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- Este tópico contém 32 respostas, 23 vozes e foi atualizado pela última vez 12 anos, 6 meses atrás por FCelso.
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7 de fevereiro de 2012 às 18:48 #7913tmezaParticipante
Olá!
Eu tenho visto muitos brasileiros que estão voltando do Canada para o Brasil. Eu gostaria de saber, quais os motivos que estão fazendo tantas pessoas voltarem. Muitas pessoas colocam que receberam uma proposta irrecusável para voltar para o Brasil. Mas eu sinceramente acho que alguém só recebe uma proposta “irrecusável”, se enviou o CV para o Brasil e se enviou o CV para o Brasil, foi porque o Canada não estava agradando. Então o que realmente não agrada. -
7 de fevereiro de 2012 às 18:59 #50404RonaldoMacielParticipante
Olá Tmeza, este tópico vai ser muito interessante. Conheço dois casais que voltaram pro Brasil recentemente e realmente a razão foi a tal proposta irrecusável.
Em um dos casos, o antigo empregador deste meu amigo lhe ofereceu a vaga novamente (com mais responsabilidades), com um salário bem melhor e ainda por cima ofereceu uma vaga pra esposa dele, tb com salário bom e uma boa oportunidade. Como a vida aqui estava difícil (ainda estavam na adaptação – fazia 1 ano que estavam aqui), optaram pelo certo em vez do duvidoso, fizeram as malas e zarparam.
O outro casal, o cara era formado em Direito e, como se sabe, o mercado para imigrantes advogados é restritíssimo. Ele foi convidado por um escritório de advogados onde ele queria muito trabalhar antes de vir para cá. Não sei se ele tinha se inscrito daqui mas pelo que parece eles acharam o CV dele lá e o chamaram. Pesaram os dois lados e decidiram voltar também.
E acabo de me lembrar de mais um, este casal voltou porque não se adaptou, sentiu muita saudade da família e não achou boas oportunidades de trabalho (mas acho que foi um pouco de mancada deles pois falharam nas buscas e na maneira de encarar a vida aqui – talvez a expectativa era outra). Também achei que voltaram muito cedo (tinham acabado de completar 1 ano). Ela era funcionária pública e pediu somente uma licença temporária, voltou para o mesmo emprego. Ele teve de pegar seu CV e ir atrás de uma nova posição.
Residente Permanente desde Set/2009, cidadão desde Jul/2014 e mora na fascinante Montreal.
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7 de fevereiro de 2012 às 19:09 #50405mrodolfoParticipante
Nosso amigo FCelso, que sempre está por aqui colocando suas opiniões, por diversas vezes deu a sua versão dos fatos. Vale a pena pesquisar as suas postagens.
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7 de fevereiro de 2012 às 20:27 #50406Lu_campinasParticipante
Olá tmeza,
Eu participo de um grupo (brasileiras no Quebec) e tenho observado este movimento, muitos brasileiros vendendo tudo porque estão voltando…
Isto também me intrigou, então perguntei se alguém poderia nos contar os motivos e pra minha surpresa obtive muitas respostas, são na verdade amigos de pessoas que voltaram e enumeram os principais motivos:
1) que a maioria voltou prematuramente, antes que o período de adaptação fosse concluido, (são de pelo menos 3 anos)
2) muitos acham o quebequense preconceituoso e bairrista,
3) não conseguem se adaptar ao novo estilo de vida de forma mais simples do que a vida que tinham aqui no Brasil,
4) Outro fator é o profissional que muitos não conseguem validar o diploma e não querem abrir mão de exercer a profissão, então voltam
5) saudade da família também aparece no “top five”Por outro lado, também ouvi relatos de pessoas que estão lá ha 8 ou 12 anos e não pretendem voltar, estão totalmente adaptadas e satisfeitas…
Outro dado no mínimo intrigante (lembre-se não é nada oficial), o número de casais que se divorcia é de 40% :alright:
Bem, pra nós que ainda estamos aqui, cabe um bom planejamento, uma idéia o mais realista possível do que será o início da vida como imigrante, e pesar os prós e contras.
Bonne chance à tous.
Luciana
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7 de fevereiro de 2012 às 23:08 #50409SANDROMSParticipante
Gosto muito de tópicos que mostram a verdade nua e crua…
Das pessoas que vieram na mesma turma que nós em 2009, todos estão ainda por aqui. Conheço pessoas pensando em voltar e algumas pessoas que não querem ir ao Brasil nem passar férias.
Em primeiro lugar é sempre bom lembrar que nem todos emigram “para sempre”, muitos tem o plano de vir passar alguns anos e depois voltar para o Brasil.
Outros, como é o meu caso, nunca se decidiram se é para sempre ou não. Então se uma parte dos imigrantes já vem pensando em voltar um dia, então é estatisticamente correto ver várias pessoas voltando. :P
Mas porque alguns vem pra ficar e acabam desistindo do sonho quebeco/canadense?
Em primeiro lugar disparado, queda na piramide social! Não adianta tapar o sol com a peneira, em modo geral o brasileiro que embarca na imigração é a nata da sociedade brasileira, culpa dos critérios de seleção.
Chegando aqui, pelo menos no início, ele é um João Ninguem que mal sabe falar direito e pena para conseguir fazer um lugar no mercado de trabalho para fazer o que sempre fez a vida inteira. Isso tende a melhorar com o tempo, alguns não querem pagar pra ver e decidem voltar.
O brasileiro com curso superior, está acostumado com empregada ou diarista, porteiro no prédio, frentista no posto, almoçar em restaurante todo o dia e outros paparicos que são impossíveis de ter no Quebec. Chegando aqui o brasileiro tem que fazer faxina, o homem tem que estar mais presente nas tarefas domésticas, a mulher tem que ser menos sexo frágil (porque as quebecas não tem frescura) e etc… Acho até que essa mudança de papeis desestabiliza um pouco o casal, talvez por isso o alto grau de divórcio.
Segundo ponto de desistência: eu era feliz e não sabia. A imigração tem um custo, e muitas vezes isso significa interromper uma carreira proeminente no Brasil. Ao chegar aqui e ter que começar do zero, fazer network, construir sua experiência para um dia quem sabe chegar aonde você estava antes de sair, é um grande passo atrás.
Vamos concordar que só faz sentido jogar tudo pro alto se a sua carreira no Brasil tá mesmo num beco sem saída. É por isso que quando surge aquela super oportunidade de trabalho no Brasil a pessoa volta.
Mas acho que mesmo quem vem aqui, quebra a cara e volta, no final cresceu, aprendeu e se tornou uma pessoa mais forte. Mas as vezes o preço é salgado.
Para quem ainda não viu as palestras sobre a adequação do imigrante no Canada, dada pelo M. Laroche, Phd, confira aqui:
http://www.truth.com.br/ospatos/2010/10/adequacao-ao-mercado-de-trabalho-parte-1/
Tem tudo a ver com os motivos pelos quais o emigrante volta.
Sandroms -
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8 de fevereiro de 2012 às 00:46 #50411BaratinhaParticipante
Ola Sandroms
Eu concordo com voce en genero, numero e grau!
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28 de fevereiro de 2012 às 19:25 #50895FCelsoParticipante
Boas pessoal,
Como o mrodolfo bem disse, já relatei no fórum minha experiência desistindo de imigrar. Resumidamente, a ideia, minha e da minha esposa, era inicialmente sondar a possibilidade de ficar no Canadá e imigrar já com alguma alternativa de trabalho em vista (proposta de emprego), sendo que tínhamos a ideia inicial de experimentar a imigração durante uns 5 anos, para depois decidir como seguir adiante. Mas nossos planos foram mudando conforme o andar do barco…
No meu caso, consegui uma bolsa de 1 ano pelo governo canadense, para fazer um pos-doutorado (março/2008 a março/2009). Durante esse período, minha esposa foi visitar a Cidade do Québec no inverno (dezembro e janeiro) e fazer entrevista na Ubisoft. Na época ela estava trabalhando em 2 universidades privadas somente como professora e eu estava no QC como bolsista, verificando possibilidades tanto para ela como para mim. Eu havia contatado um empres chamada Vaperma, que poderia me aproveitar como pesquisador, porém, em dezembro de 2008 haviam 75 funcionários na empresa, e em janeiro de 2009 somente 17 se mantinham no emprego, os demais haviam sido demitidos. A empresa fechou em 2010, segundo informações de um colega pesquisador na ULaval.
Findado o tempo de bolsa, em março/2009 retornei ao Brasil e, após contato com um ex-orientador, consegui uma bolsa de pós-doutorado no Brasil. Três meses depois fui contratado por uma universidade privada como pesquisador e professor, integralmente, onde trabalho atualmente. A Ubisoft respondeu em abril de 2009 que estava desisitindo da expansão prevista inicialmente, de modo que desistiram de novas contratações. Em fevereiro de 2010 minha esposa entrou na universidade federal, contratada como pesquisadora e professora em tempo integral com dedicação exclusiva.
Desse modo, a ideia de termos uma experiência internacional se modificou, de modo que estamos fazendo em pequenas parcelas, participando em congressos, seminários, projetos em parceria e atividades correlatas, na maioria das vezes, custeados pelo governo e ou empresas brasileiras.
Particularmente, minha esposa não gostou do clima no inverno, tanto pelo frio como pela neve, e eu senti bastante a questão de ficar muito tempo dentro de lugares fechados. A parte de contato com amigos e família não chegou a pesar tanto para mim, mas para minha esposa, quem ficou bastante preocupada foi a mãe dela que tem uma ligação bastante dependente emocionalmente. Houve também, em 2010, o retorno de um outro casal de gaúchos, ele médico e ela fisioterapeuta; ele havia ficado 2 anos na cidade do Québec, como bolsa do governo canadense trabalhando como especialista na área de oncologia geriátrica. Ao final desse tempo ele recebeu uma proposta de trabalho em Montréal, mas decidiram voltar porque a esposa dele sentia falta da família.
A parte de adaptação à sociedade acho que não pesou muito no meu caso, pois fui bem recebido e tratado pelos colegas e amgos que fiz no QC e tanto lá como aqui costumo ajudar na limpeza e conservação da casa, mas quanto a minha esposa tenho certeza que ela prefere dar um trocado ao flanelinha em vez de desentocar o carro da neve quando estaciona na rua…
Bom, basicamente é essa nossa estória e situação atual.Apenas saliento aos interessados que a taxa de desemprego está relativamente baixa, especialmente em Porto Alegre que fica na faixa de 5 a 7% (nov/2010 – fev/2012) e as vagas ainda não preenchidas são por falta de pessoas qualificadas (dados nos jornais ZH e Correio do Povo).
Abraço,
Fabrício -
29 de fevereiro de 2012 às 00:35 #50899Herve_e_DanielaParticipante
uma pergunta: dos brasileiros que voltaram para o Brasil quantos tinham filhos?
Me lembro ter lido o ano passado um post de um Paranaense (se não me engano) que foi para o Canada, sentiu uma saudade do Brasil, voltou para Curitiba … e se deparando com a realidade Brasileira, sentiu saudade do Canada … Achei o post dele muito interessante, se alguém encontrar, acho interessante redisponibilizar.
Vou falar da minha experiência propria: sou françês, fui imigrante no Brasil em 94 mais por oportunismo de que por opção, me adaptei bem, casei, criei minha propria empresa de software em uma incubadora em Curitiba (que fechamos depois de 4 anos aonde passamos mais tempo nos divertindo de que realmente tentando vender o nosso software … aprendemos com os nossos erros), consegui me virar bem e trabalhar em bancos, implantar softwares de medição em 2 laboratorios de pesquisa, por fim trabalhar na implantação de um ERP da Renault, estava indo bem até a moeda sofrer a sua primeira devaluação em 99; dai, e também passando raiva pela lentidão de varias coisas, corrupção, precaridade da qualidade dos serviços do dia a dia, resistência dos colegas em planejar e documentar por exemplo, resolvi voltar para França … com o objetivo e promessa de voltar dentro de 5 anos quando a situação economica melhorar. Neste intervalo, divorcio da minha esposa com demais saudade do Brasil. Nada de melhoria no Brasil até 2006, ano em que achei a minha segunda oportunidade em sao paulo. Sou persistente, acredito que a minha experiência bem sucedida como gestor pode contribuir em melhorar as coisas … segundo casamento, desta vez com 2 lindos filhos … e mudança radical de perspectiva!
Tenho muito respeito pelas familias brasileiras que se matam para conseguir educar os seus filhos, vivem entre o condominio fechado, o shopping centers, os engarrafamentos e as praias lotadas. Vivem com medo o tempo inteiro, e definitivamente não é o que eu quero para mim e a minha familia. Vivem para trabalhar, levantam cedo de manhã, enfrentam horas de transito, trabalham 44h/ semana, voltam exaustos para casa, e duvidando vão estudar a noite. O Brasileiro é muito batalhador, grande consumidor, paga a carga tributaria quase a mais elevada ao mundo, reclama no boteco sobre tudo mas não desfila quando seria necessario, e assim vai levando a vida.
Realmente quando você esta sozinho ou em casal mas sem filhos, e ganha bem, o Brasil pode ser o lugar mais lindo do mundo: bares e boates 24h, calor tropical, culto do corpo sarrado, machismo no volante, a cultura dos carros importados a preços absurdos, um modo de vida escravocrata com a sensação que não consegue viver sem empregada, diarista, aplicações financeiras com rendimentos fantasticos, viagens faceis para Orlando, Paris … quando ganha bem, de fato a vida é fantastica, consegue quase esquecer o mundo das favelas, dos assaltos, das infraestruturas deficientes, dos escandalos politicos a repetição. Passei por esta fase nos meus primeiros anos aqui quando tudo era festa.
Dai muda tudo quando o seu orçamento começa a ser direcionado quase que exclusivamente para os seus filhos. A vida se aproxima de repente muito mais da realidade. Fica a felicidade que te dão os seus filhos. Mas quem pode querer um futuro feito de assaltos e violência constantes, mensalidades escolares (sem contar os materiais escolares) absurdas, planos de saude caros, ensinar o “jeitinho” como uma qualidade indispensavel, se tiver (e conhecer) uma alternativa fora ?
Por isto, foi uma decisão facil para o nosso casal de imigrar para o Canada. Não bolamos um plano B de voltar para o Brasil caso não nos adaptemos. Alguém falou anteriormente que a imigração não é para qualquer um. E fato,é um processo longo e doloroso que requer preparação. Estamos indo para la a semana que vem com a firma intenção de ficar, dar um futuro para os nossos dois filhos e batalhar no matter what. Não gastamos 2 anos muito desgastantes neste processo para desistir.
Apenas uma consideração para os amigos Brasileiros em duvida sobre ficar no Canada ou voltar para o Canada: pensam primeiro no que seria melhor para os seus filhos? Alias, se você tem filhos, o que os seus filhos acham (ou achariam) do Canada? e o que acham (ou achariam) do Brasil? Voltariam? Ficariam?
O Québecois/Canadense tem varios defeitos? Acredito que são primeiro os pais que ensinam os valores aos filhos, e depois a sociedade ao redor. Varios serviços são deficientes? tudo depende da sua expectativa, experiência e adaptabilidade, porém os Canadenses sobrevivem a estes serviços de alguma maneira, não é?
Aonde estive, sempre tentei aproveitar o melhor das pessoas e culturas, descartar o pior, e misturar o que tiver de melhor entre as minhas raizes franceses e a minha cultura adotiva Brasileira, como a chatice e teimosia do Françês com a alegria/simpatia e adaptabilidade do Brasileiro, tentando descartar a atitude “somos os melhores do mundo” iritante do françês e este jeitinho Brasileiro que resolve qualquer coisa a curto prazo mas estraga tudo a longo prazo.
Eis a minha humble contribuição de um antigo imigrante françês ao Brasil, agora imigrante ao Canada, que conhece muito bem as realidades Brasileira e Europeia …
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29 de fevereiro de 2012 às 03:13 #50904gugamarinhoParticipante
Olá pessoal,
penso que essa história de voltar para o Brasil seja algo, de fato, recorrente. Há pessoas que amam o Québec e outros que detestam. Mas existe sim uma dificuldade de adaptação por parte de muitos imigrantes, sobretudo em questões ligadas à sociedade. Muitos brasileiros, por exemplo, acostumados a uma vida «confortável» no plano privado (empregada, babá, passadeira, etc…) encontram certa dificuldade aqui, ou sentem um grande desconforto em não serem «servidos», uma vez que possuem diplomas, pós-diplomas, «posição», e se julgam em pleno direito de usufruir de certos «privilégios». Possuir subalternos diretos é uma conquista social para muitos brasileiros. O fato do Brasil possuir a pior distribuição de renda do planeta é visto mesmo como algo «interessante» por muita gente. No Québec, sem dúvida, a renda é melhor distribuída, o acesso aos serviços de saúde é igual para todos, de modo que a figura social do «agregado» não tem o seu lugar por aqui.
Uma outra dificuldade é a questão dos papéis sociais na família. Homem que não faz todos os serviços domésticos (incluindo cuidar diretamente dos filhos) é mal visto no Québec. Da mesma forma, e como já foi citado acima, a mulher não é protegida aqui. Ou seja, não há essa visão do «sexo frágil». Muitas são motoristas de ônibus, de caminhão, carregam caixas, etc…
Existem, ainda, questòes de ordem afetiva, como, por exemplo, a distância da família, dos amigos, do sol e do calor. Apesar do Québec ser bem mais «humano» do ponto de vista prático (violência urbana e corrupção em muito menor grau), é fato que o tal «calor humano» e a cordialidade a que estamos acostumados não têm muito espaço por aqui.
Isso porque ainda não falei do clima, hahahaha… O segredo é amar toda essa neve, fazer esporte de inverno e não tentar «fugir» do frio.
Mas, no fundo, acredito que a imigração seja algo muito pessoal. Cada um tem um tipo de sonho e história diferentes, de modo que seria arriscado estabelecer normas gerais de satisfação.
Abraço a todos…
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29 de fevereiro de 2012 às 14:38 #50907SANDROMSParticipante
Já havia dado minha opinião sobre esse assunto, mas me veio uma ideia nova:
Em primeiro lugar, não há nada de errado em voltar para o Brasil. É uma escolha, assim como ir para o Quebec foi também uma escolha. Pode ser que um objetivo foi atingido e ciclo foi completo (ser fluente na língua, educação dos filhos, juntar dinheiro…), as vezes a situação que o fez deixar o Brasil mudou, ou a situação aqui no Quebec mudou. De qualquer forma não condeno quem decide voltar, principalmente se passou aqui tempo suficiente para dizer que tudo valeu a pena.
Em segundo lugar, existe uma expectativa muito grande que país nenhum no mundo pode atingir. Fomos criados no Brasil com a estranha cultura que tudo no Brasil é uma m… e tudo que vem de fora é maravilhoso e perfeito. Na verdade, o Brasil do século 21 está muito próximo (e em alguns aspectos acima) de outros países ditos de primeiro mundo. Infelizmente, a corrupção generalizada, a violência e a desigualdade social é que puxam o Brasil para baixo.
Mas o Quebec, e o Canadá, não são tão maravilhosos assim: tem buraco no asfalto, tem mendigos nas ruas, tem corrupção no governo, tem desemprego e tem problemas sociais. Tudo em dimensões menores, mas que tem, tem!
A sua escolha depende de por tudo em uma balança. De um lado tudo que te incomoda no Brasil e é bom do lado de cá, no outro prato: tudo que te incomoda no Quebec e é bom no Brasil. Sendo que cada item deve ser ponderado individualmente (por exemplo, o clima frio, alguns gostam outros não).
O problema é que antes de sair do Brasil, a pessoa imagina como será no Quebec e a balança pende para a imigração. Ao chegar aqui, e vivenciar na pele como é morar no Quebec a pessoa reavalia os pesos e pode ser que a balança vire para o lado do Brasil. Vai viver infeliz pra sempre? Se você tem certeza de que é isso mesmo, é melhor voltar. :alright:
Agora, conheço pessoas que voltaram pro Brasil e a balança virou de novo e estão re-imigrando para o Quebec. Sejam bem-vindos! 8)
Sandroms -
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29 de fevereiro de 2012 às 14:46 #50908mathfernandesParticipante
Olá pessoal
Gostaria apenas de comentar sobre um dado estatístico sobre a imigração passado na última palestra em campinas.
Foi falado que mais de 80% (acredito que 84% se não me engano) dos brasileiro que imigraram para o Quebec ainda continuam no Quebec. A outra porcentagem que não está mais no Quebec pode ser dividida (não exatamente em partes iguais) entre os que foram para outras provincias do Canada e/ou voltaram ao Brasil.abraço
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29 de fevereiro de 2012 às 19:45 #50916mrodolfoParticipante
Hervé,
Você já está mais do que aculturado com o Brasil, meu cumpadi! :lol:
Já te disse pessoalmente, mas digo de novo: boa viagem na semana que vem! Se der certo, daremos um pulinho em Québec para vê-los!
Voltando ao assunto, hoje, no grupo, penso que apenas o Fabrício é um ex-imigrante que participa ativamente dos fora (plural de forum, antes que me crucifiquem…).
Penso que ele apresenta muito bem como, mesmo com todo planejamento feito com antecedência, as coisas podem mudar de lado e a questão de imigração deixa de ser viável para alguém.
Concordo, ainda, plenamente com as palavras do Hervé de que, quando temos filhos envolvidos, tudo fica muito mais difícil. Não apenas o vir para cá, mas também o voltar para lá. Nós (minha família) imigramos pensando em buscar um lugar onde nossos valores pessoais (e por consequência, de nossos filhos) fossem próximos aos valores da sociedade em geral. Encontramos isso aqui e estamos muito contentes nesse aspecto. Por outro lado, apenas para exemplificar, não temos médico de família, ainda…
Como também bem o disse o Sandro, cada um sabe onde doi o calo. Não se deve condenar quem imigra e depois retorna, nem deve-se crucificar quem retorna e depois imigra de novo. O conceito de felicidade é muito subjetivo e espero que todos encontrem a sua.
Abraços,
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1 de março de 2012 às 00:14 #50927Carlos_SantosParticipante
Como muitos sabem, vim com meus tres filhos e nunca duvidei que aqui seria um lugar melhor do que aonde estava no Brasil.
Nao imaginava ver meus filhos viverem como vivia, para ir trabalhar ou estudar e sempre sobresaltado e sempre olhando para tras ou melhor para todos os lados antes de fazer qualquer coisa na rua ;-(
Depois de ver as portas que vejo hoje aqui se abrindo para eles (estao indo ou saindo do CEGEP), nao consigo imaginar eles na mesma situacao por ai…..
Mesmo tendo nascido e sido criado ai no Brasil, so percebi que nunca fui um verdadeiro brasileiro (no sentido de se sentir bem no seu proprio Pais), quando morei fora (adorei ter conhecido a França).
Voltar para o Brasil foi uma dura pena, que assumi e depois de pagar meus anos de estudo ao governo, e sai de vez!
Voltar? so morto ;-) mesmo assim ja avisei que me joguem as minhas cinzas por aqui mesmo ;-)
O que é bom para uns nao é para outros. Imigracao nao é para todos. Sempre disse isso pois sei que nao somos iguais, mesmo sendo brasileiros, nao partilhamos exatamente os mesmos valores à 100%.
Sei que o que é melhor para a minha familia, sera o melhor para mim. Sera que todos pensam assim?
Sei que nao é o paraiso por aqui. Imagino que os mais curiosos, ja tenham lido o topico “Quebrando o sonho: o lado B do Québec…”
Mas adoro o que faço, gosto do meu cantinho, o unico preconceito que vejo, é o positivo, quando sabem que sou brasileiro e me chamam para mais perto para conversar sobre mim, minhas origens, o que faço aqui e por ai vai… Sempre bem recebido pelos colegas do trabalho ;-)
E, posso dizer que nestes quase 6 anos de Québec, pude crescer mais rapido na minha empresa atual do que poderia ter feito no Brasil (mesmo tendo 19 anos de UFRJ antes).
Sem falar do que ja obtive aqui que nem em sonhos teria como funcionario publico ai no Brasil.
Fico felliz em ver que muitos colegas partilham bons valores morais aqui no forum (“fora” é o plural?? ula, la la ….) e sempre vi meus melhores exemplos à seguir nas pessoas humildes (mesmo sendo ricas em todos os sentidos: moral, espiritual, social e mesmo financeiramente) que pude encontrar na minha vida e aqui no forum também!
Obrigado Tami pela excelente questao ;-)
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1 de março de 2012 às 14:21 #50935leticia_rjParticipante
O que me anima é que a MINORIA volta.
E eu moro no Rio de Janeiro…só de pensar na violência já me dá mais ânimo ainda.
O que me dói é ficar longe dos meus pais e principalmente da minha vó… :|
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1 de março de 2012 às 17:02 #50936javabeatsParticipante
Eu acho que o mais importante aqui é celebrarmos o fato de sermos todos pessoas corajosas! Imigrar não é nada fácil, exige planejamento, dedicação, e muita coragem. E se as circunstâncias mudarem e for preciso repensar uma decisão desse porte e voltar para o Brasil, somos corajosos também por admití-lo e fazê-lo.
Como imigrantes, “permanentes” ou não, ao meu ver são todos dignos de parabéns.
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1 de março de 2012 às 21:06 #50942Helen HartungParticipante
Pena que não temos a opção de “curtir” aqui na CBQ!
Excelente tópico com excelentes comentários!
:D -
1 de março de 2012 às 23:05 #50947camilagnunesParticipante
Muito boa discussão!
Pra mim, o Brasil de hoje realmente tem muita coisa legal que se possa comparar a países de primeiro mundo ou mesmo melhor. Principalmente pra quem mora em grandes cidades, como no meu caso São Paulo. Mas eu acredito que o Brasil infelizmente cresceu no lado bom e também no lado ruim: cresceu a desigualdade social, cresceu a intolerância, cresceu a violência, cresceu a corrupção…
Achei simplesmente o máximo quando cheguei no Parc Mont-Royal e tinha uma mulher dirigindo um caminhão daqueles de tirar neve! E mais ainda ao ver a quantidade de pais (homens) que passeiam com seus filhos e que, mesmo os que estão acompanhados das esposas (porque muitos estão sozinhos), fazem sua parte, ajudam, participam! É nessa sociedade que quero viver, é nessa sociedade que quero ver meus filhos (quando tiver) crescerem, porque isso é uma coisa importante para mim hoje…amanhã, pode ser que seja uma outra coisa e, se for, coragem pra mudar é que não nos falta!
Pra mim imigrar e voltar não é triste, é uma questão de prioridade e escolha. :discuss: -
1 de março de 2012 às 23:37 #50948
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2 de março de 2012 às 20:28 #50974FCelsoParticipante
@Herve_e_Daniela wrote:
uma pergunta: dos brasileiros que voltaram para o Brasil quantos tinham filhos?
Realmente quando você esta sozinho ou em casal mas sem filhos, e ganha bem, o Brasil pode ser o lugar mais lindo do mundo: bares e boates 24h, calor tropical, culto do corpo sarrado, machismo no volante, a cultura dos carros importados a preços absurdos, um modo de vida escravocrata com a sensação que não consegue viver sem empregada, diarista, aplicações financeiras com rendimentos fantasticos, viagens faceis para Orlando, Paris … quando ganha bem, de fato a vida é fantastica, consegue quase esquecer o mundo das favelas, dos assaltos, das infraestruturas deficientes, dos escandalos politicos a repetição. Passei por esta fase nos meus primeiros anos aqui quando tudo era festa.
Dai muda tudo quando o seu orçamento começa a ser direcionado quase que exclusivamente para os seus filhos. A vida se aproxima de repente muito mais da realidade. Fica a felicidade que te dão os seus filhos. Mas quem pode querer um futuro feito de assaltos e violência constantes, mensalidades escolares (sem contar os materiais escolares) absurdas, planos de saude caros, ensinar o “jeitinho” como uma qualidade indispensavel, se tiver (e conhecer) uma alternativa fora ?
Apenas uma consideração para os amigos Brasileiros em duvida sobre ficar no Canada ou voltar para o Canada: pensam primeiro no que seria melhor para os seus filhos? Alias, se você tem filhos, o que os seus filhos acham (ou achariam) do Canada? e o que acham (ou achariam) do Brasil? Voltariam? Ficariam?
Hervé,
Para constar, tenho um filho, pré adolescente. Nossa ideia é, antes dele começar uma faculdade, mandar ele para outros países, um ou dois anos morando fora, para depois escolher o que fazer da vida, seja universidade o Brasil ou fora, ou qualquer outra alternativa que ele queira e mostre interesse. Ele já conhece alguns lugares que visitamos no exterior, mas como turista. Nesse caso, a ideia é mandarmos ele com o mínimo de subsistência como estudante, para que aprenda a se virar e depois decida o que é melhor para si, pois acreditamos que só se sabe realmente com a experimentação e vivência.
Abraço,
Fabrício -
3 de março de 2012 às 17:31 #50982gabi-infirmiereParticipante
Discussao realmente interessante.
Por que o brasileiro volta?O imigrante tipico brasileiro, como ja dito, é oriundo da classe média e uma das grandes sacadas para que a integraçao ocorra é entender as diferenças que existem entre o Canada e o Brasil.
Salvo raras exceçoes, o imigrante tera uma queda em seu padrao de vida ao chegar aqui. FATO.
Esta queda é estudada e explicada, aparentemente os imigrantes sabem que isso ocorrera mas na pratica, na *vraie vie* pode ser dificil aceitar. E aceitar essas diferenças, aceitar as limitaçoes, é imprescindivel.
* dominio da lingua =
este é o ponto numero 1. No Brasil falamos nossa lingua materna e nao temos nenhum problema ligado a comunicaçao de base. Muitos imigrantes minimizam as dificuldades ligadas a barreira linguistica e isso pode ser um fator de estresse gigantesco.* queda no padrao de vida, serviços e consumo =
morar num pequeno 2 e meio, morar em co-locaçao, morar longe do trabalho, nao ter carro … mesmo com um sistema de transporte coletivo muito mais eficaz e funcional do que o que tinhamos no BR (falo por minha terra natal, Sampa) muitas vezes o imigrante se sente frustrado e esta queda pode influenciar negativamente a experiencia de imigraçao. Ja vi discursos de pré-imigrantes que visualizavam uma vida de comercial de margarina sem terem o $ necessario para tal. Ja vi imigrantes que usam dos serviços de banque alimentaire mas quando entram em contato com os amigos e familia recusam-se a admitir as dificuldades e vivem de mentiras, gerando ansiedade, frustraçao e angustia.* refazer networking, refazer historico de credito =
no Br, como classe média e profissionais estabelecidos, tinhamos um nivel *X*. Chegando ao Qc somo *mais um* e refazer o longo caminho para aumentaçao de crédito e networking pode ser muito desgastante.* dificuldade para entrar no mercado de trabalho =
sem contar as profissoes vinculadas à ordens profissionais, onde o processo de validaçao e admissao pode levar até 6 anos, muitos imigrantes minimizam as dificuldades para a entrada no mercado de trabalho. Um advogado, engenheiro, economista (ou qualquer outra profissao) que vai trabalhar num Couche-tard ou faz um curso de préposé aux bénéficiaires pode ver esta situaçao como humilhante e indigna. Ja participei de debates de mulheres imigrantes que contaram como seus maridos sentiram-se inferiores e frustrados, e como essa situaçao implica negativamente na vida familiar, em alguns casos gerando divorcios, alcolismo e até utilizaçao de drogas duras.* o funcionamento da sociedade =
pegando por exemplo o sistema de saude (pois é a minha praia) = brasileiro de classe média tem seu plano de saude e pode escolher no *livrinho* o médico que quiser, na especialidade que quiser, e ter a consulta e os exames realizados rapidamente. Aqui o sistema é diferente, começando pela dificuldade em se encontrar um médico de familia, passando pela necessidade de ter uma recomendaçao de um generalista para ser visto por um especialista, vivenciando as longas esperas nas cliniques sans rendez-vous ou nas urgências … o sistema simplesmente parece quebrado e ineficaz. Esperar 2, 3 meses para ter uma consulta com um especialista é quase inadmissivel para quem tinha o *livrinho* em maos. Estas diferenças chocam aqueles que nao estao preparados.
Ser convidado para uma reuniao e ter que levar sua propria cadeira ou uma caixa de cervejas; ser convidado para um 5 à 7 mas nunca ser convidado para frequentar a casa do seu colega de trabalho; convidar seu colega de trabalho para sua casa e ver que sem cerimonia ele ira abrir a geladeira e fuçar na sua cozinha; ter *colegas* e nao *amigos* … alguns comportamentos quebecas podem soar estranhos e mesmo incivilizados.* estrutura familiar =
eu imigrei sozinha. Muitos imigram com familia, esposo-a e filhos. A parte da famille élargie que ficou no Brasil pode ter uma importancia maior do que imaginavamos.
Em 2009 eu acabei retornando ao BR em situaçao temporaria, justamente em funçao de problemas ligados à familia. Problema resolvido, voltei para ca (fiquei 5 infelizes meses em SP). Muitos nao suportam a distancia, nao sao capazes de se contentarem com a ausencia do contato fisico, do suporte e da proximidade familiar.* filhos e adaptabilidade =
crianças que chegam ao Qc na primeira infancia serao alfabetizadas em francês, terao amiguinhos dos 4 cantos do mundo, havera situaçoes onde os valores brasileiros serao colocados em xeque. O que é ser filho de imigrantes, como os pais lidam com a situaçao … muitas vezes os adultos podem achar que o processo de adaptaçao sera mais facil para as crianças, mas nem sempre é assim. E isso pode gerar muita frustraçao, muita revolta, bilateralmente.* clima =
por mais que alguns tentem miminizar a questao climatica, esta é uma grande realidade e devemos levar em consideraçao. Nao é todo mundo que ve graça em ter 5 meses de frio, de viver desenterrando carros ou vestir-se como o bonequinho da Michelin. Muitos farao winter blues e muitos nao serao capazes de suportar.Particularmente vejo os retornos de imigrantes ocorrerem quando os aspectos negativos se sobressaem sobre os beneficios da vida no Québec. A imigraçao é algo muito pessoal. O que é bom para uma pessoa pode nao ser bom para outra.
As vantagens sociais do Qc como a ausencia de medicancia infantil, o menor indice de violencia, a relaçao mais igualitaria entre homem e mulher, os estudos a baixo custo, o sistema de saude universal e todo o resto podem nao ser tao avantajosos assim para alguns. Ver que no contra cheque uma grande % ficara retido para os impostos pode nao agradar a todos (eu, por exemplo, pago 47% de impostos). Alguns podem preferir o conforto da classe média brasileira à melhor distribuiçao social quebeca.
Ter a vida de comercial de margarina pode nao ser a realidade final dos imigrantes e muitas vezes o que o BR oferece é mais compativel com os anseios do individuo do que o Qc tem a oferecer.
Considerando as 3 fases do processo migratorio (loss, transition e adaptation) creio que muitos dos que retornam aos paises de origem ainda estao nas fases 1 e 2.
Desculpem o texto gigantesco.
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3 de março de 2012 às 23:26 #50985RonaldoMacielParticipante
Excelente post da Gabi, acho que ela cobriu todos os pontos técnicos das questões da imigração, integração e adaptação. Eu gostaria de adicionar só mais um ponto que é o mais nebuloso, mais pessoal e mais difícil de explicar pois ele tem a ver com uma questão talvez sociológica/cultural/psicológica que é sempre é levantada nestes debates.
Falo da questão do sentimento “aqui não é o meu lugar” ou “não me sinto parte daqui” e comentários semelhantes. Uma coisa com a qual sempre nos depararemos é esta questão de se sentir estranho ao ambiente, a parte.
Quando se sai do seu país , fazemos um caminho sem volta. Se por um lado não se sente parte do Brasil e da sua cultura (ou sociedade), por outro lado, a identidade com a nova cultura (no caso do Québec) não é imediata. Há sim o deslumbramento do início e a visão de “turista” da vida daqui, mas a medida que o tempo passa e vc entra na rotina, isso muda e aí vc se percebe como mais um, mais um imigrante (principalmente em Montreal) e começa a vir este “incômodo”.
Como outros colegas já disseram, para alguns isso não existiu ou foi bem mínimo, podendo ser negligenciado, mas para outros isso cresce e se manifesta de maneira muito forte: a falta da identidade cultural, o enfrentamento das diferenças das relações sociais, a falta da praticidade e confortabilidade de falar seu idioma e ser comprendido d’un seul coup, etc.
Estas coisas podem pesar na forma de encarar a imigração também. E é isso que é muitíssimo particular e não tem como dar a receita de bolo, vai depender da sua visão de vida, suas prioridades, e no seu perfil psicológico. Vc vai assim conhecer um pouco mais de si mesmo e entender melhor o que é importante e fundamental na sua vida e o que é secundário ou opcional. Aí vc confirma sua decisão ou se sente obrigado a revê-la, podendo assim voltar.
Acho que é isso…
Residente Permanente desde Set/2009, cidadão desde Jul/2014 e mora na fascinante Montreal.
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4 de março de 2012 às 22:07 #51002gabi-infirmiereParticipante
esse sentiment d’appartenance realmente é decisivo. Eu me sinto brasileira, nascida no Brasil (sou de salada europeia, Italia e Polonia no sangue) mas adotei o Canada (e o Qc particularmente) e aqui me sinto bem como nunca.
Sentir-se em casa é mais do que gostar da lingua ou do clima. É realmente interessar-se pelas questoes que movem o local onde voce mora, de se implicar socialmente na sua comunidade, de ter papel ativo no mercado de trabalho (ou educaçao) e conseguir transmitir esses valores.
Este tipo de discussao é vital num pais de imigraçao como é o Canada.
Eu trabalho num bairro multicultural onde infelizmente o sentiment d’appartenance nao é tao nitido. Sao pessoas que fugiram de situaçoes de crise, pobreza, fome, perseguiçao politica ou religiosa e mesmo reconhecendo as vantagens do Qc em relaçao à terra natal continuam com *um pé do lado de la*. Isso gera muita frustraçao e temos muitos casos de depressao.o sentiment d’appartenance pode ajudar a superar as dificuldades, a melhor entender o ritmo e os valores da sociedade … mas como ele se forma e como algumas pessoas desenvolverao esse sentimento de maneira mais rapida do que outras … bem, isso é para os antropologos, sociologos e afins ;-)
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6 de março de 2012 às 15:17 #51040Herve_e_DanielaParticipante
Se as vezes a adaptação a vida Canadense pode ser dificil, a volta para o Brasil pode ser também problematica.
Leiam o artigo da Folha:
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1055239-de-volta-ao-pais-brasileiros-sofrem-sindrome-do-regresso.shtmlO processo de imigração não pode ser feito sem preparação, determinação.
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8 de março de 2012 às 03:09 #51139digudiParticipante
Fala meu povo depois de um longo inverno eu estou de volta.
Realmente muito show o Post da Gabi, e depois de 1,3 ano aqui em Montreal nao aceito a parada da saúde por aqui e nunca vou aceitar. Quem ja necessitou de medicos ai no BR e foi muito bem atendido pelo convenio passa muito medo de depender de medico e hospitais publicos aqui, e isto me incentivou a começar a pratiar esportes o que eu nao era fan. Pratico esporte para reduzir o sedentarismo e depender muito menos da saude daqui.
O restante é adaptação e quem vem de grandes centros como SP se adapta bem fácil aqui.
GRande abraço a todos.
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8 de março de 2012 às 14:15 #51145FCelsoParticipante
Eu pensando com os meus botões, imagino se não seria útil o pessoal já mais vivido e experiente em imigração, fazer uma lista com as sugestões para diminuir o impacto das mudanças, ou seja, identificar e recomendar as melhores condições que o imigrante deve ter noção antes de se aventurar, para que a transição seja a menos prejudicial possível.
Aprender é necessário, mas não é necessário sofrer para aprender. -
12 de maio de 2012 às 14:10 #53339RuylParticipante
Uma coisa acho q é certa se alguém não consegue encontrar emprego aqui no Brasil é q não vai encontrar mesmo.
O mais importante é a vontade de mudança, de mudar de pais, de viver uma nova vida, se um casal imigra ambos tem q ter este mesmo sentimento. Tentar ir de carona no sentimento do outro é algo que não vale a pena.
Quem não tem esta vontade de mudar acaba ficando amargo, sempre criticando as pessoas daqui e lamentando a vinda. Negócios pendentes no Brasil também leva de volta alguns.
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13 de maio de 2012 às 19:17 #53343flopesParticipante
Oi a todos!
embora eu esteja sempre lendo os relatos de muitos aqui, esta é a primeira vez que escrevo.
Em 2010 comecei a me informar sobre o processo de imigração, mas aí comecei meu doutorado e resolvi adiar um pouco essa ideia.
Agora que só falta um ano para terminar o doutorado, eu e meu marido voltamos com tudo pra mandar os papéis e só estou esperando o resultado do TCFQ.
De certa forma acho que já conhecia todos os contras que foram relatados aqui, talvez pelo tempo que vivi na França, onde senti na pele o frio (clima e relação pessoal), o bloqueio de inserção que a língua causa por um longo período, a saudade da família…
Mas o que me surpreendeu muito foi a questão da saúde sobre a qual o “digudi” escreveu.
Tive úlcera na França…muitos pensavam: “Nossa, na França, tão longe de todos” e eu pensava: “ainda bem que foi aqui, ótimos médicos, atendimento impecável, todos os remédios cobertos pelo plano de saúde do governo!”. E eu imaginava que no Quebec seria parecido :(
Na verdade, estamos planejando um segundo filho, mas gostaríamos de esperar para depois da imigração, pois seria muito complicado imigrar com um bebê. Meu primeiro filho está com quatro anos.
Será que nossa ideia não é boa? alguém teria uma sugestão?
Muito obrigada!
Abraços a todosEnvio do dossiê: 06/2012
Recebimento do e-mail de abertura do processo: julho/2012
E-mail Intention de Rejet: 13/05/2014
E-mail dizendo que o dossie estava em espera para decisão: 12/09/2014
Recebimento dos CSQ`s prioritários pelo correio: 14/10/2014.
Processo Federal: Chegada dos documentos em Sidney: 12/11/2014Perfil: casal com menos de 35 anos, ambos engenheiros de alimentos, dois filhos
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14 de maio de 2012 às 00:23 #53346carol.Participante
Ter filho é a melhor forma de conseguir um médico de familia aqui. :lol:
Nao conheço ninguém que ficou insatisfeita com o atendimento no pré-natal, nem com parto por aqui.
Acho que depende da cidade também, a situaçao de Ville de Québec é um pouco menos complicada que em Montréal com relaçao ao acesso aos serviços de saúde e várias outras coisas, especialmente emprego. Pelo menos essa é a minha experiência.
Abraços -
14 de maio de 2012 às 02:41 #53350davidkondParticipante
Boa noite a todos,
Também não escrevo muito por aqui, mas gostaria apenas de comentar.
Os atendimentos médicos aqui no Brasil, em minha opinião, para planos de saúde, estão cada vez piores e são muito caros. Sei que o meu plano de saúde não paga bem aos médicos então, existe uma onda de atendimento particular ser dado prioridade aos que esperam na fila para atendimentos pelo plano.
Além disso, não sinto “firmesa” nos médicos: nem todos te examinam bem e dão diagnósticos básicos, sem precisão. Se você pressiona perguntando, explicam o que você já sabe. Se começa a questionar é visto como chato.Procuro sempre olhar o lado sistêmico das coisas, quando possível.
Por exemplo: o atendimento médico no Québec não é rápido (pelo que verifico aqui)… implica em voce ter que cuidar melhor de sua saúde para evitar precisar de médico… implica em maior peso na prevenção.Se eu for em um médico de qualidade, mesmo que demore, mas que saia da consulta com todas minhas dúvidas esclarecidas, com os passos do que fazer para prevenção, não ligo de demorar.
Aliás, os bons médicos vinculados a um plano, geralmente, demoram de 2 a 3 meses na agenda (ex.: dermatologista).
Isso só em relação ao sistema de saúde.
Quanto ao aspecto clima, o que reparo é o seguinte: são os países mais desenvolvidos, com melhor educação e qualidade de vida, aqueles que têm neve.
Em minha visão, o clima frio faz com que você TENHA que se planejar, criar uma rotina, estar preparado, ser consciente de seus atos, por uma questão de sobrevivência. Em países de clima tropical, onde jogando semente no chão já brota uma planta, não há riscos, então, não há o que se preocupar.
Penso que a educação é a base de tudo, e aqui no Brasil, só pagando caro (e olhe lá!) para ter uma boa educação. Estudei em escola particular boa no ginásio, e minhas aulas de história eram basicamente decoreba de questonários…Quanto ao “Botar a mão na massa” ao invés de “Pagar para fazer”, acho, para mim, uma ótima oportunidade de aprendizado. Estamos sempre aprendendo, e dessa forma, colocamos em prática aquilo que sabemos.
Você não precisa limpar a sua casa sempre do mesmo jeito, pode ir aprimorando cada vez mais. Pelo que vi pela Canoe.TVA, tem muitos “gadgets” práticos para o dia-a-dia de casa.
Você preparar a sua comida é uma ótima maneira de controlar sua saúde, descansar o lado mental do trabalho e, talvez, descobrir algum dom na cozinha (e lavar a louça, ajuda na digestão…).
E no trabalho, você ter que ir tirar suas próprias cópias na máquina faz você se movimentar mais e não ficar tanto tempo no sedentarismo.Bem… é isso.
Meu eCas ainda está como Application Received, mas deve vir em breve o pedido dos exames (sou de 9/12/2010).
Abraços.
David
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14 de maio de 2012 às 03:45 #53353RonaldoMacielParticipante
Oi a todos, ainda não temos filhos mas pelos relatos que vivi das mamães que tiveram seus filhos aqui (aliás feliz dia das mães pra todas mães imigrantes), todas falaram bem do tratamento que receberam e comentaram que grávida tem preferência sempre nas consultas e um médico que acompanha.
A única coisa que acham ruim de ter um filho aqui é o fato de estar longe da mãe delas (no caso a futura vovó) que daria uma mão pra depois do nascimento… mas claro que ela poderia dar um pulo aqui por ser um momento especial…
Ronaldo
Residente Permanente desde Set/2009, cidadão desde Jul/2014 e mora na fascinante Montreal.
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14 de maio de 2012 às 13:03 #53363DarleneParticipante
Olá pessoal!
Sobre este assunto de Brasileiros voltando para o Brasil, achei interessante postar aqui um
ESTUDO PSICOLÓGICO DE IMIGRANTES SEGUNDO O TEMPO DE IMIGRAÇÃO, que o Igor, do blog http://www.ouigor.blogspot.com.br postou!
o link direto é: http://ouigor.blogspot.com.br/2011/04/estudo-psicologico-de-imigrantes.htmleu já imprimi e deixei em uma pasta para eu me lembrar quando o psicologico ficar difícil no Québec.
:bigups:
Abraços -
14 de maio de 2012 às 21:55 #53374FCelsoParticipante
Oi Darlene,
Considero interessante as informações da tabela do estudo realizado, entretanto, é preciso tomar cuidado com a utilização dos dados, porque são referentes à coleta de informações de 1991 ou antes, sendo assim, antes do uso massivo da internet como ferramenta de busca por informações (que poderiam preparar melhor os imigrantes) e, além disso, não é feita menção a respeito da amostragem, se há imigrantes refugiados, imigrantes trabalhadores, ou imigrantes investidores. Considerando somente essas três classes de imigrantes, acredito que haja diferença significativa entre elas.
Abraço,
Fabrício -
15 de maio de 2012 às 11:50 #53386FCelsoParticipante
Boas pessoal,
Estou para receber um colega russo-quebequense, e estava buscando informações sobre a carteira de habilitação internacional para ele. Como é de praxe, buscando uma coisa, encontrei outra, de modo que acabei caindo numa lista de recomendações para viajantes ao estrangeiro (no caso, fora do Canadá). E o que me chamou atenção foi a similaridade do choque cultural.
Geral
http://www.voyage.gc.ca/abroad_a-letranger/menu-fra
Específico
http://www.voyage.gc.ca/abroad_a-letranger/culture-shock_choc-culturel-fra
Atténuer le choc culturel
Bien des gens qui voyagent ou habitent à l’étranger subissent une période d’ajustement culturel que l’on appelle communément « le choc culturel ».
Pendant la première phase du voyage — souvent appelée « la lune de miel » — la plupart des rencontres sont perçues comme étant stimulantes et positives. Toutefois, dans un deuxième temps — ce qu’on appelle parfois « le choc culturel » — les étrangers éprouvent un sentiment de déracinement et de malaise général. Pour mieux affronter le choc culturel, apprenez à en reconnaître les symptômes :
de la colère, de l’inconfort, de la confusion, de la frustration, de l’irritabilité et une perte du sens de l’humour;
l’isolement : certaines personnes passent beaucoup de temps seules ou encore ne fréquentent que des Canadiens ou d’autres étrangers, évitant tout contact avec la population locale;
des sentiments défavorables à l’endroit des habitants et de la culture du pays d’accueil;
une consommation obsessionnelle de nourriture et de boisson ou un besoin excessif de dormir;
de l’ennui, de la fatigue et une incapacité de se concentrer ou de travailler efficacement.
Dans un troisième et dernier temps — appelé « l’ajustement » — les étrangers commencent à accepter leur nouveau milieu et font un compromis entre la lune de miel et l’étape du choc culturel.
Il faut aussi savoir qu’à votre retour vous vivrez peut-être « le choc culturel inverse ». Soyez prêt à vivre une période de réadaptation à votre retour au Canada.
Stratégies d’ajustementLe meilleur moyen de lutter contre les différents effets du choc culturel consiste probablement à faire un effort conscient pour s’adapter à la culture. Voici quelques suggestions qui vous aideront à vous sentir plus à l’aise dans votre nouveau milieu de vie :
Admettez franchement la présence de ces effets. Ce n’est pas un signe de faiblesse que d’admettre que vous vous sentez mal à l’aise, tendu ou confus.
Apprenez les règles de la vie au pays d’accueil. Essayez de comprendre comment et pourquoi les habitants font les choses comme ils les font. Leur comportement et leurs coutumes peuvent être différents des vôtres, mais ne sont ni meilleurs ni pires.
Participez à certaines activités culturelles. Initiez-vous à un art, à la musique locale, à un sport ou encore à un art martial. Le fait d’y mettre du cour vous rendra la vie plus intéressante.
Prenez le temps d’apprendre la langue. Les choses sont toujours plus faciles lorsque l’on comprend autant que possible ce que disent les gens. Ceux-ci apprécieront l’effort que vous faites pour communiquer avec eux dans leur langue, même si vous ne connaissez que quelques phrases simples, et cela vous facilitera la vie.
Prenez soin de vous. Mangez bien, faites de l’exercice et dormez suffisamment. Limitez la consommation d’alcool à une quantité modérée.Promenez-vous. Mettez-vous dans la peau d’un touriste et découvrez les beautés du pays.
Faites-vous des amis et nouez des liens. Faire la connaissance de la population locale vous aidera à surmonter les différences culturelles et à connaître le pays. Cela vous aidera aussi à être plus sensible par rapport aux normes et coutumes de cette culture.
Restez en contact avec votre famille et vos amis au Canada. Écrivez-leur et parlez-leur de vos expériences et de vos problèmes. Cela vous aidera à y voir clair. Vous pourriez aussi tenir un journal où vous consignerez vos idées et vos impressions.
Faites quelque chose qui vous rappelle « la maison ». Écouter la musique ou pratiquer un passe-temps familier est un excellent remède contre le mal du pays.
Évitez d’idéaliser la vie au Canada. Tâchez de profiter au maximum de votre séjour et soyez ouvert d’esprit.
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