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14 de setembro de 2011 às 14:03 #7651fepublioParticipante
Li um artigo muito bom no site OiToronto, escrito por Bruno Vompean. Ele explica como nunca havia lido sobre essa cultura do tentar se dar bem dos brasileiros. A discussão é sobre os imigrantes brasileiros que, em tese, fogem dessa cultura, mas que acabam por proliferar a mesma logica no Canada. E quais são as consequências disso?
É uma reflexão importante para quem está deixando o Brasil.
Leia o artigo no seguinte link:
http://terrasestranhas.blogspot.com/2011/09/o-jeitinho-brasileiro-no-canada.html?spref=fbO que vocês acham sobre o assunto?
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14 de setembro de 2011 às 14:36 #47216CaduPimentaParticipante
Li o texto e somente pergunto “Onde eu assino?”.
É muito cultural isso, infelizmente. No Brasil, “dá trabalho” ser honesto. E gera stress, pois com tanta gente burlando regras, chega uma hora que nós mesmos escorregamos, por pura falta de paciência. E outra: aqui, ser honesto é sofrer um pouco de preconceito. Como exemplo, um dia eu saquei um $ no caixa eletrônico de uma agência do HSBC. O caixa me deu $ 50 a mais, provavelmente um erro do contador. Eu peguei a nota e entreguei a um gerente da agência, explicando o ocorrido, que me agradeceu. Pois, para minha surpresa, quando contei isso para as pessoas com quem convivo, ouvi frases do tipo “Deveria ter ficado com a nota”, “Ahh eu nunca faria isso”, “Seu trouxa (!!!!!)”, etc.Não sou santo, e não vou falar aqui que meu comportamento foi 100% do tempo “certinho”. Mas me esforço para ser.
Bom assunto para discussão, acho que já li algum outro tópico sobre isso, mas sempre é bom opiniões novas e/ou atualizadas.
Abs !
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14 de setembro de 2011 às 15:07 #47218mrodolfoParticipante
Sei que minha pergunta não terá respostas, mas a farei mesmo assim…
O sistema de ajuda social para aqueles que tem crianças (soutien aux enfants e a prestation canadienne) é, assim como o imposto de renda, autocotisada: é o demandante mesmo que informa seus rendimentos.
Quando cheguei aqui e fui solicitar os benefícios, peguei meus contracheques e os de minha esposa, somei os rendimentos “impostáveis” (numa abrasileirisação do revenue imposable) e coloquei nos formulários. Consequência disso? Passei um ano recebendo o mínimo e dormi de consciência tranquila.
Quantos de vocês fizeram diferente e informaram um rendimento fictício menor que o real, apenas para ganhar uns dólares a mais de ajuda? E quantos de vocês, ainda no Brasil, não fraudavam o IR para ter uma restituição um pouquinho maior?
É claro que ninguém vai assumir publicamente isso!
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14 de setembro de 2011 às 15:54 #47220mCerqueiraParticipante
Excelente post!!!
Quando estive no Canada tive o prazer de conhecer o transporte público de Toronto e assim como o que foi descrito no texto, realmente é um serviço de muito boa qualidade, principalmente se comparado ao Brasil.
Já na 2a semana, um dos brasileiros que estava no mesmo curso que eu fez um comentário bem parecido com o que foi relatado no texto. “vocês viram que massa o metrô daqui? dá pra usar sem pagar” 8O
Hoje em dia não sei o que é pior … é saber que nós carregamos esse jeitinho (ainda que em alguns casos inconscientemente) ou ver escancaradamente as pessoas e a TV falar sobre isso como se isso fosse uma vantagem ou qualidade do brasileiro. Triste isso ….
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14 de setembro de 2011 às 16:48 #47221rafasgomesParticipante
É…
Isso só vai mudar com educação nas escolas e em casa.
Bem, pro governo ou qualquer que seja a instituição, me parece que não há interesse em “educar”, e sim em apenas ensinar. Até aí é justificavel.
Mas hoje em dia, existem muitos e muitos, mas bota muitos nisso, pais, que não tão nem ai pra educar os filhos. Isso é triste, isso é a decadencia da sociedade.
Quem tem filhos tem obrigação moral de ensiná-los a serem pessoas civicas e respeitosas.
Aqui em curitiba ta cheio de filhinho de papai metido a revoltadinho que entra pela porta dos fundos do onibus quando ele para no Tubo (seria uma porta de desembarque, mas que os malandroes usam pra entrar em pagar a passagem). Detalhe, fazem isso sem necessidade nenhuma. Mas enfim… ou os pais fazem seu papel ou nada nunca vai mudar.
Enquanto a minoria correta se sentir acuada pela maioria incorreta, vai ser impossivel a mudança.Abraço
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14 de setembro de 2011 às 16:50 #47222imigranteParticipante
Morei por quase três anos em Lausanne/Suiça e la tbm nao existe catracas para entrar em qlqr transporte público. O que existe é uma maquina em todas as paradas que vendem o ticket para andar somente 3paradas, ou usar por 3hrs ou para o dia inteiro(variando os preços é claro). Ou entao vc faz o cartao para usar por 2semanas ou 1mês(quantas vz quiser por dia).
Não vou mentir que umas 2 ou 3x usei o transporte sem pagar, mas sempre com mto medo de na proxima parada entrarem os fiscais( não da para prever em ql parada eles vao estar) que só deixam os passageiros descerem depois de apresentarem o ticket e depois sobem no onibus ou metro olham os tickets de todos os passageiros e descem nas proximas paradas para entrarem em outro onibus ou metro e assim costumam andar por toda a cidade entrando em onibus aleatoriamente tipo em forma de amostragem(rs). Realmente da pra andar varios dias sem ver os fiscais, mas caso eles pegam alguem sem bilhete tem 2opcoes: ou paga na hr 60francos(aproximadamente 100r$) ou depois 80francos(aproximadamente 130r$). Só sei que todo mês eu pagava 61fr e qndo completei 25anos passei a pagar 75fr, para o bilhete mensal. E em quase 3anos usando onibus, metro e trem todos os dias, devo ter apresentado meu cartao umas 15x ou 20x ao todo. Meus pais ficaram 3semanas la comprando o bilhete diariamente e nao apresentaram nenhuma vz.
Sinceramente nao sei como funciona para turistas, mas se for um ilegal, ele pode ser até deportado por isso se for pegue. Agora o que mais impressionava quando alguem era pego sem o bilhete é, que dava pra ver claramente, que NÃO eram europeus, eram quase sempre os extrangeiros.
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14 de setembro de 2011 às 17:12 #47224Carlos_SantosParticipante
triste constatacao ;-(
Excelente topico e muito bem escrito, diga-se de passagem.
Aqui no Québec nao é muito diferente, vejo muitos colegas “abusarem” do sistema, infelizmente!
O que gosto aqui em particular é quando uma situcao de impunidade é resolvida!
O exemplo paga todos os casos que passaram impunes ;-)
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14 de setembro de 2011 às 19:14 #47229SANDROMSParticipante
Excelente artigo!
Eu acredito que exista o jeitinho Québécois. Três exemplos:
:arrow: o famoso depósito de 3 alugueis para os recém cheagos: é ilegal mas as vezes é o único jeito de alugar o primeiro imóvel. :x
:arrow: na loja de carros pedindo um empréstimo o vendedor me pediu várias informações. quanto tempo no mesmo endereço, quanto tempo no mesmo emprego… para cada resposta que eu dava ele preenchia no sistema o dobro – segundo ele: “assim fica mais fácil aprovar, o sistema não gosta de números baixos…“. 8O
:arrow: no banco pedindo cartão de crédito – o gerente falou: “vc não tem os requisitos para aprovação do cartão que dá pontos, mas vou pedir o cartão básico, assim que aprovado eu solicito o upgrade.” ele fez, funcionou! não vou entrar em detalhes pq o gerente me pediu para não contar pra ninguém. 8)Para pensar 1: onde termina o jeitinho e começa a desonestidade descarada?
Para pensar 2: quantas hipotecas foram concedidas para cliente “sub-prime” na base do jeitinho e que viraram essa bolha imobiliária que bagunçou a economia americana???
Sandroms -
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16 de outubro de 2011 às 10:28 #47753FCelsoParticipante
Boas pessoal,
Na minha opinião temos duas possibilides:
– desonestidade – que atrapalha o desenvolvimento da sociedade;
– fexibilidade para resolver pendências – que auxilia na melhoria da eficiência do sistema;
Acredito que ambos sejam “jeitinho de tal lugar”, pois é uma adaptação da pessoa ao meio que se insere.
Importante é ter discernimento para saber quando está a fazer um ou outro, de modo a fazer as coisas conscientemente e, se for o caso, assumir as consequências.
Abraço,
Fabrício -
17 de outubro de 2011 às 01:46 #47759Marcelo_AndradeParticipante
Bravo Fabrício, acho que é por aí mesmo…..
Não acho que em Quebec existe “gato de luz, de água, de gás, da NET, da SKY etc….”
Derepente o jeitinho brasileiro é, digamos, corrúpto….rs
Abraços
Envio de docs: 11/2011 / Int. Rejet: 10/2013 / CSQ: 10/2014 / Envio federal: 09/2014 ....
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17 de outubro de 2011 às 18:44 #47770RonaldoMacielParticipante
Muito bom tópico realmente. Aqui em Montreal também tem muita gente que abusa e aqui são das organizações sem fins lucrativos. Muitos devem conhecer a Mission Bon Accueuil, que auxilia entre outras coisas, doando alimentos às pessoas carentes. Eles são muito fortes aqui em Montreal e ajudam milhares de pessoas.
Conheço brasileiros (e de outras nacionalidades tb) que mesmo com os dois do casal empregados, eles vão lá pegar a comida com suas sacolas retornáveis. Acho isso horrível pois aqui, não estão eventualmente tirando de quem eventualmente tenha, mas ao contrário, tirando de gente que não tem nada, às vezes nem um prato de comida. :?
Isso está encarnado na mentalidade e digo, isso se controla com conscientização das pessoas mas sobretudo, punição dos infratores. É por isso que estes esncândalos políticos se repetem, porque não há justiça que faça estas pessoas sofrerem as conseqüências de seus atos. C’est décevant…
Residente Permanente desde Set/2009, cidadão desde Jul/2014 e mora na fascinante Montreal.
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18 de outubro de 2011 às 12:41 #47788iaiaenandoParticipante
concordo com o Carlos.
ah… esse negócio de tentar se sair bem é individual e ao mesmo tempo bem humano.
mas igual ao BR não existe, gente.
culturinha medíocre que foi um dos fatores principais para eu querer sair de lá.mas como disseram, a corrupção é tão grande, que por exemplo, é muito mais fácil pagar 10 reais a um policial do que 500 numa multa sabendo que esse dinheiro vai pra bolso de bandidos de terno, enquanto pra usar uma boa estrada você tem que pagar inúmeros pedágios. ah vá!
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