Olá pessoal, vou postar alguns detalhes e percepções da entrevista que fizemos ontem em SP (somos de Belo Horizonte).
Fomos o primeiro do dia (marcado para 8:30) e chegamos às 8. Já foi autorizado a subir e começamos a entrevista às 8:15. A entrevista durou exatamente 1 hora. Uma observação é que o M. Raymond estava sozinho no Bureau e interrompeu a entrevista umas 3 vezes para atender o tel. Parece que estão mesmo racionalizando o pessoal… Pediu os documentos na ordem que todo mundo já postou, digitava e conferia tudo. Detalhe que ele digita usando somente 1 dedo, o que demorou bastante… E enquanto digita, ele não dizia nada, silêncio total. Percebi que ele não tem um roteiro e faz as perguntas na hora mesmo, da cabeça dele… por exemplo, me perguntou se ele fosse ligar para o meu último empregador, o que ele diria ao meu respeito (e eu respondi bem confiante, claro! rsrs). Perguntou porque Québec e porque Gatineau. Quando respondi (essa eu esperava), ele me perguntou como sabia daquilo tudo se nunca havia estado lá. Então foi a deixa pra mostrar nosso dossier. Ele elogiou bastante nosso projeto e pediu pra ver o Budget. Disse “bravo” várias vezes e disse que estava cansado de candidatos que não falam francês direito, que só ficam no “Oui oui”, não apresentam nada, não fazem pesquisas e ainda deixa tudo misturado na mesa. Pelo jeito ele gosta mesmo de organização!! Depois disso, passados somente 15 minutos de entrevista, ele meio que falou que agente já tinha passado, que somos pessoas sérias e comprometidas, que fizemos a nossa parte, mas que continuaria a entrevista porque tinha que continuar. Checou todas as notas de faculdade minha e do meu marido e percebeu que meu marido repetiu em umas das matérias e comentou “recuperation!” -disse sorrindo… Ele olhou tudo mesmo! Sobre a parte de trabalho, ele só quis ver os contra-cheques, mais nada. Ofereci a CLT e ele educamente disse que não era necessário. Perguntou sobre meu inglês e me fez somente uma pergunta: “como eu conheci meu marido”. Outra pergunta que eu não esperava… Embolei totalmente inglês com francês, ele sorriu e disse que não tinha problema, mas me deu 4 pontos mesmo assim. Fez somente 3 perguntas para meu marido e elogiu muito o email que ele havia passado para a Ordem dos Engenheiros Agrônomos. Falou ponto por ponto quanto tiramos em cada item. Falou que somaria mas que nem precisava porque ele viu que já tínhamos atingido a pontuação. (Detalhe: eu ganhei 10 pontos pelo meu diploma de Psicologia e 6 pontos pelo meu técnico em informática. Mas só foi pontuado porque exerci uma atividade na área de informática nos últimos 5 anos).Percebi que tinha um post it colado na capa do nosso processo, que eu estiquei o olho pra ver, o que não deu muito, mas parecia dizer que já tínhamos os pontos suficientes. Ele sorriu quando percebeu que eu li o post it e depois o jogou fora. Realmente nessa hora eu percebi que eles estudam o seu dossier antes da entrevista e já sabem se vai dar ou não. A entrevista é somente uma comprovação de documentos. Se você mandou tudo direitinho, não mentiu, não tem como não passar. No final da entrevista ele explicou tudo sobre os próximos passos aqui e no Québec. Ele é realmente muito simpático, fala pausadamente e dá pra entender tudo mesmo que ele diz. Tem pressa na verificação e diz que não consegue ver todo o projeto porque não daria tempo.
Último detalhe sobre o Raymond (que parece o ator Robin Willians menos enrugado) é que ele trabalhou (trabalha, não sei) , como conselheiro dos imigrantes recém-chegados. Por isso essa paciência e vontade de fazer as coisas darem certo (impressão minha essa!).
É isso! Sei que não dá pra manter a calma, mas podem acreditar que é bem bacana passar por esse processo todo e, no final, ficar com o sentimento de dever cumprido. E boa sorte para os que ainda farão a entrevista!!