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- Este tópico contém 16 respostas, 10 vozes e foi atualizado pela última vez 12 anos, 10 meses atrás por Carlos_Santos.
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10 de fevereiro de 2012 às 13:21 #7924jspavaoParticipante
Noticia o tanto quanto preocupante.. Fiquei triste em saber disso.
Considerar ou nao outra regiao depois dessa??http://ca.finance.yahoo.com/news/quebec-could-soon-be-poorest-province.html
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10 de fevereiro de 2012 às 14:13 #50472pulmonaryarcheryParticipante
Olha, desde 2006 quando eu morei no Québec eu ouço esse papo. Inclusive, desde o século XIX esta ideia é vinculada. Tem um livro bem interessante de um sociólogo quebequense (Marcel Rioux – “La question du Québec”) onde ele explica como a ideia da inferioridade econômica era o principal argumento dos federalistas canadenses que tentavam assim difundir o medo na população para que o Québec não atingisse seus objetivos de independência política. Ora, se o Québec é pobre, ele precisa se submeter ao governo federal já que sem o Canada ele poderia morrer. Não acho obviamente que seja o caso desse estudo. Mas mesmo assim, não acho que seja tão alarmante o fato de o Québec ser mais pobre do que as outras províncias (se isso de fato acontecer). Também não acho que o problema do mundo é a produção de riqueza, mas a distribuição dela. As vantagens sociais no Québec me parecem ainda bem interessantes. Paga-se muito imposto, mas os benefícios se mantêm em um nível aceitável. Mas claro, se eu quisesse ser rico, eu ficaria no Brasil, não iria pro Québec nem pensar. E não tenho tanto medo quanto ao mercado de trabalho. Em uma das ultimas estatísticas que vi (desculpa mas to citando algo sem fonte. hehe não me lembro da onde tirei isso e talvez tenha inventado) para cada 10 pessoas que saem do mercado de trabalho no Québec, somente 7 entram nele. Isso significa que o problema não necessariamente seria a demanda de mão de obra. Esta demanda não parece estar diminuindo com o suposto empobrecimento da província. Mas eu to falando sem muita propriedade porque não entendo muito disso ai não. E talvez esteja só tentando me convencer que está tudo bem…
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10 de fevereiro de 2012 às 14:43 #50473mrodolfoParticipante
Dois pontos me chamaram a atenção na matéria e nos comentários feitos à mesma: a questão do wellfare dado pelo governo “socialista” e a fuga das empresas em função da Lei 101.
O primeiro ponto me lembra muito a lei de Gerson, de se levar vantagem em tudo, natural do ser humano de procurar um ponto de equilíbrio estático em que se tenha o padrão de vida almejado, o que é individual. A distribuição de renda, necessária para o combate à pobreza e para a instalação de uma sociedade mais igualitária, acaba por gerando, no fim das contas, uma sociedade polarizada em quem ganha mais e recebe menos e daqueles que ganham menos e recebem mais do governo. Infelizmente, grande parcela dos quebequenses pensam que vale a pena estar na segunda parcela, com baixa produtividade e empregos sindicalizados.
O segundo ponto fez com que as grandes empresas, principalmente os grandes bancos, fugissem com suas sedes da província e levassem com eles seus empregos. Até o Banque de Montréal tem sua sede em Toronto! Sobraram no Québec bancos tidos como “regionais”, o BNC (onde trabalho) e o Laurantides. A Caisse Desjardins nao conta, pois não é necessariamente um banco. :lol:
Para finalizar, assim como no Brasil, a reportagem diz que as mídias locais estão infestadas de jornalistas tendenciosos à questão da separação e soberania; no Brasil, na minha opinião, as mídias estão infestadas por jornalistas esquerdopatas que acham a democracia de Cuba a última cereja do bolo… Esses jornalistas inflamam a massa em questões superfluas como o presidente da Caisse de dépôts ou um PVP do BNC serem anglófonos unilingues (estranho escrever isso sem trema!) e não analisar a competência de ambos para ocupar o cargo.
Na minha opinião, nos próximos anos a situação política tende a mudar com a eleição de um governo conservador para por ordem na casa. Esse é o ciclo natural da democracia mundial (coisa que o Brasil ainda não conhece): alguns anos com um governo social-democrata-liberal, que distribui renda e joga as finanças públicas no buraco, altenado por governos conservadores, focados na contenção dos déficits públicos e na manutenção dos padrões existentes. Isso acontece no Canada, aconteceu na Espanha nas últimas eleições, acontece com frequência em Portugal…
Ainda assim, prefiro ficar por aqui…
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10 de fevereiro de 2012 às 15:32 #50475mathfernandesParticipante
@mrodolfo wrote:
Na minha opinião, nos próximos anos a situação política tende a mudar com a eleição de um governo conservador para por ordem na casa. Esse é o ciclo natural da democracia mundial (coisa que o Brasil ainda não conhece): alguns anos com um governo social-democrata-liberal, que distribui renda e joga as finanças públicas no buraco, altenado por governos conservadores, focados na contenção dos déficits públicos e na manutenção dos padrões existentes. Isso acontece no Canada, aconteceu na Espanha nas últimas eleições, acontece com frequência em Portugal…
… e será que isto seria ruim para nós que pretendemos imigrar ? … li a matéria e os comentários… parece que tem muita gente conservadora contra a imigração por lá …
fiquei um pouco preocupado agora. -
10 de fevereiro de 2012 às 15:35 #50477daniel.pParticipante
Ola
Eu ainda não estou no Canadá, mas gostaria de comentar algumas coisas. Eu vejo certo alarmismo nesse tipo de matéria, embora saiba que a maior parte das pessoas e mesmo dos jornalistas que escrevem esse tipo de coisa achem isso natural e não alarmista. Não vejo porque o Quebec deveria se jogar nesse corrida capitalista de querer enriquecer a qualquer custa e ganhar rios de dinheiros. Se existe um sistema de segurança social que consegue atender minimamente a vida dessas pessoas não vejo porque eles devam abrir mão de uma questão cultural deles que é trabalharem menos. Esse alarmismo vem muito da cultura capitalista de ter ganhos a qualquer custo, como se ser rico fosse necessariamente um objetivo “natural” da humanidade. Aparentemente os quebequenses não compartilham profundamente desse sentimento. Digo aparentemente porque não morro aí e porque sei que ninguém e nenhum país consegue viver fora do sistema capitalista de produção (nem cuba, nem china, nem coreia do norte).
Marcos, geralmente eu gosto muito dos seus comentários, mas esse último eu vou discordar integralmente. Primeiro não sei da onde você tirou que no Brasil a mídia está infestada de jornalista “esquerdopatas”. Primeiro que isso é completamente ofensivo, segundo que praticamente não existem meios de comunicação cuja linha editorial seja abertamente de esquerda. Tirando Carta Capital, Carta Maior e Brasil de Fato não vejo outro meio de comunicação que se enquadre nessa sua descrição, e mesmo esses 3 meios que elenquei não são exatamente meios de comunicação de massa. Quem produz mídia no Brasil (Globo, Veja, Folha, Estadão, etc.) possuem linhas editoriais de direita com uma perspectiva claramente neoliberal conservadora. Para quem dúvida recomendo ler os trabalhos do professor Arbex, docente de jornalismo na PUC-SP, ou até um documentário chamado Além do Cidadão Kaine produzido pela BBC inglesa e que conta a história do oligopólio da rede Globo(proibido judicialmente no Brasil por uma ação movida pela própria Globo).
Também discordo essencialmente do seu último comentário de ordem “natural” da democracia. Acho super perigoso esse argumento de tentar naturalizar processos humanos. Construções humanas não são naturais, não podemos encará-las como se existem como uma verdade inerente, portanto algo que não pode ser mudado ou que seja necessariamente o oposto do errado. São argumentos assim que justificaram uma série de atrocidades como escravidão, trabalho infantil, guerras religiosas, e que ainda hoje em dia justificam uma série de comportamentos como homofobia, machismo, racismo, entre outros. Logo, não existe ordem natural no mundo social e político, tudo é fruto de construção humana que devem ser entendidas pelo seu contexto social, cujo seu teor de verdade ou de padrão moral correto de ser é relativo.
Esse sua fala: “Esse é o ciclo natural da democracia mundial (coisa que o Brasil ainda não conhece): alguns anos com um governo social-democrata-liberal, que distribui renda e joga as finanças públicas no buraco, altenado por governos conservadores, focados na contenção dos déficits públicos e na manutenção dos padrões existentes”. Bom, não sei como você enxerga os partidos políticos brasileiros, mas em minha opinião, no Brasil ouve sim uma mudança bem radical no tocante a visões políticas para o páis em 2003 quando o Lula virou presidente. Não estou dizendo que concordo integralmente com o Lula, ou mesmo que seja petista, caso alguém me acuse de ser, mas é necessário reconhecer a ruptura ideológica e política que foi os governos do PSDB e do PT. São projetos e visões de país diferentes, não apenas no âmbito econômico, mas no social também. Nesse sentido vejo sim uma alternância de poder, com uma alternância de visões ideológica bem grande.
Essa coisa de que governos sociais democratas se preocupam com distribuição de renda e conservadores com déficits públicos e manutenção de padrões existentes é falaciosa. Veja o próprio exemplo dos EUA, no qual o partido republicano tem como bandeira principal justamente o corte dos benefícios sociais (medicare, medicaid, entre outros). Ou veja o próprio caso da Espanha ou de Portugal, cujos governos socialistas foram obrigados a cortar uma série de benefícios sociais em nome da austeridade fiscal. O que eu quero dizer é que generalizar desse jeito não funciona, é repetir estereótipos sem analisar de fato o contexto sócio-político, além de que é necessário entender que todos os países estão sujeitos as forças do próprio capitalismo que muitas vezes coíbem uma ação própria. Todos viram o xabu que deu a crise mundial em 2008, culpa de quem? Do capital financeiro.
Bom, por enquanto é isso que quero comentar. Pulmonaryarchery, vou procurar algum paper desse sociólogo que você comentou, fiquei super interessado no trabalho dele. Se tiver algum link pra indicar agradeço desde já ;)
My 2 cents
Daniel -
10 de fevereiro de 2012 às 16:03 #50478RonaldoMacielParticipante
Não duvido do estudo da HEC, mas quando eles falam que a renda média é X ou Y, o que eles estão querendo dizer exatamente? Renda per capita? Renda per capita, todos nós sabemos é mero dado estatístico e não reflete a realidade da concentração ou não de renda ou riqueza.
Provavelmente é renda per capita pois usam como parâmetro Alberta, fonte (quase) inesgotável do ouro negro, o petróleo. Assim é fácil, e eles nem pagam taxa provincial (mais fácil ainda – hehehe). A renda per capita lá é $49K enquanto que no Québec é $37K mas o Québec tem 7.9M de pessoas enquanto que Alberta tem 3.6M. O PIB do Québec é quase o dobro do aberltense.
Acho que muitas medidas para controlar a gastança já estão sendo tomada, como os apertos do orçamento, aumento dos droits de scolarité (os mais baratos de todo o Canadá) e melhor controle dos benefícios. Já estão querendo aumentar também a idade para aposentar para 67 anos (algo inevitável pois a esperança de vida só aumenta a cada ano).
Acho que não é nada para se temer. Aqui felizmente não é a Europa.
Residente Permanente desde Set/2009, cidadão desde Jul/2014 e mora na fascinante Montreal.
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10 de fevereiro de 2012 às 16:14 #50479RonaldoMacielParticipante
é necessário reconhecer a ruptura ideológica e política que foi os governos do PSDB e do PT
Sim, a ruptura que houve é a de que a corrupção indiscriminada virou meio de governança e não uma lastimável agrura associada ao poder. Ela se tornou algo inseparável, amalgamado e como forma de se manter no governo. Desculpa, não quero abrir debate político aqui, mas foi inevitável.
Residente Permanente desde Set/2009, cidadão desde Jul/2014 e mora na fascinante Montreal.
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10 de fevereiro de 2012 às 16:30 #50480daniel.pParticipante
Ronaldo, sua afirmação me parece mais um juizo de valor do que um fato em si. Você poderia detalhar melhor? De preferência com dados.
Normalmente me incomoda esse tipo de afirmação, como se corrupção tivesse começado em 2003, ou como se antes fosse algo combatível, menor e moralmente menos importante. Ou ainda como se isso fosse algo inerente a uma perspectiva ideológica específica. [Um adendo, Robertz Kurkz, famoso sociólogo alemão, já dizia que corrupção é algo inerente ao sistema capitalista de produção, algo a se pensar]
Corrupção no Brasil não é privelégio de um ou outro partido. Todos possuem. Cabe perguntar porque nós apenas ficamos sabendo, ou melhor, somos bombardeados na mídia apenas pelas falcatruas de um único partido (PT no caso). Engraçado que a mídia ta nem aí pro livro denúncias (Privataria Tucana) das falcatruas do PSDB lideradas pelo Serra, muitas das quais se iniciaram ainda no governo FHC quando o mesmo era ministro.
Vê porque eu discordo de vc Ronaldo? Não acho que foi o PT que institui a corrupção como maneira de governar no Brasil. Collor foi um mestre nisso, FHC também e o Lula descobriu que no Brasil é assim que se governa. Dilma tá tentando fazer alguma coisa a respeito porque ta se sentindo incomodada e pressionada pela sociedade. Mas nenhum deles foi moralmente superior ao outro nesse quesito. Podemos e devemos falar de corrupção, apontar o dedo em um partido como se os outros fossem isentos disso é bobeira.
Mrodolfo, mais um exemplo do porque no Brasil a mídia é essencialmente de direita.
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10 de fevereiro de 2012 às 17:56 #50486mrodolfoParticipante
Daniel,
Não quero por lenha na fogueira e fugir do assunto do tópico. Tenho minha linha política de pensamento e meu senso de justiça que me diz que se o político fez algo de errado deve ser punido, não importa o partido. Porém, já não me causa mais estranheza o fato do governante que nomeou um bando de corruptos (muitos deles conhecidos desde os tempos em que ele era o grande gerente do país), sair-se bem na foto posando de político austero depois de demití-los. Nem aqui, nem aí… Cidadãos Kane existem no mundo todo e como mesmo disse o Sr. Ricardo Teixeira, por que se preocupar enquanto não sair no Jornal Nacional? Vivi quase 35 anos no ABC paulista…
Voltando ao tópico, acho interessante a abordagem da revista MoneySense, que todo o ano apresenta uma lista com as melhores cidades para se viver levando em consideração diversos aspectos. Isso nos permite fazer algumas comparações por exemplo:
– O preço médio de uma residência em Ottawa-Gatineau é de $302k, enquanto em Montréal é de $372k, contra $463k em Toronto, $312k em Edmonton e $796k em Vancouver;
– A renda média em cada residência é de $91k em Ottawa-Gatineau, $61k em Montréal, $89k em Toronto, $94k em Edmonton e $84k em Vancouver.Não sei o quão mais caro é morar no lado inglês ou mesmo se é mais barato morar no lado francês. Tenho um amigo em Toronto que me disse que um salário lá de $90k equivaleria ao salário de $60k aqui no Québec, em função da diferença de preços nos itens básicos como moradia, seguros etc.
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10 de fevereiro de 2012 às 18:12 #50489RonaldoMacielParticipante
Não quero também alongar esta discussão mas precisa de mais dados e números do que o que se viu nos últimos 10 meses-1 ano? Quantos ministros caíramos por denúncias de corrupção? Pagando ONGs de fachada, favorecendo próprios estados, arrecadando dinheiro para partidos como PCdoB, PT etc, que antes se diziam partidos modelos de moralidade. Bullshit.
Agora vir dizer que eles caíram porque a Dilma foi austera ou porque neste governo não tem impunidade? Come on, isso é ridículo.Também não acho que o PSDB seja santo ou que não cometa crimes, afinal cometeu sim, muitos vimos na época do FHC. Mas o meu ponto é que antes, a corrupção roçava o poder, eram favorecimentos isolados, individuais (ou familiares até). Mas o que se vê hoje são organizações criminosas travestidas de partidos que ganham dinheiro por meios escusos para financiarem novas campanhas eleitorais e se perpetuarem cada vez mais no poder. Isso é nojento, é um crime contra a humanidade até.
Um partido que se alia com ditaduras esquerdistas e opressivas (Chávez, Fidel, Rafael) e organizações terroristas (FARC) tem de ser muito mal visto e tem de ser coibido. Há inúmeras reportagens sobre isso, dá pra se fazer um dossiê completo sobre isso.
Agora eles ainda querem controlar a mídia para não falarem de suas falcatruas. Hoje a imprensa no Brasil é uma das poucas instituições que nos ajuda a manter o mínimo de ordem pois denunciam estas coisas. A Dilma só demitiu/pediu pra sair porque saiu na mídia. Se virarmos uma China dos trópicos aí sim estamos ferrados.Residente Permanente desde Set/2009, cidadão desde Jul/2014 e mora na fascinante Montreal.
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10 de fevereiro de 2012 às 18:27 #50490mrodolfoParticipante
Esqueci de colar o link da pesquisa. Voilà!
http://www.moneysense.ca/2011/03/29/canadas-best-places-to-live-2011/
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10 de fevereiro de 2012 às 19:03 #50491mCerqueiraParticipante
POST EDITADO
eu havia escrito aqui uma opinião sobre o governo PT e governo Lula .. mas pensei melhor e resolvi apagar pra não criar mais polêmica que não levará a nada … afinal de contas, politica não se discute né??
Apenas em resumo não gosto nem um pouco do que o governo Lula fez ou disse que fez (ou que na verdade nada fez). Acho que a Dilma é menos pior que ele pois não fica aparecendo na TV fazendo gracinhas pra posar de amiga do povão.
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10 de fevereiro de 2012 às 20:12 #50493quasemudoParticipante
Olá a todos.
Pra quem tiver interesse segue na íntegra o relatório sobre avaliação da renda do QC em relação às demais províncias.
http://cpp.hec.ca/cms/assets/documents/recherches_publiees/PP-2011_03.pdfNo site centro de produtividade da HEC (http://cpp.hec.ca/fr/) há outros relatórios interessantes.
Minha singela opinião sobre o assunto:
1. Trata-se de um único estudo somente. Outros podem trazem mais elementos à discussão sobre macroeconomia no Qc e Canadá a médio e longo prazo.
2. Aos brasileiros ainda não emigrados, fica a dica de manter a sobriedade na proporção à importância que esses fatos dão à motivação para imigrar, afinal o elemento econômico é multifacetado e pode ser visto sob ângulos opostos às vezes. Por exemplo, há outros indicadores além do PIB ou renda per capita que medem muito melhor as condições reais de vida das pessoas nas cidades e províncias. Basta olhar o milagre brasileiro atual, com seu PIB trilionário subindo nos rankings de desenvolvimento econômico, mas não refletido da mesma forma em indicadores sociais.Pensando em tudo o que já foi discutido anteriormente de forma bastante consistente e inteligente sobre mídia, política e pesquisas lembrei-me de um saudoso professor de sociologia que nos disse certa vez que “pesquisa sem intenção é aquela que ninguém lê”.
Abs.
Marcos -
10 de fevereiro de 2012 às 20:40 #50494pulmonaryarcheryParticipante
Gente,
Eu acho que política se discute sim. Na verdade eu não vejo problema nenhum nesse tipo de debate que ta rolando aqui. Eu acho importantissimo, aliás. A gente tem que lutar pra matar nosso ego e não levar pro lado pessoal uma discussão do domínio das idéias. Quando no Brasil a gente parar de achar que discussão é competição, quem sabe a gente construa um espaço mais interessante e mais democrático de comunicação. Eu não gostaria que essa discussão acabasse. Até porque ela leva a algum lugar sim. Eu não tenho problema nenhum em discutir com gente que tem idéias diferentes das minhas (até pq tenho muito poucas convicções na minha vida e aceito muito bem o fato de poder mudar de opinião facilmente. Saber estático é saber morto).
Eu entendo que seja dificil não levar para o lado das paixões uma discussão política. Mas a gente tem que tentar minimamente evitar isso. Não que eu ache que a gente deva ser racional ou até se enganar numa busca pela imparcialidade, mas é discutir tudo como se fosse um ataque pessoal que não leva a lugar algum. Não que eu ache que alguém esteja conduzindo a discussão dessa forma aqui. Vejo ate bastante respeito entre os participantes. (E eu já me justificando pra não machucar ninguém… aiai que saco)Então só pra retomar o post do Rodolfo. Eu não acho que a gente deva considerar a questão soberania-federalismo do Québec como uma anedota. Historicamente no Québec (país/provincia/pedaço de chão majoritária e reconhecidamente francófono) os anglófonos unilingues estiveram presentes em cargos politicos importantissimos e eram eles que ocupavam a maior parte dos altos cargos em empresas. Além de terem os melhores salários. Não discuto aqui o mérito dessas pessoas e nem acho que os anglófonos deveriam ser excluídos da vida quebequense (até pq essas pessoas são quebequenses como qualquer outro individuo francofono ou de lingua materna outra). Mas, acho que é estranho o fato de – em um espaço territorial, politico e cultural de expressão francesa, de lingua oficial francesa – representantes não saberem se comunicar nesta língua. No que toca aos representantes federais, nada mais normal que eles sejam bilingues, não? Por mais que o Canada não tenha uma lingua oficial, a grande maioria dos canadenses fala ou inglês ou francês e deveriam poder receber seus serviços e serem representados em ambas as linguas. (Tbm entraria aqui a questão das linguas amerindias que acabam sendo excluidas desse pacote). Pra um brasileiro isso pode parecer mera picuinha de jornalista ou de um vieux râleur, mas não acho que seja o caso em países que tem a questão linguistica no centro de suas preocupações políticas. É verdade para Bélgica, é verdade pro Québec, é verdade para diversos outros países e territorios nesse mundo a fora. Parece inconcebível para a gente, mas não sei se aceitaríamos da mesma forma um presidente do Banco Central que não falasse português. Com o Lula a galera já enxia o saco com todo tipo de preconceito linguístico por ele não falar o português da norma culta. Esse exemplo é meio ruim, pq sei que as realidades dos dois países são muito diferentes, mas acho que a gente tem que se colocar minimamente no sapato dos outros pra não perder o pouco de empatia que nos resta. Eu procuro acompanhar essas discussões como ouvinte porque não me sinto no direito de opinar sobre o destino de um país que ainda não é o meu. Mas to longe de acreditar que esta discussão (tão cara a todos os quebequenses que conheço) seja mera picuinha de jornalistas.
Quanto a questão do “ganhar mais e receber menos do governo, e ganhar menos e receber mais”: Eu teria cuidado com isso pra não cair em um discurso bem pouco justo que esconde a ideia de que, quem produz menos (ou neste caso ganha menos) vale menos na sociedade e no processo de produção. Até pq alguns trabalhos menos bem pagos não o são devido ao esforço ou a dificuldade. E eu não vejo problema algum em se ter benefícios sociais para todo mundo. Mesmo aqueles que não estão no topo da cadeia de produção. Deixar cada um por sim e Deus por todos, acreditando que todos largamos nessa corrida pelo sucesso e bem-estar do mesmo ponto de partida e com possibilidades iguais é pouco conhecer o mundo de merda que a gente ta construindo.
Daniel, o livro do qual eu falei é esse aqui http://books.google.com.br/books/about/La_question_du_Qu%C3%A9bec.html?hl=pt-BR&id=PNUJAQAAIAAJ
Não consegui achar nenhum link onde baixa-lo, etc e tal…
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11 de fevereiro de 2012 às 22:26 #50502gabi-infirmiereParticipante
pulmonaryarchery , ganhaste uma fa! :-)
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12 de fevereiro de 2012 às 11:34 #50505mCerqueiraParticipante
pulmonaryarchery,
Não discordo do que vc disse sobre o que se pode aprender discutindo, ouvindo opiniões divergentes, aprender a escutar ao invés de falar, etc. Isso realmente é muito bom para construir, reforçar ou mesmo derrubar visões deturpadas que possamos ter.
No entanto, pergunto como normalmente foram as conversas que vc teve com outros sobre esse assunto e alguns outros polêmicos? Conheço muita gente aqui em Brasilia está envolvido na política desde cedo. Uma minoria parece ser mais esclarecida e é possível manter o diálogo. Por outro lado, a grande maioria só quer saber de votar em Roriz para legalizar seu lote (ILEGAL) que eles compraram já sabendo que era ilegal. Outros são PTistas e amam o governo Lula de paixão e chega a ser ilógico seu raciocínio quando vc os questiona sobre este ou aquele determinado assunto de péssimas ações do seu ídolo. Normalmente a saída estratégica é falar mal dos outros governantes (principalmente FHC) pra justificar qquer coisa. Isso sem contar o quanto ficam estressadinhos ….
Enfim … diante da falta de raciocínio lógico pra analisar os fatos sem olhar pro próprio umbigo, eu ainda continuo achando que política não se discute. Assim como o famigerado futebol …. gosto muito do esporte, mas Deus que me livre de ouvir o povo defendendo seu timão, seu mengão, seu vascão como se fosse a pessoa mais amada da sua família …
sei não .. infelizmente pelas experiências que tive, discutir sobre estes e outros assuntos é a mesma coisa que jogar uma partida de squash
:p
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12 de fevereiro de 2012 às 15:58 #50509Carlos_SantosParticipante
Québec ser mais pobre do Canada….. nao vejo realmente um problema ;-)
Nao é a mesma coisa dizer que o Rio de Janeiro sera o estado mais pobre do Brasil ;-)))
A pobreza aqui existe e existem movimentos de combate à pobreza por aqui e isso mesmo nao sendo a provincia mais pobre do Canada!
É preciso ter cuidado com o que a mida publica.
Posso dizer que alguns bairros aqui na Cidade do Québec sao melhores frequentados do que outros pois o nivel social nao é o mesmo.
Seja como for, nao vejo que os candidatos à imigracao para o Québec devam ficar apreensivos com esta informacao. Estar informado que aqui nao sao flores sim, mas que sera a mais pobre ou a mais rica, nao faz do local o melhor local para imigrar.
Se fosse assim todos iriam para Alberta, aonde o governo da um bonus à cada habitante (royalties) do pretroleo e aonde nao pagam o imposto de renda provincial ;-)
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