Eleições em Quebec – Immigrants don’t fear ADQ as a vehicle

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    • #4682
      Ventura
      Participante

      Pessoal,

      noticia importantissima sobre as eleições em Quebec. O partido nacionalista Action democratique du Quebec (ADQ), do ultra nacionalista, Mario Dumont, teve votação surpreendente. Vale a pena ler e interpretar os reflexos destas eleições para os imigrantes e futuros imigrantes!

      Segue o link:  http://www.canada.com/montrealgazette/news/story.html?id=53548d99-0521-4fa0-b054-8b9891432afa&k=18184

      Abraços,

      Alexandre Guimarães

    • #14915
      carol.
      Participante

      Eu acompanhei as eleições no jornal do canadá e estava com muito medo do Mario Dumont ganhar, assisti um discurso dele que dizia que eles deviam investir no aumento das famílias canadenses senão as etnias iriam invadi-los. Achei muito racista, ele nem usa o termo imigrantes, o preconceito é com as raças mesmo.
      E parece que a população também pensa um pouco assim, eles ganharam o segundo maior número de cadeiras na câmara e agora o Jean Charest vai ter que governar junto deles. Vai ser a primeira vez em 100 anos que o Quebec terá um governo minoritário. Vamos ver no que vai dar.
      Abraços,
      Carol

    • #14916
      GUeCRIS
      Participante

      Oi Ventura!
      Achei ótima a indicação da matéria. Nós realmente temos que estar inteirados da política local que, em última instância, diz respeito a tudo e a todos.
      Como foi a primeira notícia que li sobre a política quebecois, perdoem-me os enganos, mas resolvi tecer alguns comentários a respeito e gostaria de ouvir a opinião de outros também.
      Acho que é preocupante, sim, a enorme votação no partido ultra-conservador. Pelo que entendi, a votação foi massiva não por uma aversão aos imigrantes, mas por um desejo de mudança com relação ao partido que está no poder. Ao que parece, a preocupação maior é com o separatismo. Temos que aguardar para ver o desenrolar dos acontecimentos. Mas não podemos esquecer que a política de Hitler começou com um discurso ultra-nacionalista e foi passando, gradativamente, por medidas restritivas dos direitos dos judeus (entre outros) e findou com o holocausto que conhecemos. Não acredito em algo parecido, a princípio, mas o holocausto começou silencioso, pela política, e as pessoas “permitiram” (umas pela ação, mas a maioria pela omissão) que ele acontecesse. Acho esse acontecimento histórico emblemático. A mim ele “diz” que devemos ser eternamente vigilantes quando se trata dos direitos humanos (no sentido mais amplo da palavra), da dignidade humana. A democracia, os nossos direitos, por exemplo, são uma conquista cotidiana…
      Se adormecermos, eles podem nos ser tomados…  
      Bom, foi uma tentativa de contribuir e de iniciar uma discussão…
      Até mais!
      Cristiane

    • #14918
      GUeCRIS
      Participante

      Ah!
      Acredito que haja uma certa tensão entre a sociedade local e alguns grupos de imigrantes (nós não nos encaixamos aqui). Para citar como exemplo, os mulçumanos e os hindus. Acho que as pessoas devem ter o direito de praticar sua religião, mas há limites para isso. Essas comunidades que citei, por exemplo, têm o “costume” de casar suas filhas muito jovens (muitas ainda crianças) e à força. Se em seus países de origem tais costumes são permitidos ou tolerados pela Lei, isso não acontece no Canada (graças à Deus). E é assim que tem que ser. Imagino que deve haver grupos de islâmicos no Canadá e no Quebec que lutam pelo “direito” de praticar seus costumes em solo canadense e quebecois, como ocorre em países da Europa, por exemplo. Então, pode ser que a “tensão” que ocorre entre locais e imigrantes seja dessa natureza.
      Nos blogs de brasileiros que acompanho não vi nada nesse sentido… não soube de brasileiros que tenham sofrido qualquer tipo de discriminação ou constrangimento por serem imigrantes. Alguém soube de algo?

    • #14923
      Fabricia
      Participante

      Boa noite,

       Acredito que a informação esteja um pouco generalizada. São vários os países que praticam o islamismo que não obrigam seu filhos à se casarem cedo e nem à usarem o véu. Um exemplo disso são os países do magreb. Acredito que não podemos generalizar e o termo imigrantes é utilizado para todos nós. Acho que a discriminação vem de todos e só morando em Montreal, que é considerada uma cidade interculturalista e não multiculturalista que sentimos o que é o preconceito. Apesar de brasileira tb fui discriminada e não importa a origem, sexo, cor ou religião todos estamos sujeitos. Posso dizer que não sofremos isto diretamente mas com certeza indiretamente. Existe uma infime minoria, que é inexpressível e não representativa da comunidade mulçumana que pode talvez praticar tais atos. O partido do Mario Drumon não é um partido ultra-nacionalista mas digamos um partido de direita. Foi muito difamado na mídia por falar alto o que todos pensam bem baixo. Ele se tornar o segundo partido da província de Quebec caracteriza um voto de descontentamento dos quebequenses. Ele não é contra a imigração mas contra os chamados “acomodement raisonnable”, expressão usada sem nenhum cuidado pela mídia. Existe um debate inflamado contra este “acomodement raisonnable” que a mídia e os políticos polemizaram. Todos os casos relatados pela mídia não se encaixam neste chamado “acomedement raisonnable” pois as pessoas não entenderam o verdadeiro significado disso. Muita gente da comunidade mulçumana não se identifica com esta polêmica.
        Temos que ter cuidado ao citar as nacionalidades e grupos religiosos pois esta generalização é perigosa e todo cuidado é pouco. Como um povo tolerante, como somos nós os brasileiros, é difícil entender tais generalizações e discriminações. Acredito que só passando por isso é que sabemos o que é ser ignorado.
         O problema que se passa na França é bem mais profundo…..durante a primeira e a segunda guerra mundial quem ajudou à França a combater os nazistas foram os países do magreb e outras colônias da Africa que hoje são vítimas de um intenso preconceito. Um excelente filme que trata disto é o filme “Indigènes”.
       Infelizmente imigrante é imigrante, canadense é canadense e quebequense é quebequense. Mas posso dizer que todos vivem em grande harmonia e Montreal está sendo apontada com uma cidade modelo devido ao interculturalismo aqui presente. Um boa notícia !!!!

         Até mais,
           Fabrícia.

    • #14925
      GUeCRIS
      Participante

      Oi Fabrícia!
      Agradeço pelas informações. Eu nunca estive no Canadá e, portanto, como disse anteriormente, corria o risco de incorrer em erros. Minha intenção não foi generalizar e sei que as comunidades islâmicas são bastante diversificadas e que ao islamismo sempre se soma um elemento cultural. Morei em Londres e sei que, apesar de haver pessoas que sabem dessas diferenças, a opinião pública “geral”, digamos assim, não faz essa distinção. E, por fatores diversos, criam-se os guetos “culturais”. Acontece isso em Londres. Há muitas críticas, como vc deve saber, a esse modelo de “integração” que não integra. E o Canadá, pelo que sei, é realmente visto como um modelo de sociedade multicultural que respeita a diversidade. Isso é ótimo! É um dos motivos que me anima a ir para o Quebec.
      Se for possível, gostaria que vc explicasse o que é o tal “acomodement raisonnable”…
      Obrigada pela contribuição!
      Cristiane

    • #14928
      Erasmo
      Participante

      Bom,

      Peguei o bonde andando e não gosto muito de discutir política, embora isso seja um erro e aqui não é o melhor lugar… mas aí vão meus “2 cents”: :wink:

      – acompanhar os acontecimentos de uma região, província, país, região é muito válido…ainda mais em nossa situação. Mas acredito que só terei uma posição quando estiver vivenciando estes acontecimentos, ou seja, in situ… 8O
      – se é a primeira vez em 100 que haverá um governo minoritário e um congresso dividido, isto serve para comprovar que o mundo e as opiniões estão cada vez mais divididos, e discussão e tolerância, cada vez mais necessárias. Não dá mais para governar sozinho…
      – acho (particularmente) um erro qualquer comparação com a “Alemanha de Hitler”, pois o Führer, em um momento caótico onde se comprava um pão com um carrinho de pedreiro cheio de Deutsche Marks, usou um antigo fervor nacionalista para iludir uma nação que quase já não era nação… o que não o caso de Québec… eu ficaria mais preocupado se o Governo de Québec tomasse atitudes à la Chaves ou Morales… estes sim pregam um ultra-nacionalismo estúpido… mas como não estou in situ… :x
      – penso que os guetos culturais são formados, talvez, mais por imposição do lugar do que pelas pessoas que os formam… como conviver em sociedade quando não lhe toleram? Mudar? Isso pode ser um mecanismo de defesa e não de contenção.
      – este tipo de citação aos muçulmanos, hindus, evangélicos, católicos etc. fere do mesmo jeito que a visão que o mundo tem do Brasil… carnaval, samba, mulher popozuda, macacos nas ruas, somos todos índios. :?
      – costumes e tradições vão muito além do que achamos que sabemos ou julgamos compreender… são verdadeiros patrimônios, às vezes valorizados apenas por quem os compreende… ou será que sou louco em crer que aquele alemão eleito por homens é o Sucessor de São Pedro? :lol:
      – não demos Graças a Deus por que não conviveremos com certa cultura diferente da nossa… demos Graças a Deus porque temos uma mente evoluída voltada para a tolerância, serenidade e a fraternidade. E que Ele nos conceda a Serenidade necessária para aceitar tudo que não podemos mudar… Coragem para mudar as coisas que podemos mudar… Sabedoria para distinguirmos umas das outras.

      Abraços a todos!

    • #14930
      Fabiocb
      Participante

      Olá Pessoal,

      Venho acompanhando a Politica Quebequense há uns 8 anos, o que posso dizer é que a noticia como está posta aqui está um pouco distorcida, para que se possa entender o que levou Québec a votor em peso no partido “conservador” do Sr. Mario Dumont, é necessário saber um pouco da história de Québec e do Canada.

      A região que hoje é Québec foi amplamente disputada desde o inicio dos tempos, primeiro pelos indios Iroquois e Hurons, depois pelos Ingleses e Franceses, mais tarde pelos norte-americanos.
      Os Inlgeses temendo perder as terras do Canadá para os separatistas dos EUA, deram alguns privilégios aos descendentes franceses em troca de fidelidade a coroa inglesa, direitos como idioma, religião principalmente, já no seculos XIX e XX quando Montréal era a mais importante cidade do Canada e até mesmo cidade de Québec era dominada pelo idioma e culura inlgesas começou um sentimento de valorização do Francês como idioma e da cultura francesa, tudo isso veio a culminar durante as décadas de 1960 e 1970 com a revolução tranquila, que foi um processo de autoafirmação dos francofónos e teve como auge a visita do então presidente da França Charles de Gaulle fez seu famoso discurso dizendo:

      “Vive le Québec … Vive le Québec Libre.”

      outro fator que não pode ser esquecido é o fato de Sr. Trudeau, então primeiro ministro do Canadá ter assinado a constituição canadense juntamente com 9 outras provincias, excluindo Québec, tudo por que o então primeiro Ministro de Québec, Sr. Levesque estava conseguindo apoio de varias outras provincias, pedindo mais autonomia ao governo federal, ai então depois de um dia de reunião e durante a madrugada, enquanto Sr. Levesque fui até Gatineau, QC para dormir, Sr. Trudeau convenceu todas as outras provincias e assinaram a constituição Canadense, sem o consentimento de Québec.

      Bom, desde então o sentimento dos separatistas Quebequenses aumentou, tanto que foram feitos referendos pela soberania de Québec, 1º pelo Sr. Levesque e depois pelo Sr. Pariseau, ai então desenhava-se o PQ ou Parti Québécois, o partido que tem como bandeira a soberania de Québec.

      Já o Caso do Sr. Charest vem dos respingos do Sr. Martim, ex-primeiro ministro canadense e de apoio mutuo o Partido Liberal do Canadá e o Partido Liberal de Québec, mesmo com um certo apoio ou pré-disposição do Sr. Harper para com o Québec, o governo do Sr. Charest deixou muitos descontentes, e isso fez com que ele perdesse popularidade.

      Com todo este cenário, a saída mais comum aos Quebequenses “seria” o PQ, Parti Québécois, porém a opção nacionalista tem perdido um pouco da força no ultimos anos e na ultima eleição interna para o Chefe do partido ouve um grande racha entre os candidatos e muitas personalidades do PQ deixaram a politica, embora não admitam como forma de protesto ao então eleito Sr. Boiclair que ganhou devido a um forte apoio da juventudo que se filiou em massa nas vesparas da eleições internas para poder ajuda-lo a ganhar.

      Posso citar a Sra. Marois que foi uma oponente viemente a Sr. Boisclair e acabou saindo do partido depois das eleições, tudo isso enfraqueceu o PQ, levando-se em consideração outros fatores como o fato de Québec (com algumas excessões) serem catolicos e conservadores, o fato de Sr. Boisclair ser homossexual e ter gerado a maior polemica durante a campanha, outro fator foi ele ter admitido ter usado drogas enquento trabalhava num cargo publico, e depois todas as gafes que ele cometeu até mesmo a nivel internacional.

      Tendo em vista tudo isso, e o fato dos partidos QS Québec Solidaria e PV Partido Verde, assim como alguns outros não terem tradição, a opção que sobrou foi a ADQ do Sr. Dumont, que ganhou muito terreno, inclusive na região da grande Montréal.

      Desculpem se não consegui me explicar, mas é que é dificil resumir centenas de anos de história e fatos em poucas palavras.



      Bom quanto a Sr. Dumont ser contra imigração, a principio não parece ser verdade, existe uma generalização, na verdade ele é contra as “acomodações rasoaveis” ou “acommodements raisonables” que nada mais são do que acomodaçãos, mudanças de algumas regras para poder “facilitar” a integração de povos de culturas diferentes, rasovaveis por que não interfeririam na vida dos demais.

      Isso tudo começou quando um indiano entrou na justiça canadense com uma ação para poder usar sua tunica ao inves do tradicional chapeu na Policia Montada.

      Bom mais recentemente tiveram casos muito polemicos como o uso do “kirpam” (acho que se escreve assim), que é uma especie de punhal, e serve de simbolo religioso aos Sikhs, na escola, outro caso polemico é o dos indianos e alguns grupos muculmanos que querem que divorcios sejam julgados segundo a lei de seus países de origem e não o canadense, temos também o caso dos judeus acediques e alguns muculmanos que exigem que suas mulheres tenham os seviços como avaliação médica, de exames para direção, etc , feito somente por mulheres, outro caso é dos judeus que conseguiram junto a prefeitura local o direito de estacionar em local proibido enquanto estiveram em culto religioso, e mais recentemente o caso de varios religiosos que trabalham menos em numero de horas e dias por que sua religião os proibe de trabalhar em alguns dias ou horarios.

      Bom conclusão tudo isso gerou um certo mau estar entre os Quebecois mais conservadores e alguns grupos de direitos humanos, mas um dos estopins foi a exigencia por alguns moradores de que simbolos de natal que a prefeitura poem na cidade fossem retirados pois ofendiam aos não cristões, e o Sr. Dumont foi o unico a se posicinar firmemente contra tudo isso e acabou angariando muitos votos dos Québecois, principalmente os de origem francesa, tanto que na regiões anglofónas ficaram fieis ao Sr. Charest.

      bom é isso, qualquer coisa estou ai.

      Abraços

      Fábio

    • #14932
      Pessoa
      Participante

      Minha opinião:

      Se vc vai para um país, vc tem de se adaptar a cultura local e não levar a sua e querer impor a do seu país de origem.
      Se a sua cultura não “bate” com a do país que te recebeu ou vc muda ou vc volta para o país de origem, caso não seja possível mudar.

      Mas é errado vc ir para um outro país e querer seguir as suas regras e sua cultura.

      Não estou dizendo que vc vai esquecer ou abandonar o seu passado, mas onde o seu passado não se misturar com a cultura local, vc não faz ou faz em casa etc…

      Pensando friamente eu não gostaria de estar no Brasil e ver, por exemplo, um imigrante de língua espanhola falando em espanhol comigo no serviço de atendimento ao cliente. Afinal de contas estamos no Brasil ou em algum país de língua espanhola?

      Isto é o mais brando, mas existem culturas, como foi citado pelo texto do amigo acima que são totalmente inaceitáveis. Casos ocorridos na França comprovam isto. Imigrantes de um país africano tinham o costume de cortar o clítoris de suas filhas, pois no país de origem isto era tradição. Mulher não poderia sentir prazer. Já pensou!!!

      Outra forma de ver isto:

      Você abre sua casa para receber pessoas que querem morar alí. Você informa que o jantar é servido às 20:00 conforme já vem sendo feito há mais de 100 anos na sua família. Chega o novo morador e diz, não aceito, o jantar deve ser servido às 17:00 e depois temos de ter o chá da noite às 21:00 usando a roupa cerimonial da minha casa de origem. Vc pensa, calma aí, eu abri minha casa para receber esta pessoa, janto às 20:00 há mais de 100 anos e ele que acabou de chegar quer mudar tudo pq na outra casa dele era assim?

      Uma coisa seria o recém chegado dizer: será que daria para sair o jantar mais cedo? Posso usar a minha roupa cerimonial para jantar? Se vc responder sim, OK. Mas se vc disser não, ele tem de acatar ou mudar de casa pois a convivência será um desastre.

      Eu não vejo esta reação como preconceito ou rascismo e sim como autodefesa da sua cultura, dos seus costumes. Afinal de contas fomos (seremos) recebidos pelo Canadá, nada mais lógico que seguir as regras deles. Ninguém está sendo obrigado a ir e ficar por lá.   :wink:

      Conclusão:

      Se o seu costume de origem não interferir com a cultura e costumes locais, excelente, pratique. Se interferir, vc deve seguir as regras locais ou voltar para o país de origem.

      Como nós brasileiros não temos uma cultura tão distante da canadense, não acredito que venhamos a ter problemas com isto.

    • #14935
      carol.
      Participante

      Concordo com vocês, mas não podemos achar que o Sr Mario Dumont cresceu tanto nas eleições apenas pelas questões separatistas, até por que quando o Sr Harper declarou que o Governo Federal só teria diálogo no Quebec com um governo federalista o Mario Dumont foi o único que não contestou.

      É claro que são vários os motivos para a escolha de um candidato, mas devemos estar atentos a esse tipo de discurso, devemos conhecer a história do local e acompanhar a política e atualidades, pois acho que essas polêmicas podem levar a uma onda de preconceitos no local e devemos estar preparados para enfrentar isso e não ir achando que isso não existe lá.

      E também não podemos achar que por sermos brasileiros não vamos sofrer preconceitos, principalmente as mulheres que são vistas no mundo todo como prostitutas, e a culpa não é só deles pois essa é a imagem que algumas brasileiras passam lá fora e a generalização é feita. Assim como a imagem que alguns muçulmanos passam ao mundo é generalizada e o mundo passa a achar que todos são iguais, o que não é verdade.

      Mas é só para estarmos atentos a isso, não vamos chegar lá e querer impor nossa cultura, se o nosso objetivo não for nos adaptar então devemos ficar aqui mesmo, se estamos indo, a escolha é nossa. Claro que não dá pra mudar tudo que aprendemos aqui, nem vamos obrigar o outro a se adaptar à nossa cultura pois isso não é conviver pacificamente com as diferenças.

      Abraços, Carol

    • #14937
      Fabricia
      Participante

      Olá,

      Oi Cristiane eu que agradeço por podermos trocar informações tão valiosas.

      Só gostaria de acrescentar que alguns dos exemplos citados pelo Fábio muitas vezes não passam de “exageros” da mídia para punir de certa forma algumas origens e culturas que não agradam. A mídia é muito sensionalista e tem apelado muitíssimo para atrair a atenção de alguns contra outros. Muita coisa publicada é pura mentira e instiga a revolta contra algumas origens e culturas.

        Vivemos em pleno 2007 e acredito que a falta de escrupulos da mídia e de alguns políticos faz com que pessoas inocentes sejam julgadas e paguem por algo que nunca fizeram.  Muitos estão interpretando errôneamente o tal do acomodement raisonnable  e aproveitando para se promover em cima de muitos. Como disse acima Montreal é considerada uma cidade interculturalista onde a mistura de raças e culturas é encarada com muito respeito e postura.

      Não digo que não existem exceções pois isto existe em qualquer canto do planeta mas que a maioria não pode pagar pela minoria. Existe muita gente ignorante que quer impor coisas absurdas e nem estão em seus próprios países. Mas é a minoria.

       Estou totalmente de acordo com o Erasmo no sentido de que não formamos guetos mas sim procuramos nos reconfortar com pessoas da mesma cultura e ter uma adaptação mais fácil. Não podemos esquecer tb de que muitos que aqui estão são refugiados de guerra ou politicos e que chegam aqui sem absolutamente nada. Estas pessoas são amparadas por seus conterrâneos e ajudadas assim com o conforto de sua língua, cultura, tradição.

      Tb concordo com o Pessoa no que diz respeito a respeitar a cultura local isto é essencial.

      Acho que dentro da sua casa vc faz o que bem entender e que da porta para fora é outra história. Mas tb devemos tomar cuidado para não levantarmos a mão e julgar tradições e culturas milenares mesmo sendo contra. Como disse na minha outra colocação casos como o da França são totalmente difíceis de serm compreendidos pois não não estamos lá e não sabemos o que vivem.

      Não é pq vc é brasileira que gosta de ser tachada em todo o mundo como alguéem que ganha a vida facilmente ou não é pq vc é árabe que vc é terrorista. Acho que isso é generalização e é difícil de convivermos desta maneira. Já vi muita coisa que não gostei mas nem por isto me deixei influenciar.

       Uma vez presenciei atos de racismo na França que me deixaram indignada. Meu cunhado apanhou sem nem mesmo saber o pq. Ele é de origem tunisiana assim como meu marido. Acho que não podemos nem devemos devolver na mesma moeda mas que conviver harmoniosamente seria o ideal. Assim com aqui em Montreal onde o interculturalismo perpondera. Racismo é ignorância.

      Na rua todos falam francês, todos se vestem iguais, todos somos seres humanos com sonhos e desejos à se concretizar. Acredito no interculturalismo e é por este motivo que conseguimos viver em paz aqui em Montreal.

       “Se tudo fosse igual que graça teria?”

       Até mais,
      Fabrícia.

    • #14938
      Ventura
      Participante

      Olá Pessoal,

      Fico contente que a discussão tenha sido proveitosa.

      Fabio, ESPETACULAR SUA RESPOSTA!!!!

      O que me preocupa nisso tudo é o seguinte, a mudanças na politica nem sempre são muito claras. Por exemplo,  hoje o Quebec auxilia os imigrantes com diversos projeto, inclusive o de financiar os estudos e dar uma ajuda de custo para os que querem se qualificar ainda mais. Imagina se o novo Governo cortasse esta ajuda, isto seria péssimo para todos os imigrantes!!!

      Gostaria de saber de vocês se acham que isso é possivel…. Se é possivel que o Governo mude a politica para com os imigrantes.

      Valeu!

      Alexandre

    • #14941
      GUeCRIS
      Participante

      Oi Erasmo….
      Acho que fui mal interpretada…
      É complicado falar de assuntos (pra lá de) complexos em poucas palavras, e por isso entendo a confusão em torno de algumas coisas que eu disse.
      Bom, minha intenção não foi comparar o Quebec a Alemanha Nazista (jamais!). Mas chamar a atenção para a importância de se discutir e participar da política. Essa discussão foi trazida por uma filósofa chamada Hannah Arendt (corrijam-me os filósofos se estiver errada), na obra ‘A Banalidade do mal’. Pode não ser o caso dos colegas aqui, mas conheço muitas pessoas que dizem ter aversão à política e eu acho isso um erro porque ela afeta cada aspecto de nossas vidas. A idéia foi, portanto, de chamar a atenção dos colegas para a importância do tema levantado pelo Alexandre…
      Com relação aos mulçumanos, hindus, etc…. Eu, particularmente, sou uma amante da diversidade cultural. Acho que aprendemos muito com ela e, com certeza, é uma grande riqueza. Conheço mulçumanos de diversos países (Turkia, Líbano, Egito, Pakistão, Afeganistão, Argélia, Iran) e nunca tive problemas de convivência. Mas se nós, brasileiros, somos um povo tolerante (de maneira geral, sim), isso não se aplica a todos os outros “povos”. Sei que também é complicado falar em “povos”… pois incorremos nas generalizações novamente…. mas vcs devem concordar comigo que nem todos são receptivos e abertos como os brasileiros. Com relação a questão da integração e dos guetos… concordo com você que é menos uma falha dos imigrantes do que do governo do país que acolhe. Essa discussão foi retomada com toda a força na Inglaterra após os últimos atentados terroristas, pois os homens-bomba eram nascidos na Inglaterra. Foram criados lá! A falha do governo inglês de promover a REAL integração das comunidades culturais, portanto, contribuiu para o terrorismo. Mas cabe, prioritariamente, ao governo criar mecanismos e desenvolver políticas que visem à integração dessas comunidades, para que possam todas conviver em harmonia, preservando-se sua riqueza (a diferença).
      Mas apesar de a diversidade cultural ser uma riqueza, para os costumes deve haver um limite, que é justamente a dignidade humana. Não é que devamos sair por aí, à “la Bush”, invadindo todos os países que têm uma cultura diferente da nossa (essa é outra discussão, que gira em torno do direito de intervenção). Muito longe disso! Mas, nos países ocidentais, os valores dos direitos humanos e da dignidade humana são intocáveis, pelo menos teoricamente. Estão consagrados nas constiruições e nos tratados de Direitos humanos. Então, no Brasil como no Canadá, não podemos permitir determinadas práticas que, apesar de serem um costume, ferem a dignidade humana, como, por exemplo, a mutilação genital feminina. Isso é Lei. É disso que eu falo. No Afeganistão, os pais casam as meninas com 9, 10 anos. É cultura, é costume. Para mim é errado, para eles não. Mas, uma vez que essas pessoas habitam em outro país, onde vigoram valores e leis diferentes, elas têm de se subordinar as leis locais. Se nós fôssemos habitar em um país islâmico também teríamos de nos submeter às leis locais. Essa é uma discussão pra lá de polêmica, eu sei. Mas essa é a minha humilde opinião. :roll:

    • #14944
      lfantoniosi
      Participante

      Eita assunto polêmico. Justamente, na semana passada estavam comentando na Radio Canada sobre as muçulmanas que queriam votar mas sem tirar o véu. Ora, como as identificar se são elas mesmo que estão votando ou se não é fraude?

      Agora, sobre o Quebec, há algum risco que quererem fazer outro referendo sobre a independência?

    • #14957
      Ventura
      Participante

      Cristiane,

      só para reforçar o que você disse aí vai um citação ” O pior analfabeto é o analfabeto politico, porque atras de seu analfabetismo é que são criadas as injustiças, a prostituição, a fome, etc.”

      []s

      Alexandre

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