Olá pessoal,

Como forma de agradecimento ao imenso suporte que essa comunidade me deu e me dá nessa nossa jornada da imigração, vou fazer um relato de como foi a nossa entrevista (minha e da minha namorada :D) no dia 18/12/2012 , no Everest Rio no RJ.
Peço desculpas já por abrir um tópico pra isso mas o fiz porque o outro tópico que fala sobre as entrevistas do segundo semestre já está gigante e acho que muita informação interessante já está se perdendo devido ao seu tamanho. 8O

Vou tentar fazer uma abordagem diferenciada: Como já existem vários relatos-história da entrevista, vou tentar colocar
informações diretas que foram “coletadas” na nossa experiência, espero que seja de bom proveito. =)

Quem?

* Eu , Engenheiro de Computação, 26 anos –
Trabalho com Desenvolvimento .NET – 2 anos de experiência profissional (não contei os estágios..) – Inglês avançado – 230 horas de Francês
Fui requerente principal

* Ela , Engenheira de Alimentos, 29 anos –
Trabalha na área de Qualidade de Alimentos – 3,5 anos de exp. profissional – Inglês Zero – 250 horas de Francês (mas tem muita dificuldade)

Quem nos entrevistou?
Famoso M. Daniel Leblanc. Foi super amigável, fala na velocidade standart (rápido) e tem um sotaque mega carregado.
Se você não entender qualquer coisa é só manifestar um “pardon” ou pedir pra repetir que ele vai repetir mais devagar.

Questão francês: Eu sei que o que a gente estuda vai ser pra vida mas falando em termos práticos acho que vale a pena
colocar pro pessoal que também fica nervoso com isso. Estudamos todo o tempo numa escola normal , ou seja, nada de
Alianças ou Professor com pedigree Quebecois/Francês, um professor que saiba bem francês é o suficiente.
Antes da nossa entrevista tinha uma menina só com as 160 horas necessárias e que não demonstrou ter grande facilidade com a língua
e mesmo assim se deu bem.

Colocando de forma prática: Conheça termos técnicos da sua área, domine os tempos verbais básicos
(presente,futuro, futur proche, passé-composé e imperfeito é o suficiente) pelo menos com os principais verbos
(être/avoir/aller/prendre/mettre/pouvoir/vouloir/faire…) e um domínio gramatical razoável. Você tem que conseguir
contar algumas coisas que ele possa pedir e responder de forma simples e compreensível.
Acredite: qualquer coisa mais elaborada pode até garantir um ou outro ponto com o entrevistador mas saiba que
não é necessário. De qualquer forma, é bom pra sua futura vida no Canadá.

– Perguntas:
Por mais manjado que seja(e que talvez eles do BIQ saibam disso), aquele pacote de 130 perguntas que rola aí na net
é uma ótimo guia de estudo , simule bastante que você vai se dar bem. Dica: não decore respostas , faça tópicos.

Coisas “aleatórias” que foram perguntadas : Quem é primeiro ministro do Québec, quais são as principais cidades do québec,
População delas, população do quebec, quais os principais setores da economia quebecoise.

Perguntas profissionais: Qual a sua formação? Qual domínio de trabalho? Qual o seu cargo?
Qual profissão equivalente a sua no Québec? Quantos anos de escolaridade?
Qual a “missão” (entendi como ramo de atuação) da sua empresa atual?
(aqui acho que esqueci umas outras 2..mas tá valendo hehe)

Perguntas Plano de Vida : Qual a cidade que vocês escolheram para se estabelecer? Por quê? Quais são os seus planos A,B,C?
Por que vocês acham que podem ser empregados lá?

Andamento:

Quando nos chamou no saguão, já foi conversando conosco no elevador para descontrair e isso ajudou bastante (perguntou nomes e da onde éramos).
A partir daí os próximos 30 minutos +- ele passou fazendo perguntas fáceis de reposta direta (informações pessoais) e pedindo documentos.
Enquanto isso ia acontecendo ficamos em silêncio, após ele passou para a parte profissional pedindo documentação pertinente ( diplomas, cartas
de empregado e originais de coisas que havíamos mandado anteriormente).
A parte que me caiu os butiá do bolso foi que ele começou a construção do histórico profissional de trás pra frente, ou seja, do meu emprego atual
pra trás. Por isso é importante não decorar respostas pois a gente sempre ensaiou contando as coisas como uma história a partir do início, então fica a dica.
Pediu nossos CV’s , fez algumas correções (dizendo que tinha que ser bem direto e etc) e perguntou se tinhamos alguma oferta de emprego.
Levamos alguns anúncios no nosso dossiê e ele começou a fazer um cara-crachá das vagas com as coisas que estavam no nosso dossiê.
Na minha parte (TI) ele admitiu que fica perdido mas sabe que a demanda por profissionais técnicos nessa área é uma carência mundial e etc e não deu mais bola
pra mim ..hehehehe :alright: =~~~~~

Quando ele bateu o olho no CV da minha namorada, daí acho que ele realizou qual era a profissão dela e começou a falar falar falar falar
(acho que gastou uns 15 minutos só falando a respeito e ajudando no currículo dela)
Nesse meio tempo imprimiu umas coisas pra ela (pra mim nada…pfff..hehehe )
Me deu um papel pra conferir e perguntou se estava tudo certo: Era ELE ..o tão sonhado CSQ…eu fiquei meio abobado na hora, quieto, só olhando
pro papel. Nisso ele deu mais algumas instruções mas confesso que já estava meio bêbado com o CSQ (na verdade como eram instruções pra minha
namorada fiquei curtindo ali o meu sonhado papel hehehehe)
E foi isso, Félicitations, ele nos cumprimentou e nos levou até o saguão e ficou impressionado com a distância da nossa cidade e
quanto tempo de volta teríamos que encarar. Ele percebou que realmente queremos ir pro Québec.

Info pra área de Alimentos/Engenharia de Alimentos/Química de Alimentos e etc:

Não é a minha área mas o M. Leblanc falou super bem de quem trabalha com isso e como isso faz falta não só no Quebéc mas como no Canadá.
Disse que os brasileiros são melhores que os Canadenses (foi engraçado a expressão dele falando isso)
nessa área de Qualidade e Segurança de Alimentos pois os canadenses não dão muita bola pra isso.
O setor Agroalimentar é um dos principais setores da economia Canadense e Quebecoise, logo há um zilhão de lugares pra trabalhar com
isso, a dica que ele deu é que tem que ir atrás nas empresas batendo de porta em porta (sim..ele falou isso em francês hehehe) pois essas vagas
não aparecem muito mas elas existem. O ponto pra quem é da área é caprichar no C.V. (termos,instrumentos, programas, formações).
Uma coisa que ele disse é que inevitalvemente quem trabalha nessa área não consegue entrar numa supervisão direto, vai ter que começar com um
cargo mais inferior. Mas acho que isso não é novidade pra ninguém aqui né?

Acho que era isso pessoal, admito que muita coisa eu já esqueci mas o grosso da odisséia está aí.
Qualquer dúvida estou disponível para ajudar. Desculpem quaisquer erros de português e grande abraço a todos.