Home › Fórum › Processo de Imigração › Processo Québec – 1ª Parte – CSQ › Entrevista › Entrevista Segundo Semestre de 2012 › Re: Relato da nossa entrevista
Terça feira dia 13 foi o dia da nossa entrevista.
Primeiro nosso perfil.
Requerente principal: Jornalista, 30 anos atuando na área de designer (desde sempre)
Cônjuge: Jornalista 33 anos trabalha com produção de vídeo.
Nossa entrevista estava marcada para dia 13 as 11 horas. Como foi numa terça feira não teríamos como faltar 2 dias de trabalho então resolvemos que iríamos e voltaríamos no mesmo dia. Nós moramos em São Paulo então achamos que seria viável ir de manhã cedinho e voltar a tarde. Foi o que fizemos e mesmo com o tempo horroroso que estava no Rio deu tudo certo. Saímos daqui de Sampa as 6:50 (o voo saiu quase na hora só uns minutos de atraso) e chegamos no Rio (no Galeão) às 8:10. Chegamos no hotel às 10 horas. Como minha mulher é a tranqulidade em pessoa falou: Vamos tomar um café e nós fomos. Voltamos pro hotel faltando uns 10 minutos pra entrevista. Sentamos na porta da sala e esperamos 5 minutos quando saíram o Ms Leblanc e o casal que tinha feito a entrevista antes da gente.
Foi tudo muito tranquilo, ele se apresentou e já foi falando onde cada uma deveria sentar. Perguntou o nosso ano de nascimento e começou a pedir os documentos de praxe (para mim e depois para Mari) na seguinte ordem:
– comprovação da nossa união: mostramos a certidão de união estável e ele disse que hoje em dia todos tem essa certidão, casais gays, héteros ele disse (essa certidão está por todos os lugares) hehehehe a única pergunta que ele fez em relação à certidão foi quanto ela tinha custado e disse que no Canadá é mais cara.
Nesse momento conversamos um pouco sobre como funciona o reconhecimento das relações homossexuais aqui no Brasil, ele perguntou se a gente poderia registrar nossos filhos juntas, sobre adoção, tudo muito tranquilo, papo de amigos mesmo. Ele parecia apenas ter dúvidas sobre o tema e não sobre nossa relação. Foi o único documento que ele viu para comprová-la.
– certidão de nascimento: ele só olhou perguntou se o sobrenome de Mari era francês, disse que é um nome dela é muito comum e muito bonito. Nessa hora eu falei que meu nome também era muito bonito (LÓGICO!) :P
– históricos escolares: ele olhou e conferiu todos os anos de início e fim do primário até a universidade. Nessa hora falamos que tínhamos feito faculdade de jornalismo, mas trabalhamos em áreas relacionadas, que durante o curso existem essas matérias… ele não fez nenhum comentário.
– declarações de trabalho: ele conferiu todas, como eu mudei de emprego depois que mandei os documentos de processo, olhou do emprego atual, perguntou o que eu fazia lá e só. Ficou com as declarações dos dois últimos empregos e os holerites. Para Mari ele perguntou o que ela tinha feito no ano de 2010 porque tinha um período vago entre o último emprego e o atual ela explicou que foi o período que ela já estava na empresa, mas sem registro. Nós falamos que infelizmente isso ainda é comum aqui, ele fez uma cara de quem “é eu sei” mas não falou nada.
– certificados de francês: olhou todos suuuuper rápido e ficou com o último.
Depois ele me perguntou sobre o inglês em que nível eu achava que estava (no formulário eu tinha colocado iniciante e Mari intermediário). Eu fiquei pensando, pensando aí ele começou a falar: Hjebjkdb dskbdkj jdbjfbds sodiahdos? Eu olhei pra Mari, olhei pra ele e pensei: Ele falou em inglês?? Eu tenho certeza que ele percebeu e eu só consegui falar em francês: Não, não entendi, talvez se você falar mais devagar. Nessa hora eu já tava muuuito nervosa. Ai ele perguntou quantos anos eu tinha de experiência de trabalho e o que tinha feito. Eu comecei a responder e não passei da terceira palavra. É muito doido isso, o nervosismo e a concentração pra entender e falar tudo em francês fazem MESMO vc esquecer qualquer outra coisa. Eu parei de responder no meio da frase e disse que não conseguia continuar olhei pra Mari com uma cara de: Fudeu… a gente morreu na praia. Ele não fez nenhum comentário, escreveu alguma coisa no computador e passou pra próxima pergunta que foi sobre nosso plano de trabalho.
Mostrei pra ele a pesquisa e as vagas de emprego. Ele perguntou se nós nos considerávamos à altura, acima ou abaixo do mercado deles. Nós falamos que a exigências são as mesmas que aqui. Então ele pegou os anúncios e leu uma das exigências e perguntou se eu sabia fazer aquilo, leu outro e perguntou se eu conhecia o programa. Fez a mesma coisa para Mari.
Viu nossos curriculos, não fez nenhum comentário e juntou com os outros papéis que ele já tinha separado.
Dai ele virou pra Mari e pediu pra ela pegar uns panfletos que estavam em cima da mesa, nessa hora eu já sabia que a gente tinha passado, mas ele não disse nada. 1 minuto depois a impressora começou a funcionar. Ele não tinha perguntado NADA sobre nossas pesquisas, casas, custo, porque Québec… nadinha de nada. Mari já tinha tirado o nosso dossiê da pasta, acho que ele percebeu que nós estávamos bem afim que ele olhasse e ele pediu. Olhou olhou, gostou muito, elogiou disse que nós podíamos até deixar lá na École de Québec pra servir de modelo pros outros alunos! o/ Nessa hora eu fiquei bem feliz, porque realmente a gente se dedicou muuuito pra deixar ele o melhor possível.
Ele gostou tanto do dossiê que chegou a comentar alguns gráficos e achou curiosos alguns dados sobre a imigração. Mostrou uma foto que tinha durante o inverno e perguntou se aquilo nos dava medo.
No final ele perguntou o que meus pais achavam da nossa mudança eu falei que no começo foi estranho pra eles, mas agora eles já gostam da idéia e foi quando Mari falou que meu pai adora pescar e aí pronto, foi a hora que eu senti que ele ficou super a vontade e começou a falar onde meu pai poderia ir pescar, falar de salmão.. enfim.. tudo o que ele não deu de dicas sobre como nos preparar pros empregos, os curriculos e tudo mais que eu leio todo mundo contar ele explicou sobre como, quando, onde e com quem ir pescar kkkkkkkkkkk
E foi isso, tudo durou exatamente 1 hora, ele foi super simpático como todos falaram. A impressão que nós tivemos foi uma coisa bem “cara crachá” ele confere os documentos enquanto conversa (nisso avalia tudo, o francês e os docs) Todas as perguntas clássicas não existiram. E o nervosismo que a gente cultiva (e que não adianta os outros falarem nada, vamos continuar tendo) é totalmente desnecessário, ele é muito gente boa. Tava lá de bermuda e camisa de botão, quase um Miami Vice, toooodoo vermelho e se desculpando por estar vestido daquele jeito. “Eu estou muito queimado e não consigo colocar uma calça”, falou enquanto mostrava o joelho vermelho, mas vermelho que doeu em mim!! hehehehehehe
Saímos da entrevista, almoçamos e voltamos pra Sampa às 16 horas.
É isso, quem se sentir mais confortável eu recomendo que vá antes, mas pra quem não puder, seja pelo trabalho, pela grana, dá pra fazer tudo no mesmo dia. É cansativo, mas viável.
Quanto à roupa nós fomos arrumadinhas, mas nada demais. Eu fui de calça jeans (novinha pra ocasião) e uma camisa social. Mari foi de calça e camisa também. Acho que não dá pra ir mulambenta, mas também não precisa ser nada extremamente formal.
Espero que o relato ajude e acalme quem ainda vai fazer a entrevista. E de verdade fiquem calmos.. eu passei o mês inteiro uma pilha de nervos, viajei revendo nossas pesquisas, revendo gramática… e no final é tudo muuuuito mais simples. Nós nos preparamos muito mais do que eles exigem na hora. Então fiquem tranquilos e confiem.
E qualquer coisa, no que pudermos ajudar, podem contar. Até hoje recebemos muita ajuda de todos aqui e a vontade de retribuir é enorme!
BOA SORTE a todos!!!