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- Este tópico contém 9 respostas, 6 vozes e foi atualizado pela última vez 16 anos, 11 meses atrás por Carlos_Santos.
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16 de novembro de 2007 às 05:44 #5334danisergioParticipante
Oi pessoal,
Esta quarta, dia 14 de novembro de 2007, mandei nossa documentação para Buenos Aires. Agora que já demos o primeiro passo concreto, sinto-me à vontade para nos apresentar.
Daniela – 34 anos, advogada, professora particular de inglês, organizadora de eventos, administradora de imóveis
(Pois é, faço tudo por um dinheirinho honesto :lol: )Sérgio – 34 anos, auxiliar administrativo, churrasqueiro profissional
Pedro – 6 anos, bagunceiro de plantão
Tiago – 3 anos, fofurinha em pessoa
Os meninos ainda não sabem da nossa decisão de emigrar, mas ela tem razão de ser nas pessoinhas deles. Assim que formos aprovados na entrevista e estivermos com o CSQ, vamos conversar com eles. Queremos dar aos nosso filhos mais segurança e estabilidade, além de oportunidades melhores numa sociedade organizada. De todas as opções legais, o Canadá nos pareceu a melhor conjunção destes fatores. Amamos o Brasil, mas temos pensado muito na expressão “os incomodados que se retirem”; a carapuça serviu.
Nessa caminhadinha já devemos alguns agradecimentos pessoais – Eloy, amigão de looonga data, que nos deu as primeiras e valiosas informações e que agora manda sua força lá de Sherbrooke; Marcelo, pela disponibilidade em ajudar; Tancredo por compartilhar seu conhecimento; Alê e Júlio, por examinar nossa documentação; Bruno e Dri, a quem não conhecemos ainda, por montar e manter este fórum.
Nossa expectativa é de ir para Sherbrooke, se tudo der certo até maio de 2009. Até lá, pretendemos estudar bastante o francês e montar um projeto de imigração consistente que facilite a nossa inserção na cultura e no mercado de trabalho. Em cada etapa, as informaões trocadas nesta comunidade têm sido valiosas. Esperamos conhecer pessoalmente mais pessoas envolvidas com o processo e realmente trazer a nossa convivência do quarto do computador para a sala de casa
Esperamos um dia retribuir a ajuda que temos recebido fazendo o mesmo por quem vier depois de nós.
Um grande e caloroso abraço, para esquentarmos as terras geladas do nosso futuro país!
Alea jacta est!
Dani, Sérgio, Pedro e Tiago
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16 de novembro de 2007 às 11:40 #22888CarlosedParticipante
Bonjour mes futures voisins!
Achei uns trechos interessantes no seu texto, Dani e Sérgio e acho que reflete o pensamento de todos ou pelo menos da maioria dos participantes deste Forum. O conceito de “os incomodados que se retirem” resumi muito bem o meu sentimento neste momento. Acho que muitas vezes podemos até ser acusados de anti-patriotas, mas como sermos patriotas com um país que lhe dá as costas?! Como ser patriota, trabalhando meses só para pagar impostos e ao precisar de um bom hospital, ou de uma escola decente, ou principalmente de segurança, descobrir que os impostos que você pagou financiaram toda falcatrua e corrupção possível e nada sobrou para seu destino final?! Como ser patriota, se não há a menor edução e preocupação com o próximo?! E olhe que não falo de caridade e ações sociais não! Falo de princípios básicos como jogar lixo no lixo ou ao estacionar o carro verificar se não ocupa mais de uma vaga ou a vaga de deficiente ou de dar preferência ao pedestre sempre que possível. Assim, coisas básicas de uma convivência civilizada. Não ser patriota é não tentar mudar esse quadro?! Será que conseguiremos um dia?! Ou melhor, quantas gerações serão necessárias para isto?! Seus netos, bisnetos ou tataranetos verão esta mudança de comportamento no Brasil?! Acho muito díficil e me perdoem os “patriotas de plantão”, mas não acredito mais no conceito “faça a sua parte que o Brasil vai mudar”. Para cada próximo que você consiga convencer, vão existir milhares que continuaram do mesmo jeito, uma vez que o governo não dá o exemplo ao seu povo. Não interpretem esse texto como um “Brasil, je te deteste!!!”. Até porque, bem ou mal, devo quase tudo que consegui até hoje a pelo menos dois brasileiros, meus pais.
Mas quebrando essa seriedade toda… Tive que caçar no Wikipedia o “Alea jacta est!” :-)
A sorte está lançada… Gostei…À bientôt,
Carlos Eduardo -
16 de novembro de 2007 às 11:50 #22889MarcusParticipante
Dani e Sérgio.
Concordo com tudo o que vocês escreveram e todas estas razões que vocês citaram também fazem parte da nossa decisão de emigrar para o Canadá. Eu e minha esposa tínhamos o desejo de sair do Brasil há muito tempo. Recentemente a situação tem piorado muito aqui no Brasil e achamos que não dá mais para adiar este projeto. Pesquisamos muito e decidimos pelo Canadá por diversos motivos. Amadurecemos muito a idéia e estamos indo em março de 2008 com a certeza de que será o melhor para nós, principalmente para a nossa filhinha, que chegará lá com cinco anos.
Eu não tenho dúvidas de que estamos fazendo a escolha certa. Sei que teremos muitas dificuldades no início, mas para quem já está acostumado a matar um leão por dia aqui no Brasil, isso não assusta.
Desejo todo o sucesso no projeto de vocês e muita paciência no processo.
Um grande abraço e tudo de bom!
Marcão.
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16 de novembro de 2007 às 14:48 #22893danielcasasParticipante
É isso aí, amigos!
O sonho do Québec não é antipatriotismo, fuga ou coisa parecida. De forma alguma! Simplesmente é a busca de um futuro em melhores condições, condições essas que atualmente, no Brasil, estão muito duras de serem conseguidas até mesmo porque coisas como a segurança não dependem de esforços pessoais nossos, mas do Estado. Assim como a maioria aqui, não vejo motivos para odiar o país onde nasci, cresci e tive uma vida maravilhosa junto a minha família, mas, para os planos que tracei para meu futuro, encontrei no Canadá um lugar que me fornece todas as possibilidades para concretizá-los. Ninguém aqui está achando, como disse nosso amigo Marcílio, que iremos “encontrar dólares nas árvores”. Sabemos todos que os leões diários terão que ser mortos também no Québec, mas existe disposição e interesse para tal, e é isso que conta.
Dani e companhia, desejo toda a sorte do mundo para essa família tão absurdamente simpática que é a de vocês! Tenha a certeza que eu e todos aqui da CBQ estamos e estaremos sempre dispostos a ajudá-los no que pudermos no decorrer desse processo longo, tenso, mas recompensante.Grande abraço,
Daniel
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16 de novembro de 2007 às 15:15 #22895fabiopolonioParticipante
Dani, Sérgio, Pedro e Tiago!!!
Sejam ben vindos ao CBQ!!
Meu nome é Fábio minha esposa Juliene meus filhos Lucas 6, Luan 6, Julia 5.
Um Grande Abraço!!!
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17 de novembro de 2007 às 23:26 #22948danisergioParticipante
Olá vizinhos,
Após ler as respostas de vocês, estou sorrindo e com vontade de chorar. :lol: Obrigada pela acolhida, isso faz toda a diferença!
Carlos, muito filosóficas suas considerações. Preparar-se para a imigração não é apenas juntar documentos, alugar apartamento, colocar os filhos na escola. Temos sim que pensar bastante a respeito, nos fazermos mil vezes as perguntas da entrevista “por que emigrar” e “por que o Québec”. Devemos a nós mesmos, e aos nossos filhos, uma resposta honesta.
Morri de rir de você ter consultado o dicionário, sendo eu mesma uma viciada neles. Essa expressão foi a primeira em latin que eu aprendi, ainda na escola, antes de estudar Direito e aprender mais um montão delas Acho uma pena não estudarmos mais o latin, a etmologia das palavras explica muitas coisas. Pensando assim, fui também me aprofundar no significado da palavra patriota, sobre a qual você pondera. Achei no Caldas Aulete na definição de pátria “País que se considera como o melhor: Onde me vai bem é a minha pátria (prov.)” “País, cidade em que se conta com um grande número de pessoas ou uma grande quantidade de coisas de um gênero determinado: Atenas foi a pátria dos filósofos”. E ainda, em patriota, olha só: ” (Bras.) (gír.) Diligente, esforçado; respeitador, delicado”. Pois bem: somos sim todos patriotas, já que temos as qualidades acima. A questão agora é qual é a nossa pátria. Pela definição, é onde nos vai bem. Ou seja, somos patriotas canadenses, hehe
Entendo muito bem esse seu sentimento com relação ao estado das coisas no Brasil. Eu achava, até pouco tempo, que era meu dever moral dividir o que tinha aprendido, já que nós, que tivemos a chance de estudar e conhecer outros países, fazemos parte do topo da pirâmide. Com o tempo, entendi o ditado “pode-se levar um cavalo até a água, mas não se pode forçá-lo a beber”. O caso é que as pessoas não querem aprender. Elas não jogam lixo na rua porque não tem lixeira perto, mas porque escolheram não se importar. A cultura do esperto foi adotada pela maioria da população. Nosso povo é corrupto na essência, e aceita representantes assim. Então essa não é realmente minha pátria, porque isso não me vai bem. Eu entendi, depois de dar muito murro em ponta de faca, que a errada era eu. Cada sociedade tem o direito de ditar as regras pelas quais quer viver. Isso é bem democrático, e eu respeito a decisão da maioria, mesmo não concordando com ela. Depois que aceitei esse fato, convivo muito melhor com quem toma minha vaga no shopping, fura fila, faz gato de TV a cabo. As regras do país são essas, eu que me adapte ou me mude. Por isso o Canadá me atraiu. Não há corrupçã, crime? Há sim, claro. Mas não é essa a regra da sociedade lá, isso é o errado, o que deve ser combatido e é punido. É sob essas regras que eu quero que os meus filhos cresçam.
Como advogada tributarista, eu tenho uma visão diferente dos impostos, mas entendo o que você quer dizer. Ainda que o imposto não seja stricto sensu (lá vai mais uma, hihi) destinado a essa aplicação direta, com certeza o destino dele não deve ser as cuecas, bolsos e contas no estrangeiro de quem quer que seja!
Marcão, realmente matamos um leão por dia! O problema, acho, é que não sobra nem cheiro do bicho pra quando o inverno chegar 8O Isso sem nem considerar a questão da violência, que eu sinto que está fechando o cerco, sem que a gente se dê conta. Sabe aquela história do sapo, que vai cozinhando devagar dentro da panela? Você já tentou se imaginar aos dezesseis anos, vendo as notícias que passam hoje na TV? Ou os nossos pais, na idade que temos hoje, batendo um papo via “telefone do tempo” com a gente hoje? Penso muito nisso porque os meus pais são falecidos. Se eu pudesse falar com eles, teria boas notícias a dar do país? Sérgio e eu sentimos o mesmo que você e sua esposa, precisamos fazer alguma coisa agora, antes que viremos estatística.
Pedro chegará ao Canadá aos 8 anos, e Tiago aos 5 também. Na verdade esse projeto não é nosso, é deles. Não deixem de dar notícia depois que estiverem lá, principalmente com relação à adaptação da sua filhinha. Ela aceitou bem a idéia? Sei que os meus não vão gostar (ainda não contamos), já que a vida deles aqui é boa. O problema é que não sabemos ainda por quanto tempo conseguiremos manter a vida que temos hoje. Mais ou menos já lançamos alguns comentários, mostramos coisas do Canadá para interessá-los. Com o tempo eles vão entender.
Daniel, também amamos o Brasil onde crescemos. Nem tanto assim o Brasil onde vivemos. Vocês já ajudaram muito, só de poder ter essas longas conversas me alivia o espírito, dá ânimo para as etapas que ainda faltam, além da inestimável fonte de informações. Além do que, e já que você citou o Marcílio, como diz ele estamos também ampliando nossa network, no sentido de nos apoiarmos mutuamente nas tristezas e nas alegrias que teremos no Canadá. Hoje uma amiga minha me disse que precisamos atualizar nossa definição de família. Família não é só mãe-avó-e-frango-no-domingo. Seremos sim a família uns dos outros e fico muito feliz em encontrar nesse círculo pessoas como você. Obrigada pelos elogios. Em inglês diz-se que “beauty lies in the eyes of the beholder”.
Fabio e Juli, já li o blog de vocês inteirinho, obrigada pelas boas-vindas. Depois de ler e copiar o relato da entrevista de vocês, há algum tempo, fiquei com a pulga atrás da orelha e aproveito a oportunidade para saná-la: tem que levar os DARFS? Eu nem sei onde estão os meus! Serve atestado de nada consta? Achei super legal seus cunhados também comprarem a idéia, gostaria muito que a minha irmã também se interessasse, mas sendo dentistas ela e o marido, eles não animaram a começar tudo de novo… Vai ser legal para os seus filhos terem os tios por perto!
A todos nosso grande abraço e vamos em frente, com destino aos nossos sonhos!
Dani, Sérgio, Pedro e Tiago
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19 de novembro de 2007 às 01:45 #22988Carlos_SantosParticipante
bonne chance et bon courage!
com certeza vocês poderão ajudar muitos por aqui na CBQ….
é so uma questão de tempo e de pesquisa, logo você sera “imigrante” e quem sabe “moderador” também!
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22 de novembro de 2007 às 03:33 #23157danisergioParticipante
Olá Carlos,
Courage nós temos sim, e nos parece que a chance tem sorrido para nós; até o passaporte conseguimos bem mais rápido e sem usar “jeitinho”, que é um recurso que não me desce pela garganta…
Obrigada pela sua disponibilidade e disposição em ajudar, mesmo quando o assunto não lhe diz respeito.
Te desejo em dobro tudo o que você tem feito pelos outros!
:angel:
Grande abraço,Dani
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10 de janeiro de 2008 às 15:31 #24445danisergioParticipante
Olá vizinhos,
Tenho acompanhado a discussão no tópico do Luís sobre Cidadania Mundial, e vocês têm me feito pensar bastante nessa questão tão importante. Para acrescentar uma observação à questão de cidadão / cidadania dos dois tópico, uma frase que achei num site do Millôr:
[align=center]“ Cidadão, num país em que não há nem sombra de cidadania, significa apenas cidade grande.”[/align]
Grande abraço,Dani
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10 de janeiro de 2008 às 23:01 #24482Carlos_SantosParticipante
apesar de ser um metafora do Millor o gênero no aumentativo, doeu nas orelhas!
abraços
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