Home › Fórum › Processo de Imigração › Processo Québec – 1ª Parte – CSQ › Entrevista › Relatos Entrevistas Oct e Nov 2007 › Re: Re: Relatos Entrevistas Oct e Nov 2007
Pessoal,
Acabei de ter uma experiência surreal com a entrevista para o CSQ. Fui do céu pro inferno e do inferno pro céu algumas vezes hoje!
Minha entrevista estava marcada para hoje – feriado nacional – no Crowne Plaza às 9:00hs. Cheguei lá 8:50hs e com a pasta em ordem, pelo menos com todos os documentos que foram pedidos.
Subi 5 min antes e me encontrei com a Mme. Anne Legaut. Sinceramente, não a achei simpática, achei ela focada em fazer o trabalho dela, só isso. Ela começou me pedindo o diploma da faculdade e eu já entendi errado e entreguei o c.v, aí vi que ela fez uma cara e repetiu “diplome” e então acertei a situação. Ela foi pedindo os documentos e eu fui mostrando. Ela sempre digitando e olhando as pastas dela, acredito pra saber quanto valia cada quesito do meu dossiê.
Sinceramente, meu francês não é perfeito e tava um pouco enferrujado, mas já morei na França 5 meses e estudei na Aliança Francesa de lá durante 4 meses intensivamente lá em 1999 e depois da aula eu ainda praticava bastante o idioma num local que existia pra isso, onde haviam mesas com animateurs que faziam debates em francês com estudantes e imigrantes com o intuito de promover a prática do idioma. Ainda, pra essa entrevista, estudei mais umas 20 horas na Ecole Voitaire e levei um diploma da Voltaire atestando o meu nível de francês em 300 hs.
Fiz a burrada de falar demais, mais na verdade eu dava respostas longas para as perguntas dela, o que me expôs muito, e acredito que eu tenho cometido alguns deslizes com os tempos de verbo. Inclusive ela me perguntou o que eu achava mais difícil no idioma e eu disse que era a conjugação dos verbos e escrever. Ela anotou e me lembro que depois disso passamos a ver os documentos de trabalho.
Sobre o trabalho tudo correu bem, a não ser com uma experiência profissional que tive em Miami e que não tinha nem uma carta comprovando o estágio, porém havia levado o meu crachá do escritório de lá, o que então eu acreditava que serviria como prova de um vínculo profissional. Ela não aceitou. Na hora, não achei grave, achei sinceramente que não interferiria no resultado da avaliação do meu dossiê.
Papo veio, papo foi e de repente ela me falou: ” Seu dossiê falta 2 pontos, “je suis desolée …”. Fiquei em estado de choque na hora, porque sinceramente não acreditava no que estava acontecendo. Mentalmente, revi todo o processo na minha caeça, apresentei tudo o que foi pedido, os certificados de francês e tudo…
De repente ela começou a falar que eu errei muito nos tempos de verbo, e que aquilo era grave e que não podia aceitar aquilo, e que meu nível de francês não equivalia a 300 hs. Nisso eu já disse: “mas o diploma da Voltaire está indicando 300 hrs” e ela meio secamente disse que as 300 hrs dela era diferente… Então eu falei que conhecia pessoas que foram aceitas com o diploma da Voltaire…mas não adiantou. Lembrei também da francisação, não era a função desse curso acertarmos o francês…tudo bem…
Ela me mostrou a ficha de avaliação, me mostrou que os 2 pontos que faltavam eram do conhecimento de idioma e que nos outros quesitos eu tinha a mesma pontuação que foi avaliada no início do processo.
Eu estava em choque, hehe, até apelei pro emocional e falei: oh, je suis triste! hehe. E ela disse ” je suis desolée”…
Então fiquei na minha, ela me deu a ficha de avaliação e me falou que eu teria um ano pra apresentar pro Quebec um certificado de avaliação da Aliança Francesa atestando um nível de 300 hrs, pois como eu trabalharia em Comex lá, seria importante eu conjugar bem os verbos!!! Naquele momento então vi que estava de recuperação. Saí da sala de entrevista desolado e no elevador fui olhar o documento que ela digitou, e estava escrito que eu tinha um prazo de 60 dias pra apresentar o certificado de 300hs e não 1 ano como ela tinha falado. Assim que o elevador parou no andar do lobby do hotel, já liguei lá na sala dela. Ela pediu desculpa e me pediu pra subir de novo pra trocar o prazo de 60 dias pra 1 ano.
Apareci na sala e ela já estava com outra via do documento pronto, trocamos as vias e ela pediu desculpa. Fui embora pra minha casa pensando.
Pensava que seria refém da Aliança Francesa, que ia depender dos professores de lá, que ia gastar uma grana lá, até que um daqueles franceses mau humorados se concordasse que eu teria as 300 horas. Já pensei que eles iam querer me empurrar uns cursos goela abaixo e por aí vai.
Ainda em casa, voltei a ler a ficha de avaliação e vi que Mme. Anne Legaut tinha errado na avaliação. Ela tinha colocado 10 meses de experiência profissional nesse trabalho que estou agora, e na verdade já eram 21 meses… Não tive dúvida, liguei pro hotel e pedi pra falar com ela. Não saberia se ela me atenderia, se estaria ocupada com outra entrevista, mas liguei.
Ela me atendeu e então eu reportei o erro pra ela, ela pediu um minuto e fez as contas dela e falou: “ok, com os 21 meses, vc totaliza 39 meses de trabalho total, o que significa mais 1 ponto.” Putz, mais 1 ponto!!! pensei. Me despedi dela e agradeci por ela ter me atendido…
Faltava mais um ponto, fiquei pensando…Como conseguiria mais um ponto pra ter o meu CSQ, ficar livre da liança Francesa e tal… Aí procurei uns comprovantes do meu estágio profissional em Miami, tinha meu cartão de trabalho, algumas procurações da empresa de lá no meu nome tal. Pensei, pensei e falei: Vou ligar novamente pra ela e ver se com mais os 9 meses desse trabalho, se eu teria mais um ponto.
Liguei, ela me atendeu novamente e me disse que sim!! Que eu teria mais um ponto e me perguntou se eu poderia voltar lá. Fui na hora, até pq moro a 5 minutos do hotel.
Cheguei lá, mostrei os doctos e ela então imprimiu o CSQ, nem acreditava, tava ofegante e relizado. Agradeci e fui embora.
É isso pessoal, vale argumentar, discutir e negociar. Uma dica: se por acaso não for aprovado e de recuperação não saia da sala sem saber o por quê. Argumente, negocie porque pode haver uma saída!
Agora é comemorar!!! :P
Abraço pra todos,