Re: Re: Eleições em QC

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#56884
gugamarinho
Participante

Voilà le discours complet de la première ministre élue du Québec Pauline Marois, le 4 septembre dernier à Montréal.

http://www.youtube.com/watch?v=4_ggGwH2AG0

Ela foi retirada pelos seguranças por causa de um atentado que ocorria no mesmo momento. Provavelmente, ela era o alvo. Infelizmente, duas pessoas foram atingidas, sendo uma delas, um técnico de som, que acabou falecendo no local. Quando ela retornou ao palco para finalizar o discurso, ela nào estava consciente da gravidade da situaçào, pois havia sido informada que se tratava apenas de um incidente (o criminoso já havia sido detido e a situaçào estava sob controle).
Um homem de 62 anos, vestido com um roupào, tentou invadir o teatro com um fusil, provavelmente para atingir a primeira ministra. Ateou fogo na parte externa do edifício, provavelmente foi interceptado e acabou atirando e atingindo duas pessoas. Em seguida, ele foi levado para a viatura, quando pronunciou em alta voz a seguinte frase: «Les anglais se réveillent».

Segundo boa parte da imprensa, trata-se de um ato isolado.

Sem dúvida, Pauline Marois, souveraniste de coeur, vai adotar uma política de defesa da língua francesa, sobretudo em Montréal (apesar do governo minoritário). Além disso, tem em seu programa de governo, ao contrário de Stephen Harper, medidas sociais para a classe média e para os mais desfavorecidos.

Em várias províncias anglófonas, durante o último século, o francês foi banido das escolas por força da lei, e o inglês adotado como língua única. O Manitoba chegou mesmo a proibir e a fechar as escólas francófonas no início do século, deixando milhares de francófonos dessa mesma província sem outra opçào a nào ser frequentar escolas anglófonas. Uma longa, longa história. Sobrou o Québec, que, a partir dos anos 60, decidiu proteger a sua própria língua e sua própria identidade, sob pena de extinçào. Daí o movimento souveraniste, bla bla bla, mais do que justo, nào é mesmo? Muitos dizem que se o Québec nào virar um pais, o francês desaparecerá também do Québec dentro de 100 anos. É provável que isso aconteça, pois, nos dias atuais, as pessoas se preocupam muito mais com a estabilidade econômica, com a casa própria e com o carro na garagem do que com qualquer outro tipo de coisa. Sào valores individuais. Toda atitude que apresente um obstáculo a isso é logo denunciada. Em nome da tal «liberdade individual», qualquer tipo de projeto coletivo é imediatamente taxado como ameaça. E aqui no Québec nào é diferente (longe da atmosfera de ousadia dos anos 70 e 80). Vivemos num universo ultra-pragmático.

Bom, essa é minha curta opiniào, em desacordo com a maioria de vocês. Eu disse o que tinha que dizer no post anterior sobre o governo de Stephen Harper, eleito pelo «Canadá inglês» (dito aqui «civilizado»).

Salutations, mes amis.
Gustavo