Re: Re: Une infirmière pour 196 patients.

#51057
gabi-infirmiere
Participante

esta discussao deve ser fragmentada, ao estilo *Jack* ..

1) a reportagem trata da carencia de enfermeiros em CHSLD (centro hospitalar de cuidados de longa permanencia, em traduçao livre) durante o periodo noturno.

Au centre d’hébergement Idola Saint-Jean, à Laval, l’infirmière coordonnatrice est responsable de 196 résidents. Elle est accompagnée de quatre infirmières auxiliaires et de huit préposés aux bénéficiaires (PAB).
A enfermeira nao esta sozinha, nao é 1 pessoa para 196 pacientes. A equipe de cuidados diretos é composta por 12 outros, entre PABs e Inf. Aux.
O *ratio* num CHSLD nunca sera o de 1:1 como numa UTI ou centro cirurgico.
Os cuidados de enfermagem para a pessoa idosa (nao doente) em geral nao sao muito complexos do ponto de vista técnico, mas sao complexos pelo conjunto de fatores que definem a geriatria.

Porém, quando situaçoes como essa acontecem =
« T’as juste deux mains, alors il faut faire des choix. Mais, qui tu choisis entre une personne qui s’étouffe et une autre qui tombe en pleine face au sol ? », demande celle qui avait 75 résidents à sa charge. C’est dangereux. On met les personnes âgées en danger. »
é a hora de repensar o nivel de criticidade dos pacientes e a proporçao enfermeira por paciente. Risco de queda, de confusao mental, de violência, de dependência, de neglicência … a geriatria é uma area critica e esta clientela nao para de crescer.

A qualidade da assistencia é questionada. As associaçoes de usuarios discutem a qualidade dos serviços e com razao. Mesmo com pouca mobilidade e pouca atividade eu acho um absurdo a regra de so 1 banho por semana para os idosos (e esta é basicamente a regra geral!). O vérificateur général confirmou o problema de desnutriçao entre os idosos. A maneira como uma sociedade trata seus idosos é um reflexo da sociedade em si. Esta é uma discussao muito importante, especialmente quando lemos que o governo vai investir quase 6 milhoes para a realizaçao de diversos programas para os idosos.

E estas sao apenas algumas discussoes que podem sair de um debate similar.

2) O segundo ponto refere-se ao controle das ordens profissionais para a admissao e regulamentaçao das profissoes.
A OIIQ é a ordem profissional com um dos maiores numeros de membros, quase 70mil.
É uma ordem relativamente clara e suas regras sao simples.
Para a admissao de enfermeiros diplomados no exterior, eu vejo mudanças efetivas. Algumas =
a) o comitê de analise de dossiers reunia-se 2 vezes por ano; agora, sao de 4 a 5 encontros. Eu me inscrevi para fazer parte deste comitê mas, por ter menos de 5 anos de experiencia quebeca fui convidada a me candidatar numa ocasiao oportuna.
b) a OIIQ tem cada vez mais autorizado enfermeiros diplomados no exterior a realizarem apenas o estagio de adaptaçao (30 dias) ao invés da prescriçao de base, curso+estagio (o que eu fiz, que ocupa quase 6 meses)
c) Québec e França assinaram o acordo de reconhecimento mutuo, e novas enfermeiras francesas estao debarcando no Québec

A ordem profissional defende os interesses do publico e também dos profissionais, no caso da OIIQ =
Para a formaçao futura, a OIIQ esta lutando para a obrigatoriedade do bacharelado para as enfermeiras (so no QC o nivel universitario nao é obrigatorio, peloa caracteristica unica do sistema CEGEP existente na provincia). Esta transiçao provavelmente ocorrera nos proximos 10 anos, um esquema similar ao do internato médico devera ser proposto.

Para a formaçao continuada, a partir de 2012 somos obrigadas a manter um minimo de 20h de estudos comprovados, mantendo-nos atualizadas.

Pagar mais de 400$ por ano nao é nada simpatico, mas ao menos vejo uma OIIQ mais atuante do que o COREN e vejo cada vez mais enfermeiras brasileiras por aqui! No Facebook ha uma comunidade e na proxima cohorte do CEGEP Edouard Montpetit para o curso de equivalencia serao 5 as representantes da terrinha. No meu curso (CEGEP du Vieux-Montréal, 2008) eu era a unica representante verde-amarelo

E so finalizando, o enfermeiro nao ficara sem trabalho aqui no QC. Entao, por que nao esperar o OK da OIIQ e imigrar quando ja estiver devidamente autorizado a começar o curso ou o estagio de integraçao ? Eu esperei 1 ano e a demora foi causada por um erro da USP. Envolvi meus pais e me estressei até o ultimo fio de cabelo tentando resolver rapidamente a situaçao. Chegar aqui e ainda ficar aguardando a autorizaçao da ordem é realmente estressante. Meu primeiro emprego foi com menos de 10 dias de Québec e minhas experiencias foram fantasticas, até trabalhar no Caribe eu fui … mas analisando os pros e contras so vejo vantagens em chegar aqui ja com o aval da OIIQ ;-) como dizem, *ficaadica*