Discriminacão na seleção, isso existe no Québec?

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    • #8140
      RonaldoMaciel
      Participante

      Este estudo mostra que sim. Ele foi coordenado pela Commission des droits de la personne et des droits de la jeunesse e cobriu 5 áreas profissionais do setor francófono de Montreal, a saber: marketing, recursos humanos e communicações (consideradas como profissões qualificadas) e serviço ao cliente e secretariado (consideradas como profissões não-qualificadas). Eles indicam que o sobrenome do candidato tem importância substancial na seleção.

      Estes resultados podem variar portanto conforme área de trabalho, região do Québec e região de origem do candidato.

      Nós temos uma “vantagem”, se assim podemos chamar: fazemos parte da região que sofre menos preconceito, sendo os africanos e árabes, os mais rejeitados em processos seletivos. Ser um Tremblay valeria melhor que um Silva…

      http://www.radio-canada.ca/nouvelles/Economie/2012/05/29/008-etude-discrimination-embauche-montreal.shtml

      Residente Permanente desde Set/2009, cidadão desde Jul/2014 e mora na fascinante Montreal.

    • #53830
      Avila
      Participante

      Engraçado você tocar nesse ponto…

      Me lembrei de uma situação curiosa que aconteceu durante a nossa entrevista.

      O Sr. Le Blanc teve muita dificuldade em pronunciar o último sobrenome do meu marido: Araújo (ele falava algo parecido com Araurrrro).
      Quando me casei optei por acrescentar ao meu sobrenome o Ávila e não o Araújo.
      O engraçado foi que o Sr. Le Blanc, com toda a educação (algo que é extremamente visível nele) sugeriu ao meu marido que ele tb optasse por utilizar esse sobrenome no dia-a-dia.

      Não sei se ele disse isso, por prever algum tipo de situação que pudesse ser entendida como discriminação, ou simplismente levando em consideração a pronúncia mesmo.

      Mas, sem dúvida, o artigo enviado é bem interessante!

      Flávia Ávila

    • #53840
      SANDROMS
      Participante

      Na reportagem tem o link para o estudo completo:

      http://www.cdpdj.qc.ca/publications/Documents/etude_testing_discrimination_emploi.pdf

      Um número que me impressionou é o número de vagas que não tiveram nenhuma resposta. Veja bem os pesquisadores prepararam dois CVs ideais para cada vaga, um com nome quebeco e um com nome estrangeiro. Das 344 vagas postuladas, 225 não tiveram nenhuma resposta, nem para os CVs quebecos.

      Ou seja, essa pesquisa também mostra que mandar CV para vagas anunciadas tem o retorno muito baixo (<35%) e para quem tem o nome estrangeiro é ainda menor. Notem também que na pesquisa mesmo os candidatos "estrangeiros" tinham experiência e formação canadense.

    • #53847
      gabi-infirmiere
      Participante

      interessante estudo.

      As areas abordadas (marketing, recursos humanos e communicações e serviço ao cliente e secretariado) estariam ja saturadas?

      Pois na area de enfermagem, pouco importa se seu sobrenome é Tremblay, Silva, Patel, Chong ou Hgcndgrfs …. o mercado precisa de profissionais e ainda (*AINDA*) nao seleciona baseado na origem do candidato ……

    • #53851
      RonaldoMaciel
      Participante

      É Gabi, a lei da oferta e da demanda. Mas no estudo, eles parecem ter enviados CVs para vagas que estavam abertas, mas como vc falou são mercados que não estão carentes de profissionais…

      Agora no caso de TI e enfermagem, não tem tu, vai tu mesmo…

      Residente Permanente desde Set/2009, cidadão desde Jul/2014 e mora na fascinante Montreal.

    • #53852
      SANDROMS
      Participante

      @gabi-infirmière wrote:

      As areas abordadas (marketing, recursos humanos e communicações e serviço ao cliente e secretariado) estariam ja saturadas?

      Acho que não. Essas áreas foram escolhidas porque já apresentam uma representatividade menor das minorias. O estudo destaca, por exemplo, que entre os “especialistas em recursos humanos” apenas 5% são de origem minoritária. Enquanto a média entre a população de Montreal é de 14%. E que eu saiba recursos humanos tem boa demanda.

      Sei que outras profissões como TI e enfermagem a discriminação é bem menor.

    • #54628
      FCelso
      Participante

      Boas pessoal,

      Existe discriminação por parte dos quebecas em relação aos imigrantes. Segundo informou um colega russo que imigrou ao Quebéc há 18 anos, a discriminação ocorre especialmente quando o estrangeiro tem melhores qualificações que os quebecas, como no caso de liderar um grupo de trabalho essencialmente quebeca. O grupo geralmente não aceita esse tipo de situação de subordinação pois os quebecas se acham superiores aos estrangeiros, e acabam por tornar o ambiente de trabalho insustentável. Isso aconteceu com uma sobrinha de esposa dele que era jovem e tinha sotaque.

      Fica a dica!

      Abraço,
      Fabrício

    • #54629
      diego88
      Participante

      @FCelso wrote:

      Boas pessoal,

      Existe discriminação por parte dos quebecas em relação aos imigrantes. Segundo informou um colega russo que imigrou ao Quebéc há 18 anos, a discriminação ocorre especialmente quando o estrangeiro tem melhores qualificações que os quebecas, como no caso de liderar um grupo de trabalho essencialmente quebeca. O grupo geralmente não aceita esse tipo de situação de subordinação pois os quebecas se acham superiores aos estrangeiros, e acabam por tornar o ambiente de trabalho insustentável. Isso aconteceu com uma sobrinha de esposa dele que era jovem e tinha sotaque.

      Fica a dica!

      Abraço,
      Fabrício

      Pera, mas esse tipo de preconceito existe em todo lugar e o tempo todo…
      E não precisa ir muito longe para ver, é só colocar um nordestino que tenha mais qualificações e contratar ele como lider de um time em Porto Alegre, que você vai ver exatamente o mesmo tipo de preconceito…

      Eu vejo isso mais como resistencia do que como preconceito, a partir do momento que você consegue ganhar o respeito e confiança dos seus colegas de trabalho isso some…

    • #54634
      julian.quadros
      Participante

      Eu acredito que faça certo sentido sim…

      esses tempos eu li um post do blog les lapins em que ela afirma o seguinte:

      “Um dado que acho triste: só comecei a ser chamada depois que passei a usar um dos meus sobrenomes que soam francês (meu nome completo é cheio de sobrenomes, posso me dar ao luxo de escolher, rsrs). Enquanto usava sobrenome que parecia “estrangeiro”, não recebia um telefonema. O primeiro que mandei com nome alterado, já deu retorno. E depois não parou mais. Cada um tira a conclusão que quiser.”

      Quem quiser ler na integra, segue:

      http://leslapins.wordpress.com/2010/03/14/e-por-falar-em-melhora-no-nivel-de-emprego/

    • #54638
      FCelso
      Participante

      @diego88 wrote:

      Eu vejo isso mais como resistencia do que como preconceito, a partir do momento que você consegue ganhar o respeito e confiança dos seus colegas de trabalho isso some…

      Pelo que entendi da informação do meu colega, esse comportamento não desaparece, simplesmente não há como trabalhar pela atmosfera de trabalho insustentável. Eu não passei por isso, a história me foi passada e considero importante deixar cientes os interessados na imigração.

    • #56971
      sergiobnu
      Participante

      Interessante esse tópico…

      Nos seminários de imigração para o Quebec eles dizem que as solicitações não possuem prioridade, desde que sejam para o mesmo tipo de programa de migração. Por exemplo, se você estiver enviando o dossiê para ir para lá como “skilled worker”, eles são analisados em ordem de chegada.

      Até aí tudo bem, mas eu realmente acredito que eles podem dar preferência considerando profissões que eles estão precisando mais. Agora, outro tipo de preconceito não creio que exista (pelo menos nunca li nada à respeito).

    • #56975
      taiefredo
      Participante

      Também achei muito interessante.
      Na minha profissão existe muita falta de profissionais qualificados e no passado (5 anos atrás) quando eu me candidatei para uma vaga em Alberta no mesmo dia recebi um telefonema da empresa (eu morava nos EUA), fui entrevistado e recebi uma proposta formal de emprego para visto de trabalho (que acabou não dando certo no consulado). Logo depois em 2008 já estava no Brasil e mandei meu curriculum de novo para outra empresa em Ontário e no outro dia recebi uma ligação e recebi uma proposta formal de emprego (que no final teve problemas no HRSDC).
      Como podem ver eu nunca tive problemas para conseguir uma entrevista e mesmo uma proposta de emprego lá.
      Porém, rsrs Sempre tem um porém, não?
      Agora decidi procurar um emprego em minha área no Québec e encontrei alguns. Os mesmos pediam o CV em francês ou inglês e como eu ainda não traduzi meu CV para o francês eu o enviei em inglês mesmo, porém com uma carta de apresentação em francês dizendo que estava estudando francês e que estava no processo pelo Quebec.
      Devo ter mandado uns 5 CVs e adivinhem… Não obtive nem um emailzinho sequer de volta…. rsrs.
      Eu acredito que seja por eu ter enviado o meu CV em inglês.

    • #56976
      sergiobnu
      Participante

      @taiefredo wrote:

      Também achei muito interessante.
      Na minha profissão existe muita falta de profissionais qualificados e no passado (5 anos atrás) quando eu me candidatei para uma vaga em Alberta no mesmo dia recebi um telefonema da empresa (eu morava nos EUA), fui entrevistado e recebi uma proposta formal de emprego para visto de trabalho (que acabou não dando certo no consulado). Logo depois em 2008 já estava no Brasil e mandei meu curriculum de novo para outra empresa em Ontário e no outro dia recebi uma ligação e recebi uma proposta formal de emprego (que no final teve problemas no HRSDC).
      Como podem ver eu nunca tive problemas para conseguir uma entrevista e mesmo uma proposta de emprego lá.
      Porém, rsrs Sempre tem um porém, não?
      Agora decidi procurar um emprego em minha área no Québec e encontrei alguns. Os mesmos pediam o CV em francês ou inglês e como eu ainda não traduzi meu CV para o francês eu o enviei em inglês mesmo, porém com uma carta de apresentação em francês dizendo que estava estudando francês e que estava no processo pelo Quebec.
      Devo ter mandado uns 5 CVs e adivinhem… Não obtive nem um emailzinho sequer de volta…. rsrs.
      Eu acredito que seja por eu ter enviado o meu CV em inglês.

      Interessante! Realmente eles valorizam muito a língua nativa deles. Seu relato serve como dica para todos que estão procurando emprego lá :)

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