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- Este tópico contém 49 respostas, 20 vozes e foi atualizado pela última vez 13 anos, 4 meses atrás por Carlos_Santos.
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17 de janeiro de 2011 às 13:46 #7197FCelsoParticipante
Boas pessoal,
Retornei da Cidade do Québec em Março de 2009, após ter ficado 1 ano (março 2008 a março 2009, com visto de trabalho e bolsa de pós-doutorado em engenhaia química na ULaval), e no dia 02/02/2010 venceu o CSQ que recebi em Montréal 02/02/2009. Deixei para solicitar a parte federal do processo de imigração após um período 6 meses após o retorno ao Brasil. Assim sendo, decidi por não continuar com o plano de imigração, pois julgo não ser o mais adequado para minha família no momento, uma vez que consegui emprego 5 meses depois que retornei do Canadá em uma Universidade privada, com 24 horas de pesquisa e aula em pós-graduação e 16h de aula na graduação. No futuro, não sei, pode ser que em 5 anos entremos novamente com o pedido do CSQ, mas de momento, a decisão de ficar por cá parece ser a mais acertada. Para quem não sabe, moro na capital do Rio Grande do Sul.
Caso alguém tenha conhecimento de história semelhante, favor postar nesse tópico, uma vez que nem sempre esse tipo de situação é relatada. Eu mesmo conheci na Cidade do Québec imigrantes brasileiros que não se dispunham a frequentar fóruns e/ou criar blogs, simplesmente porque acreditam que cada um tem que se virar e pronto. Em contrapartida, sou do tipo de pessoa que faz questão de informar o que há de bom e de ruim nos lugares, sempre de acordo com o que foi vivenciado para que as demais pessoas possam ter uma referência, de certa forma confiável.
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17 de janeiro de 2011 às 13:59 #42807FCelsoParticipante
Eis algumas das razões que me fizeram optar por não ficar no QC.
Trabalho
Para minha esposa, não há restrição com relação à ordem regulamentadora, pois ela trabalha com informática. Em outubro de 2008, contactei a empresa Ubisoft numa feira de profissões na ULaval. Em dezembro de 2008, minha esposa foi contactada pela empresa via telefone e em janeiro 2009 ela fez uma entrevista no escritório da empresa na Cidade do Québec, pois ela havia viajado para me visitar nas férias. A entrevista foi em inglês; informaram a ela os objetivos e planos da empresa, e a questionaram sobre a sua adaptabilidade e possibilidade de trabalhar em um ambiente francófono.
A empresa estava interessada em contratá-la para um plano de expansão que incluía a produção de jogos digitais educacionais para crianças até 4 anos e jogos para pessoas mais velhas (acima dos 35 anos que é onde fica o maior filão desse mercado). Entretanto, devido à crise econômica, a empresa desistiu dos planos de expansão e concentrou-se no seu mercado tradicional.
Nesse meio-tempo, minha esposa ficou no Brasil seguindo com seu trabalho de doutorado que foi concluído semestre passado, passou num concurso para professor/pesquisador em universidade pública e agora aguarda sua nomeação, na área de design.No meu caso, cheguei na Cidade do Québec para trabalhar com pesquisa científica. Recebi uma bolsa de pós-doutorado do governo Canadense de 1 ano de duração, tendo recebido um Visto de Trabalho temporário. Seguem minhas sondagens para trabalho no Québec; ainda em abril/08 (segundo mês), na ULaval foi-me dito que não haveria pronta vaga para professor na minha área, pois embora eu tivesse condições técnicas para apresentar as disciplinas, o domínio do francês era uma deficiência minha.
Numa viagem que fiz em junho/08 à Ottawa, com passagem Montréal, aproveitei para verificar uma vaga para professor/pesquisador na minha área na Uvinersidade Mc Gill.
Não havia me inscrito no concurso, nem agendado uma conversa com o professor responsável pela organização da seleção. Entretanto, resolvi me lançar à sorte e, casualmente, o professor me recebeu mesmo sem agendamento prévio. Conversamos em torno de 30 minutos, ele me explicou como funcionava a seleção, me informou que haviam 150 incritos até o momento e que já haviam pré-selecionado 8 candidatos e ele ainda chegou a me encorajar a me candidatar à vaga; o que não fiz tendo ciência do meu histórico naquele momento.
Haviam ainda algumas outras vagas que vi no mural da ULaval; professor de CEGEP em plásticos na localidade de Thethford Mines, professor/pesquisador em Kitchner Waterloo.
Assim, acabei focando minha atenção no objetivo para o qual eu realmente estava ali, ou seja, realizar pesquisa e produzir artigos científicos.
Depois de mostrar serviço com o professor onde estive trabalhando, tanto por sugestão de um colega de trabalho como do nosso colega Carlos_Santos, busquei contactar a empresa Vaperma, que trabalha com uma tecnologia para purificação de etanol. Havia uma vaga para um profissional com experiência em desenvolvimento de tecnologia na minha área, que soubesse inglês/francês e com o diferencial de saber português (a empresa tinha contato com a Dendini no Brasil). Isso foi em novembro/08; contactei via telefone, tendo sido me solicitado o envio de C.V. Após enviar o currículo, entrei em contato novamente, o pessoal recebeu meu curículo e em duas semanas foi me informado que as novas contratações estavam suspensas. A empresa tinha 75 funcionários até o Natal/08; em janeiro/09 voltaram apenas 19 para o trabalho.
Depois disso, ainda tentei obter uma bolsa de pós-doutorado com meu professor na ULaval, mas ele não havia aprovado projeto na minha área, não havendo bolsas disponíveis naquele momento. Assim, contactei meu ex-co-orientador de doutorado na UFRJ e obtive resposta positiva de uma bolsa de 1 ano, prorrogável por mais 1 ano, trabalhando no RS e no RJ, continuando a desenvolver a nossa pesquisa.
Depois do retorno ao Brasil, fiquei 2 meses de “férias”, aproveitando o sol e o calor de março e abril de 2009 (houve uma forte estiagem no RS), tendo iniciado a bolsa de pós-doutorado em maio/09. No final de julho/09 houve um concurso numa universidade particular do Vale dos Sinos (RS); local onde comecei a trabalhar em agosto/09 e estou atualmente desenvolvendo pesquisas aplicadas e ministrando disciplinas na minha área. Creio que o tempo que passei em Québec, aliado aos trabalhos publicados desse período, foram o diferencial para meu sucesso na seleção da universidade. -
17 de janeiro de 2011 às 14:23 #42808FCelsoParticipante
Alguns pontos negativos do QC:
Perspectivas reais de avanço e inovação da carreira muito esparsas no Quebec. Não existe inovação tecnológica e o ambiente de trabalho não é dos mais estimulantes. Trabalho na minha área é possível somente na universidade, com pouca interação com empresas. E o salário líquido nessa posição é proporcional ao que se consegue no Brasil. No resto do Canada, a situação é um pouco melhor (tenho colegas e amigos que trabalham em Waterloo como referência);
Serviços públicos mal organizados e de qualidade muito duvidosa e questionável. No Brasil, não é bom (como nós bem sabemos), mas a carga tributária no QC é absurdamente alta e não justifica a deficiência dos serviços;
De modo geral, as pessoas não tem educação e muito menos, sofisticação. São camponeses com um cartão de crédito no bolso e se acham a última coca-cola do deserto por conta disso. Quanto mais para o interior, pior é a civilidade. Compreender o idioma então, é brabo.
A sujeira das ruas de Montreal (papel, seringas de drogas, vômito de bêbados, xixi de cachorro e coco dos mendigos), saindo da parte turística da cidade, é o que mais se nota;
Mal estar crescente em relação aos estrangeiros, bastante preconceito, o medo dos nativos em perderem o emprego para os estrangeiros;
Ilusão de bem-estar social. Os altos índices de suicídio e consumo de drogas contradizem o ideal de que no Québéc “on fait du bon vivre” ou que “on est bien au quebec”;
Serviços privados sem nenhum respeito pelo consumidor. O código de defesa do consumidor é bastante rudimentar;
Serviços de saúde pública sobrecarregados, sem possibilidade de aquisição de planos privados. Segundo o senhor onde morei por 1 ano, a tendência é que em 10 anos haja necessidade de criação de planos de saúde privados.
Clima, não apenas a intensidade do frio, mas a quantidade de tempo que o clima é desagradável para praticar esportes em ambiente aberto. Como praticante de corrida, senti muita falta de poder correr ao ar livre com conforto, sem falar em ter que colocar a armadura de astronauta para ir comprar cerveja na esquina e ficar praticamente 6 meses em ambientes fechados, seja em casa, no trabalho, para fazer compras, diversão, etc.
Alimentação muito cara. No Brasil se come muito melhor (pratos saudáveis inclusive, não porcarias) a preços muito mais baixos. Restaurantes muito mais caros que no Brasil, mesmo se comparado a cidades turísticas como o Rio de Janeiro. A carne de gado comprada no açougue aqui no RS, mesmo com o aumento, continua muito mais em conta do que fazer um churrasco no QC, sem falar no preço da cerveja para acompanhar.
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17 de janeiro de 2011 às 14:36 #42817FCelsoParticipante
Pontos positivos:
Segurança inquestionável de ir e vir pra onde se quiser; o único detalhe é que na Cidade do Québec, não há muitos lugares para se ir :alright:
Sistema de educação superior muito bom (em alguma universidades, não todas) com facilidade de acesso (pago, mas custo mais baixo que nas privadas no Brasil).
Sistema de transporte público extremamente eficaz (em Montréal, porque na Cidade do Québec se espera até 30 minutos pelo busum a -20oC ou menos no inverno);
Acesso a bons vinhos a preço bastante acessível (o que em contrapartida, incentiva o alcoolismo);
Acesso facil a América do Norte e Europa (fácil pela distância);
Acesso mais rápido as novidades tecnológicas e de consumo (para quem dá importância para esse item e não usa importação via Ebay, etc);
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17 de janeiro de 2011 às 15:03 #42818Carlos_SantosParticipante
Caro Celso,
sempre pronto à ajudar aos colegas aqui na CBQ. Obrigado pela sua valiosa contribuicao!
Espero que os demais colegas entendam que é o ponto de vista individual de um colega que viveu aqui um ano.
Sempre uso a premissao de nao tomar uma informacao como sendo uma “verdade”, mas a verdade segundo a visao, experiencia e expectativas da pessoa que escreve.
Isso so… ja causa bastante polêmica ;-)
Aqui nao é perfeito, como alias nenhum lugar o é, mas fazer o que, procuramos completar algo que nos falta aonde moramos, por isso a imigracao!
É assim que eu vejo.
Sinto falta dos meus passeios culturais, que aqui quase nao faço, nao porque nao queira….
Bem, espero que a leitura deste longa e detalhada mensagem do colega seja util aos demais colegas!
Atenciosamente
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17 de janeiro de 2011 às 15:52 #42820FilipevsmParticipante
Olá Celso!
Excelente todo seu testemunho e nível de detalhamento! Pontos negativos, ao meu ver, são os melhores pontos a serem levados em consideração em uma emigração, e levarei todos eles em conta também!
Obrigado, e sucesso na sua jornada, mesmo no Brasil!
Abraços!
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17 de janeiro de 2011 às 16:35 #42821FCelsoParticipante
@Carlos_Santos wrote:
Sempre uso a premissao de nao tomar uma informacao como sendo uma “verdade”, mas a verdade segundo a visao, experiencia e expectativas da pessoa que escreve.
Isso so… ja causa bastante polêmica ;-)
Sim Carlos,
A ideia é justamente essa, relatar a experiência vivida em detalhe para quem for ter uma ideia do que se passa. Eu particularmente sou a favor de ao menos a pessoa interessada em imigrar, passar um período no Canadá (ou onde for) antes de tomar a decisão por opção (e não por forças externas).
Na medida do possível, vamos colaborando :discuss:
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17 de janeiro de 2011 às 18:13 #42824mrodolfoParticipante
Celso,
Parabéns pelo relato. Isso mostra que os projetos de vida sao individuais e que aquilo que é bom para um pode nao sê-lo para outro.
Boa sorte aí no Sul!
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17 de janeiro de 2011 às 19:48 #42826Bruno BertelliMestre
Obrigado por partilhar sua experiência Celso.
Como o Carlos disse cada um tem sua experiência. E altos e baixos sao variávies para cada pessoa, tudo depende do ponto de vista.
Eu posso dizer que sou um imigrante feliz e realizado. Encontrei aqui tudo que procurava. Claro que nem tudo sao flores, mas para um brasileiro já acostumado com muitos espinhos tirei de letra aqui.
Como o Erasmo aqui da CBQ tb diz:
Imigrar nao é para todos!
Realmente nao é para todos e depende fundamentalmente de sua disposiçao, comprometimento e objetivos.
Boa sorte em seus projetos ai no Brasil!
Abraços e sucesso
Bruno
http://www.brasilquebec.com
CBQ - Comunidade Brasil-Québec - Sua fonte de informação em imigração para Québec
Se você gosta de nossa comunidade por favor considere fazer umadoação e/ou clicar nos anúncios do site para mantermos nossa comunidade sempre atualizada. Merci -
18 de janeiro de 2011 às 01:06 #42832fsouzaParticipante
Celso,
Obrigada pelo testemunho de sua experiencia. Foi muito valido.
Tenho uma pergunta, pois fiquei um pouco apreensiva com seu relato:
Vc sofreu algum preconceito diretamente?
Conheceu alguem que sofreu?Estou a caminho de Quebec e me preocupa sofrer discriminaçao por ser imigrante.
Obrigada,
Fsouza -
18 de janeiro de 2011 às 12:36 #42834FCelsoParticipante
@bbertelli wrote:
Como o Erasmo aqui da CBQ tb diz:
Imigrar nao é para todos!
Realmente nao é para todos e depende fundamentalmente de sua disposiçao, comprometimento e objetivos.
Boas Bruno,
Lembro sempre disso que o Erasmo escreveu há anos atrás, eu mesmo devo ter lido há 3 anos passados. Concordo com essa ideia de que não é pra todo mundo e, ainda, que as pessoas interessadas deveriam passar uma estada mínima de 1 ano no QC para experimentar a vida num ciclo completo do clima, pois aí sim poderiam decidir com maior convicção se vale a pena ou não realmente investir na imigração. Meu exemplo próprio, e de várias pessoas que conheço e convivo, é de trabalhar e estudar, com muita disposição, comprometimento e objetivos claros. Mas, no meu caso, a disposição se deu quando fiz graduação trabalhando para custeá-la em universidade privada, mestrado e doutorado com bolsa em universidade pública e pós-doutorado com bolsa no exterior. Hoje, com 34 anos de vida, esse é meu posicionamento em relação à imigrar para as “maravilhas” do QC. Quem sabe, se eu tivesse 20 anos e somente com curso técnico de nível médio, minha ideia seria diferente. Depende muito do perfil e do que cada um considera importante para a tal qualidade de vida.
Abraço,
Fabrício -
18 de janeiro de 2011 às 12:49 #42835FCelsoParticipante
@fsouza wrote:
Celso,
Obrigada pelo testemunho de sua experiencia. Foi muito valido.
Tenho uma pergunta, pois fiquei um pouco apreensiva com seu relato:
Vc sofreu algum preconceito diretamente?
Conheceu alguem que sofreu?Estou a caminho de Quebec e me preocupa sofrer discriminaçao por ser imigrante.
Obrigada,
FsouzaBoas Fsouza,
Diretamente eu não sofri discriminação por ser imigrante, porque eu não obtive “status” de imigrante. Quando estive no QC foi a estudo com bolsa do governo canadense tendo visto de trabalho (necessário para o pós-doutorado porque o estudo na verdade é um trabalho de investigação científica). Dessa forma, toda vez que conversava com alguém, me apresentava como pesquisador/investigador na universidade, e isso gerava uma surpresa positiva para as demais pessoas. Outro ponto que me axiliou a não sofrer preconceito foi eu ser branco, similar à maioria dos quebequenses e falar francês com sotaque parecido ao francês, de modo que, conversando sem uma apresentação formal, as pessoas pensavam que eu era francês.
Entretanto, vivenciei situações de discriminação, por vezes veladas, e por vezes explícitas. Um exemplo de discriminação velada aconteceu quando um colega que é formado e tem mestrado em química e estava fazendo doutorado, foi embusca de trabalho fora da universidade e, por ser marroquino de sobrenome árabe, ainda não obteve êxito, após 3 anos de vivência no QC e com carta de recomendação dos supervisores. Um evento de discriminação explícita aconteceu quando um professor na universidade que eu estava, comentou acerca do trabalho de outro professor em outra universidade e disse a seguinte frase: “e ele é negro, você sabia?”. Eu fiquei chocado com essa declaração, ainda mais no meio acadêmico que, teoricamente, deveria ser mais tolerante.
Abraço,
Fabrício -
19 de janeiro de 2011 às 00:27 #42845camilagnunesParticipante
Oi Fabricio,
Muito legal seu relato, acho importante ouvirmos os dois lados da moeda. Obrigada.
Quanto a discriminação, no meu ponto de vista os dois casos que vc citou dependem de alguns fatores:Um exemplo de discriminação velada aconteceu quando um colega que é formado e tem mestrado em química e estava fazendo doutorado, foi embusca de trabalho fora da universidade e, por ser marroquino de sobrenome árabe, ainda não obteve êxito, após 3 anos de vivência no QC e com carta de recomendação dos supervisores.
Ele realmente não conseguiu um emprego pelo fato de ser marroquino? Acredito que a comunidade marroquina no Québec seja bem grande e, como vimos na palestra do Lionel Laroche, muitas vezes podemos ter dificuldades por estarmos procurando um emprego de uma maneira errada ou mesmo no lugar (provincia) errado. Se toda a experiencia dele era academica, muitas vezes é complicado conseguir um emprego no mercado, tenho alguns amigos aqui no Brasil que passaram por isso.
Em relação ao meio acadêmico não posso falar pois não fiz mestrado nem doutorado, apenas pós graduação.
Como disse, essa é minha opinião, eu realmente ainda não estou no Québec pra saber. Respeito seus motivos, mas discriminação, pelos exemplos que você deu, eu não tenho tanta certeza…No Brasil, a discriminação também existe em relação ao estudo, basta ver a quantidade de negros que estudam em faculdades públicas e a quantidade de negros/mulheres que estão em cargos de gerência ou direção nas empresas aqui.
Boa sorte pra todos nós aqui, no Rio Grande ou no Canadá.
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19 de janeiro de 2011 às 00:31 #42846fsouzaParticipante
Fcelso,
Obrigada pelo relato.
Dificil acreditar que em um pais com quase cerca de 50% de imigrantes ainda ocorre este tipo de situaçao.
Espero nao sofrer preconceitos por lá…
Sorte na sua nova empreitada,
Fsouza -
19 de janeiro de 2011 às 13:17 #42851FCelsoParticipante
@camilagnunes wrote:
Ele realmente não conseguiu um emprego pelo fato de ser marroquino? Acredito que a comunidade marroquina no Québec seja bem grande e, como vimos na palestra do Lionel Laroche, muitas vezes podemos ter dificuldades por estarmos procurando um emprego de uma maneira errada ou mesmo no lugar (provincia) errado. Se toda a experiencia dele era academica, muitas vezes é complicado conseguir um emprego no mercado, tenho alguns amigos aqui no Brasil que passaram por isso.
Oi Camila,
Não apenas esse colega marroquino, mas também outros de mesma nacionalidade e, ainda, iranianos, paquistaneses, chineses e vietnamitas (que foram os que conheci) têm muita dificuldade de conseguir trabalho em empresas. Bolsas na universidade eles conseguem, mas na hora de ir ao mercado de trabalho, fica muito difícil. É possível que hajam empregos em empresas nas áreas específicas em outros lugares do Canadá, mas esse pessoal que conheci escolheu o QC pela recepção ao imigrante e por já falarem francês como segunda língua (além de árabe). O rapaz no caso específico que citei, escolheu a Cidade do Québec por ser mais tranquila. Em contrapartida, pode não haver tantas vagas como Montréal e, ainda, a cabeça dura dos dinossauros à frente das empresas que estão amarrados a antigos conceitos .
Algo que pesa muito para os muçulmanos é a sua crença religiosa, pois durante o ramadan eles mudam de horário de alimentação e isso afeta diretamente o desempenho no trabalho. Além disso, nos encontros sociais, eles não consomem bebidas alcóolicas, o que, para um quebequense médio, pode parecer bem estranho.Abraço,
Fabrício -
19 de janeiro de 2011 às 13:22 #42852FCelsoParticipante
@fsouza wrote:
Dificil acreditar que em um pais com quase cerca de 50% de imigrantes ainda ocorre este tipo de situaçao.
No interior é diferente das cidades grandes. O percentual de imigrantes é bem menor na cidades menores; inclusive se tu disseres na entrevista que queres ir a Três Riachos (Trois-Rivieres) fica melhor vista pelo entrevistador do que se se disser que vai a Montréal. Se mencionares Nunavik então, acho que te pagam para ir pra lá :lol:
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19 de janeiro de 2011 às 20:38 #42857Dri_TorresParticipante
Ola Celso,
Obrigada pelo relato e te desejo toda o sucesso na sua nova empreitada!
Sobre os comentarios sobre a imigraçao, lembro que o Roch Paquette (um dos primeiros palestrantes do Qc no Brasil) falava:
« A vida de um imigrante começa a estabilizar/melhorar depois de 3 anos no Qc»
E realmente é isto que eu observo aqui, logico que muitas pessoas chegam e logom conseguem realizar e conquistar todos os sonhos, mas a grande maioria so depois 3 anos….
Concordo com a ideia de visitar o pais antes de imigrar, mas 1 ano acho muito pouco para se ter ideia de como viver aqui… em 1 ano mesmo a lingua sera ainda muito dificil para a maioria das pessoas e se você deseja ter um bom emprego no Qc a lingua é uma das coisas mais importantes por aqui… e infelizmene empregos muito especializados e de doutorado e pós doutorado sao bem dificeis de conseguir… nivel tecnico e de bacharel sao mais faceis…talvez por isso as pessoas do seu exemplo tiveram dificuldades… preconceito existe sim, assim como no Brasil, felizmente nunca sofri nada por aqui se me lembro bem…Como o Bruno disse, tb estou muito feliz por aqui, ao menos por enquanto esperamos ficar por aqui, até ja pedimos a cidadania…
Sucesso a todos nao importa o caminho a seguir!
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19 de janeiro de 2011 às 21:04 #42858REBECA ET ROBERTOParticipante
Gostei muito da sua experiencia , eu e meu esposo vivemos no paraguay faz 4 anos aqui sim eh um pais de preconceito , sofremos muito principalmente pela mescla de idioma ( espanhol e tupi guarani) mais como disse nosso amigo ai em cima IMIGRAR NO EH PARA QUALQUER UM , nao conheço o QUEBEC mais acredito q deve ser o CEU comparando com o PARAGUAY q o governo nao te ajuda nem com uma informaçao para o imigrante!
SORTE AMIGOS..
RE ET RO
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19 de janeiro de 2011 às 22:43 #42859JFParticipante
Observações muito valiosas do Celso. E é sempre bom a gente pensar no que pode dar errado, ao invés de apenas idealizarmos um Québec perfeito.
Com relação à sua falta de oportunidade no mercado de trabalho, imagino que tenha sido por terem procurado emprego por lá no meio da crise, quando muitas empresas – inclusive no Brasil – congelaram novas contratações.
Quanto ao preconceito, realmente é triste e pode acontecer em qualquer lugar. Vocês conseguem imaginar algum país não-muçulmano onde uma pessoa que tem feriados fora do calendário “oficial” e precisa alterara seu ritmo de trabalho durante 1 mês seja aceita 100% sem restrições?
Eu tenho uma amiga judia no Brasil que sofria preconceito por sair mais cedo às 6as feiras, para respeitar o shabat, preceito básico de sua religião. Muitos falavam pelas costas que ela queria apenas começar mais cedo seu final de semana… Como eu disse, é triste mas acontece em todo o mundo.
É importantíssimo as pessoas conhecerem os 2 lados da imigração. Me arrisco a dizer que passar 1 ano no Québec não é viável para 95% (ou mais) dos candidatos à imigração. Se informar sobre os possíveis problemas é essencial, e os relatos do Celso são sempre muito ricos nesse ponto.
Minha opinião é que todos os lugares tem problemas. Mas, após muita pesquisa e uma visita rápida, eu decidi que prefiro os problemas do Québec do que os problemas que enfrento todos os dias em São Paulo.
O frio é controlável, até um certo ponto.
Agora, experimente ter algum controle sobre violência, trânsito e falta de consideração com o próximo. -
19 de janeiro de 2011 às 23:10 #42861LilianaParticipante
Considero válido tomar conhecimento das experiências de outras pessoas, mas acredito que o sucesso ou não de um processo migratório é muito pessoal.
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21 de janeiro de 2011 às 13:44 #42886FCelsoParticipante
@J+F wrote:
Com relação à sua falta de oportunidade no mercado de trabalho, imagino que tenha sido por terem procurado emprego por lá no meio da crise, quando muitas empresas – inclusive no Brasil – congelaram novas contratações.
O frio é controlável, até um certo ponto.
Agora, experimente ter algum controle sobre violência, trânsito e falta de consideração com o próximo.Boas J+F,
A crise econômica dos EUA afetou muito o QC, pois a exportação aos EUA é um dos grandes negócios do QC. No Brasil, desde aquela época (2008), a tendência tem sido de aumentar a demanda por profissionais qualificados. Aqui no Brasil a taxa de desemprego era de quase 10% em 2007, e em 2010 diminui para 6,5%.
Em relação ao frio ser controlável, a sua impressão pode ser que sim, mas são necessários recur$o$ para ter uma vida diária mais ou menos humana no QC.
Evidente que no Brasil temos a tão falada violência, o trânsito e incivilidade (majoritariamente nas cidades mais populosas). Mas a gente se habitua a conseguir se sobressair nesses inconvenientes. Aqui em Porto Alegre por exemplo é possível evitar a violência e o trânsito sabendo os caminhos e horários para se deslocar. A incivilidade das pessoas, tenho conseguido evitar sendo cortês e tendo paciência.
No QC, o que mais pesou foi a falta de contato com a natureza (não apensas observá-la) e o tempo excessivo de enclausuramento. Poderia ser que com mais tempo eu desenvolvesse a estratégia quebequense de sobrevivência invernal, que se constitui do consumo elevado de vinho combinado sistematicamente com visitas e jantares com amigos e parentes. E para aqueles que preconizam os esportes de invero, e as “diversas opções de lazer ao ar livre”, sugiro que façam as contas de quanto tempo utilizam se preparando para a atividade e quanto tempo realmente utilizam realizando a atividade.Abraço,
Fabrício -
21 de janeiro de 2011 às 13:53 #42887FCelsoParticipanteDri_Torres wrote:« A vida de um imigrante começa a estabilizar/melhorar depois de 3 anos no Qc»Quote:Oi Adriana,
O Sandro já postou algumas mensagens aqui na comunidade e no blog dele (Os Patos) nesse sentido, do Sr. Lionel Laroche:
Adequação ao Mercado de Trabalho
http://www.truth.com.br/ospatos/2010/10/adequacao-ao-mercado-de-trabalho-parte-1O único detalhe que gostaria de mencionar é que a curva de “sucesso” da maioria dos imigrantes só começa realmente a aparecer entre 6 a 12 anos de vida no QC.
A minha ideia é mostrar aqui para os pretensos futuros imigrantes que é necessário se preparar muito bem para essa empreitada. E como você mencionou, ter domínio dos idiomas é fundamental. Francês e Inglês. Não apenas o francês. E se o imigrante em questão domina o Português, terá até um diferencial para alguns postos de trabalho.
Abraço,
Fabrício -
21 de janeiro de 2011 às 16:54 #42889_TAZ_Participante
@FCelso wrote:
O único detalhe que gostaria de mencionar é que a curva de “sucesso” da maioria dos imigrantes só começa realmente a aparecer entre 6 a 12 anos de vida no QC.
Não é exatamente isso que ele fala. Ele diz que a curva de sucesso da maioria dos imigrantes ultrapassa aquela que ele teria no seu país de origem a partir de 6 anos, considerando que o imigrante evoluiria no seu país de origem. Não quer dizer voltar a ter o “padrão” de quando deixou o país.
Eu gostaria de salientar que a experiência relatada pelo Fabricio é aquela percebida por ele, no seu universo amostral. Particularmente, eu acho que o tempo que ele ficou aqui no Québec é pouco para generalizar. Quanto a emprego, aqui se valoriza muito o que você sabe fazer e a sua experiência. Obviamente é difícil obter um emprego para uma vaga para Doutor tendo somente o título e pouca experiência profissional.
Chegando no Québec, eu não procurei emprego “de cara”, eu resolvi aperfeiçoar o meu francês, já que tenho bastante experiência profissional e não queria que a língua fosse um fator que denegrisse a minha capacidade. Por fim, quando resolvi ir atrás, consegui sem muita dificuldade e pude escolher entre ofertas de emprego, que consideraram a minha experiência no Brasil.
Inclusive, aqui na empresa tem bastante estrangeiro, com alguns que nem falam francÊs, só inglÊs. E isso em Québec (a capitale nationale).
Dos meus colegas lá da turma avançada do Centre du Phénix, todos que eu tenho notícia conseguiram colocação no mercado. Tem povo de todos os sabores …
Na verdade, a maioria das pessoas que são selecionadas pelo Québec como trabalhadores qualificados teria uma vida bem confortável no Brasil. Para mim, o que conta é a infÂncia que os nossos filhos poderão ter por aqui e que hoje é impossível no Brasil, por causa justamente da violência.
Cristiano
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21 de janeiro de 2011 às 18:08 #42891Carlos_SantosParticipante
Ola Christiano,
@_TAZ_ wrote:
…Obviamente é difícil obter um emprego para uma vaga para Doutor tendo somente o título e pouca experiência profissional.
isso aqui no Québec ou mesmo no Brasil!
Mesmo com muitos anos de experiência e titulos, a carreira de pesquisa aqui nao é tao facil assim de conseguir emprego. Experiência propria…..
Por isso fui para outro caminho. Tenho que alimentar meus filhos ;-)
Nao me arrependo, bem o contrario. Acho que para voltar ao meu ritmo de pesquisador hoje o salario tem que ser o dobro do que tenho agora :lol:
Abraços
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21 de janeiro de 2011 às 19:57 #42894JFParticipante
@FCelso wrote:
Aqui no Brasil a taxa de desemprego era de quase 10% em 2007, e em 2010 diminui para 6,5%.
Aqui em Porto Alegre por exemplo é possível evitar a violência e o trânsito sabendo os caminhos e horários para se deslocar.
FCelso,
Respeito sua opinião e realmente admiro seu otimismo com relação ao Brasil! Eu confesso que já perdi as esperanças faz tempo e só consigo ver o lado ruim das coisas aqui.
Sim, a taxa de desemprego caiu no Brasil, porém o rendimento médio ainda é em torno de R$1.400. Isso é muito pouco se levarmos em conta nosso alto custo de vida, incluindo aí todos os impostos que pagamos, além de saúde e educação privada.
Com relação à violência, eu já fui grande defensora dessa teoria de que “basta não ir aos lugares errados nos horários errados”. Até o dia em que sofri um sequestro na frente de casa às 8h da noite. Sinceramente, com as histórias que ouvimos todos os dias, fica cada vez mais claro que não existe lugar seguro em São Paulo.
Estou cada dia mais disposta a enfrentar a chatice que é esse tira-e-põe de casacos, underwear, vento gelado, neve batendo na cara, etc. Não me iludo de que esses problemas não vão me incomodar. É apenas uma questão de escolher encarar problemas diferentes dos que eu tenho por aqui.
Imagino que a vida em Porto Alegre seja mais tranquila, o que já é um motivo para querer ficar e te desejo sorte nos seus planos futuros.
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22 de janeiro de 2011 às 15:39 #42907FCelsoParticipante
@J+F wrote:
Imagino que a vida em Porto Alegre seja mais tranquila, o que já é um motivo para querer ficar.
J+F,
Já faz algum tempo que percebo o pessoal de SP e MG mais interessado na imigração ao QC, até porque deve ter sido por aí que começou a divulgação do programa de imigração ao QC.
Pois bem, o que tenho sempre dito ao pessoal que cogita a possibilidade de imigrar devido aos problemas das cidades grandes é que, quem sabe, em vez de ir ao QC, busquem ir a uma cidade menor, pois independente do estado do Brasil que se encontre, as cidades menores são mais tranquilas e o custo de vida, menor. O custo monetário da imigração é bastante elevado, então eu acredito que justifica, ao menos, uma análise e reflexão da possibilidade de mudar de cidade em vez de país. Por experiência própria, sou natural de uma cidade no interior do RS, com 20 mil habitantes. Lá, ainda hoje, o pessoal deixa carro estacionado com os vidros abaixados. Em outras cidades (Ivoti RS, por exemplo) poucas casas têm cerca elétrica. Existem inclusive casas sem cerca. Ainda, no meu caso específico, devido ao trabalho da minha esposa, moramos em Porto Alegre, que julgo ser uma cidade muito boa para morar; para teres ideia, no bairro onde moro posso tomar chimarrão na calçada em frente de casa e lavar o carro na rua. Entretanto, se me fosse possível escolher, eu iria para uma cidade menor, com uns 200 mil habitantes no máximo.Abraço e sorte nas escolhas!
Fabrício -
22 de janeiro de 2011 às 16:57 #42909_TAZ_Participante
Em relação a cidades de origem, eu vim de Curitiba e tem muitos casais aqui de Curitiba e região também. E olha que CWB tem fama de “cidade de primeiro mundo”, o que é mais propaganda do que fato, já que as condições da cidade se deterioraram visivelmente a partir dos anos 90.
O problema de ir para uma cidade menor, é justamente o mercado de trabalho. Quanto mais qualificado, mais difícil ficar fora dos grandes centros. Inclusive, para mim e minha esposa, Curitiba estava ficando pequena para a nossa profissão, engenharia eletrônica, já que o número de vagas não está acompanhando a oferta de novos profissionais, pelo contrário. -
24 de janeiro de 2011 às 14:36 #42935FCelsoParticipante
@_TAZ_ wrote:
@FCelso wrote:
O único detalhe que gostaria de mencionar é que a curva de “sucesso” da maioria dos imigrantes só começa realmente a aparecer entre 6 a 12 anos de vida no QC.
Não é exatamente isso que ele fala. Ele diz que a curva de sucesso da maioria dos imigrantes ultrapassa aquela que ele teria no seu país de origem a partir de 6 anos, considerando que o imigrante evoluiria no seu país de origem. Não quer dizer voltar a ter o “padrão” de quando deixou o país.
Eu gostaria de salientar que a experiência relatada pelo Fabricio é aquela percebida por ele, no seu universo amostral. Particularmente, eu acho que o tempo que ele ficou aqui no Québec é pouco para generalizar. Quanto a emprego, aqui se valoriza muito o que você sabe fazer e a sua experiência. Obviamente é difícil obter um emprego para uma vaga para Doutor tendo somente o título e pouca experiência profissional.
Chegando no Québec, eu não procurei emprego “de cara”, eu resolvi aperfeiçoar o meu francês, já que tenho bastante experiência profissional e não queria que a língua fosse um fator que denegrisse a minha capacidade. Por fim, quando resolvi ir atrás, consegui sem muita dificuldade e pude escolher entre ofertas de emprego, que consideraram a minha experiência no Brasil.
Inclusive, aqui na empresa tem bastante estrangeiro, com alguns que nem falam francÊs, só inglÊs. E isso em Québec (a capitale nationale).
Dos meus colegas lá da turma avançada do Centre du Phénix, todos que eu tenho notícia conseguiram colocação no mercado. Tem povo de todos os sabores …
Na verdade, a maioria das pessoas que são selecionadas pelo Québec como trabalhadores qualificados teria uma vida bem confortável no Brasil. Para mim, o que conta é a infÂncia que os nossos filhos poderão ter por aqui e que hoje é impossível no Brasil, por causa justamente da violência.
Cristiano
Boas Cristiano,
A ideia que passaram no video/palestra era de que após pelo menos 6 anos, começaria “a valer a pena” ter optado por imigrar. Evidente que depenendo do tipo de trabalho, da área de atuação e da capacidade de adaptação, isso pode ser mais rápido ou mais lento.
No meu caso específico, um ano foi suficiente para conhecer o clima e perceber que não me agrada o modo de vida quebequense. Também o mercado de trabalho para minha área e para a área da minha esposa é bastante restrito no Québec. Optei então por desistir de solicitar a parte federal da imigração e seguir nosso rumo aqui no RS, em vez de continuar com o processo, baixar nosso padrão de vida no QC e depois pedalar mais alguns anos até chegar no “santo graal”.
O que eu tenho sugerido para o pessoal que pretende imigrar, é ir trabalhar no QC e viver um tempo por lá, de maneira legal antes de pagar pelo processo de imigração e pela instalação no QC, que são altamente onerosos (bem mais do que se pede para o imigrante levar). E, para aqueles que dizem que na maioria dos casos as pessoas não conseguem fazer essa experiência, eu deixo a seguinte questão:
– Se eles têm ideia de que não será fácil no primeiro momento da imigração, porque então não vão atrás de oportunidade de trabalho com visto de trabalho legalizado no QC?
Determinação e dedicação poderiam ser utilizadas para isso também. Na minha opinião, evidentemente.
Um abraço,
Fabrício -
8 de fevereiro de 2011 às 22:20 #43142FCelsoParticipante
Boas pessoal,
Tenho a informação de que um amigo pesquisador, que é imigrante na Cidade do Québec, vindo da Rússia, e que trabalhou por 14 anos na ULaval como pesquisador colaborador terá que mudar sua área de atuação, devido a falta de novos projetos, geralmente fomentados pelo governo e pela indústria. O mesmo pesquisador me informou que a empresa Vaperma, a qual estava em expansão em julho 2008, teve cortes de pessoal em 2009 (mais de 50%) e acabou por falir no final de 2010. Ele ainda informou que essa situação de fechamento de indústrias está cada vez mais comum no Canadá.
Esses fatos e informações, aliados a minha atual situação no RS, me certificam que fiz a escolha certa em desistir de imigrar.E ainda falta meu relato acerca das aventuras com o sistema de saúde no QC. Escreverei num futuro próximo, quando me for possível.
Abraço,
Fabrício -
9 de fevereiro de 2011 às 15:41 #43162roxyParticipante
Olá Fabrício,
Só gostaría de agardecer os seus depoimentos aqui no fórum pois acredito que eles sejam muito úteis para as pessoas que estão com projeto de imigração como eu, acredito que TUDO tem que ser muito bem pensado e analisado para realmente valer a pena tudo o que passamos durante todo o processo, a paciencia que temos que ter, a ansiedade que temos que controlar e principalmente o desejo que tem que ser estimulado à todo tempo para não desistirmos de tudo… quando a gente entra num processo como esse, quase nunca tem noção de tudo o que vai ter que passar nesse tempo de espera (que agora já está chegando há 2 anos para o processo todo para muitos de nossos colegas) e muito menos noção ainda temos do que vamos ter que passar por lá, então quanto mais gente tiver pra nos passar um pouco da realidade de lá melhor… confesso que muitas vezes penso em desistir e cada vez mais me torno mais analítica com tudo o que encontro de informação sobre o Quebec pra ver se toda essa angústia e a vida que fica parada aqui no Brasil pois não podemos nos comprometer com nada aqui valem realmente a pena, portanto mais uma vez obrigada pela ajuda e por favor continue postando o seu ponto de vista do Quebéc pois é muito importante mesmo!
Roxy.
-
9 de fevereiro de 2011 às 16:16 #43165joaodamattaParticipante
So pra constar…eu conheco e ja troquei ideia com varios imigrantes que voltaram. Alguns nao deram certo, alguns nao gostaram, um sentiu muita falta da familia e outros planejaram a volta depois de alguns anos aqui.
Cada um no seu quadrado. Eu, particularmente, acredito numa volta minha e da minha esposa em alguns anos. Sempre tenho em mente que trabalhar e estudar aqui farao o meu CV bombar no Brasil. Ou seja, aj trabalho pensando numa possivel volta.
Aqui nao e melhor nem pior. E diferente! Algumas vantagens (seguranca, transporte publico, cultura, acesso a bens de consumo, experiencia de vida) e algumas desvantagens (saudades da familia, saude publica precaria, inverno).
Nao da pra ficar discutindo ponto por ponto pois e uma opiniao muito pessoal que ira variar de pessoa para pessoa.
So acho que vale sempre a pena vir, experimentar, olhar, tentar e se nao der certo picar a mula! -
9 de fevereiro de 2011 às 19:27 #43172FCelsoParticipante
@joaodamatta wrote:
So acho que vale sempre a pena vir, experimentar, olhar, tentar e se nao der certo picar a mula!
Boas João,
Acredito que fazer o processo de imigração, caso se pretenda retornar ao Brasil. Nesse caso, trabalhar com Visto de Trabalho Temporário. No caso de fazer o processo, é de abraçar a causa do QC, pois retornar depois de alguns anos, tendo investido tempo e dinheiro, é mais complicado. E a ideia do processo de imigração preconizado pelo QC é de fazer com que as pessoas fiquem por lá e se reproduzam, proliferando a boa nova francófona. Se não for assim, eles não se sustentam.
Abraço,
Fabrício -
10 de fevereiro de 2011 às 00:28 #43180TOP5CANADAParticipante
oi Celso,
Achei bem legal vc expor a experiência que teve, mas, como alguns disseram..
Imigrar não é para todos ou cada um passa por experiências diferentes….
Tudo isso pode ser possível do ponto de vista que cada pessoa enxerga o processo de imigração ou o lugar onde escolheu para viver….
A mensagem é, Quem encontrar a paz de espirito e sentir-se bem com a qualidade de vida, tanto no frio como no calor, no Brasil ou no Quebéc e realizar seus sonhos, esse lugar será o perfeito….
Acho que quem faz o lugar são as pessoas vai da determinação de cada um da vontade de querer concretizar as realizações…Não conheço o Quebéc ou Canadá ainda e estou iniciando meu processo espero que na minha vida eu esteja fazendo a coisa certa, mas como saberei se não tentar…
Um abraço e boa sorte na sua jornadaTop5Canada
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10 de fevereiro de 2011 às 11:16 #43186FCelsoParticipante
@TOP5CANADA wrote:
Não conheço o Quebéc ou Canadá ainda e estou iniciando meu processo espero que na minha vida eu esteja fazendo a coisa certa, mas como saberei se não tentar…
Boas TOP5CANADA,
Minha mensagem ao pessoal que pretende imigrar : Direcionem os esforços a conhecer, quem sabe morar um tempo, tabalhando e/ou estudando no QC ou mesmo no Canadá anglófono, para depois tomar a decisão de imigrar.
Resumindo, na minha opinião, um “test drive” ao lugar que se pretende mudar para todo o sempre, é fundamental.
Um abraço,
Fabrício -
10 de fevereiro de 2011 às 11:27 #43187FCelsoParticipante
@roxy wrote:
Por favor continue postando o seu ponto de vista do Quebéc pois é muito importante mesmo!
Boas Roxy,
Seguinte, busque no Orkut pela comunidade “O Québec na Vida Real”. Ela havia sido suspensa devido a problemas de discussão entre os membros, mas está de volta e tem muita gente com informação de como é a vida de verdade no QC (diferente do pintado pelo Ministério da Imigração).
Abraço,
Fabrício -
11 de fevereiro de 2011 às 14:43 #43218FCelsoParticipante
Boas pessoal,
Como fui ao QC para trabalhar, vinculado à ULaval, foi-me indicado um seguro saúde privado para estudantes, durante os 3 meses de espera até entrar no sistema de saúde pública. Adquiri ainda na primeira semana, um seguro para estudantes internacionais, de 3 meses, pelo custo de CAD$ 120.00 (março/2008).
O primeiro teste realizado no sistema de saúde aconteceu no terceiro mês após a chegada. Após me inscrever na academia do PEPS (educação física da ULaval), praticando exercícios, tive uma lesão no joelho. Como o corpo ainda estava aquecido, não senti dor, mas no dia seguinte a dor apareceu e segui para a emergência do Hospital São Sacramento. No hospital, fiz o cadastro e aguardei na sala de espera após passar pela triagem da enfermeira, que dá prioridade aos casos mais graves. O meu caso não era dos mais urgentes, pois somente quando caminhava sentia dor. Cerca de duas horas depois da minha chegada, fui encaminhado a uma traumatologista cubana que falava inglês e espanhol, pois nessa época eu ainda não falava francês. Ela me atendeu muito bem, solicitou raios X e ressonância magnética. Os raios x fiz logo no dia seguinte, uma clínica particular ao lado do hospital (o que paguei foi reembolsado via cheque da seguradora pelos correios). A ressonância magnética foi agendada para dois meses adiante num outro hospital, e também para dois dias depois, num novo equipamento que estava sendo instalado no mesmo hospital. Detalhe é que realizaram o exame no hospital na mesma semana, e não desmarcaram o exame agendado no outro hospital para dois meses depois. Após avaliar os resultados dos exames, a médica concluiu que eu tinha rompido um tendão lateral externo do joelho e me recomendou manter a perna extendida, pois o tendão se recuperaria sozinho, sem necessidade de cirurgia. Durante o primeiro atendimento ela me receitou analgésicos para a dor e repouso. A recuperação inicial demorou 2 meses; em 4 meses pude retornar às atividades físicas mais intensas como corrida e musculação. O valor gasto com os analgésicos foi restituído também pela seguradora.
Dessa primeira experiência, tirando o fato de que fora uma lesão séria no joelho, não tenho do que reclamar em relação ao atendimento da urgência, no hospital São Sacramento da Cidade do Québec.Abraço,
Fabrício -
11 de fevereiro de 2011 às 18:33 #43224Carlos_SantosParticipante
Ola Fabricio,
na verdade aqui, o “caminho das pedras” quando se precisa de um atendimento médico (mesmo sendo grave) é passar pelas clinicas de bairro!
Se for grave e precisar de mais exames, etc… eles encaminham para os hospitais e sendo urgente, peça uma declaracao do médico dizendo que é urgente.
Quando se chega no hospital com esta prescricao (sendo urgente, claro!), mesmo passando na triagem de praxe, o atendimento é quase instantaneo!!!!
COnstatei isso DUAS VEZES. Uma com minha esposa e outra com minha filha.
So para contextualizar, minha filha, foi diagnosticada com um apendicite ano passado, às 11hs na clinica, ela entrou no bloco cirurgico às 18hs, isso depois de ter sido feitos todos os exames no hospital.
Quando cheguei com ela no hospital, nao tinha estacionado direito o carro, enquanto ela estava sentada esperando, fui mudar o carro de lugar e quando cheguei ela ja tinha entrado. E para achá-la depois????? bem… achei! mas foi super rapido pois era urgente mesmo!
Bom, fica a dica aos demais colegas!
Abraços
-
11 de fevereiro de 2011 às 20:45 #43227SANDROMSParticipante
@Carlos_Santos wrote:
na verdade aqui, o “caminho das pedras” quando se precisa de um atendimento médico (mesmo sendo grave) é passar pelas clinicas de bairro!
Concordo plenamente. Mas acrscentaria duas coisas:
Item 1. O conceito de urgente aqui é diferente do Brasil.
Sempre que meus filhos tinham febre de 38 graus no Brasil eu corria para a emergência. Aqui vc leva até bronca, pois 38 é normal e vc ir no hospital ou clinica só faz espalhar os germes. (sabe que os quebecos tem razão…)
Tenho um amigo que passou por uma cirurgia de apendicite. Foi detectado de manhã, operou a noite. Emergência.
Tenho outro amigo na fila de espera para uma operação de vesicular biliar por vários meses, já remarcaram umas 3 vezes. Não emergência.
Item 2 O seguro particular ajuda muito na questão dos exames
Nós, aqui em casa, fizemos alguns exames médicos esse ano. Com a guia na mão vc tem duas opções: esperar semanas para agendar o exame pelo sistema de saúde público. Ou…. fazer o exame na hora pagando $$$$ e pedir o reembolso ao seguro complementar (o meu devolve 80% do valor). Parece um tal de Brasil. :bangwall:
P.S. não tenho muito do que reclamar em relação ao sistema de saúde aqui.
Sandroms -
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12 de fevereiro de 2011 às 01:59 #43231mouroParticipante
O post ta muito bom, otima discursão.
So queria acrescentar que cada um vai com um proposito. E imigrar como doutor/mestre/pesquisador para país rico pode ser a maior furada para adiquirir emprego, so pais subdesenvolvido tem real necessidade (o Brasil tem um monte de sulamericano nas universidades e em empresas que necessite tal pesquisador).
O ponto que considero mais importante ja levantado aqui é do preconceito. Qual o unico país do mundo que criou elevador de serviço para os “empregados”? Brasil, nem Africa do Sul teve essa ideia. O Brasil so tem negros em quantidade minima % nas universidades por conta dos bentitos Prouni e cotas. Sou nordestino e quando viajo ou a galera daqui vai pra suldeste e sul vixi… vou nem comentar prq é paulera. Mas claro nao é todo mundo e voce pode escolher com quem quer lidar. Graças a Deus cara feia pra mim é fome e se quiser divido um pedaço.
Plano de saude particular aqui tambem tem fila de 3 a 6 meses dependendo do medico/especialidade.
E não é so no Canadá que se paga muito imposto, pelo menos eu paga pra [*editado pela moderacao. Evite o uso de palavras de baixo escalao no foum, por favor! 12 02 2011 Carlos Santos] e ainda tenho que pagar por um monte de serviço que seria publico.
E claro morar em outro estado já é complicado pra muita gente imagine outro país? por isso que imigrar é para alguns. Não comparando apenas exemplo: os portugas e espanhois eram malucos de entrar numa nau e sair no meio do mar buscando terras (não considerando as inteçoes financeiras e escravistas) e isso sim não é pra qualquer um.
E claro o ideal é nao comprar um lugar com outro e sim usufruir o que cada um tem de melhor. Se você fala com quem viaja muito e pede dica ele vai dizer onde ir e o que evitar para a estadia ser boa. E imigrar pode ser visto como uma viagem prq assim vc foi pode voltar ou ir para outro lugar antes do que planejou ou mesmo sem planejar.
E com relação a “maravilha” praticamente todo gringo que conheço tem certeza a maravilha da vida ta aqui alem do sonho Brasileiro para muitos latinos. nao tem pra onde tudo é ponto de vista. -
15 de fevereiro de 2011 às 14:07 #43282thiagoelizieParticipante
Eu passei por uma situação como a do Carlos no BR. Faz 2 anos, meu enteado teve apendicite. Entramos no Hospital SEPACO, em SP num domingo por volta das 11 da manhã. Levou 1 dia inteiro para confirmarem o diagnóstico e mais o dobro do tempo para interná-lo. A cirurgia foi feita no dia seguinte pela manhã. Ou seja, quase 24 horas após a entrada no hospital. Td isso, coberto pelo plano de saúde, diga-se. Bom, comparando com o exemplo dado pelo Carlos, tirem as suas conclusões. Como bem disse um outro colega, aqui no BR tbm esperamos meses às vezes por uma consulta. Depende mto. Mas sem dúvida o conceito de urgência aqui é mais abrangente. É preciso ter paciência na mudança pro QC.
O q mais me aflige nessa questão de saúde é a entrada dos planos privados no mercado do QC. Conversei com outros colegas sobre esse assunto faz pouco tempo. Vejo q em breve essa alternativa pode causar a sensação de melhora, mas por outro lado vai ficar como no BR. Quem pode ($$$) paga pra ser atendido. O q é um absurdo já q vc paga tds os seus impostos esperando ter um atendimento de bom nível. Por não concordar em pagar dobrado tds os serviçoes essenciais no BR é q eu quero ir embora. Então, espero q as coisas mudem no QC. Sou otimista, mas sei q é complicado. Não vou ficar nem um pouco contente se tiver q pagar por consultas, exames, etc. Aqui já faço isso com ódio no coração!
-
15 de fevereiro de 2011 às 15:39 #43285FilipevsmParticipante
É muito relativo a questão da qualidade de alguma coisa. Na maioria das vezes, relacionamos a agilidade de atendimento e o profissionalismo como qualidade na saúde, tanto no Brasil como no Canadá. De fato, no Brasil, eu pelo menos tenho a mesma demora para marcar uma consulta com especialista, coisas entre 2-4 meses.
Quanto a emergência, esses dias minha namorada precisou ir à emergência de um bom hospital da rede de saúde privada em Brasília, e esperou 3 horas para ser atendida, e era necessário aguardar mais 2 horas para resultado de um exame. O que quero dizer é que, se você acha muito esperar 3-5 horas para ser atendido no Canadá, avalie o real atendimento no Brasil e verá que, em questão de tempo, estes se assemelham. Em questão de qualidade, também.
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23 de fevereiro de 2011 às 15:47 #43402FCelsoParticipante
Boas pessoal,
Após 7 meses da primeira vez necessitando de auxílio médico, aconteceu a necessidade de visitar novamente o hospital. A situação e circunstâncias são descritas a seguir.
Estava eu morando na casa de um senhor, alugando um quarto com tudo incluso. Eis que, para a visita e experimentação da vida invernal no QC (dez/jan), resolvi alugar um pequeno estúdio, que é quarto/sala/cozinha e banheiro. Aluguei com 4 meses de antecedência e não houve problema neste sentido, pois o proprietário foi bastante razoável e prestativo, com contrato de locação adequado.
Então, após estarmos há uns dois dias no novo espaço, minha esposa notou que estava com alergia (pescoço e pulsos principalmente) e eu também estava com sintomas, mas mais fracos que o dela. Segui então ao mesmo hospital que havia me atendido da outra vez. Chegando lá para ser atendido, notei que deveria ter contratado um seguro médico para ela. Como eu não havia feito isso, conversei com o médico e expliquei a situação, de modo que ele concordou em nos avaliar em conjunto. Levei junto na consulta uns pequenos insetos que encontrei embaixo da cama. O médico descartou os insetos e o diagnóstico inicial foi de escabiose (sarna), pois o médico acreditava que poderia ser isso, tendo minha esposa vindo do Brasil (contato com cachorro em casa no verão) e a alergia serem bolinhas vermelhas (o que pode ser muita coisa). Desse modo nos deu o tratamento para escabiose, que era um banho com sabão adequado e aplicação de uma loção no corpo, além de lavar os lençóis e demais roupas de cama. Fizemos o tratamento e como não houve melhora, resolvi analisar com mais detalhe a situação, e passando alguns dos insetos ao proprietário, ele (que se assustou com o estado da alergia da minha esposa) foi embusca de informação com um detetizador. Assim descobrimos que se tratavam de percevejos de cama (FRA: punaises de lid; ING: bed bugs), que nos atacavam na cama durante a noite, vindos das libnas pedras que decoravam a parede atrás da cama. O proprietário comprou um novo kit completo de cama, e realizou uma detetização no apartamento, quando tivemos que ficar do dia todo fora do local. Durante aproximadamente 4 dias, passei 3 vezes no hospital e conversei com dois médicos diferentes (ambos quebecas nativos), que não aceitaram a minha ideia que poderiam ser os percevejos, mesmo levando amostra dos pequeninos sanguinolentos. Na minha visão das coisas, além de não aceitarem o erro, foram preconceituosos em nos diagnosticar de acordo com o local de onde viemos, sem realizar quaisquer exames (que poderiam ter sido realizados em mim, pois eu estava coberto pelo sistema de saúde público).
Esta segunda experiência minou minha confiança no sistema público de saúde quebeca (experiência no hospital) e reforçou a imagem positiva que eu já tinha da honestidade do povo quebeca em geral (proprietário do estúdio).
Abraços,
Fabrício -
24 de fevereiro de 2011 às 09:45 #43408rodrigooParticipante
Bom dia FCelso,
Eu particularmente gosto muitos dos seus relatos porque são bem realistas, cheios de detalhes e ajudam a manter os pés no chão. Vou tirar proveito de muita coisa. Obrigado!
Eu vi no ano passado no site Radio Canada que havia uma grande infestação de punaises de lit em Montréal e regiões com várias recomendações do governo para evitar e fora os relatos da reportagem não conhecia ninguém que havia passado por isso por aí.
No Brasil também tem disso mas se faz pouco a respeito.
Abs -
24 de fevereiro de 2011 às 21:12 #43412praondevouParticipante
Olá,
o que aprendi aqui foi que quanto mais alto seu grau de escolaridade, mais dificil fica para arrumar um emprego. Tenho relatos de várias pessoas que desistiram. Se vc for médico, advogado etc. pense muito bem antes de iniciar o processo de imigração. Esse fato não é bem divulgado pelo governo do QC. Para exercer certas profissões precisaria-se refazer todos os seus estudos e ainda teria menos chances de conseguir trabalho do que uma pessoa nativa. Todos os brasileiros que conheci aqui encontraram trabalho relativamente fácil, mas, como tb é o caso muitas vezes no Brasil, um trabalho inferior àquele que poderiam fazer com a formação que tem.
Preconceitos não sofremos aqui, mas estamos morando em Montreal, e aqui temos realmente pessoas de todas as raças. Tambem me preocupo com possiveís preconceitos se formos morar fora de Montreal (minha mulher é morena). Passei quase minha vida inteira na Alemanha, então sei o que significa ter a mente pequena de certas pessoas que só conhecem o mundo pequeno deles. Imagino então que aqui tambem, quanto mais para o interior vc for, pior fica. Porém, o Brasil ainda é visto como algo exótico no exterior, ao contrario de países como a India, e os países árabes.
Mesmo tendo vários colegas de países árabes, posso confirmar que para eles é mais dificil de encontrar trabalho, não sei se é por causa da religião, mas é verdade que ela interfere bastante no desempenho deles.
Em relação ao sistema de saude… ainda não tive nenhuma urgência , mas sei de varias pessoas que foram para o hospital com um problema menor e que ficaram 15h esperando, mas tb não é nenhum segredo que tem uma falta enorme de médicos aqui, não sei por que não encontram solução para isso.
Por outro lado, tivemos uma filha aqui e o acompanhamento durante e logo após a gravidez no nosso caso foi exepcional !!! (Montreal)Outra vantagem aqui, para quem gosta de fazer viagens internacionais, o preço de um bilhete de avião é mais barato do que no Brasil (em relação ao seu salário), devido ao valor da moeda.
E, quem vem de uma cidade superlotada como São Paulo e região, vai apreciar que tem bem menos gente aqui. A unica coisa com a qual fiquei surpreso é o transito, que não é muito melhor da situação em São Paulo, se vc mora fora da ilha mas trabalha na cidade de Mtl.
A única coisa negativa para mim é que pensei que tivesse me livrado de vizinhos barulhentos, mas a estrutura das casas / prédios favorece muito mais a propagação do barulho do que no Brasil (aqui madeira, lá concreto). Nada mudou então :-/
Tambem recomendo, para quem tem a possibilidade, estudem no Brasil com uma pessoa nativa daqui, saber francês et saber quebecois não é a mesma coisa, se eu soubesse que é tão diferente eu teria feita isso em SP (se não me engano tem até uma escola especializada).
Enfim, aqui tb existem varios problemas, e no final podemos viver em vários lugares do mundo, não é tão diferente aqui do que em outro lugar, sempre acharemos vantagens e desvantagens, cada um tem que decidir se vale mesmo a pena, cada um tem suas prioridades.
Mas quem quer realmente achar seu lugar nessa sociedade, vai conseguir.Boa sorte à todos
Abraços -
11 de março de 2011 às 14:34 #43543FCelsoParticipante
@praondevou wrote:
O que aprendi aqui foi que quanto mais alto seu grau de escolaridade, mais dificil fica para arrumar um emprego. Tenho relatos de várias pessoas que desistiram. Se vc for médico, advogado etc. pense muito bem antes de iniciar o processo de imigração. Esse fato não é bem divulgado pelo governo do QC. Para exercer certas profissões precisaria-se refazer todos os seus estudos e ainda teria menos chances de conseguir trabalho do que uma pessoa nativa. Todos os brasileiros que conheci aqui encontraram trabalho relativamente fácil, mas, como tb é o caso muitas vezes no Brasil, um trabalho inferior àquele que poderiam fazer com a formação que tem.
Boas praondevou,
Justamente essa questão que eu acredito estar sendo menosprezada pelos pretensos imigrantes, especialmente profissionais liberais fora da área de informática. A questão do emprego está diretamente relacionada com a renda e, consequentemente com a qualidade de vida. Além disso, qualidade de vida tem uma abordagem subjetiva, pois tem gente que gosta de lugares mais agitados e gente que gosta de lugares mais tranquilos. Ainda, uma mesma pessoa, em determinado período da vida, pode preferir lugar agitado, ou lugar mais calmo. São diversas variáveis.
@praondevou wrote:
Preconceitos não sofremos aqui, mas estamos morando em Montreal, e aqui temos realmente pessoas de todas as raças. Tambem me preocupo com possiveís preconceitos se formos morar fora de Montreal (minha mulher é morena). Passei quase minha vida inteira na Alemanha, então sei o que significa ter a mente pequena de certas pessoas que só conhecem o mundo pequeno deles. Imagino então que aqui tambem, quanto mais para o interior vc for, pior fica. Porém, o Brasil ainda é visto como algo exótico no exterior, ao contrario de países como a India, e os países árabes.
Mesmo tendo vários colegas de países árabes, posso confirmar que para eles é mais dificil de encontrar trabalho, não sei se é por causa da religião, mas é verdade que ela interfere bastante no desempenho deles.
Particularmente nem eu, nem minha esposa sofremos preconceito na Cidade do Québec, mas ambos somos brancos, eu sabia me expressar razoavelmente bem em inglês e francês e ela é fluente em inglês, além de não sermos ligados em religião. Entretanto, o pessoal de religião muçulmana tem bastante dificuldade de manter o desempenho no trabalho durante o período do Ramadã, que implica em passar o dia todo sem se alimentar e fazer as refeições no período noturno (entre outras mudançãs de hábito). Outro ponto bastante difícil para esse pessoal é a questão do consumo de bebidas alcóolicas. Conheci uma colega marroquina que está criando seu bebê nascido no Québec. E avisei a ela que no futuro ela teria que enfrentar as pressões sociais sobre seu filho, que necessariamente incidiriam em consumo de bebidas alcóolicas. Para que foi criado como eu, tendo acesso a bebidas alcóolicas, fica mais natural beber socialmente, o que acho ser muito difícil para alguém que nunca experimentou algo do gênero. Interessante foi notar que nas rodas de amigos, todos na faixa dos 25-35 anos, não havia pressão sobre os islâmicos no sentido que consumissem álcool. Eles tomavam sucos (uva, principalmente) refrigerantes ou chás. Mas no caso dos adolescentes, não posso afirmar que tenham tanto discernimento. Na verdade, duvido que o tenham.
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11 de março de 2011 às 15:05 #43545FCelsoParticipante
@praondevou wrote:
Em relação ao sistema de saude… ainda não tive nenhuma urgência , mas sei de varias pessoas que foram para o hospital com um problema menor e que ficaram 15h esperando, mas tb não é nenhum segredo que tem uma falta enorme de médicos aqui, não sei por que não encontram solução para isso.
Por outro lado, tivemos uma filha aqui e o acompanhamento durante e logo após a gravidez no nosso caso foi exepcional !!! (Montreal)A questão da saúde, muita gente que pretende imigrar não tem noção de como está no QC, apenas acredita que como é “primeiro mundo”, é melhor do que onde está. É preciso sempre divulgar a situação real, para que os desavisados não sejam surpreendidos. Há quem julgue ser responsabilidade do próprio pretenso imigrante buscar essas informações, mas eu acredito que quem conhece na prática, tem o dever moral de alertar seus conterrâneos de nascença.
@praondevou wrote:
Outra vantagem aqui, para quem gosta de fazer viagens internacionais, o preço de um bilhete de avião é mais barato do que no Brasil (em relação ao seu salário), devido ao valor da moeda.
Isso depende muito de qual é a ocupação. E também não serve apenas para passagens aéreas. Para itens de consumo também, como eletrônicos, automóveis, itens para o lar, etc (o que for industrializado e trazido da China principalmente).
Na questão do salário, o poder aquisitivo de um encanador com curso técnico é muito mais alto no QC do que no Brasil. Mas conforme você sobre na hierarquia, o poder de compra fica mais parecido. O que realmente tem um absurdo de diferença é o custo de compra de veículos. Mas isso não precisa ser comparado com o QC que fica longe. Os vizinhos argentinos pagam muito menos pelo mesmo veículo vendido no Brasil.@praondevou wrote:
E, quem vem de uma cidade superlotada como São Paulo e região, vai apreciar que tem bem menos gente aqui. A unica coisa com a qual fiquei surpreso é o transito, que não é muito melhor da situação em São Paulo, se vc mora fora da ilha mas trabalha na cidade de Mtl.
Montréal, na minha opinião, em questão de fluxo de pessoas e trânsito de veículos, é muito parecida com Porto Alegre e Curitiba. A Cidade do Québec, já se parece com uma cidade média do RS, como Caxias do Sul.
@praondevou wrote:
A única coisa negativa para mim é que pensei que tivesse me livrado de vizinhos barulhentos, mas a estrutura das casas / prédios favorece muito mais a propagação do barulho do que no Brasil (aqui madeira, lá concreto). Nada mudou então :-/
Aí acho que depende onde você mora, não apenas a cidade, mas o bairro e o tipo de construção. Na Cidade do Québec, morando num bairro de classe média e em uma casa de três andares (porão + térreo + andar superior), sendo distante dos vizinhos, não tive qualquer problema com barulho. A casa era utilizada por 7 pessoas, com direito a jantares com amigos, churrascos na área externa e música de piano e acordeão (geralmente executadas pelo proprietário e convidados), mas nunca passando das 22h. Isso foi algo que tive que me acostumar, festas que terminam cedo, bares que fecham cedo, bebidas alcóolicas mesmo no “postinho” não eram vendidas após 23h, não podia sair na rua com bebida à mostra, além das galerias e centros de compras fecharem às 17h na maioria dos dias da semana.
@praondevou wrote:
Tambem recomendo, para quem tem a possibilidade, estudem no Brasil com uma pessoa nativa daqui, saber francês et saber quebecois não é a mesma coisa, se eu soubesse que é tão diferente eu teria feita isso em SP (se não me engano tem até uma escola especializada).
Essa sugestão é interessante e importante no sentido de treinar o ouvido. Mas também é possível assistir TV online e outros programas em sítios quebequenses. É só procurar na rede. Também sugiro evitar de falar em francês quebeca, tentando manter o padrão internacional, pois fica mais formal e isso pode ajudar na hora de conseguir emprego em postos mais altos na hierarquia empresarial. Resumindo, se for para falar na rua, o quebequense chulo da conta do recado. Mas se precisar se dirigir a alguém do alto escalão,é necessário o formal (mesma coisa que fazemos com o português aqui – pelo menos no meu caso).
@praondevou wrote:
Enfim, aqui tb existem varios problemas, e no final podemos viver em vários lugares do mundo, não é tão diferente aqui do que em outro lugar, sempre acharemos vantagens e desvantagens, cada um tem que decidir se vale mesmo a pena, cada um tem suas prioridades.
Mas quem quer realmente achar seu lugar nessa sociedade, vai conseguir.A minha ideia nessa mensagem é justamente essa: dar ao pretenso imigrante a postura de buscar informações e confrontá-las com a sua realidade, fazendo uma análise profunda do que ele quer para si mesmo e entes queridos próximos, o que projeta para o futuro e onde quer estar quando o futuro chegar.
Independente de qual sociedade for, quem se dedicar e quiser encontrar/criar seu espaço, certamente o alcançará.Um abraço,
Fabrício -
11 de março de 2011 às 15:11 #43546Carlos_SantosParticipante
Grande Fabricio,
vc tocou num ponto importante para quem tem filhos…..
@FCelso wrote:…..no futuro ela teria que enfrentar as pressões sociais sobre seu filho, que necessariamente incidiriam em consumo de bebidas alcóolicas. ….. Mas no caso dos adolescentes, não posso afirmar que tenham tanto discernimento. Na verdade, duvido que o tenham.
isso é algo que levo muito em consideracao pois tenho tres adolescentes em casa.
Sempre acredito que tudo depende!
Se vc conversa com seu filho(a) sobre o assunto, se o dialogo é bom, e se as “cabecas” se entedem…. nao venho muito problema com a sociedade que se alcoliza.
Um exemplo, minha filha é convidada por varias vezes pelas colegas que fazem festa para “encher a cara”. Isso mesmo, meninas de 14 à 16 anos que fazem festa apenas no intuito de beber.
Sempre tenho alcool em casa, nao so para fazer limpeza mas também um bom vinho na cave ;-)
Minha filha sempre experimenta, aprecia e quando quer beber, eu autoriso em casa e ensino que é assim que tem que ser. Nao na rua…..
Com muita conversa, as pressoes podem ser vencidas e ela sempre recusa tais convites e ainda assim nao é excluida ou sobre maiores pressoes deste grupo de escola. Eles sabem que se tem alcool ela nao vai!
Bom, era este o ponto que gostaria de trazer aos colegas pais e maes!
Mantenham um bom papo com seus filhos!
Aqui a turma é meio largada (pais e maes) e se um filho (a) é uma boa pessoa é por que isso esta no intimo dela, e nao porque a sociedade ajuda neste sentido!
Nao é atoa que depois de velhos, os mesmos filhos colocam os pais nas casas de aposentados e depois nao os visitam!
Abraços
-
12 de março de 2011 às 15:45 #43553FCelsoParticipante
@Carlos_Santos wrote:
Grande Fabricio,
vc tocou num ponto importante para quem tem filhos…..
@FCelso wrote:…..no futuro ela teria que enfrentar as pressões sociais sobre seu filho, que necessariamente incidiriam em consumo de bebidas alcóolicas. ….. Mas no caso dos adolescentes, não posso afirmar que tenham tanto discernimento. Na verdade, duvido que o tenham.
isso é algo que levo muito em consideracao pois tenho tres adolescentes em casa.
Sempre acredito que tudo depende!
Se vc conversa com seu filho(a) sobre o assunto, se o dialogo é bom, e se as “cabecas” se entedem…. nao venho muito problema com a sociedade que se alcoliza.
Um exemplo, minha filha é convidada por varias vezes pelas colegas que fazem festa para “encher a cara”. Isso mesmo, meninas de 14 à 16 anos que fazem festa apenas no intuito de beber.
Sempre tenho alcool em casa, nao so para fazer limpeza mas também um bom vinho na cave ;-)
Minha filha sempre experimenta, aprecia e quando quer beber, eu autoriso em casa e ensino que é assim que tem que ser. Nao na rua…..
Com muita conversa, as pressoes podem ser vencidas e ela sempre recusa tais convites e ainda assim nao é excluida ou sobre maiores pressoes deste grupo de escola. Eles sabem que se tem alcool ela nao vai!
Bom, era este o ponto que gostaria de trazer aos colegas pais e maes!
Mantenham um bom papo com seus filhos!
Aqui a turma é meio largada (pais e maes) e se um filho (a) é uma boa pessoa é por que isso esta no intimo dela, e nao porque a sociedade ajuda neste sentido!
Nao é atoa que depois de velhos, os mesmos filhos colocam os pais nas casas de aposentados e depois nao os visitam!
Abraços
Pois é Carlos!
O que notei é que os adolescentes quebecas nativos são muito sem noção! (entenda-se: mais sem noção do que se espera de um adolescente)
Não apenas o álcool, mas o tabaco e as drogas ilícitas estão sempre na roda desse pessoal. Notem que estou falando dos NATIVOS.
Quem tiver oportunidade de participar na Cidade do Québec da celebração da “independência” do QC (o tal dia de São João Baptista – noite de 23 para 24 de junho), entenderá melhor o que estou dizendo. Depois que anoitece, após a festa dos “velhos” (shows com artistas locais, múscas de alusão ao “ser quebequense” – onde os velhinhos se esvaem em lágrimas), a gurizada de 14 anos para cima vai para a planície de Abraão tomando cerveja na rua (único dia que isso é liberado), ficando acampados ao redor do parque utilizando as mais diversas drogas. O que achei mais indignante é uma enorme estrutura da Cruz Vermelha que recebe os jovens em estado lastimável. Quando eu observava, quatro rapazes traziam uma garota desmaiada. Perguntando ao pessoal local o porquê de tanto aparato de socorro, eles justificaram dizendo que muitos jovens tem o primeiro porre nessa festa. Em comparação, aqui no RS, e em SC também, há o festival do Planeta Atlântida (principalmente para adolescentes), são dois dias de shows (das 14h às 7h do dia seguinte), onde comparecem entre 40 e 60 mil pessoas por dia. Esse festival acontece desde 1996, eu mesmo participei de diversas edições e tenho amigos que participaram de todas edições até hoje, e não tenho conhecimento de tanta demanda pelos socorristas como nessa festa do QC.A tua ideia, Carlos, é da mais válidas. Diálogo com a gurizada! E digo mais, quando possível, um bom exemplo em casa!
Abraço,
Fabrício -
16 de agosto de 2011 às 13:37 #46536FCelsoParticipante
Oi Mari,
…..PS:Eu tô ficando louco ou a mensagem da Marimarimari sumiu?
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16 de agosto de 2011 às 14:12 #46539Carlos_SantosParticipante
@FCelso wrote:
….PS:Eu tô ficando louco ou a mensagem da Marimarimari sumiu?
ola Fabricio,
eu movi a postagem dela para um novo topico e assim poder ser mais facil para achar quando alguém perguntar sobre viagem e salario e nao mandar ver o topico de “Desistencia em imigrar”, assim organizando mais o forum….
Desculpe acho que estavamos ao mesmo tempo trabalhando no mesmo topico ;-)
POstei sua resposta la no novo topico e editei a sua acima para nao ficar duplicada:
- Com um salário médio de classe média aí no Qc, dá para viajar?
http://www.brasilquebec.com/component/jmrphpbb/topic/4671.html?f=42Abraços
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