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Boas pessoal,
Estava eu ontem a teclar no MSN com um amigo quebeca, e toquei no assunto “cuidar dos parentes mais velhos” (avós, pais, irmão, tios, etc). É sabido que no Brasil os cuidados com os mais velhos é comum, tanto pelo apego como pela falta de condições financeira para hospedá-los em boas casas de repouso. Esse mesmo comportamento, os amigos Marroquinos também apresentaram.
E os quebecas em geral, pelo que percebi, não têm o mínimo de consideração pelos mais velhos, colocam na “casa de repouso” e era isso.
Alguém mais tem conhecimento desse comportamento?
Um abraço,
Fabrício -
Ola Fabricio,
nunca conversei com nenhum québécois sobre o assunto…..
Mas pelo que eu observo na escola dos meus filhos e como estes se relacionam com os pais e vice-versa (pela palavras e informacoes que meus filhos nos trazem para casa), eu consigo entender o porque desde tipo de tratamento com os mais velhos….
Nao é complicado de entender de fato.
Muito jovem a crianca aqui vai para a escola sozinha. Minha filha de 11 anos quando aqui chegou eu levava ela para a escola. Primeiro para habituá-la ao caminho, ja que a escola ficava trezentos ou quatrocentos metros da nossa casa. Segundo porque eu nao sabia como as coisas funcionavam até a escola. Aqui existem os “brigadiers” que sao voluntarios que ficam nas travessias perto das escolas e que “garantem” a tranquilidade dos alunos para atravessar as ruas! (isso eu achei de primeiro mundo, quando vi! aplaudo a initiciativa e quando puder eu farei com prazer este trabalho….)
Foi ai que vi criancas de menos de 5 anos indo sozinhas, mesmo no inverno, indo para a escola.
Minha filha com dois dias me pediu para nao acompanhá-la mais, “pagando mico”, conhece a expressao???
Como nao vi nada complicado, pagando mico ou nao, parei de acompanhá-la.
E, depois crecendo, os pais nao fazem muito pelos filhos.
Para se ter uma idéia, as colegas das minhas filhas fazem festas de aniversario para as outras colegas, pois os pais nao o fazem!
Isso minha filha me disse VARIAS VEZES!
Outra coisa que vi com uma colega de trabalho québécoise, de uns 50 anos e mae de um garoto de uns 23 anos. No dia seguinte ao domingo, dias das maes, eu perguntei a ela se ela recebeu muitos presentes….. que ilusao! sabe a resposta? advinha?
“… nao ganhei nada!…” eu perguntei o porque, pois fiquei pasmo, nem percebi que estava entrando em terreno complicado…. mas bom…
A resposta dela é que eles nao faziam isso (presenter os pais/maes nos dias que o comercio decidiu!). Ula!
Bom, depois disso eu comecei a entender um pouco mais as relacoes entre geracoes aqui!
Nao me espantava ver velhinhos em pé e adolescentes sentados nos onibus!
Bom, é isso!
“…Agente colhe o que planta….” e tem outro ditado que gosto também
“… quem planta vento colhe tempestade….
Abraços e boa discussao!
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@Carlos_Santos wrote:
Foi ai que vi criancas de menos de 5 anos indo sozinhas, mesmo no inverno, indo para a escola.
Minha filha com dois dias me pediu para nao acompanhá-la mais, “pagando mico”, conhece a expressao???
Conheço a expressão, claro, vem dos adolescentes :lol:
No sentido de irem sozinhas à escola, quando eu era pequeno, entre 8 e 13 anos, era eu mesmo quem levava e trazia eu e minha irmã (3 anos mais nova) da escola, que ficava a 500 metros de casa, numa cidade do interior do RS (20 mil hab) e nos idos anos 80. Provavelmente esse incentivo dos pais tem a ver com a colonização italiana no nosso estado, porque todo mundo que eu conhecia na época se comportava desse modo; e a cidade tem uma mistura de colonização italiana e alemã.
@Carlos_Santos wrote:
Outra coisa que vi com uma colega de trabalho québécoise, de uns 50 anos e mae de um garoto de uns 23 anos. No dia seguinte ao domingo, dias das maes, eu perguntei a ela se ela recebeu muitos presentes….. que ilusao! sabe a resposta? advinha?
“… nao ganhei nada!…” eu perguntei o porque, pois fiquei pasmo, nem percebi que estava entrando em terreno complicado…. mas bom…
A resposta dela é que eles nao faziam isso (presenter os pais/maes nos dias que o comercio decidiu!). Ula!
Bom, nesse sentido, em casa também não seguimos à risca as datas indicadas pelo comércio, mas sempre que possível fazemos um agrado aqui ou ali para os outros. O mais comum é sair para jantar fora :discuss:
Abraço,
Fabrício -
Eu, particularmente fico impressionada com a quantidade de casas para idosos, os ditos “Manoirs” , que por sinal é uma verdadeira industria (a infra-estrutura e de um hotel). E tem Manoir para todos os gostos e bolsos.
Realmente eu concordo com o Carlos pois eu tenho uma impressao que a relacao entre pais e filhos aqui e um pouco distanciada (a gurizada fica meio solta). -
Olá!
Esses dias li (creio que no site da Radio Canada, mas não tenho certeza) sobre uma proposta de lei para o governo PAGAR para avós aposentadas um tipo de salário para incentivar que elas cuidem dos netos de forma a permitir que as filhas trabalhem.
Já que existe uma demanda alta por garderies que eles estão com dificuldade pra suprir em algumas regiões.
Eu achei surreal!
Porque aqui em geral a avó que pode ajuda, mesmo que tenha que se desdobrar para dar uma mãozinha.
Na verdade, um problema cada vez mais comum é o contrário, as avós criando os netos, cuidando deles, e trabalhando durante a aposentadoria para dar conta de sustentá-los. O que é triste, mas cada vez mais comum de se ver.Não acho que reconhecer a ajuda dessas avós seja uma má idéia… mas precisar do incentivo mostra a diferença das relações familiares por aí… não é mesmo?
Abraços!
Jane.
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Ola Jane,
me lembro de ter visto isso na TV como uma reportagem….
O importante é que saibamos aonde nos metemos e se vc quer guardar teus valores e cultura, guarde-os em casa ;-)
É o que eu faço. Meus filhos que vêem as diferencas com os demais colegas na escola….. e isso para mim nao tem preço!
Abraços
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Olá Carlos,
eu concordo com você.
Apesar das diferenças culturais, valores a gente passa em casa, e educação começa no exemplo dos pais.Estou tranquila quanto a isso.
Pois em qualquer lugar do mundo, a sociedade vai prover exemplos e influências positivas e negativas, mas a força dessa influência na formação depende muito da família.
Vou passar o que acho correto para minha filha, independente de estar no Brasil ou no Quebec
E no mais, só resta torcer que quando ela crescer, tenhamos proporcionado uma boa base para que ela faça suas escolhas, com visão, discernimento e sim valores concretos. :)
Um grande abraço!
Jane.
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