar meu mestrado no Québec. Me pergunto agora se a validação vai me permitir lecionar em outras provícias. Vou procurar me informar, e se alguém souber, compartilhe essa informação, por favor, pois sei que não sou a única que pensa em lecionar lá.

    Mauro, só fiquei meio incomodada com um detalhe da sua declaração: não acho que pessoas que lutam por uma causa social/política possam ser consideradas “idiotas” não: 1. porque só quem entra numa luta social sabe o que o motiva; 2. porque as lutas sociais não são coisa do passado, hoje elas são mais necessárias do que nunca!

    em resposta a: Québec separatista #26095
    karlamatias
    Participante

    @karlamatias”;p=”19715 wrote:

    Parabéns, Pessoa! Quero dizer que realmente gostei da sua resposta porque você foi o primeiro que não veio com a conversinha de “amor eterno ao Québec”. Conversinha bem hipócrita na minha visão!

    Perdão, Ricardo, você não entendeu mal não, fui eu quem não se expressou bem!!! Eu queria dizer “conversinha de ALGUNS BRASILEIROS DE “amor eterno ao Québec”. Por isso que pareceu que eu estava me referindo à luta separatista.

    O “amor eterno ao Québec” dos québecois, você está coberto de razão, só quem sabe da ideologia deles são eles! O que a gente fala é só “achismo”. Mas o “amor eterno ao Québec” dos brasileiros é que acho esquisito! Logicamente, com a exceção daqueles que possuem alguma ligação mais antiga ou profunda com o Québec, ai dá pra entender!

    Se bem que a nossa cultura é engraçada: a gente acaba de conhecer alguém tomando uma cerveja numa mesa de bar e vira amigo de infância! Talvez essa identificação cultural em tempo recorde com um lugar onde nunca pisamos (é o caso da maioria) seja um traço cultural nosso mesmo! :P

    em resposta a: Québec separatista #26093
    karlamatias
    Participante

    Oi, Ricardo, acho que só não fui compreendida em um ponto: a “conversinha hipócrita” à qual me referi não é a ideologia separatista. A “conversinha hipócrita” à qual me refiro é àquela dos brasileiros que alguns dias atrás ouviram falar do Québec pela primeira vez em uma palestra e já se declaram francófonos, québecois de corpo e alma, beijando a bandeira do Québec, renegando o Brasil e fazendo juras de que vão ficar no Québec pro que der e vier!

    Sobre a luta separatista, repito: não podemos emitir opiniões mais firmes a respeito porque não fazemos parte dela, não sabemos o que motiva os québecois a desejarem isso, não conhecemos o processo histórico. O que sabemos é o que lemos nos jornais, na internet etc. e isso é muito diferente de conhecer os anseios da população, acompanhar a luta de grupo social de perto. Bem, sei muito pouco da luta separatista no Québec, ultimamente tenho me preocupado mais com as políticas de emprego e renda no Brasil (tema da minha dissertação) e em compreender lutas sociais brasileiras, pois tenho mais contato com pessoas dessa realidade já que ainda moro aqui.

    Se eu for me basear meramente na ideologia política, acho compreensível que o Québec deseje ficar independente, já que é uma província que ainda luta pela manutenção do Estado Social (Welfare State) dentro de um país que cede ao avanço do neoliberalismo. Se o Québec entrar no jogo neoliberal das palavras de ordem “privatização”, “desmantelamento do Estado”, “liberdade de mercado” etc. os brasileiros que estão indo saltitantes para o Québec pra ter uma vida mais feliz com educação, saúde, segurança… podem tirar o cavalinho da chuva porque é comprovado cientificamente que as nações que enfraquecem o Estado e cedem ao mercado, excluem a maior parte da população do “jogo” (nós seríamos excluídos em peso porque somos imigrantes) e precisam construir mais presídios porque o Estado de repressão é necessário para garantir a “paz”. Mas, enfim, não dá pra julgar a luta separatista com base apenas na ideologia, já que certamente outros fatores estão em jogo.

    Já que você falou em ideologia, deixo uma dica de leitura. Não é sobre o assunto diretamente mas ajuda a entender. Pra quem quiser praticar o francês, vai o texto original, mas quando fui usar esse texto em uma aula, cavei na net e encontrei uma versão portuguesa. Boa leitura!

    La nouvelle vulgate planétaire – Par Pierre Bourdieu et Loïc Wacquant
    http://www.monde-diplomatique.fr/2000/05/BOURDIEU/13727

    Tradução: A nova Bíblia do Tio Sam
    http://www.lainsignia.org/2001/marzo/int_023.htm

    em resposta a: Québec separatista #26080
    karlamatias
    Participante

    Parabéns, Pessoa! Quero dizer que realmente gostei da sua resposta porque você foi o primeiro que não veio com a conversinha de “amor eterno ao Québec”. Conversinha bem hipócrita na minha visão!

    Recentemente uma galera estava debatendo que assinamos um documento afirmando a intenção de viver e trabalhar no Québec e devemos honrá-lo. Concordo plenamente! Estão certíssimos! Porém… desde que o Québec cumpra sua parte no “acordo”! Se eu tiver de jurar amor eterno “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença” vai ser ao Brasil, mais especificamente à Paraíba, não ao Québec ou qualquer outro lugar do mundo. Não vai ser um visto de residente permanente ou o passaporte que vai me tornar canadense. Aos 30 anos de idade, tendo vivido minha vida toda aqui, sou brasileira e ponto final! Apesar de todos os pesares, foi no Brasil que me tornei quem sou, que conquistei o que conquistei. Não quero ir na onda de cuspir no prato onde comi não como tenho visto algumas pessoas fazendo!

    Esse papo de “me identifico com a cultura do Québec”, com raríssimas exceções, só serve pra fazer bonito na frente do examinador na entrevista, não me convence não porque mais de 90% das pessoas que conheço, que estão no processo, nunca tinham se interessado pela francofonia, não sabiam uma palavra em francês antes de ouvir “o canto da sereia” da imigração e nem sabiam direito o que era o Québec. Na verdade, essa conversa não convence nem o entrevistador! É um teatrinho: os candidados ensaiam a entrevista, os entrevistadores fingem que acreditam em tudo (lógico, eles consideram de verdade as qualificações, o que é autêntico). Mas o Québec sabe muito bem o que atrai os brasileiros e sabe fazer seu marketing direitinho. O que eles vêem (e adoram ver) na entrevista é até que ponto a gente é capaz de se esforçar fazendo o que eles desejam (se encaixando nos critérios) pra conseguir o que a gente quer (a promessa que eles fizeream de que teremos uma vida melhor). Eles sabem muito bem que não é uma pasta bonitinha cheia de papéis de pesquisa na internet que garantem a integração cultural de ninguém!

    Se um país africano, hoje na miséria, ficasse rico da noite pro dia e oferecesse as mesmas vantagens, tenho certeza que o coração de muita gente ia se tornar africano rapidinho! Afinal de contas, por que será que tem tanto brasileiro mesmo se apaixonando pela China e por Dubai? E se tanta gente se identifica com a cultura do Québec, por que querem levar o Brasil na mala (roupa à la brasileira, comida à la brasileira, tudo à la brasileira etc.). Não estou criticando essa de levar o Brasil na mala não (antes que gere polêmica). É uma atitude normal, uma expressão de identidade cultural, é se agarrar em coisas que nos dão segurança, que nos são familiares. O que critico é a hipocrisia de alguém abrir a boca pra dizer que vai se tornar québecois e transformar a vida no Québec uma cópia da vida no Brasil.

    Sou bem franca nesse ponto: estou animadíssima pra ir viver em Montréal, sei das dificuldades que vou ter principalmente no mercado de trabalho, vou fazer o possível e impossível para viver bem lá, me sentir em casa, falar a língua deles, respeitar o estilo de vida deles etc. afinal, estarei vivendo no lugar deles, tenho obrigação de respeitar mesmo que minimamente as normas sociais locais. Mas se não rolar, caio fora sem dúvida! A minha resposta é exatamente a mesma sua, e não apenas em relação a separar ou não do Canadá. Com separação ou sem separação, não deu certo, tô fora!

    Quanto à luta separatista em si, até que eu compreenda o que está por trás, o que motiva os québecois a desejar a independência, o processo histórico etc., não tenho como dizer se é bom ou ruim, as conseqüências… Já li algo a respeito, mas para nós brasileiros que ainda não estamos inseridos na cultura, ler sobre esse assunto é como descrever os dogmas de uma religião que não é a nossa: podemos apontar os seus elementos, mas a fé profunda só o religioso praticante é capaz de ter. Tenho alguns amigos estrangeiros que não entendem, por exemplo, o que significa ser nordestino no Brasil. Eles olham as fotos da minha cidade, acham tudo lindo e mesmo os que vieram aqui não entendem porque nós somos discriminados no sudeste e sul do país. Leva-se muito tempo pra compreender um processo histórico, o que a gente vê de fora é só a superfície! Enquanto eu não entendo, eles que são brancos que se entendam! ;)

    Bom final de semana, gente!  :beer2:

    em resposta a: Processo de imigração de casais gays #26047
    karlamatias
    Participante

    :annihilate:  

    :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  

    Às vezes acho que essas “pérolas” bem que mereciam um tópico especial na comunidade!!! Ninguém ia precisar de calmante pra enfrentar o processo!!! Filosofia Patch Adams na comunidade!!!

    :doc:

    em resposta a: Processo de imigração de casais gays #26038
    karlamatias
    Participante

    Boato ridículo, by the way! Espero que o autor não resolva emigrar carregando sua ignorância na mala! Ai ai ai!
    Ainda comentei porque já ouvi todo tipo de “lenda” nesses 8 meses de processo e, por incrível que pareça, há quem acredite em muita bobagem! É cada uma! Só rindo pra não chorar!  :lol:

    Abraço, gente!  8)

    em resposta a: Processo de imigração de casais gays #26010
    karlamatias
    Participante

    Acho que quem te disse isso viajou no fantástico mundo de Bob!!! E se for verdade, é mais absurdo ainda!!!  :lol:

    Acho que o governo não quer obrigar ninguém a procriar não! Apenas os critérios que eles estabelecem favorece o aumento da população já que vão casais com filhos, casais jovens sem filhos mas que provavelmente ainda os terão, solteiros jovens que provavelmente encontrarão parceiros para casar e ter filhos.

    Não sei das leis do Québec em relação ao casamento gay, mas visto que eles não discriminam os casais na seleção, acredito que a adoção seja permitida. Se eu estiver errada, perdoem a ignorância.

    Não sei se alguém tem a mesma impressão que eu tenho, mas parece que algumas pessoas criam umas lendas sobre o processo de imigração que fazem parecer que estamos “vendendo a alma ao diabo” pra conseguir o visto ou alguns querem fazer o processo parecer muito mais difícil do que realmente é!  O processo não é simples, mas também não é uma coisa do outro mundo, né? :lol:

    Bem, Fábio, se o que te disseram for verdade, vou ser obrigada a engolir minhas palavras! :P

    Abraço!

    em resposta a: Processo de imigração de casais gays #25961
    karlamatias
    Participante

    Pois é, a Fabiana falou! Vim colar aqui justamente o depoimento dela na comunidade do orkut: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=834601&tid=2568929055534835882&na=1&nst=1

    No mesmo tópico, você ainda encontra alguma informação do Hudson e do Rogério, do Marcelo e do companheiro dele.

    Já 3 casais que fizeram o processo do Québec sem problemas.

    Boa sorte!

    em resposta a: Mudança na comprovação de conhecimento de frances? #25930
    karlamatias
    Participante

    Pois então, sou professora particular de um casal que deu entrada no processo acho que em setembro ou outubro do ano passado. Eu fiz a declaração deles, acho que eles tinham 180 horas na data, e eles foram convocados para a entrevista que será em 1º de maio. Então a declaração de professor particular ainda vale. Mas tem um detalhe: o rapaz também fez um curso de 4 semanas em Montréal em agosto. E eles mandaram minha declaração com as cópias dos meus diplomas.

    No meu caso, eu tenho os diplomas DELF 1er e 2ème Degré, me pediram as cópias autenticadas deles e também dos meus diplomas de inglês e me liberaram a entrevista. Recebi o CSQ pelo correio. Isso comprova que os diplomas não são obrigatórios mas cortam caminho.

    A única dúvida que tenho é se no caso de um autoditata, ou seja, alguém que não tem declaração de escola ou prof particular, eles aceitam a declaração do próprio candidato. Eu acho que sim! Como falei, o nível vai ser comprovado na entrevista. Se alguém já fez isso, uma atuo-avaliação, e enviou declaração de nível de francês como autodidata, seria legal dar um depoimento aqui.

    Se, no meu caso, eu não tivesse diplomas oficiais que atestam aprox. 600 horas, eu só teria como comprovar com certeza em declaração 200 horas de francês, no máximo 250, pois apenas os 4 primeiros semestres eu fiz regular. Depois ainda tentei frequentar um curso de “Civilisation Française” pra aproveitar que tinha bolsa na Aliança como monitora, mas abandonei o curso em seguida. Depois, eu estudava para os diplomas sozinha e pagava umas 3 a 5 aulas a uma profa amiga minha apenas pra aprender os “macetes” da prova. No entanto, estudo francês desde 1995, mais de 13 anos. Em curso regular, seriam 1.300 horas de estudo.

    Té+

    em resposta a: Mudança na comprovação de conhecimento de frances? #25917
    karlamatias
    Participante

    Marcelo… se a sua intenção é dar entrada no processo pelo Québec, então vc precisar se informar através deste site: http://www.immigration-quebec.gouv.qc.ca/fr/biq/buenos%2Daires/index.asp

    O site do consulado informa apenas sobre o processo federal, simplificado. É pra esse que diplomas como o IELTS, TOEFL e TEF são exigidos.

    Em relação ao francês, muitas pessoas enviam declarações dos professores particulares. Realmente não sei de algum caso de autodidata, por exemplo, que não tem diploma, nem declaração. Eu acredito que se vc mesmo escrever a declaração afirmando ter o nível X de domínio da língua, eles aceitam porque de qualquer forma, na hora da entrevista vc vai precisar demonstrar um conhecimento mínimo exigido por eles.

    Se o avaliador confirmar o nível declarado pelo candidato, ótimo! Se não, acredito ser responsabilidade do declarante a falha na avaliação. Essa da declaração feita pelo candidato, estou supondo que é válida, não conheço nenhum caso mesmo. Os diplomas, por sua vez, ajudam bastante no processo.

    Mas acho que esse assunto já deve ter sido bastante debatido aqui. Procure no fórum tópicos sobre língua francesa.

    Até +

    em resposta a: Quebec fechará as portas!!! #25878
    karlamatias
    Participante

    Sobre a meta canadense no Brasil, sem dúvidas uma forma de atrair mais pessoas seria encontrar maneiras de cortar os custos do processo. Muita gente aqui em João Pessoa tem me procurado querendo se informar sobre o processo, mas todos desanimam logo quando sabem o quanto vão gastar. Pessoas que teriam ótimas chances, diga-se de passagem!

    Quando eu ia começar a etapa federal, algumas pessoas como o Carlos Luiz acompanharam minhas dúvidas sobre um tal formulário de declaração de bens. Fui perguntar sobre isso a uma conhecida brasileira que mora lá, ela foi cruel no comentário “trate de colocar um bom montante na conta porque o Canadá não está em busca de vagabundos nem lascados” (perdoem o último termo, mas estou repetindo o que ouvi ipsis litteris!).

    Como não sou parte da 1ª categoria porque tenho estado bastante ocupada nos últimos 12 anos, sinto-me classificada na 2ª e concordo com a classificação que ela me atribuiu! Mas até onde sei  a seleção é de “travailleurs qualifiés” e não de “travailleurs qualifiés et RICHES”, até porque para os mais ricos, existe a imigração de empresários.

    Ser rico no Brasil não é sinônimo de qualificado, educado e culto, assim como os “lascados” podem ser muito bem qualificados. Tenho vários exemplos: um deles é um rapaz que foi meu aluno na graduação em Turismo em 2003, vindo do interior da Paraíba, pobre, dependia da residência estudantil e do restaurante universitário, mas passava o dia lendo na biblioteca, fazendo os cursos de língua na extensão (gratuitos), participando de tudo ativamente. Resultado: 5 anos depois, ele já terminou o mestrado, fala 4 idiomas e é professor substituto da UFPB, esperando abrir concurso pra efetivo.

    Eu mesma em 12 anos de trabalho árduo nunca consegui comprar imóvel ou carro porque reinvesti praticamente tudo que ganhava nos estudos, livros, cursos e diplomas de idiomas. E assim são muitas pessoas que conheço que, por não poderem contar com herança/patrimônio de família, sabem que só têm a própria educação como garantia de vida!

    Enfim… acho que não se deve flexibilizar os critérios não porque o programa perde o foco na qualificação, além de ser uma crueldade aprovar pessoas sabendo que terão imensas dificuldades em conseguir se inserir no mercado de trabalho. Tenho certeza absoluta que a entrevista para obter o CSQ é fichinha perto de uma entrevista de emprego lá! Simplesmente porque o bureau tá desesperado por imigrantes, mas o empregador escolhe a dedo!

    Realmente penso que a dinimuição do nível de exigência deve ser nos custos da imigração. Como fazer? Não sei! Mas não acredito que o bureau de Buenos Aires gastou 700 reais pra ler o que escrevi no meu dossier e me enviar o CSQ por correio comum (que por sinal, foi extraviado!). Também não acredito que o consulado vá gastar 1800 reais pra avaliar meu dossier federal.

    Bem, esta é minha opinião! Bon week-end! ;)

    PS. O tal formulário de bens NÃO é necessário para os candidatos do Québec, ok? Apenas avisando pra ninguém enlouquecer como eu quase fiz! hahaha :P

    em resposta a: Exames Médicos – 2008 #25856
    karlamatias
    Participante

    Otto, vc tem razão que tá uma bagunça, mas acho que pela repetição de mensagens. Não precisa transferir as mensagens não, pois o que foi falado tb tem relação com o tópico, afinal de contas a reclamação é pelo demora dos exames mesmo!

    Mas, gente, o que tá acontecendo com as mensagens??? Eu achei que as minhas não tinham entrado, na verdade eu já havia até desistido de postar de repente vejo umas 10!!! E o pior é que não estou vendo a X pra poder deletar as repetidas!!!   :? Mais uma vez peço desculpas aos moderadores, mas sempre acontece a mesma coisa: a mensagem não aparece e eu penso que não funcionou!  :oops:

    Em relação aos impostos… bem, o lindo bem-estar social que a gente tanto admira em alguns países de primeiro mundo não é de graça! Custa caro mesmo! Não é à toa que o Estado se diz sobrecarregado em muitas partes do mundo. Mas Márcio, não estou contra você não! Como falei, entendo sua revolta, apenas quis dizer que estamos de mãos atadas e a única coisa a fazer é esperar!

    Sobre o assunto central do tópico, comentei antes que vi gente com e-cas de 14 ou 15 de novembro que já recebeu pedido de exames. O meu é de 29 de novembro e meu prazo, igual ao de vocês, também é 02 de maio. Pelo jeito, a gente deve receber ainda em março. Então vamos esperar que daqui a pouco chega! ;)

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