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24 de março de 2008 às 20:21 #5647julianomgaParticipante
Oi colegas de comunidade, uma interessante pesquisa que saiu hj nos jormais, acho um pouco triste, mas…..
vou deixar o link pois é possivel encontrar mais sobre o assunto
http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2008/03/24/ult4909u2969.jhtmabraços
Juliano
24/03/2008 – 05h05
Êxodo de brasileiros continua após três décadasO êxodo de brasileiros em busca de uma vida melhor no exterior continua levando milhares imigrantes a deixar o país todos os anos quase três décadas após o início da “diáspora”.
Desde 1980, registros dos aeroportos sugerem que o Brasil tem perdido mais pessoas do que recebido. O movimento chegou a ter uma pausa entre 2001 e 2004, mas, a partir de 2005, o êxodo retomou sua força.
Em 2005, saíram 24 mil pessoas do Brasil a mais do que as que entraram pela via aérea. Em 2006 (os últimos dados disponíveis), esse total mais que dobrou, passando para 58 mil. Os números foram compilados a pedido da BBC Brasil pelo Victor Klagsbrunn, coordenador do curso de pós-graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Em países considerados destinos preferenciais de imigrantes, como a Espanha, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, o fluxo incessante de brasileiros tem chamado a atenção das autoridades e se reflete com clareza em estimativas e em números oficiais de imigração.
Na Espanha, o número de brasileiros mais que dobrou nos últimos três anos. Segundo estimativas da ONG S.O.S. Racismo, havia cerca de 30 mil brasileiros no país em 2005. Em 2007, seriam 80 mil, um aumento de 166%.
Nos Estados Unidos, os brasileiros são a segunda nacionalidade em um lista do Departamento de Segurança Nacional com a origem de clandestinos. Em 2000, o número de brasileiros sem documentação somava 100 mil. Em 2006, eram 210 mil. O aumento de 110% no período só é inferior ao registrado pelos indianos, de 125%.
Na Grã-Bretanha, os brasileiros são a nacionalidade mais barrada nas fronteiras há três anos consecutivos. Em 2006, de acordo com os últimos dados do Ministério do Interior, 4,9 mil brasileiros foram impedidos de entrar no país.
Duas gerações
A mineira de Governador Valadares Ilma Paixão fez parte do grupo pioneiro que se estabeleceu nos Estados Unidos na década de 80, quando ainda era fácil entrar no país.Em 1984, aos 20 anos, entrou como turista em Miami. Mas o seu objetivo, como o de milhões de brasileiros que deixaram o Brasil antes e depois dela, era escapar de um país em crise e tentar uma vida melhor na “terra das oportunidades”.
“Mesmo achando que poderia ser de grande valor no meu país, não achava que o Brasil me valorizaria”, disse Paixão à BBC Brasil.
“Eu entro naquele quadro ‘mulata do Sargentelli’, sou alegre, comunicativa, simpática. E, no Brasil, se você tem essa característica, essa passa a ser a sua única característica: uma mulher sensual e não uma empreendedora.”
Ilma Paixão começou lavando pratos, trabalhou como doméstica e, hoje, trabalha como pesquisadora associada em um projeto de desenvolvimento econômico comunitário da universidade de Harvard e do Massachussetts Institute of Technology (MIT).
Representante da segunda geração de imigrantes brasileiros, a administradora de empresas goiana Flávia Faria, de 21 anos, espera entrar em Londres para onde tem passagem marcada para junho.
Vinte e cinco anos depois da saída de Ilma Paixão, o atual ritmo de crescimento econômico no Brasil ainda não é não é capaz de segurar imigrantes em potencial, como Flávia.
“Não vi impacto desse crescimento na minha família. Já de uma tia que tenho na Espanha, só recebo boas notícias. (…) Pessoas graduadas aqui no Brasil lutam para conquistar empregos que oferecem o mesmo que uma garçonete fora do país”, disse.
Ela espera conseguir um visto de estudante que aumente suas chances de passar pelo rígido controle da imigração britânica.
Apesar de 4,9 mil terem sido impedidos de entrar, segundo os dados mais recentes, 182 mil puseram pé em solo britânico no mesmo ano. Se não conseguir, no entanto, Flávia pretende pedir ajuda à tia e tentar entrar pela Espanha.
Sem volta
Não há estimativas de quantas pessoas deixaram o Brasil com o objetivo de imigrar temporária ou permanentemente desde o início do fenômeno da imigração em massa de brasileiros.O movimento de saída começou a ficar evidente em 1980, de acordo com os números de embarques para o exterior.
Pelos registros do antigo Departamento de Aviação Civil (DAC), a diferença entre o número de passageiros que entraram e saíram do Brasil naquele ano se tornou negativa, marcando o fim do período do Milagre Econômico em que o país recebia mais gente do que “exportava”.
Em 1979, entraram pelos aeroportos brasileiros 8,9 mil pessoas a mais do que saíram. Em 1980, o ano da virada, quatro mil pessoas embarcaram para o exterior, sem retornar, nos aeroportos brasileiros.
Desde então (de 1980 a 2006), o Brasil “perdeu” 1,131 milhão de pessoas por via aérea, segundo os números reunidos por Klagsbrunn, coordenador do curso de pós-graduação em Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Nessas quase três décadas, em que o Brasil viveu crises econômicas intensas e um período mais recente de estabilidade e crescimento, o êxodo chegou a perder fôlego em 2001, mudou de rota, mas voltou a ganhar força nos últimos anos.
Destino Europa
A reversão da tendência que começou em 1980 ocorreu após os atentados de 11 de Setembro. Já em 2001, os Estados Unidos “fecharam as portas” e o Brasil voltou a receber mais gente do que enviar para o país.O maior controle nos Estados Unidos, que teve impacto no saldo geral, durou quatro anos (2001, 2002, 2003, 2004) até que, em 2005, o “saldo migratório” – conceito usado por Klagsbrunn para se referir aos embarques sem retorno- voltou a aumentar.
Uma análise por país da estatística geral mostra um mudança clara no destino dos passageiros.
No período entre 2001 e 2006, o saldo migratório para os Estados Unidos foi negativo em 235 mil pessoas, ou seja, havia mais gente deixando os Estados Unidos do que entrando.
Enquanto isso, cerca de 390 mil passageiros embarcaram sem retorno para a Europa durante o mesmo período.
“Por um lado, o valor do euro frente ao dólar favorece a escolha de países europeus como destino porque um dos principais motivos da migração é remeter dinheiro para os que ficaram na origem”, explica o demógrafo Wilson Fusco, da Fundação Joaquim Nabuco.
“Por outro lado, além do maior controle das fronteiras, os Estados Unidos passaram recentemente por crises em determinados setores da economia que desestimularam a imigração de brasileiros.”
*Colaboraram: Adriana Stock (da BBC Brasil em Nova York) e Anelise Infante (da BBC Brasil em Madri).
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