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- Este tópico contém 81 respostas, 36 vozes e foi atualizado pela última vez 11 anos, 9 meses atrás por gabi-infirmiere.
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26 de fevereiro de 2008 às 19:42 #5549mmacedoParticipante
Felicitações a todos!!!
Tenho agendado minha entrevista para inicio de agosto e estou contando os minutos para imigrar ao Canada.
Tenho uma dúvida quanto as sistema de saude. As informações que recebemos aqui no Brasil são confusas.
Alguem tem informação ou já precisou utilizar o Sistema de Saude por Aí?
Como foi o atendimento?
Deu tudo certo?Se alguem puder me mandar qualuer informação sobre o tópico, agradeço.
Espero encontrá-los em breve.um grande abraço.
marcos e marisa
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26 de fevereiro de 2008 às 20:31 #25998fabio75Participante
O sistema de saúde no Québec é bem ruim, principalmente no que se refere a emergências do tipo ambulatório. A espera é de muitas horas. Se isso for um fator importante para você, melhor nem vir.
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26 de fevereiro de 2008 às 20:42 #26000fflushParticipante
[bold]O sistema de saúde no Québec é bem ruim[/bold]
O nosso amigo deve estar de brincadeira por favor não leve a sério .
Quando aparecer gente morrendo na CBC por falta de atendimento de emergencia levo esta afirmação a sério. Reclamar quanto a demora nao atendimento SEM SER DE URGENCIA tudo bem mas mesmo assim acho um exagero.
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26 de fevereiro de 2008 às 20:56 #26003fabio75Participante
Me refiro ao atendimento de urgências menos graves. Digo por experiência própria. Já tive que esperar mais de 5 horas.
Estou apenas dizendo a verdade. Quem vem para cá deve conhecer os pontos negativos também. O sistema de saúde é, sim, bem pior que o sistema privado no Brasil, para quem tem um plano minimamente razoável. Infelizmente os políticos aqui ficam eternamente discutindo se devem se separar do Canadá ou não, em vez de resolver os problemas da saúde, as ruas esburacadas e os viadutos caindo. -
26 de fevereiro de 2008 às 21:24 #26005fflushParticipante
Se nao e’ urgencia nao entendi o motivo de nao poder esperar as 5 horas. Bem vindo ao sistema de saude universal.
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26 de fevereiro de 2008 às 21:43 #26006fabio75Participante
São as chamadas “urgences mineures”. Você está, por exemplo, passando mal, com febre, diarréia, palpitação, dor de cabeça whatever. É diferente de você ter levado um tiro, ter tido um ataque cardíaco ou ter sido atropelado.
Só porque é universal não precisa ser ruim.
Bem-vindo ao Québec, quando vier… -
26 de fevereiro de 2008 às 21:54 #26008fflushParticipante
Ruim? Bom e nos Estados Unidos e Brasil que tem gente sem atendimento por nao ter como pagar um plano de saude. Nao vejo problema em esperarmos um pouco para sermos atendidos, no momento que isto garante o acesso de todos ao atendiemnto de urgencia.
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26 de fevereiro de 2008 às 22:08 #26009fflushParticipante
Ruim? Bom e’ nos Estados Unidos e Brasil que tem gente sem atendimento por nao ter como pagar um plano de saude. Se em Ne w Brunswick que tem muito menos recursos nunca tive problema, nao vejo como vou ter problemas no Quebec.
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26 de fevereiro de 2008 às 22:25 #26011PedroMarquesParticipante
Fabio75,
Esperar de 3 a 5 horas para um atendimento de hospital privado acontece aqui no brasil tb, estava com faringite e fui no Copadoor de Copacabana e tive de esperar umas 2 horas por conta da quantidade de pessoas que estavam na minha frente.
Existem varios fatores de se esperar. Quais foram o seus?
Mas o importante é ser atendido, acho uma sacanagem como o serviço publico de saúde do brasil que se voce estiver com dor, tem que pegar uma senha e esperar a vez que dura coisa de 1 dia a meses.
Agora uma pergunta para os 2 experts em Sistema de Saúde, existe sistema privado de saúde no Canadá? Existe essa opção?
Abs,
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26 de fevereiro de 2008 às 22:38 #26012AnonymousParticipante
Ola a todos,
Aqui em Belo Horizonte, constumo levar meus filhos quando precisam de atendimento medico a um hospital (Unimax), em casos que não são urgencia já tive que esperar 3 horas para que meus filhos fossem atendidos, isso em um plano particular bom.
Creio que o sistema de saude do Canadá pode ate não ser dos melhores, mas nao fica muuuuiiiiitttttoooo para tras não.
Creio que vou sentir um pouco da falta de algumas items que temos, mas entre outros fatores, prefiro esperar um pouco mais em casos não emergenciais do que ficar no Brasil.
Um abraço,
Jean
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26 de fevereiro de 2008 às 22:49 #26015pablo111Participante
Tem aquela questão que aqui no Brasil você está com algum dor mais séria, vai até a farmácia e compra um remédio que algum amigo indicou ou que você já usou antes e sabe… No Canadá parece que é diferente. Só compra remédio com receita médica, e não estou falando de remédios tarja vermelha e sim remédios mais comuns como Buscopan, Trimedal, Allegra e se bobear até Neosaldina (exagerando um pouco).
Me recomendaram levar um kit daqui com coisas básicas como anti-inflamatórios, anti-alérgicos, etc…
Não sei se é isso mesmo… Por favor alguém daí confirme.
PS: Um amigo que mora no Québec há bastante tempo me disse que a saúde pública canadense não se compara com a nossa saúde privada (planos de saúde), mas em compensação tá muito além da nossa saúde pública. Disse que quem tem plano de saúde legal aqui vai sentir a diferença claramente…
Abcs
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26 de fevereiro de 2008 às 23:58 #26024MarcusParticipante
Tenho Unimed e na semana passada eu estava com uma gripe muito forte, febre alta, dor de garganta, dor no corpo e um mal estar que parecia que ia desmaiar. Esperei quase três horas e acabei desistindo de esperar. Fui embora porque tinha que pegar a minha filha na escola. E acho que isso não faz do meu plano de saúde o pior do mundo. Depender do SUS é muito pior! A Unimed demora algumas horas. O SUS demora meses! Se eu for para o Canadá e tiver que passar pela mesma situação que passei na Unimed, acho que já estarei no lucro, “né não”?! Afinal, aqui eu pago duas vezes (uma quando pago os impostos e outra quando pago a Unimed). No Canadá, vou pagar uma vez só e ter um atendimento similar ao que tenho aqui.
Por tudo que pesquisei até agora, a saúde pública do Québec pode estar longe de ser o supra sumo da eficiência, mas está muito longe de ser “bem ruim”.
Abração!!!
Marcão.
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27 de fevereiro de 2008 às 00:04 #26026AnonymousParticipante
Concordo com vc Marcão. Era isso que eu queria expressar também.
Um abraço,
Jean
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27 de fevereiro de 2008 às 00:54 #26029fabio75Participante
Bom, comparado com o SUS acho que até o inferno tem melhor atendimento…
À vous de juger:
http://www.radio-canada.ca/regions/ottawa/Dossiers/detail.asp?Pk_Dossiers_regionaux=124
http://www.radio-canada.ca/regions/estrie/2008/02/26/003-debordement-urgence.shtml
http://www.radio-canada.ca/regions/saguenay-lac/nouvelles/200501/04/008-debordement-urgences.shtml
http://www.radio-canada.ca/regions/mauricie/nouvelles/200412/29/001-urgences-debordement.shtml
http://www.radio-canada.ca/regions/Montreal/2007/03/21/001-urgence-debordement.shtmlI rest my case.
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27 de fevereiro de 2008 às 01:02 #26031Carlos_SantosParticipante
Cada um vive a sua experiência e generalizar é o primeiro erro quando comparamos qualquer coisa, incluindo o sistema de saúde!
existem colegas que tem ótimos experiências e elogiam… outros contam outra versão!
O debate é sempre bem vindo mas devemos ter cuidado ao ler uma informação real vivida num hospital numa cidade com uma generalização para todo o Pais ou toda a provincia!
Aqui no Québec tem um problema de penúria de médicos, isso é fato! e esta situação é séria e ja discutimos isso aqui no fórum! que eu saiba nada mudou para melhor.
A AKANG (Adriana) poderia dizer mais sobre o assunto, ja que ela é medica e esta aqui no Québec!
atenciosamente
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27 de fevereiro de 2008 às 01:27 #26032danisergioParticipante
Caros Marcos e Marisa,
Bem-vindos ao grupo! Ainda estou no Brasil, sem agendamento da entrevista por enquanto, mas já contando os meses, he he
Tenho o hábito de coletar em arquivos assuntos que me interessam. Mãe de dois filhos pequenos, a saúde é um deles. Não posso falar por experiência própria, mas posso te mandar o meu arquivo se você quiser. Me mande uma mensagem privada com o seu e-mail se desejar. Esse não é muito grande, mas tem umas contribuições legais, do Carlos inclusive, sempre muito ” a propôs”.
Grande abraço,
Dani
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27 de fevereiro de 2008 às 03:14 #26035WalPauloParticipante
ola
So posso falar da minha experiencia. Ja usei varias vezes o sistema de emergencia ( sem hora marcada) esperei 4 h e fui bem atendida. Fiz todos os exames complementares na hora (raio X etc). Esperei, mas em um dia resolvi o problema. Tenho utilizado bastante o atendimento com hora marcada ( pre natal) Muito bom, nao tenho nenhuma queixa até agora. Sei os dias das minhas consultas, chego na hora marcada e sou atendida. Tambem recebo visita em casa uma vez por mes. Nao tenho medico de familia ainda…. Tambem conheço muita gente insatisfeita e muitas historias de esperas interminaveis….Cada caso é um caso. Depende da cidade e mesmo do bairro! Tambem ja usei o disk saude, funcionou direitinho…. Com relacao aos medicamentos, tem bastante coisa em venda livre, mas os nossos “tarja vermelha” ( antibioticos, antiinflamatorios etc)so com receita mesmo. Mas nas farmacias sempre tem um farmaceutico que pode ajudar ( tambem ja usei) e indicar o que existe para seu caso em venda livre, como por exemplo para um mal jeito, ou conjuntivite, alergia etc.(coisas simples). Algumas farmacias tambem tem enfermeiros que medem pressao, glicemia, fazer curativos, algumas fazer sutura pequena.Esses servicos sao pagos, mas nao sao caros. Até agora foi isso que descobri por aqui…….Espero ter ajudado.
wal -
27 de fevereiro de 2008 às 03:56 #26036ErikaBiallyParticipante
Caros colegas, tenho algumas experiências com o sistema de saúde da cidade de Québec. Já cheguei no hospital de ambulância e já levei meus filhos com dor de garganta ao hospital, ou seja sei o que é URGÊNCIA e sei o que é um atendimento não tão emergencial. Vamos aos fatos :
1. Em agosto do ano passado tive uma obstrução intestinal e fui levada de ambulância com fortíssimas dores na barriga. Cheguei ao Hospital de Laval e fui imediatamente atendida. Fizeram todos os exames e fui imediatamente transferida para o Hospital São Francisco de Assis, passado um dia de atendimento contínuo fui submetida a uma cirurgia sem NENHUM gasto, com toda atenção do mundo. Ao meu lado estavam pessoas de TODAS os tipos. TODOS sem exceção sendo tratados igual.
2. Em outubro do mesmo ano, retornei novamente ao hospital com o mesmo problema e o atendimento foi IDÊNTICO.
3. Mês passado meu filho mais novo, teve febre e dor de garganta fui ao hospital, deram medicamento para o primeiro atendimento e eu fiquei esperando 2 horas para ser atendida.Acho que esta minha experiência me dá o direito de opinar com conhecimento de causa. O Sistema de saúde de Quebec é sim BOM, quando se precisa de verdade somos atendidos com qualidade, se alguém precisa mais que nós acho mais do que justo que passem na nossa frente e esperemos por 1, 2 , 3 horas. Seremos atendidos de acordo com a gravidade, mas seremos atendidos.
Isto é uma sociedade de igualdade social, onde todos tem direitos iguais. É neste mundo que quero meus filhos vivendo.
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27 de fevereiro de 2008 às 04:09 #26037AnonymousParticipante
ErikaBially e Wal,
Excelente contribuição.
Muito obrigado por contribuir conosco.
Um abraço e sucesso
Jean
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27 de fevereiro de 2008 às 18:25 #26051marciobarrosParticipante
É um erro reduzir o SISTEMA DE SAÙDE ao tempo de atendimento numa clínica ou hospital. O sistema de saúde do Canadá é consideravelmente melhor que a maioria dos países do primerio mundo.
Mesmo com a falta de profissionais, a saúde do Canadá é muito melhor que a saúde no Brasil. No Brasil paga-se plano de saúde para ser atendido por médicos inexperientes. Basta ver as estatísticas, por exemplo: o volume de cesarianas é de uso indiscriminado no Brasil porque a maioria dos médicos não sabem resolver problemas simples como o bebê que está com o cordão em volta do pescoço e preferem “não arriscar” (inexperiência) e passam o bisturi na barriga da mulher.
Hoje, entendo que uma boa parte dos médicos brasileiros não passam de estagiários diplomados.
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27 de fevereiro de 2008 às 23:45 #26063luciojuniorParticipante
O Canada nos atraiu pelo pacote de beneficios que nos oferece, que no geral, e muito melhor do que o Brasil. Mas isso nao significa que tudo é perfeito por aqui.
O sitema de saude daqui e pior que o sistema PRIVADO no Brasil sim. Isso e fato.
Ta todo mundo discutindo sobre espera em atendimentos de urgencia, que, por aqui, demora de 3 a 12 horas em media. Mas isso nao e o pior! O mais dificil mesmo sao marcar as consultas medicas. A espera varia de 6 meses a 1 ano em media…no Brasil com um bom plano de saude, se consegue na mesma semana ou até de um dia pro outro.
No verao passado torci meu joelho, rompi o ligamento e, ainda bem que me seguro saude estava valendo, fui atendido pelo sistema privado tudo no mesmo dia. Funcionou bem, mas o que posso contar é que no inicio a sercretaria do médico nao estava achando a autorizaçao do seguro saude, entao a sugeri de fazer o procedimento pela Assurance Maladie. Ela me disse que se fosse pela Asurance Maladie a consulta seria pra fevereiro desse ano (esse mes), e olha que era agosto do ano passado, e eu estava sem andar. Tinha que ser carregado (ou muletas) de um lado pro outro.
Bem, isso é o que ja vivi, nem por isso acho aqui um mal lugar, muito pelo contrario.
Lucio
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28 de fevereiro de 2008 às 01:39 #26067lucianabParticipante
Boa noite pessoal,
Pela maneira que o Fábio fala as coisas no Canadá estão piores que no Brasil “Infelizmente os políticos aqui ficam eternamente discutindo se devem se separar do Canadá ou não, em vez de resolver os problemas da saúde, as ruas esburacadas e os viadutos caindo”. Claro que nenhum lugar é perfeito, mas viaduto caindo? espero que ele esteja exagerando, pois disso aqui conhecemos bem.
Luciana
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28 de fevereiro de 2008 às 02:42 #26069lfantoniosiParticipante
Pois é gente, tem viaduto que cai sim, foi o viaduct de la Concorde na cidade de Laval…
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28 de fevereiro de 2008 às 02:48 #26070GodoParticipante
Minha sogra teve que fazer três cirurgias aqui no sus da minha cidade.
1º CIRURGIA, LEVANTAR A BEXIGA – esqueceram a gase dentro da mulher
2º CIRURGIA, TIRAR A GASE – na hora de fazer a sutura costuraram a parede do intestino dela
3º CIRURGIA – corrigir a MERDA toda!!!Tempo total de sofrimento de quatro a seis meses.
Sem contar as inúmeras vezez que meu pai teve que ficar no corredor do hospital quase dois dias até conseguir um leito.
Não dá para comparar
VIVA O QUÉBEC!!!
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3 de março de 2008 às 11:30 #26232svdesouzaParticipante
Apaguei a mensagem, foi postada em lugar errado.
Desculpem, Sérgio
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24 de dezembro de 2010 às 01:17 #42576fsouzaParticipante
Pessoal,
Realmente ouvi dizer que os hospitais e aparelhos de Quebec sao otimos, mas falta mao de obra (medicos e infermeiras) por isto a demora no atendimento…
Conheço gente que teve de esperar 5 hrs pra ser atendido com o braço quebrado…
Alguem saberia informar se existe sistema privado de saude ai no Quebec?
Se por exemplo quisermos pagar por uma consulta ao inves de aguardarmos por 5 hrs um atendimento no hospital?Obrigada,
Fsouza -
24 de dezembro de 2010 às 10:57 #42577Carlos_SantosParticipante
@fsouza wrote:
..Alguem saberia informar se existe sistema privado de saude ai no Quebec?
Aqui estao comecando com esta pratica e assim tirando ainda mais os poucos médicos disponiveis para as clinicas privadas aonde quem pode pagar tem atendimento personalizado.
Eu sou contra! sei como é ter dois sistemasm um publico (destinado aos desfavorecidos) e o privado (quem pode pagar).
Aqui NAO DEVERIA PRECISAR do sistema privado, minha opiniao!
Mas existe ….. veja este site aqui:
veja o que acontece….
“…Pour 1100 $ par année, le client membre a accès à son médecin dans un délai de 48 heures. Au bureau, celui-ci a du temps à lui consacrer, de 30 à 45 minutes par rencontre. Les non-membres peuvent aussi prendre rendez-vous au tarif de 200 $ la consultation….”
quando vou a uma clinica com ou sem hora marcada eu so passo a carteira da Régie d’Assurance Maladie (sistema publico) e nao pago nada!
@fsouza wrote:
..Se por exemplo quisermos pagar por uma consulta ao inves de aguardarmos por 5 hrs um atendimento no hospital?
eu pensava assim “…Num hospital acho dificil…. “
depois de fazer uma pesquisa rapida no GOOGLE (de onde veio a maioria dos links aqui), vejo que sim é possivel, vejaL
- – em 2004 – http://www.ledevoir.com/politique/quebec/65993/apres-la-clinique-d-urgence-privee-l-hopital-prive
– em 2005 – http://www.ledevoir.com/societe/sante/83920/vers-un-premier-hopital-prive
– em 2007 – http://www.radio-canada.ca/radio/desautels/22012007/82405.shtmlAtenciosamente
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24 de dezembro de 2010 às 15:43 #42579fsouzaParticipante
Carlos,
Muito obrigada pelas informaçoes!
Estou chegando em breve no Quebec e esta era uma duvida que ainda tinha…Bom Natal a todos,
Fsouza
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31 de janeiro de 2011 às 15:25 #43048thiagoelizieParticipante
Tbm não vejo com bons olhos a entrada do sistema privado no QC. Sabemos bem como isso funciona… é a velha história de pagar 2 vezes por um serviço q o Governo tem q te oferecer com qualidade. Quem tem $$$, paga e é “bem atendido”… quem não tem sofre.
Acho q a tal espera em fila por algumas horas é algo q pode-se superar ou até se for o caso brigar com o Governo por uma melhora. Agora, em revés, abrir o sistema para os clínicas privadas, acho isso um mal negócio, tendo em vista a situação no BR hj.
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31 de janeiro de 2011 às 23:21 #43053cvbernardiParticipante
Olas,
Espero sinceramente que o sistema privado não vingue por aqui… mas isso é o tempo quem vai dizer…
Até agora, todas as consultas que tive foram com horario marcado e, em geral, espero entre 2 a 3 horas pra ser chamada. Isso é chato? Claro que é! Contudo, sempre fui bem atendida e não conheci ninguem que estivesse com um problema sério e não recebesse tratamento.
No Brasil, eu tinha um excelente plano de saude e estava acostumada a certas regalias que simplesmente não existem aqui, no entanto, viver numa cultura em que todos são visto da mesma forma tem dessas coisas. Ninguem aqui é especial e a prioridade de atendimento é destinada aos casos mais graves. Simples assim… Francamente, acho irreal a comparação que as vezes é feita entre o sistema daqui e o privado do Brasil.
Concordo que isso possa ser especialmente duro quando se esta com dor e febre aguardando a vez… E também acho que poderia ser bem melhor. Mesmo assim, ainda é muitissimo superior ao SUS.
Abs,
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1 de janeiro de 2012 às 22:46 #49217gabi-infirmiereParticipante
achei um site super interessante e bem completo sobre o sistema de saude, com uma boa explicaçao sobre a base do sistema, os planos de açao, os dados estatisticos e até informaçoes sobre o mercado de trabalho, com os salarios iniciais em todas (ou quase todas) as profissoes relacionadas e um pequeno resumo de cada regiao. Foi um trabalho enorme, com certeza.
O site nao é *bonitinho*, mas é funcional.O site é todo em frances, mas serve para quem esta na fase de aprendizado ir treinando ;-)
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2 de janeiro de 2012 às 12:18 #49225tati06Participante
Legal Gabi…impressionante como vcs acham essas coisas….rsrsrsrrs…vou dar uma olhada……valeu!!!!!!
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3 de janeiro de 2012 às 00:58 #49254Carlos_SantosParticipante
Obrigado Gabi pelo site. Bem completo, tem até salario por hora de cada profissional.
Muito interessante para quem é da area de saude ;-)
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3 de janeiro de 2012 às 02:46 #49256gabi-infirmiereParticipante
Bem completo mesmo ;-)
Eu sou usuaria e profissional atuante, defendo o sistema e acredito nele.
Muita gente reclama de coisas banais como esperar 3h para uma consulta em atendimento nao urgente, ter que passar pelo médico generalista antes de ver o especialista, nao conseguir comprar antibiotico sem receita médica ou ainda esperar 1 ano para uma cirurgia nao vital.
Essas coisas irritam?
Sim, e muito. (exceto a parte dos antibioticos, acho certissimo ser medicamento vendido apenas com prescriçao!)Quem consegue ver a abrangência e complexidade do sistema de saude rapidamente percebe que a grande parte das queixas dos recém imigrantes (especialmente aqueles oriundos da classe média acostumados com os *livrinhos de convênios*) sao pontuais e pequenas.
Para quem se interessa, uma maneira muito simples de conhecer melhor é candidatar-se a membro do comité des usagers do hospital local. Ir às reunioes do conselho de administraçao, conhecer as atribuiçoes do commissaire locale aux plaintes et à la qualité des services.
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3 de janeiro de 2012 às 16:43 #49273SANDROMSParticipante
Gabi,
O sistema aqui é diferente e após acostumar-se a gente percebe que é bom. Todas a experiência que tive foram de modo geral positivas.
Mas o que me preocupa é que alguns médicos com os quais me deparei (incluindo meu médico de família) são completamente apáticos em relação ao paciente. Posso garantir que o meu mecânico tem mais afeto com o meu carro do que meu médico de família com os pacientes. Sei que nem todos são assim, mas tem uns que simplesmente não deveriam ter feito medicina…
Sandroms -
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3 de janeiro de 2012 às 19:46 #49287gabi-infirmiereParticipante
devemos saber diferenciar a empatia da simpatia.
Um profissional da saude (seja médico, enfermeiro, farmacêutico, fisio, auxiliar de dentista ou PAB) deve manifestar empatia pelos seus clientes; deve saber ouvir as queixas, saber direcionar o problema, indicar as alternativas de tratamento conforme a gravidade do caso, de maneira ética e profissional.
Se simpatico nao faz parte das obrigaçoes legais.
muito se fala da distancia entre profissionais e pacientes, mas eu consigo entender =
existe a distancia causada pelo mecanismo de defesa, onde o profissional nao quer se ver envolvido emocionalmente nos problemas e condiçoes de seus pacientes
e a distancia causada pela personalidade da pessoa, que é de natureza mais fria e reservada (como *dizem* ser o perfil dos canadenses)O que nao pode existir, nunca, é um profissional que desrespeite seu paciente ou os proximos. **Profissional** que utiliza um linguajar inapropriado, que abusa de sua condiçao, que nao ouve a opiniao do paciente, que humilha ou desvaloriza os poutros membros da equipe, que faz piadinhas de mau gosto …. = isso é inaceitavel.
Infelizmente sabemos que ha muitos profissionais na area de saude que nao possuem a menor vocaçao, que so interessam-se pelo $$ e nao pelo ser humano que esta do outro lado. E infelizmente nao existe ainda nenhum sistema que trie este tipo de gente, de forma que as escolas profissionais, os CEGEPs e as universidades continuarao a receber estudantes cujo perfil nao corresponde ao que idealizamos como profissional da area de saude (alguém implicado intimamente com o bem-estar e com a melhoria da qualidade de vida de seus clientes, nao apenas no contra-cheque)
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3 de janeiro de 2012 às 20:57 #49289RonaldoMacielParticipante
Entendo bem os pontos da Gabi, hoje entendo um pouco melhor, já reclamo bem menos. Mas eu posso dizer que a impressão que tenho após algumas experiências como paciente é a mesma do Sandro. Alguns médicos nem olham na sua cara, não tocam, não ouvem, querem só terminar a fila do dia e ir embora o mais rápido possível (clínicas sem rendez-vous).
O que me parece ser o ponto digamos “fraco” do conceito do sistema é a desnecessidade do médico de família. Acabei de conseguir um, achei bom e fui muitíssimo bem tratado diga-se de passagem. Mas o que me pergunto é: digamos que eu precise ver um médico mas que não seja uma situação de urgência (sem risco de morte), o meu médico de família com sua agenda lotadíssima e consultas para o final do mês seguinte (com sorte) não poderá me atender. Aí acabarei tendo de ir numa clínica sem rendez-vous.
Sendo assim, qual a real necessidade do médico de família? Ok ele vai me conhecer, vai saber todo meu histórido familiar etc mas e quando eu precisar dele de verdade?
Residente Permanente desde Set/2009, cidadão desde Jul/2014 e mora na fascinante Montreal.
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4 de janeiro de 2012 às 02:38 #49299gabi-infirmiereParticipante
Excelente ponto.
O preceito é que cada um deve ter um médico de familia e sabemos que isso nao é real. Ha uma infinidade de residentes que utilizam (e sobrecarregam) os serviços de urgência justamente por nao terem o médico de familia. Um em cada quatro residentes do QC nao tem acesso a um médico de familia e esse numero é assustador, o *pior* do Canada!
Ha falta de médicos de familia no QC e aparentemente essa situaçao ira continuar assim por muito tempo (N fatores onde podemos citar = a dificuldade de médicos estrangeiros em validarem seus diplomas; o numero restrito de acesso universitario – e as intençoes de reduzirem ainda mais as cohortes; a *fuga* de médicos diplomados no QC mas que exercerao a medicina em outras provincias ou nos EUA, etc)
No cenario ideal =
o cidadao tem o médico de familia, faz seu check-up anual (ou semestral, ou trimestral, conforme a gravidade do caso) e nas ocasioes onde precisa um atendimento extra-agendamento ira procurar uma clinica SRV que ira transmitir as informaçoes ao médico de base, que podera assim continuar e acompanhar o caso.MAS nao devemos perder a esperança …. Algumas medidas estao sendo feitas para que isso saia do papel e as associaçoes de classe estao batalhando junto ao Ministério =
* criaçao de cliniques réseaux e GMFs
* incentivo do governo para a formaçao e absorçao das IPSs (trabalhando em equipe com os médicos de familia) e liberaçao de atividades antes exclusivas para outros profissionais, como os farmacêuticos
* informatizaçao do sistema – assim o atendimento efetuado na clinica X ficara registrado no dossiê eletronico e o médico de familia tera acesso às informaçoes
* programa de valorizaçao da profissao de médico de familia (pleiteiam remuneraçao equivalente à dos especialistas)
* quebra da obrigatoriedade do médico de familia com menos de 20 anos de experiencia de atuar em hospital (hoje eles sao obrigados a fazer 12h por semana, mas a maioria dos hospitais nao aceitam contratos com menos de 25h por semana, o que *rouba* tempo de atendimento na clinica = é **um santo desvestindo outro**)Em 2008 a Federaçao dos médicos de familia elaborou e disponibilizou a *énoncé des principes en faveur d’une politique nationale sur la médecine familiale* e os proprios profissionais reconhecem a dificuldade e as complicaçoes dessa carência para todo o sistema.
http://www.fmoq.org/Lists/FMOQDocumentLibrary/fr/Presse/Communiqu%C3%A9s/Politique%20nationale_FINALE.pdf
O documento vale a pena ser lido e discutido -
4 de janeiro de 2012 às 15:37 #49314SANDROMSParticipante
Gabi,
como você está “dentro” do sistema, você deve conhecer inúmeros profissionais, bons e outros nem tanto. Eu tenho um só médico de família, o único que consegui e o único que tive até agora. :?
Teoricamente o médico de família deveria ser mais empatia com você, estou falando de empatia mesmo, de simplesmente ouvir as queixas do paciente. Já levei meus filhos em clinicas sem rendezvous e os médicos deram atendimento melhor (repito não estou falando de simpatia).
Depois de muita espera consegui uma consulta com o meu médico de família para verificar uma dor nas costas que tem me incomodado muito. Cheguei lá ele nem me examinou, perguntou aonde era a dor e cuspiu “vá fazer natação!”. :bangwall:
Tenho histórico de pedra nos rins, ele peguntou sobre isso? Não! RX? não isso é coisa de terceiro mundo, o negócio é fazer a fila andar. Qualquer charlatão pode perguntar aonde é a dor dizer que a muscular e mandar você fazer natação. Se alguém tem um médico de família melhor para me indicar por favor!!!
Sandroms -
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4 de janeiro de 2012 às 17:11 #49323gabi-infirmiereParticipante
Sandro,
eu *tinha* um médico de familia, que se aposentou. Com isso, voltei para a fila dos *sem MD*.
O seu médico atende numa clinica ou ele é sozinho no consultorio?
Ja pensou na possibilidade de pedir uma transferência de dossiê? Eventualmente um outro profissional pode assumir seu caso.
Ha médicos que minimizam as dores dos pacientes, isso infelizmente é uma realidade que nao é exclusiva do QC.Se você tiver urgência em mudar de MD, sugiro que entre em contato com o serviço Info-Santé (811) e verifique a lista de médicos do seu bairro e comece a fazer os contatos.
Se na clinica SRV que você foi você gostou do atendimento, por quê nao ligar e perguntar se o médico pode aceita-los? Eventualmente ele pode dizer sim.
Outra alternativa é falar diretamente com seu médico atual e explicar a situaçao. nao sair da sala enquanto todas suas queixas nao tiverem sido ouvidas. É seu direito. :-)
Você pode, se for o caso, fazer ainda uma queixa formal junto ao College des médecins.minha via crucis …
Entre 2007 (quando cheguei) e 2009, nao tive a necessidade de acompanhamento médico. Meus exames femininos estavam em dia e eu aproveitei uma viagem ao BR em 2008 para repetir o anual (por comodidade mesmo, nao foi algo propositalmente planejado)
Em 2009 eu fui numa clinica SRV por infecçao urinaria causada pelo estresse pré prova da ordem e perguntei ao médico que me atendeu se ele poderia ser meu médico de familia. Nesse meio tempo, meu namorado conversou com o médico que ja fazia o acompanhamento dele. Tive 2 respostas positivas em menos de 2 meses, e acabei aceitando ficar com o mesmo MD que meu namorado.
Quando mudei para Témiscaming em 2010, meu dossiê foi transferido e eu automaticamente tive um médico de familia por la. Em 2011 voltamos para Montréal e nosso médico de familia nos re-aceitou como pacientes. Mas ele decidiu se aposentar em novembro e agora estamos os 2, meu namorado e eu, sem MD …
Onde moro ha uma clinica que aceita pacientes mulheres (para os exames anuais). Eu devo fazer meus exames em 3 meses, +- … irei la e usarei a mesma tatica que usei na clinica SRV em 2009, perguntarei se eles podem me aceitar como paciente. Tenho hipotiroidismo e preciso de um acompanhamento, além de historia de anemia crônica….
O maximo que posso receber é um nao como resposta, nao é mesmo?
Adoraria conhecer médicos que aceitam novos pacientes, mas nao tenho tantos contatos assim rs -
12 de janeiro de 2012 às 03:35 #49488erikabcoelhoParticipante
Essa semana a Télé-Québec começou a apresentar uma série chamada “Soins Intensifs” que mostra um pouco do sistema de saúde “por dentro”. Ao menos o primeiro episódio mostrou a rotina do ponto de vista de um profissional da saúde.
Hj vi que está disponível no site:
http://video.telequebec.tv/video/9657/en-traumatologieAbraços
Erika
http://www.leslapins.wordpress.com -
6 de abril de 2012 às 00:27 #52233gabi-infirmiereParticipante
interessante reportagem
Les données indiquent que dans tous les domaines étudiés, les hôpitaux de la Belle Province obtiennent des résultats meilleurs que la moyenne canadienne ou aussi bons.
L’ICIS a compilé le taux général de réadmission à l’hôpital dans les 30 jours, le taux de réadmission dans les 30 jours suivant des soins chirurgicaux, obstétricaux et pédiatriques, ainsi que le taux de réadmission dans les 90 jours après une chirurgie de la hanche et du genou en 2009-2010. Les taux de césarienne et de naissance vaginale après une césarienne ont aussi été calculés.
Ce travail colossal a duré près de quatre ans et a nécessité la compilation de plus de 50 000 résultats. Depuis 20 ans, la méthodologie de compilation des données au Québec différait grandement de celle des autres provinces, qui comparent leurs résultats en santé depuis plusieurs années. Le Québec et l’ICIS, organisme autonome financé par le gouvernement fédéral et les provinces et territoires, sont aujourd’hui parvenus à harmoniser une partie des méthodes de recension des données.
Sur les neuf indicateurs comparables, le Québec obtient de meilleurs résultats dans six domaines et se situe près de la moyenne canadienne dans les trois autres.
pode nao ser perfeito, pode ter 1000 falhas, pode precisar de uma reestruturaçao para diminuir os cadres, pode precisar de muitas melhorias … mas ainda assim eu acredito no sistema :-)
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6 de abril de 2012 às 02:29 #52234bdraraujoParticipante
Pessoal, já que o tópico anda ativo, há um tempo queria saber um outro “detalhe” sobre o sistema de saúde do Québec, já que entendo que o fato de espera nos pronto atendimentos pode ser explicável e que existem bons e maus profissionais em qualquer lugar ou sistema. De qualquer forma…
É o seguinte: recentemente vi um filme do Québec, “Les invasions barbares” http://fr.wikipedia.org/wiki/Les_Invasions_barbares, em que o sistema de saúde do Québec é retratado como sendo focado no atendimento ambulatorial e preventivo, mas que tem problemas sérios na parte hospitalar, no caso, nas internações. Desculpem se os termos médicos não forem os mais apropriados, afinal sou leigo no assunto, mas o “retrato” do filme lembrava o SUS, com pacientes internados em corredores.
Claro que a ficção muitas vezes exagera as situações para tecer uma crítica a um problema, ou mesmo denunciar algum problema que parece “esquecido” pelo Governo. Mas confesso que fiquei preocupado com essa situação e queria saber de quem já teve necessidade de internação ou de quem conhece alguém próximo que precisou, se isso realmente procede e se o entendimento que tive do cenário é adequado. Ou ainda, se existe essa situação de macas nos corredores em outros tipos de atendimento.
Obrigado antecipadamente!
Bruno -
6 de abril de 2012 às 03:32 #52235gabi-infirmiereParticipante
oi Brdaraujo
eu sou enfermeira, estou no QC desde 2007
em 2008 fiz meu curso de integraçao
em 2009 fiz (e fui aprovada) no meu exame de ordem e comecei a trabalhar com enfermeira
em 2010 fui morar em région
em 2011 voltei pra Montréalessa introduçao é so para dar uma ideia dos meios de trabalho (e estagio) que ja passei. Entao vamos aos fatos, sabendo que aqui ha uma carencia absurda de TODOS os profissionais da area de saude ….
O filme é uma ficçao com carater realista. Chega a ser muito critico e muito exagerado.
mas vamos destrinchar o sistema =
todo bom gestor de saude sabe que a prevençao e a saude primaria sao as chaves para reduçao de custos e melhor qualidade de vida da populaçao.
no QC ha os CLSCs, que seriam um equivalente **melhorado** dos postinhos de saude (eu trabalho em um)
Os CLSC atuam em varias linhas = saude do adulto (doenças cronicas, pos cirurgia, reabilitaçao, etc), saude da (gestaçao e pos parto), criança (bebe, puericultura) , saude mental criança e adulto e geriatria (manutençao dos idosos em ambiente domiciliar, outra medida que economiza $ do sistema e proporciona qualidade de vida)
Num CLSC ha médicos, enfermeiros, enfermeiros auxiliares, auxiliares familiares, ergos, fisios, nutris, dentistas,tecnicos de higiene dentaria, kinesios, psicologos, assistentes sociais, psicoeducadores, educadores … é um batalha de gente para a saude primaria.
E os programas **EM GERAL** sao muito bem administrados.
Evitando hospitalizaçoes desnecessarias, controlando os cronicos, mantendo as pessoas em suas residencias ….
Infelizmente nem todo mundo tem médico de familia, nem todo cronico consegue ser acompanhado de perto e nem todo caso menor é visto rapidamente, gerando complicaçoes que nos encaminham para o segundo nivel da piramide ,O sistema engloba ainda os centros hospitalares, que podem ser locais, secundarios, terciarios ou quartenarios (os grandes hospitais). Nos CHs estarao as filas de espera gigantescas nas urgencias. O sistema de triagem funciona em sua maioria = obvio que ha muito o que melhorar (mas posso falar por experiencia propria, nas 2 vezes em que fui a uma urgencia hospitalar = uma como paciente e uma como acompanhante = os protocolos foram seguidos a risca e recebemos atendimento no tempo adequado)
Ha macas nos corredores ? SIM
Mas ao menos voce estara com sua medicaçao, com seus exames e com um acompanhamento. Se for necessario, sera internado (e a internaçao devera ser curta, voce devera fazer a reabilitaçao em ambiente familiar, recebendo o serviço do CLSC)
O sistema é integrado e inter-dependente.
ha demora para as cirurgias ? SIM. Eu trabalhei como CEPI no bloco operatorio, e apesar de termos mais de 10 salas disponiveis, nunca rodavamos mais do que 8 cirurgias ao mesmo tempo, por falta de pessoal!!
Minha sogra ficou no corredor da urgência por 10h antes de ser transferida para um quarto semi-privativo (os projetos dos novos CHUMs e CUSM incluem quartos 100% privativos). Ela fez a cirurgia no dia seguinte e depois de 2 dias voltou para casa. Recebeu todo o atendimento, medicamentos, serviço e reabilitaçao e nao desembolsou 1 centavo.Na ultima pontinha estao os CHSLDs, os centros de longa permanencia, para as pessoas idosas. Um estudo da OIIQ (ordem dos enfermeiros do QC) defende a reestruturaçao do sistema e reanalise do perfil do cliente CHSLD, que deveria ser o idoso realmente dependente, sem autonomia nem suporte. Se quiser posso passar o link desse estudo.
Clinicas privadas, consultorios médicos … todos deveriam estar interligados.
Ha o projeto de dossier unificado, entao suas informaçoes medicas estariam disponiveis em qualquer hospital da provincia (isso é outro estudo, posso passar tb)O sistema de saude que usufruimos aqui no QC é um dos mais abrangentes do Canada =
aqui sao cobertos tratamento de infertilidade, mudanças de sexo, medicamentos para doenças como esclerose multipla podem ser cobertos pela RAMQ medidante o programa de medicamentos de exceçao, crianças possuem atendimento dentario e com optometrista cobertos pelo sistema …Eu nao baseio a qualidade de um sistema apenas pelo fato de esperarmos 3 ou 4h numa clinica SRV em funçao de uma infeçao urinaria (ja passeio por essa experiencia tb).
Eu avalio o potencial do sistema de saude em toda sua abarangencia, a qualidade de vida que é oferecida desde a época prenatal, os serviços de ponta que serao disponiveis a todos os residentes, os programas de reabilitaçao, o acompanhamento de cronicos …Ja escrevi um livrao e poderia ir longe, mas voltando ao seu questionamento =
sim, o sistema tem problemas
nao, nao é o pior sistema do mundo e Denis Arcand produz excelentes filmes**eu acredito no sistema**
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6 de abril de 2012 às 03:38 #52236gabi-infirmiereParticipante
link do novo CUSM e o projeto do quarto privativo =
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9 de abril de 2012 às 12:37 #52285bdraraujoParticipante
Gabi, obrigado pela resposta (mais que) completa e rápida! Não sei se fico “confortado” com a sua resposta sobre macas nos corredores, mas a visão geral me parece realmente aquilo que esperamos.
Mais uma vez obrigado!
Bruno -
9 de abril de 2012 às 18:43 #52294RonaldoMacielParticipante
Aproveito para incluir uma reportagem da semana passada da Presse que confirma que a performance dos hospitais québécois é melhor que a média canadense;
Residente Permanente desde Set/2009, cidadão desde Jul/2014 e mora na fascinante Montreal.
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14 de maio de 2012 às 15:38 #53372rod_ssParticipante
Bom dia a todos !
Aproveitando o tópico aberto sobre saúde, mudamos à pouco tempo para Ville de Québec e como em Montréal, gostaríamos de ter um médico de família. Minha esposa é diabética tipo 1 e ela realmente necessita de cuidados especiais em relação à sua saúde.
Tirando a ida aos CLSC’s e o telefonema para pedir um médico, quais seriam os outros procedimentos para conseguir um médico aqui em Ville de Québec? Minha esposa precisa fazer exames e ela recebeu a informaçao que ela precisa ter um médico para ele poder prescrever os exames para ela.
Em resumo, alguém conhece algum médico em Ville de Québec que esteja aceitando novos pacientes? Sei que a tarefa é para um “McGyver”, mas nao custa nada perguntar.
Obrigado e um bom dia a todos!Rodrigo.
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14 de maio de 2012 às 16:42 #53373JFParticipante
Oi Rodrigo,
Uma amiga nossa, québecoise de Ville de Québec, nos deu uma dica para isso. Quando ela se mudou para Montréal, ela foi ao CLSC e pediu para se inscrever para ter um médico de familia. Eles fizeram a inscriçao dela na lista de espera e deram também uma lista com as todas clinicas do arondissement dela. Ela disse que ligou e se inscreveu na lista de espera de TODAS as clinicas e, uns 2 meses depois, uma delas ligou e disse que ela teria um médico de familia.
Ela nos recomendou de fazer o mesmo. Acabamos de nos mudar de bairro e vamos tentar.
Espero que te ajude!Julia.
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14 de maio de 2012 às 22:22 #53376Carlos_SantosParticipante
outra dica, mais simples e que acabou dando certo comigo :
va numa clinica sem RDV e faca uma consulta normal, assim ela tera os pedidos de exames.
E, dependendo da alma caridosa (o medico do momento da sua consulta), ele pode te dar a chance, visto que o caso é serio!
Foi o que me aconteceu ;-)
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25 de maio de 2012 às 15:01 #53685rod_ssParticipante
Obrigado a todos pela resposta !
Vou continuar na procura. Espero que encontremos logo o médico, sabemos que é dificil, mas o problema de saude é sério.
Um otimo dia para vc’s!
Rodrigo.
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25 de maio de 2012 às 15:48 #53690RonaldoMacielParticipante
Olá Rod uma outra dica é descobrir onde tem um GMF (Groupe de Médécine Familiale) em Québec que seja associado à alguma universidade (talvez a de ULaval). Aqui foi assim que conseguimos nossa médica de famíla em Montreal (depois de ficar quase 3 anos em uma lista de espera no CLSC Cote-des-Neiges). Ela é na verdade uma residente mas todas decisões dela passam pelo crivo de um supervisor, que imagino ser um professor. Como estào no comeco de carreira, são super motivados e te tratam muito bem, pelo menos a nossa é assim e não tenho do que reclamar. Abraço
Residente Permanente desde Set/2009, cidadão desde Jul/2014 e mora na fascinante Montreal.
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28 de maio de 2012 às 16:18 #53734rod_ssParticipante
@RonaldoeSusana wrote:
Olá Rod uma outra dica é descobrir onde tem um GMF (Groupe de Médécine Familiale) em Québec que seja associado à alguma universidade (talvez a de ULaval). Aqui foi assim que conseguimos nossa médica de famíla em Montreal (depois de ficar quase 3 anos em uma lista de espera no CLSC Cote-des-Neiges). Ela é na verdade uma residente mas todas decisões dela passam pelo crivo de um supervisor, que imagino ser um professor. Como estào no comeco de carreira, são super motivados e te tratam muito bem, pelo menos a nossa é assim e não tenho do que reclamar. Abraço
Ola Ronaldo,
foi justamente este tipo de medico de familia que nos tivemos em Montreal também, uma GMF. Muito bom o tratamento (nao sao os cavalos normais que atendem e têm 30 anos de experiencia). Minha esposa ira esta semana para solicitar os medicos nestas unidades.
Ela tem uma consulta marcada para junho em montreal, talvez ela va la caso ela nao encontre um medico rapidamente.
Obrigado mais uma vez !
Abs,
Rodrigo. -
28 de maio de 2012 às 23:17 #53764gabi-infirmiereParticipante
que bom que conhecem os GMFs!
como ***futura*** infirmière praticienne spécialisée, provavelmente trabalharei num GMF, ajudando a gerar os casos menos complexos (gravidez até 32 semanas; bebês e crianças até 5 anos, puericultura; cronicos como diabetes e hipertensos; idosos) e até algumas situaçoes comuns à clinica, como otites, infecçcoes urinarias e ginecologicas, etc.
IPSs e MDs trabalham em parceria, entao se o GMF onde você estiver inscrito propuser um acompanhamento pela IPS em alternância com as consultas médicas, nao despreze :-)
GMFs sao excelentes meios para a prevençao primaria, uma atençao basica e fundamental para qualquer politica de saude
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13 de junho de 2012 às 20:18 #54294Carlos_SantosParticipante
Ola à todos,
como usuario do sistema de saude aqui no Québec e tendo precisado usar a emergência neste final de semana aqui na cidade do Québec, gostaria de deixar minhas impressoes sobre este item que sempre gera uma apreensao geral nos colegas.
Sabado, eu fiz um entorse no joelho e de tanta dor acabei perdendo os sentidos e cai no chao.
Depois do susto, coloquei gelo no joelho e como sabia que a espera seria looooooooonga para se atendido na emergência, preparei algo para comer por la e fui a emergencia do CHUL (hospital universiatario).
Chegando fiz a triagem, passei pela enfermeira que me perguntou o ocorrido e por final me perguntou de 0 à 10, qual era a intensidade da minha dor.
Como estava com gelo emcima do joelho, mais de uma hora antes de chegar no hospital, minha dor estava controlada, entao falei 6.
A enfermeira me deu tres horas para ser atendido e foi o que se passou.
No final o médico examinou, fiz radiographias (nada quebrado) e depois de verificar os resultados, marcou uma consulta de acompanhamento para a semana seguinte la mesmo no CHUL e me presenteou com um par de muletas e uma attelle (forma de gesso removivel vem mais colnfortavel).
Um detalhe que me causou surpresa e deixo aqui o relato para que outros nao se surpreendam ;-)
A “surpresa” é que as muletas sao alugadas à uma empresa de proteses aqui do Québec (7.5 dolares por semana, sendo no minimo uma) e a attelle foi uma compra (48 dolares).
O que me causou a surpresa é que estes artefatos nao foram muito bem explicados as condicoes da compra e do aluguel.
Nao stressei, pois nao é nenhuma fortuna e ainda tenho o meu seguro saude provado que ira pagar uma parte da fatura.
Bom, é isso, tres dias de molho em casa…. férias forcadas!
No mais fica a dica que o sistema funciona e nao posso reclamar. Fui bem atendido!
Atenciosamente
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13 de junho de 2012 às 20:31 #54295mrodolfoParticipante
Vou dar meu relato sobre minha experiência com uma IPS, aproveitando o gancho da Gabi…
Sou hipertenso e até a semana passada não tinha acompanhamento regular. Nada estressante… No começo do ano, fui a uma GMF (SRV) em Ste-Julie, onde moro, para passar por um médico e pegar minha prescrição anual. Fui muito bem atendido pelo médico que venho a descobrir agora ser o responsável pela clínica (http://www.hebdosregionaux.ca/monteregie/main+fr+01_300+La_liste_d_attente_du_GMF_a_presque_double_a_SainteJulie.html?JournalID=21&ArticleID=696920). Ele prescreveu minha medicação, pediu uma porrada de exames e me perguntou se eu não tinha médico de família.
Ao ouvir minha resposta negativa ele me propôs de inicar o acompanhamento com uma IPS, uma vez que medicamentos para pressão podem afetar os rins. Aceitei.
A consulta foi muito tranquila e ela se mostrou bastante competente. Sempre simpática, fez todo meu histórico familiar, mediu minha pressão e explicou as diferenças entre um MF e uma IPS.
No fim, perguntou se minha esposa e meus filhos tinham médico de família e, como não o tinham, decidiu também passar a acompanhá-los.
Tem que ter paciência, sim, para ter um médico de família. O ideal é, enquanto não tiver um, sempre passar na mesma clínica SRV, para se guardar o histórico.
Abraços a todos,
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13 de junho de 2012 às 23:55 #54299Carlos_SantosParticipante
bem vindo ao club dos hipertensos Marcos ;-)
foi assim que consegui o meu médico de familia, mas a familia nao teve a mesma sorte.
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14 de junho de 2012 às 13:51 #54312mrodolfoParticipante
Valeu, Carlos!
Mas a hipertensão já é minha companheira há mais de sete anos…
Cuida do pé, cumpadi! Quando formos para Québec te aviso!
Abraços! -
14 de junho de 2012 às 16:09 #54314thiagoelizieParticipante
Rodolfo,
GMF… SRV… OK, sei o q são. Pode só me esclarecer o q é IPS? Essa eu não conheço…
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14 de junho de 2012 às 16:20 #54315cFERNANDOParticipante
Tenho algumas duvidas com relação ao ingresso na saúde pública no Quebec.
Eu posso dar a entrada a partir do terceiro mês de entrada ou de moradia no Quebec?
Pergunto pelo fato de eu e minha esposa mudarmos o rumo da ida.
Eu irei com ela em janeiro, mas ela ficará apenas uma semana. Ela irá ao Quebec uma vez por mês para me ver e irá em definitivo em junho. (mudanças de planos para termos uma $$egurança maior. O que são 6 meses de sacrifício depois de taaaantos meses de processo? rsrs)No caso dela, só poderia requisitar a saúde pública em meados de setembro após o ingresso definitivo na sociedde ou poderia requisitar no mês de abril, tendo passado apenas 3 semanas completas por lá juntamente com o meu pedido?
Abraços
Fernando
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14 de junho de 2012 às 16:27 #54316BaratinhaParticipante
Ola
Meu marido e hipertenso. Ele nao precisava tomar remedios no Brasil, mas quando chegamos aqui , ele teve uma crise bem braba no fim de 2009 e passou a tomar remedio para controlar.
Ele teve duas crises de hipertensao e chegou bem mal no hospital com dores no peito e tudo, neste caso nao levou nem 10 minutos para ser atendido e levado para o acompanhamento medico.
Depois destas crises ele passou a controlar o remedio e esta bem . A primeira receita pegamos numa clinica, nao demorou para atender , mas tem que chegar bem cedinho e pegar uma senha pois eles atendem epenas um certo numero de pessoas por dia.
A segunda vez fomos renovar a receita na emergencia do hospital do Cloutier. Levou seis horas para sermos atendidos.
Minha opiniao pessoal e que eu acho o sistema de saude aqui bem bom, nao tenho queixas a fazer. -
14 de junho de 2012 às 22:22 #54329Carlos_SantosParticipante
@cFERNANDO wrote:
….
Eu posso dar a entrada a partir do terceiro mês de entrada ou de moradia no Quebec?
o pedido você faz no mesmo dia em que chegar.
Ter direito à usar o sistema é que pode demorar os tres meses!
Sugiro que faca o pedido para os dois ao mesmo tempo.
@cFERNANDO wrote:
….No caso dela, só poderia requisitar a saúde pública em meados de setembro após o ingresso definitivo na sociedde ou poderia requisitar no mês de abril, tendo passado apenas 3 semanas completas por lá juntamente com o meu pedido?
Existe uma clausula aqui no Québec, para aqueles que se ausentam da provincia por mais de 6 meses ao longo do ano e nestes casos a pessoa precisa esperar os tres meses de novo.
Fora isso nao tem stress!
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15 de junho de 2012 às 16:43 #54350gabi-infirmiereParticipante
vocês estao acompanhando as nouvelles?
O governo harper decidiu cortar os serviços de saude para os demandeurs d’asile e os refugiés 8Ohttp://www.centreafrika.com/coalitioncanadiennesante.htm
Para um pais que aceitou a convençao de Geneva e recebe refugiados, esta medida é uma vergonha, infelizmente
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16 de junho de 2012 às 15:57 #54395Carlos_SantosParticipante
pois é Gabi, muitos empregados do governo federal perderao o emprego no ano que vem, isso foi anunciado também e para ter uma idéia do problema, o escritorio que cuida do processo de cidadania aqui na Cidade do Québec vai fechar!
Bom, como disse antes, aqui nao é o paraiso!
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16 de junho de 2012 às 17:01 #54401gabi-infirmiereParticipante
Pois é, é o tipo de economia *burra*
Se o pais esta aberto à imigraçao, significa que esta aberto aos processos de cidadania. fechar escritorios que processam esses pedidos so aumentara o prazo para que os neo-canadenses obtenham sua cidadania. E demitir funcionarios pode signifcar aumento do chômage e varios *locais* no mercado, competindo contra os imigrantes = dai o mercado escolhe o canadense e o imigrante engrossa a fila do BS.
E para a questao dos refugiados e o acesso aos serviços de saude, eu li uma matéria na Presse onde um professor manifestava sua indignaçao. Sabemos que os refugiados passam um processo estressante e muito dolorido, fisica e emocionalmente. Muitos deles nao possuem dominio das linguas oficiais, nao possuem ainda condiçoes de trabalhar e recebem ajudas modicas para subsistência, entao entre comprar arroz ou comprar o remédio para a pressao arterial, muitos optarao pela sobrevivência. E as urgências verao novos afluxos de pacientes descompensados. Onde estara a prevençao neste caso? Cadê a primeira linha?
Os cortes propostos para o Programme fédéral de santé intérimaire (PFSI) atingirao mais de 125mil refugiados e demandeurs d’asile, incluindo crianças. Hoje o PFSI tem cobertura similar aos beneficiados com a assistência social (cuidados médicos, dentarios, oculares e medicamentos)
Paralelamente, ha varias leis em negociaçao para regulamentarem os refugiados e os processos de apadrinhamento, como o que obriga a manutençao de uma uniao (casamento ou uniao estavel) por pelo minimo 2 anos entre padrinho e apadrinhado, sob risco de deportaçao para o apadrinhado que nao cumprir a regra.
Entendo que ha muitos casamentos de fachada, mas esta regra generaliza e nao prevê exceçoes, entao como fica a mulher que é vitima de violência? Ira se calar e viver numa situaçao dificil apenas para nao perder sua condiçao aqui?Para quem se sente indignado com essas politicas conservadoras, no dia 18 de junho ocorrera a “Journée pancanadienne d’action” em Vancouver, Calgary,
Winnipeg, Toronto, Ottawa, Hamilton e Montréal.
Em Montréal, o grupo ira se reunir às 12h30, em frente ao bureau da imigraçao, na 1010 St-Antoine ouestO Canada é um pais aberto para a imigraçao, com politica de refugiados e apadrinhamento. reconheço que ha muito abuso do sistema (trabalho em parc-Extension, eu vejo o abuso cotidianamente) mas meu lado Pollyana faz acreditar que nao sao 100% os safados.
As leis devem garantir flexibilidade e analises individuais.nao vejo a hora de ter minha cidadania em maos para poder VOTAR e exercer meu direito legal de escolher os governantes que representem os ideais de uma naçao.
Acho esta discussao super valida para os cadidatos à imigrantes, afinal, nao cansamos de dizer que aqui nao é o paraiso, mas nao quero ficar parada e olhando pro teto enquanto transformam o nao-paraiso num inferno total ….. :discuss: :alright:
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16 de junho de 2012 às 23:17 #54419Carlos_SantosParticipante
Pois é Gabi!
Nao gosto de politica, muito menos de politicos…. mas nao tem jeito!
É votando que fazemos valer nossos idéais.
Aqui o voto nao é obrigatorio como no Brasil e por isso se um candidato quer o seu voto, tem que merecer!
Eu vou fazer valer o meu voto!
Abraços
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18 de junho de 2012 às 12:03 #54443cFERNANDOParticipante
@Carlos_Santos wrote:
Existe uma clausula aqui no Québec, para aqueles que se ausentam da provincia por mais de 6 meses ao longo do ano e nestes casos a pessoa precisa esperar os tres meses de novo.
Fora isso nao tem stress!
Carlos, muito obrigado pela informação.
Foi muito válida para nós e iremos nos programar com relação a isto!Abraços
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18 de junho de 2012 às 22:31 #54477Helen HartungParticipante
Acabei de ler a matéria que a Gabi postou e acho isso tudo um absurdo….vetar a prevenção é o caminho mais curto pra doença…une honte!
Será que isso é definitivo? Será que não tem como voltar atrás? Não entendo muita coisa de política, mas essa decisão na minha opinião é une folie! -
18 de junho de 2012 às 23:28 #54479gabi-infirmiereParticipante
pois é, Helen, uma vergonha realmente.
Infelizmente as politicas federais seguem cada vez mais a linha dos vizinhos do sul, onde é *me, myself and I* e F&?$#@ o resto ….
o que me deixa emputecida é o fato da hipocrisia = se o Canada quer cortar os gastos com os refugiados, por quê cortar em serviços fundamentais ? Assuma a cueca e corte logo de uma vez o programa! Pois apenas quem trabalha com esta clientela sabe como eles sao frageis, e como acabaram no Canada por determinaçao do Comissariado internacional.
Tenho uma paciente demandeuse d’asile que obteve recentemente o status de refugiada, e estavamos mais tranquilos. Sozinha, com 5 filhos, sendo que ela é hipertensa e um dos filhos tem um handicap severo. Com o sistema *antigo* ela tinha direito aos medicamentos e seu filho, aos tratamentos especializados
Agora, quais serao as perspectivas dessa mulher ? É muito triste isso, viu ….. Ela ficara sem os medicamentos ? O garoto perdera todo o progresso obtido até agora?Hoje umas 200 pessoas se encontraram para manifestar. Minha equipe (enfance jeunesse famille) foi representada por 3 profissionais, 2 assistentes sociais e 1 nutricionista. Eu adoraria ter ido, mas estava em clinica durante todo o dia e nosso staff esta desfalcado em funçao das férias de verao …..
Se essa manifestaçao vai mudar algo? Duvido muito.
Mas ao menos o governo sabera que essa medida nao agrada aos profissionais que lidam diariamente com essa clientela -
19 de junho de 2012 às 00:40 #54480BaratinhaParticipante
Concordo com a Gabi, achei isso uma tremenda hipocresia. Se o governo nao quer assumir os gastos , entao que corte o programa e nao aceite os refugiados.
Acho complicado aceitar a pessoa e depois informa-la que ela nao direito a saude. Essas pessoas nao terao como pagar por medicos e auxilio particular, acho que isso e mais que obvio para todo o mundo , entao essa medida do governo e no minimo uma crueldade. -
20 de agosto de 2012 às 22:14 #56329Marcelo_AndradeParticipante
Bom gente, vi esta informação e decidi compartilhar….é claro que se trata de “globo”, mas pesquisando melhor, é possível achar mais informações sobre o assunto….Ainda não tive problemas com o meu plano, mas numa situação de emergência, tenho medo….
A minha esposa precisou de fazer uma cirurgia e a Unimed negou a autorização, ainda bem que ela tinha o dinheiro, pagou e depois recebeu na justiça…Este negócio de ter saude privada nem sempre é verdade….muita gente acha que tem….vai da interpretação de cada um…http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1681591-15605,00-CLIENTES+COM+PLANO+DE+SAUDE+TEM+ATENDIMENTO+NEGADO+E+RECORREM+A+JUSTICA.html
Envio de docs: 11/2011 / Int. Rejet: 10/2013 / CSQ: 10/2014 / Envio federal: 09/2014 ....
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11 de setembro de 2012 às 20:55 #57005Mariana HelderParticipante
Realmente essa questão de saúde privada X pública é um pouco ilusória. Minha avó está numa novela com o plano de saúde que cobra 1500 reais por mês. Ela precisa fazer uma cirurgia séria na coluna e o plano não quer aprovar.
Meu avô de 82 anos (que não tem plano de saude) caiu e quebrou o quadril. Liguei para a SAMU, ninguem atendia…liguei para os bombeiros que vieram dentro de 15 minutos e o levaram para um hospital (que não podemos escolher) onde não existia estrutura pra realizar a cirurgia dele. Teve que dormir na ala da psiquiatria, numa enfermaria que não tinha travesseiro e nem papel higiênico. Como todo idoso tem direito a acompanhante e um enfermeiro disse em off pra minha mãe passar a noite la por conta dos pacientes psiquiátricos, minha mãe “dormiu” numa cadeira de madeira no corredor. A transferência ia ser para um hospital bem pior no qual eu já trabalhei (sou enfermeira) e por isso quando soubemos do destino, fomos desesperadamente ligar pra todos os médicos que conhecemos e felizmente um primo meu conseguiu vaga pra um hospital menos ruim. Lamentavelmente meu avô não resistiu à cirurgia devido ao seu quadro geral e sua idade.
Por tudo que li sobre o sistema de saúde do Québec, me parece que realmente existe uma visão distorcida por parte dos novos imigrantes de como um sistema de saude deve funcionar. Plano de saude é algo que não deveria existir em lugar algum. Tratamento VIP em hospital que mais parece hotel 5 estrelas é completamente fora da realidade e muitos brasileiros que tem condições de juntar dinheiro pra realizar o processo de imigração acabam ficando mal-acostumados com uma maquiagem no atendimento que não garante qualidade e nem justiça no atendimento quando realmente se precisa dele. Outro detalhe que percebo enquanto enfermeira é que muita gente procura o serviço de saude somente porque está com uma dor de garganta ou febre. Quem faz parte do staff sabe bem como vemos esse tipo de coisa: o paciente só deveria procurar o serviço se realmente nao pode solucionar o problema em casa. Uma simples gripe é algo perfeitamente administrável, salvo raras exceções. O atendimento é e deve ser prioritário conforme o nivel de urgência e em muitos casos o paciente (e os demais envolvidos) ganharia mais se ficasse de molho em casa.
Mas o que eu gostaria mesmo é de perguntar sobre a abordagem alternativa. Como é essa área no Quebec? Sei que não existe médico homeopata, por exemplo. Mas deve haver um profissional de homeopatia. Eu gostaria de entender melhor como funciona e quais são as possibilidades pra quem gosta dessa linha (meu caso). Minha família costuma se consultar com profissionais homeopatas, meus filhos dificilmente ficam doentes e quando precisamos utilizamos florais, homeopatia e fitoterapia e estamos muito felizes dessa forma. Como devemos proceder pra continuar seguindo essa abordagem no Québec?
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11 de setembro de 2012 às 23:00 #57008Mariana HelderParticipante
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1 de outubro de 2012 às 19:05 #57754Mariana HelderParticipante
Os hospitais de Quebec são assim também?
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1 de outubro de 2012 às 22:31 #57755gabi-infirmiereParticipante
Nao.
O video mostra a *perfumaria*, mas cadê o conteudo?
Se a qualidade de um serviço de saude for reflexo da beleza de suas unidades, o Qc esta ferrado.
Muitos hospitais sao velhos (cito o exemplo do L’Hôtel-Dieu em Québec, o primeiro hospital de toda a América do Norte, ainda em funcionamento) e reformas e mais reformas foram se acumulando ao longo dos anos. Alguns centros hospitalares sao verdadeiros labirintos (como o Juif e o Royal Vic em Montréal)
Hospitais mais *novos* datam das décadas de 60 a 80, caracterizados pela arquitetura funcional, blocos quadrados, impessoais e feiosos.Em Montréal, CHUM e CUSM estao construindo seus novos centros hospitalares, prometendo avanços (!) como quartos privativos.
Mas o sistema de saude nao é apenas composto de hospitais. O que cada provincia faz pelo serviçco primario, como sao alocados os recursos em atendimento pré hospitalar, quais sao os medicamentos cobertos pelo plano de saude provincial e tantas outras questoes soa muito mais significativas do que saber se o hospital tem uma aparência bonita.
para analisar as provincias, um organismo fez todo o trabalho, apresentam resultados anuais e o QC esta la no fim, mantendo sua desonorosa oitava posiçao entre as provincias (so nao somos piores do Saskat e Nova Scotia)
http://www.fcpp.org/publication.php/2346
http://www.fcpp.org/files/1/PS124_CHCI2011_DC15_F3.pdf -
2 de outubro de 2012 às 19:47 #57786Mariana HelderParticipante
Nossa! Quebec está como um dos melhores scores em tempo de espera e todo mundo reclamando justamente disso!
Sim, a aparencia bonita é perfumaria, mas sabemos bem que os hospitais publicos brasileiros não são só velhos, são sujos, com aparelhos quebrados, enferrujados. Trabalhei em um onde nascia cogumelos nas paredes e ninguem fazia nada.
Falo dessas coisas…box cheio de fungos, sem travesseiros, um cobertor horrivel, uma comida que mais parece vômito…essa é a realidade publica brasileira e aí, como é?
os postos de saude no Brasil variam muito…se for num bairro classe média/alta são ótimos, mas se for classe baixa, apresentam situação semelhante aos hospitais publicos.
Os profissionais aí tem material pra trabalhar? Aparelhos e equipamentos decentes? São limpos? Se tiver fotos pra nos mostrar eu agradeço.
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2 de outubro de 2012 às 21:52 #57792AlexBanParticipante
Bom,agora estou um pouco preocupado,não sabia que o sistema de saude no canada éra assim :?
eu quero ir sozinho e tenho medo de ter uma crise de enxaqueca,pois ter que esperar 2 horas,sendo que quando isso acontece eu ganho um pacotão do sofrimento,eu sinto febre,vomito,pressão baixa,dores no pescoço e na cabeça,e sem falar que corro o risco de acabar desmaiando(tenho sorte de ainda não ter desmaiado,mas meus medicos me alertão),e ter que esperar 2horas é tenso,isso para mim não e uma coisa boa. :?
Hoje fasso tratamento e é raro isso acontecer agora,mas acontece,e isso me da um pouco de medo do canada,depois de saber como é que funciona seu sistema de saude,fiquei um pouco desapontado,pois dizem que a qualidade de vida ai comparada com o brasil é outro nivel,mas a saude é fundamental :? ,e agora ?Ai tambem tem clinicas,neurologista,oftamologista,etc…?
Se tiver clinicas elas são pagas ou gratuitas?
Remedios de dor de cabeça precisa de ter receita tambem?
se eu tiver uma crise,e como estarei sozinho e sem ninguem para me acompanhar posso pedir algum tipo de socorro ?,pois quando tenho essas crises é terrivel :(
Alguem mais ai tem enxaqueca ?como é sua vida ai ?
Quem tem enxaqueca não passa no exame medico?
Como funciona isso que os medicos querem que você termine um tratamento em casa ao inves de ficar muito tempo internado no hospital ?isso não é perigoso?e se o passiente tiver uma recaida enquanto estiver em casa?lembrando que eu estarei sozinho?Desculpe pelo exesso de perguntas,mas sem saude não se vive.
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2 de outubro de 2012 às 23:57 #57798gabi-infirmiereParticipante
Mariana,
nao ha hospitais em situaçoes tao precarias que tenhamos fungos nas paredes. Em 2010 o governo demoliu alguns hospitais que foram classificados como inseguros.
Nao ha falta de medicamentos, nem de equipamentos ou de materiais. Ha falta de STAFF, de pessoal para trabalhar e agilizar os serviços.
Com a falta de pessoal qualificado (em todas as profissoes da area de saude!) quem paga o pato é o cliente final.
para fotos, a net pode ser uma boa opçao. Digite CSSS + a cidade de quiser ou se ja souber, o nome do hospital. Todos CSSS do QC possuem sites, até os de regioes remotas como Témiscaming.
As discussoes do sistema de saude sao outras pois a realidade é outra. Discute-se a criaçao de um programa mais acessivel de medicamentos, a qualidade des maisons de naissance, os prohgramas de depistagem e acompanhamento de MST em escolas, a evasao de médicos recém formados …..
Se um hospital ou unidade de saude nao apresenta as minimas condiçoes de trabalho, a segurança (e o sindicato) fazem sua parte e denunciam.Alex, uma crise de enxaqueca pode ser horrivel, mas se nao houver nenhum fator de risco associado (uma suspeita de AVC ou algo do gênero), você sera triado conforme a gravidade do quadro e dos sintomas e ira sim esperar pelo atendimento.
O sistema paralelo nao contempla atendimentos de urgências.
A melhor soluçao é a prevençao! Você deve conhecer os fatores desencadeantes da sua enxaqueca, saber quais as causas reais, saber se nao ha nenhuma anomalia estrutural envolvida e saber como minimizar as crises da melhor maneira possivel.
Remédio para dor de cabeça, se for Tylenol, compra-se na farmacia, sem receita. Para medicamentos de enxaqueca mais fortes, so com receita.
Nao da para passar num neuro ou oftalmo sem ter uma referência de um generalista (médico de familia) mas vc pode fazer consulta com ortoptometristas para ver se precisa de oculos (esse serviço nao é coberto pela RAMQ)
se vc tiver uma crise em casa, sem ter ajuda para ir até um hospital, podera pedir a ambulância, mas esse serviço nao é gratuito e vc recebera uma fatura em casa (ambul¸ancia é gratuita em casos de acidentes de transito).eu particularmente acho que ese tipo de preocupaçao é pontual e nao vale os neurônios gastos durante a fase de pré-imigraçao.
Conhecer o funcionamento do sistema, conhecer as politicas de saude, as realidades e dificuldades é algo valido, mas ficar especulando condiçoes especificas ou ficar tentando comparar QC e BR é a maior furada.O sistema tem falhas, mas tem coisas boas e até agora, aos trancos e barrancos, é um sistema relativamente igualitario e da direito a todo cidadao de ter o mesmo tipo de atendimento.
Um infartado nao ira ficar esperando autorizaçao do convênio para colocar stent. Um bebezinho ira com certeza receber as vacinas necessarias, a mulher que decide fazer uma IVG nao precisara procurar açougueiros clandestinos e as pessoas em situaçao de fim de vida poderao contar com um excelente réseau em cuidados paliativos.
As filas (nas urgências ou para realizaçao de exames complementares) existem, especialmente para o que é classificado como nao urgente. E as filas podem demorar muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito.Mas … todo mundo que passa numa urgência, cedo ou tarde sera atendido. A enfermeira da urgência fara a triagem inicial que tem como foco justamente priorizar o atendimento. Entao entre a enxaqueca sem sintoma sugestivo de comprometimento central e o infartado, o atendimento preferencial sera o do infartado.
E a vida segue.
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16 de março de 2013 às 16:13 #60991gabi-infirmiereParticipante
Otima reflexao sobre o sistema de saude quebeca.
Agora que Mme Desrosiers nao esta *atada* com as obrigaçoes como presidente da OIIQ, ela pode botar a boca no trombone.fonte = http://gyslainedesrosiers.com/conference-causerie-dr-alain-vadeboncoeur/
Esta é uma traduçao meia boca da Conférence-causerie avec Dr. Alain Vadeboncoeur, que pode ser lida originalmente em francês no site acima.
Optei por traduzir (rapidamente, entao desculpem eventuais erros de sintaxe e de coordenaçao) para que todos possam ter acesso a esta reflexao.
Para quem nao sabe como funciona, médicos sao pagso *à l’acte*, o que quer dizer que cada coisinha feita em consultorio, por menor que seja, é cobrada e paga pela RAMQ.
Para terem uma ideia, quando um médico faz um bla-bla-bla de 5 minutos sobre alimentaâo, ele coloca na fatura que enviara à RAMQ **orientaçoes nutricionais** e recebera 40$ por isso.
Quando a nutricionista do CLSC fica 1h com um paciente para fazer o bla-bla-bla nutricional, ela nao recebe nenhum centavo a mais, pois ela é assalariada e isso faz parte de suas funçoes.A mesma coisa quando os médicos vacinam os bebês nos consultorios = itrao cobrar da RAMQ a vacina + o ato de vacinar (mais uns 40$). NO CLSC’ a enfermeira em puericultura vacinara o bebê e nada sera cobrado, pois o CLSC compra as vacinas por lotes e paga a enfermeira atraves de um salario fixo.
É para repensar profundamente como o sistema funciona …
O texto ficou gigante, irei colocar em 2 partes.Une alliance stratégique infirmière/médecin est-elle possible pour innover et améliorer les services de première ligne au Québec ?
Durante a última campanha eleitoral, a atenção focada em questões de saúde pairava sobre o número de médicos de familia e as promessas de “um médico de família para cada cidadão” em um futuro mais ou menos próximo. Esta declaração, que brilhou em sua simplicidade, para não dizer por seu simplismo, nao convenceu ninguém, muito menos os especialistas em saúde.
A acessibilidade aos serviços de saúde a partir da visão tradicional de acesso a um médico é a solução no atual contexto do envelhecimento e da epidemia de doenças crônicas? Certamente que não! Garantir o acesso à serviços multidisciplinares de primeira linha permitindo um atendimento global sera à altura desse desafio.
Existem dois grupos de profissionais cujas atividades têm um impacto global: médicos e enfermeiros. Para ter sucesso em mudar radicalmente o sistema de saúde, é preciso agir sobre essas duas profissões. Por um lado, os médicos estão no centro do sistema de seguro-saude (RAMQ*), através da “necessidade médica” e sua posição de autoridade legal sobre as prescriçoes (medicamentos e exames*) lhes da um enorme poder. Do ponto de vista cientifico, eles oferecem tratamentos médicos avançados e determinam as necessidades de prestação de cuidados de saúde.
Por outro lado, os enfermeiros constituem o maior e mais versatil grupo de profissionais que é, juntamente com os médicos,os unicos a atuarem em todos os locais e em todas as esferas, seja em primeira linha, seja em cuidados especializados. Enfermeiros estao envolvidos também em diferentes areas como em políticas públicas de saúde, em educação terapêutica e na coordenação de cuidados.Os acordos atuais de colaboração são os ideais? A divisão de tarefas entre os profissionais permite melhorar a acessibilidade e acompanhamento (dos doentes*)? Infelizmente, Quebec esta atrasado no que se refere à essa orientaçao. Claude Castonguay diz em seu livro mais recente “… enfim, a divisão do trabalho com outros profissionais, sobretudo com enfermeiros,permanece limitada no Québec, o que reduz a produtividade dos médicos de família… “.
Dois milhões de cidadãos não têm outra escolha, a nao ser procurar os serviços de emergência.No entanto, todas as comissões de estudo têm recomendado a mudança do atendimento hospitalar para o atendimento ambulatorial além de garantir o acesso através dos serviços de primeira linha. A transferência dos serviços hospitalares para o ambulatorial e domiciliar visa enfrentar o tsunami de doenças crônicas e evitar as despesas colossais que estao envolvidas quando a pessoa procura um serviço hospitalar.
Nós vimos o QC investir na primeira linha e isso se chamava a rede CLSC. Infelizmente o projeto foi ignorado pelos médicos que não o consideram lucrativo o suficiente e não queriam perder seu status como empreendedores. Assim, o Quebec recomeçou a desenvolver uma primeira linha, dessa vez estruturada em torno dos médicos de familia e os nomeou como grupos de médicos de família (GMF). Na verdade, o GMF procura agrupar os médicos para evitar o modelo de pratica individual. O ministério da saude e de serviços sociais (MSSS*) apresentou alguns atrativos financeiros para incentivar os médicos a escolherem esta modalidade. Até a data, parece que menos de 50% dos clínicos gerais têm aderido aos programas.
GMF podem beneficiar de dois enfermeiros “emprestados” pelos CSSS. Dois enfermeiros para dez médicos está longe de ser um modelo colaborativo e inovador! A FMOQ conseguiu a inclusao des IPS nos GMF em troca de vantagens financeiras quase extravagantes, mas isso é outra história. O status de assalariadas das IPS “emprestadas” por CSSS é uma garantia de que o dinheiro de seus salarios nao seriam oriundos do dinheiro destinado aos médicos pela RAMQ. “Eu nunca entendi como podemos transferir os atos profissionais de alguém sem transferir o budget da RAMQ”.
Muitas vezes ouvimos que os enfermeiros devem fazer mais procedimentos médicos ou que os “super-enfermeiros” deveriam substituir os médicos. É esta a solução para os problemas de acessibilidade? Eu digo que talvez ….. a transferência de atos médicos para outros profissionais não dá o efeito desejado. Nao temos que pensar no caso das sages-femmes. O desafio é financeiro. Os médicos têm um envelope ($*) protegido que está crescendo, gerido pelo RAMQ. Na verdade, para a profissão médica foi concedido um mercado monopolista. Seus serviços são fornecidos, reembolsados pelo Estado e, além disso, à eles foi concedido o poder de decidir se estão dispostos a atribuir ações ou nao a outros profissionais. O Estado, fraco diante desse poder médico, nunca se atreveu a remover da lista os atos concedidos a outros profissionais e, finalmente, a transferência de atos nunca é acompanhada por uma transferência de orçamento. Em um hospital, um ato feito por um médico é de alguma forma “gratis” (nao faz parte do orçamento do hospital, portanto, não atribuível). Ultimamente, a recente transferência de atos aos farmacêuticos foi acompanhada por uma negociação feroz sobre os honorarios dos farmacêuticos.
(ver parte 2)
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16 de março de 2013 às 16:17 #60992gabi-infirmiereParticipante
(cont)
Curiosamente, o Estado está desesperadamente à procura de aumento da eficiência para o sistema mas não está tão ansioso para suportar o acréscimo de atos médicos aos enfermeiros assalariados. No entanto, o aumento dos pacotes de remuneração dos médicos e farmacêuticos ou reembolso de medicamentos, causam uma pressão significativa sobre as finanças públicas. As unidades de saúde estao sufocadas pelas demandas incessantes de racionalização do MSSS. Assim, eles têm outras coisas para pensar ao invés de pensar nos ganhos que o sistema teria em resultado da revisão do modelo de colaboraçao enfermeiro / médico. Na verdade, eles estão condenados a reanalisar a diminuiçao dos serviços de enfermagem. As regras que regem o acesso aos serviços garantidos não são uma responsabilidade do Estado? A incoerência entre planos de seguro e da organização dos serviços de emergência parece-me preocupante. No sentido estrito do termo, os cuidados de enfermagem a domicilio não fazem parte do pacote de serviços garantidos.
Estamos no bom caminho? As leis profissionais permitem aos enfermeiros cliniciennes e praticiennes de fazer muito mais. Eu estimo que enquanto os médicos de primeira linha forem pagos ao ato, ou seja, por volume, nao havera nenhum estimulo para que so enfermeiros tenham maior participaçao. Além disso, na logica do médico agindo como a porta de entrada ao sistema, o sindicado dos médicos (FMOQ) é mais dispostos a procurar “ajuda” ao invés de promover um novo modelo no qual a enfermeira praticienne tenha um papel importante.
Colocando enfermeiros e médicos em envelopes orçamentarios concorrentes, o modo de pagamento do sistema é um freio estrutural importante na inovação e melhoria dos serviços de saúde em Quebec. Por anos, especialistas propoe a noção de “captação”. Claude Castonguay também defende um mixto de captação de pagamento método de atos para a primeira linha.
Quero lembrar as enfermeiras atuantes no sistema apresentam inovações que transformaram o sistema de saúde, em especial, Info-Santé, a triagem nas urgências, as enfermeiras-pivôs em oncologia. Além disso, a colaboraçao enfermeiro-médico oferece importantes resultados clínicos para os pacientes. A literatura diz que essa parceria reduz a mortalidade na UTI, reduz o uso de certas drogas, reduz o tempo de permanência nos hospital, aumenta a satisfação no trabalho e dos pacientes. Em função desses resultados, nao podemos deixar de lamentar a falta de incentivos que permitiriam a renovaçao das parcerias médicos /enfermeiros. Enquanto isso, temos de confiar na boa vontade de médicos e enfermeiros no campo que são capazes de inovar. Danielle D’Amours, inf., Professor no ISP da Universidade de Montreal, disse em uma palestra que “A colaboração é voluntária, mas … não pode ser deixado somente à vontade dos individuos.”
Concordo com ela! -
16 de março de 2013 às 17:45 #60993arturbrasil200Participante
olah Gabi,
Realmente um assunto muito interessante a ser repensado. Esparemos que tenhamos uma solucao positiva futura.
tem uma questao que sempre me fez questionar em relacao ao medico de familia.
O que um medico de familia pode solicitar, em termos de exames ou … nao me vem a cabeca agora, que outros medicos nao poderiam solicitar?
Uma outra questao seria… Com essa falta de medicos de familia, o que me impede de ir numa emergencia e solicitar um exame x ou y?
obrigado
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16 de março de 2013 às 19:11 #60995gabi-infirmiereParticipante
um médico de familia é um generalista entao ele pode pedir o que quiser, mas em geral, como em qualquer pratica médica, os especialistas terao a tendência a procurar mais a fundo, pedindo exames mais especificos, justamente por terem uma formaçao aprofundada num determinado assunto (ha médicos que sao mega especializados, como o ortopedista que so opera joelhos ou o reumato que se especializa em Lupus). O médico de familia deve ser capaz de fazer a pré seleçao, ver os problemas mais comuns, tratar e encaminhar quando o caso escapa do seu limite de açao (ha exames e procedimentos tao especificos que mesmo se um médico de familia pedir, ele nao sabera interpretar, entende?).
É ai que existe a grande diferença entre os médicos de familia e as IPS (infirmière praticienne spécialisée). As IPS possuem uma lista limitada de itens que podem prescrever (medicamentos e exames). A lista em geral cobre as grandes linhas do atendimento de primeira linha, e se houver a necessidade de algo complementar, ela ira pedir para o médico parceiro (IPS trabalham em parceria com médicos de familia).
(nas outras provincias na ha lista, como dito na reportagem, no QC somos um pouco atrasadinhos em relaçao ao escopo de açao das IPS)Nada impede uma pessoa de ir a uma urgência, mas qual seria o objetivo? Ir numa urgência e esperar umas 4 h para poder fazer exames periodicos que a pessoa acha pertinente fazer? O melhor, nesses casos, é ir numa clinique sans rendez-vous e conversar com o médico que o atender (e tentar sempre ir na mesma, para criar um dossier = quem sabe, com sorte, o médico nao acabe aceitando-o como médico de familia?)
Alguns protocolos sao diferentes, por exemplo o papanicolau para mulheres é preconizado aos 2 ou 3 anos, e nao anualmente como é no Br. Esta determinaçao nao vem apenas com embasamento econômico, mas a partir do EBM (medicina baseada em evidências). Temos a tendência de achar que *quanto mais exames, melhor*, mas a medicina deve ser em sua grande parte uma questao de entrevista, exame fisico e analise dos sintomas. Médicos que sao *exame-dependentes* acabam nao aprendendo a exercer esta verdadeira arte.
(e como temos médicos que sao viciados em lista de exames!! parece-me que nao sabem fazer nada sem prescrever no minimo uns 10 exames por paciente, mesmo sem saber o porquê de estarem pedindo-os …)
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